As Mulheres de James Sirius Potter escrita por Lia Galvão, Miss Stilinski


Capítulo 10
Bônus; Rose Jean Weasley


Notas iniciais do capítulo

Sim, sim, sim! Vocês leram certinho. Capítulo bônus! Esse é o nosso presentinho por vocês estarem sendo estas leitoras tão incríveis que nos incentivam a cada dia nos dedicar cada vez mais a essa fic. Muitíssimo obrigada por serem tão incríveis assim, de verdade. Eu não tenho muito o que falar dos 75!! comentários e 4 recomendações, a única palavra existe é obrigada, de verdade, vocês não são incríveis, são sensacionais. E um obrigada mais do que especial para a RebecaHarumi, que está nos acompanhando desde o primeiro dia com essa fic e continua fielmente a cada capítulo, tendo nos dado um recomendação linda de fofa no último postado.
Só dois pequenos avisos ok? O primeiro é que esse é um capítulo bônus, então o capítulo oficial da semana será postado mais tarde, no mais tardar amanhã. E o segundo eu falo lá embaixo pra não estragar a surpresa.
É isso, enjoy! ~Lia. G



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Não vou negar que eu não sentia saudades de Teresa. Eu andava cabisbaixo pela casa e nem meus pais, meus irmãos e primos conseguiam me animar.

Era estranho sentir aquilo. A falta esmagadora de uma pessoa, mesmo se comunicando por cartas. Na segunda semana de férias, meus pais não aguentaram a minha cara de cachorro sem dono e me mandaram - junto com a bagagem que eu carinhosamente chamava de irmãos - para A Toca, pois assim eu teria a companhia de todos os meus primos.

Juro que eu tentei ser o pentelho que eu sempre fui. Mas ia demorar um pouco para voltar ao normal. Eu ia voltar ao normal.

No segundo dia n'A Toca, eu desci as escadas e ouvi um som familiar na televisão e corri até a sala, só para ver Fred e Dominique sentados vendo Smallville.

— O que estão fazendo? — perguntei, cruzando os braços.

— Vendo a série que você e a Lisa não quiseram compartilhar - respondeu Fred. — Quer assistir com a gente?

— Embora Lisa não esteja aqui e não tenha dado nenhum aviso de que sumiria, isso seria traição. — falei e eles riram. — Não vou assistir. Cadê Albus e Rose?

— Não fazemos ideia. Isso daqui é viciante. — disse Dominique.

Revirei os olhos, saindo dali antes que eu mudasse de ideia e sentasse ali para assistir com eles. Até seria uma distração, mas não seria justo com Lisa - mesmo que ela não tenha sido justa com a gente e ido para o Brasil na primeira oportunidade. Não que eu estivesse reclamando. Eu havia conhecido Teresa e foi o melhor presente que Lisa poderia ter me dado. Mesmo sem intenção.

Mas, antes que eu fosse no quintal, Rose surgiu. Eu não saberia dizer se ela estava chorando, mas abriu um largo sorriso ao me ver.

— Jamie! — Saudou contente, pendurando-se em meu pescoço e eu ri, abraçando-a de volta.

— Rosie. — Cumprimentei e ela riu. — Como está?

— Eu tô... — Ela suspirou. — Bem. — Concluiu forçando um sorriso e eu a observei. — Mas e você?

— Ah... — cocei a nuca. — Você sabe... não estou acostumado com essa coisa de saudades mas vou sobreviver. — Ela concordou.

— James... — Chamou e eu continuei a encará-la. — Essa coisa... essa ida da Lisa para o Brasil, foi algo bom, não foi?

— Han… Eu não sei. Quero dizer, sim. Acho que sim. Graças a ida dela Teresa veio para cá certo? Então sim, foi uma coisa boa. — Comentei e percebi que ela pareceu respirar aliviada. — Por que a pergunta?

— Porque ela está se sentindo culpada e quer acreditar que fez algo de bom. — Albus surgiu do lado, encarando Rose que o fuzilou.

— Do que você está falando? — Perguntei franzindo o cenho para meu irmão.

— Eu tive uma ideia! — Concluiu contente. — Por que não brincamos de verdade ou desafio? — Sugeriu.

— Severus não! — Rose interveio e eu observei os dois, ligeiramente interessado e observei Alb lançar um sorriso quase malicioso para a ruiva.

— Quem quer jogar verdade ou desafio? — O sapo gritou, entrando na casa.

Era engraçado ver meus primos se reunindo. Era como desgnomizar o jardim, cada hora aparecia um de um buraco diferente. Dominique e Fred optaram por deixar a série para mais tarde e Tivemos de afastar a maioria dos móveis para podermos formar um círculo completo. Eu segurava a garrafa nas mãos e, quando todos estavam confortáveis, eu a coloquei no meio do círculo.

— Cadê a Rose? — Perguntei percebendo que ela não estava ali.

— Eu não vou participar dessa palhaçada. — Ouvi sua voz da cozinha e suspirei. — Vamos lá Rosie, é só um joguinho inocente. Pro seu priminho. — Pedi com a voz manhosa.

— É Rose, o que você tem a esconder? — Albus perguntou e ela chegou na sala.

— Só porquê o Albus pediu. — Rosnou, sentando-se do meu lado e eu sorri.

— Ei, Ted. Tem como enfeitiçar? Mas sem roubar. — Pedi e ele riu, balançando a cabeça, como se não acreditasse que estava fazendo aquilo com um bando de crianças. — Podem sair, se quiserem. — falei para os mais velhos.

— E perder os segredinhos de vocês? — Victoire se pronunciou. — Ouvi dizer que o senhor parte corações.

— E que é envenenado também. — acrecentou Molly, ajeitando os óculos, mas sorrindo.

— Meu apelido deveria ser Garoto Envenenado. — revirei os olhos. — Mas ok. Vamos jogar. O bico da garrafa é para quem faz a pergunta.

Ted enfetiçou a garrafa e ela girou, com o bico virado para Victoire e com a parte de trás da garrafa para Fred. Lá vinha merda.

— Verdade ou desafio? — os olhos azuis dela faiscaram.

— Verdade. — Respondeu Fred meio trêmulo.

— Desde quando você e Dominique vêm... namorando?

— O... — ele olhou para Dominique. — Desde o primeiro ano.

Victoire e Ted trocaram olhares, surpresos.

— Gira a garrafa, Ted. — pediu Victoire meio entorpecida. Ele assim o fez e a garrafa parou. Roxanne perguntava para Albus. Isso seria interessante.

— Verdade ou desafio?

— Verdade - respondeu meu irmão.

— Ouvi boatos... qual o nome da garota mais velha que você já saiu?

Albus olhou para mim, Fred e Dominique. Agora até eu queria saber quem era.

— Hã... foi a... Lisa. — respondeu e ficamos em silêncio. Eu, Fred e Dominique olhamos para ele, surpresos, e depois caímos na gargalhada.

— Lisa?! — eu ri mais ainda e ela revirou os olhos, cruzando os braços.

— Olha, ela me ajudou com uma garota que eu havia beijado pela primeira vez. — Justificou ele. — E, sim, ela beija bem. Agora, gira isso, Ted.

— E eu pensando que você era santo... — comentei e ele me ignorou, bem na hora em que a garrafa parava com o bico para mim e o outro extremo para Dominique.

— Verdade ou desafio? — Perguntei sorrindo maliciosamente.

— Vocês são tão covardes! Desafio, é claro! — Exclamou parecendo absurdamente excitada.

— Eu te desafio… a ser Fleur Delacour pelas cinco rodadas seguintes. — Sorri e vi seus olhos pegarem fogo.

— Vous está me desafiande James? — A ruiva perguntou arqueando teatralmente uma sobrancelha e todos gargalharam.

— Nananão! Maman não faria assim! — Victoire corrigiu ainda rindo e Louis concordou.

— Victoire Bell! Vous está dizende que eu nam sei agir como nossa maman? Nam me decepcione como Dominique faz! E porrque está rrinde Louis? Quante ingratidão! Carreguei nove meses na barriga cada um dos trois, fiquei gorde como um balon e é assim que me recompensam? — Seus olhos tinham lágrimas e alguns até mesmo bateram palmas. Sabia que ela desejava fazer uma reverência, mas Fleur Delacour não faria isso.

— Gira de novo Teddy! — Molly pediu, parecendo gostar da brincadeira.

A garrafa girou por longos segundos e então caiu com o bico virado para Lucy e o verso para mim. Dá pra acreditar que Lucy tinha um sorriso malicioso?!

— Verdade ou Desafio? — Perguntou empolgada.

— Eu sou um livro aberto. Desafio. — Sorri.

— Eu desafio você a ligar para cada uma das garotas com quem já ficou - e descartou- e pedir desculpas. — Concluiu sorrindo e meu queixo caiu.

— Eu nem lembro o telefone de todas!

— Então escreva.

— Eu não lembro o nome da maioria! — Confessei e ela riu.

— Das que lembra. — Deu de ombros. — Quero no mínimo setenta cartas. — Afirmou e eu abri a boca para protestar. — Eu sei que o número é maior. Vai amarelar James?

— Você é um.. monstrinho! — Acusei e ela riu, piscando os olhos repetidas vezes e encostando a bochecha no ombro. — Cadê o pergaminho? — Pedi e Hugo não demorou até me entregar um rolo suficientemente grande para a tarefa, com pena e nanquin.

— Ok, ele pode fazer isso depois Lucy. — Teddy falou. — Vai passar a noite toda fazendo isso, e nem tem tantas corujas. Você pode monitorá-lo depois. — Disse e todos concordaram.

— Você não vai escapar Potter. — Lucy avisou e eu ri, observando a garrafa girar e parar com o bico para Albus e a parte de trás para Rose.

— Só pode ser brincadeira. — Ela resmungou e Alb sorriu.

— Verdade ou Desafio.

— Desafio. — O sorriso de Severus se alargou.

— Eu desafio você a contar o que você fez para nossos primos. — Rose mordeu os lábios, balançando a cabeça em negativa e suspirando.

— Tinha esse cara… Jeremy Corner… e, bem, eu gostava dele… bastante. Ele é legal, inteligente e… enfim. Eu gostava dele e, no terceiro ano nós… meio que ficamos.

— Vocês o quê? — Hugo gritou e Lily tapou a boca dele com a mão, Rose esfregou uma mão na outra, visivelmente nervosa.

— Nós.. ah. Nós continuamos fazendo isso por um tempo, ele dizia que gostava de mim e eu também gostava dele mas não contávamos para ninguém porque, bem, por causa do Hugo. — Acusou e respirou fundo, passando as mãos pelo cabelo. — Ele… dá pra vocês ouvirem? Você não vai socá-lo até ele virar uma poça de sangue. — Rosnou para o irmão.

— Depende muito de como essa história vai terminar. — Avisou.

— Bem, continuando. Nós meio que gostávamos um do outro mas aí, em um dia qualquer, ele tava estranho, eu percebi isso e quando eu perguntei o que tinha acontecido… Ele disse que havia ficado com Lisa. — Disse em um suspiro e então ficou calada.

— Han… ok. Então você ficou com um cara, é isso? — Perguntei.

— Rose. — Albus disse e ela suspirou de novo.

— Eu estava com raiva, fiquei com raiva de Jeremy na época e estava com ainda mais raiva de Lisa por isso. Eu sabia que ela gostava do Scorpius e… no acampamento… eu apostei que ele não teria coragem de ficar com Lisa. — Confessou e eu fiquei estático por um momento.

Era difícil acreditar que a Rose, minha Rosie, era capaz daquilo.

— Ele se negou a fazer no começo. Disse que jamais faria isso com uma garota mas.. — Ela fungou, agora lágrimas escorriam por suas bochechas. — Mas eu o cutuquei, o provoquei, chamei-o de covarde e… ele acabou cedendo. — Ela abaixou a cabeça, ciente dos olhares sobre ela.

— Você fez o quê? — Dominique perguntou lentamente, estupefata.

— Instiguei Scorpius a ficar com Lisa mesmo sem gostar dela. E depois joguei isso em sua cara. — Terminou e enxugou o rosto que estava escondido pelos cabelos.

— Não... — Comentei negando com a cabeça. — Você não faria uma coisa dessas, você e... a Rose!

— Mas eu fiz! — Gritou encarando-me com lágrimas nos olhos. — Eu sinto muito James, mas todas as garotas tem um pouco de Clarisse dentro de si. — Disse, levantando-se em seguida e correndo escadas acima, me deixando sem reação alguma.

— Eu vou falar com ela. — Victoire anunciou após alguns segundos de silêncio.

— Não vá! Ela não merece compaixão. — Dominique adiantou antes que a irmã saísse da sala.

— Não fale como se nunca tivesse cometido um erro na vida, Mini. — Avisou, sumindo nas escadas.

Eu olhei para Dominique e Fred, tentando digerir o que Rose acabara de confessar. Depois, meu olhar caiu sobre Albus, que olhava para as escadas sem interesse. Fui até o meu irmão.

— Como soube?

— Eu a ouvi dizer para a melhor amiga dela ano passado. Sei que ela errou. — ele suspirou, tirando um fio da almofada que segurava. — Mas eu disse a ela que era errado e que deveria contar à Dominique, já que ela ficou quase o ano o ano todo desesperada atrás de Lisa e que se ela não contasse eu daria um jeito de fazer isso.

— Rose está arrependida. — Observei.

— Agora. Antes ela estava bem contente com o sumiço da garota. — respondeu ele. — Quando viu que não era bem assim, ficou chorando pelos cantos. Vai me dizer que não está com raiva?

Parei para pensar sobre o que eu sentia. Agora eu entendia o porquê daquelas perguntas sobre a Teresa.

— Não sei. Por enquanto estou surpreso. — respondi e Albus ergueu uma das sobrancelhas. — Ok, pode ser que eu esteja com um pouco de raiva. Mas isso passa.

— E a raiva sobre Scorpius?

— Eu já esqueci da raiva, mas ainda não gosto dele. Agora eu realmente tenho motivos para saber que ele não é realmente confiável.

— Então vai ficar contente em saber que ela vai sair com ele — Albus me olhou e eu parei. — É isso aí. — Ele concordou apenas em ver meu olhar. Albus e eu sempre fomos assim; havia coisas que apenas nosso olhar dizia e o outro entendia.

— Ela não vai sair com ele. Ela não gosta do tal de Corner?

— Não desde que ele ficou com Lisa, isso a chateou um pouco e... bem, acho que a culpa uniu os dois mais do que antigamente. — Albua bufou. — E eu pensando que ele era meu amigo... vou dormir, que é melhor.

— Boa noite. — falei, sem olhá-lo.

— Boa noite, Garoto Veneno. — ele deu uma risadinha e foi embora.

Depois daquilo cada um voltou para seu canto ou foi dormir. Eu continuei na sala e nem mesmo tentei fechar os olhos.

Era muita informação pra absorver e, uma vez de férias, minha cabeça não estava as digerindo com muita facilidade.

Devia ser madrugada e já há algumas horas a casa estava em silêncio quando ouvi passos descerem as escadas, mas não me interessei muito em saber quem era até a pessoa sentar do meu lado e começar a fazer cafuné na minha cabeça.

Esse era o problema de Victoire. Ela era igual minha mãe, nenhuma das duas acreditava que eu não era mais um garotinho. Mas eu bem que gostava dos mimos.

— Senti o cheiro de fumaça lá de cima. — Sussurrou com um sorriso. — No que está pensando?

— Rá rá. — Resmunguei em resposta a brincadeira e ela riu. — Nem eu sei, muita informação. — Conclui e ela concordou.

— Sabe... ela está arrependida. — Comentou e eu suspirei.

— Eu sei que está mas é que... é difícil acreditar que ela fez isso.

— Você está bravo não é?

— Eu não queria, mas é que algo que eu não gostaria de ver ninguém fazendo. O fato de ter sido Rose piora um pouco as coisas.

— É claro que você está com raiva. — Concluiu, enrolando uma mecha de cabelo em seus dedos. — Afinal, você é filho de Ginny Weasley. — Pontuou e eu esperei que ela desse uma moral para a história. — Desde que era um neném você é ensinado como deve tratar as mulheres. — Explicou e eu concordei.

— Pelo meu pai também. — Acrescentei e ela riu, assentindo.

— Só... dê um tempo para Rose. Não fique muito tempo com raiva, todo mundo comete erros e pelo menos ela não envenenou ninguém. — Brincou e então fez cócegas em mim.

— Victoire! — Protestei e ela riu, voltado a acariciar meu cabelo. — Tem outra coisa... — Comentei e percebi que ela me ouvia. — Albus disse que ela irá sair com o Scorpius…

— O Scorpius? — Perguntou e eu confirmei. — Cabelos loiros, vestes de primeira mão..?

— Yeap.

— Mas ele é um Malfoy! — Concluiu um pouco alto demais.

— Vic, pelas coordenadas que você deu, você também seria uma. — Comentei sorrindo.

— Não muda de assunto. — Mandou. — Ela não pode. Tudo bem que só fiquei um ano em Hogwarts com aqueles dois mas deu pra ver que são duas cobrinhas. Talvez Scorpius não seja tanto quanto a irmã, mas ainda assim. — Tagarelou e eu concordei veemente com tudo que ela falava.

— Tenho certeza que foi a má influência deles que fez isso com Rose. — Adicionei e ela pareceu pensar na possibilidade.

— Você não vai deixar esse encontro acontecer, certo? — Perguntou e eu sorri.

— Nem que seja a última coisa que eu faça.

— Meu garoto. — Concluiu contente. — Veja bem, eu acho que ela tem o direito de sair com quem quer, mas isso é humilhação para nossa família. — Justificou.

— Totalmente. — Apoiei e ela suspirou.

— Vamos dormir. — Chamou e eu ri.

— Daqui a pouco eu vou. — Prometi e ela aceitou, voltando a subir nas escadas e me deixando só com meus pensamentos.

No momento eu só sabia de uma coisa. Precisava desintoxicar Rose do veneno dos Malfoy.

(...)

Na manhã seguinte eu acordei, ok, talvez eu tenha acordado depois do almoço, mas o importante é que quando acordei eu tinha meio plano traçado para proteger minha rosinha das presas daqueles escorpião.

E para isso eu precisaria da ajuda do único homem ruivo da minha geração.

— Hey, Hugs. — chamei, enquanto Lily ria, apoiada em seu ombro.

— Jay! — disse meu primo, acenando. — O que quer?

Pus a mão no meu coração, fingindo estar ofendido.

— Não posso vir falar com o meu priminho favorito sem que pense que eu quero algo? — balancei a cabeça, fingindo estar decepcionado.

— Fale o que quer logo, Sirius. — Lily interveio e eu a olhei, estreitando os olhos.

— Está bem. — me rendi. — Quero que... me ajude a espionar a Rose. Fiquei sabendo que você é bom em espioná-la. — dei um sorriso cúmplice. — Infelizmente, eu sou péssimo.

Hugo me olhou atentamente e depois cruzou os braços, pensando. Droga, aquele garotinho era mercenário também. Claro que ele iria querer algo em troca.

— E o que eu ganho com isso? — não disse?!

— Ver Rose longe dos Malfoy. — sugeri e Hugo ergueu uma das sobrancelhas. — Ah, vai me dizer que gosta deles?

Hugo descruzou os braços, surpreso. Opa, ponto para James Potter!

— Ela quer sair com a Saphira?!

— Não, boboca. — revirei os olhos, dando um peteleco em sua orelha. — A doninha júnior! Scorpius.

— Ah. Não gosto dele também, então farei isso de graça para você. — respondeu Hugo, concordando com a cabeça. — O que quer saber? — Eu sorri.

— Tudo o que conseguir obter. Onde eles vão, quando ele manda cartas para ela... essas coisas.

— Fechado. Me dê... três dias e eu consigo tudo isso para você. — assentiu Hugo e eu já podia ouvir as engrenagens da cabeça dele funcionarem. Ele era tão inteligente quanto Rose. Mas ele usava a inteligência dele para a marotagem. E eu não podia estar mais orgulhoso do meu pimpolho. Hugo nem precisava de um mestre!

— Ótimo, priminho! — bati palmas.

— Lily pode participar? Ela é menina e Rose a adora... fica mais fácil. — disse ele, dando de ombros.

Eu olhei para minha irmãzinha e depois para ele, ponderando.

— Toda ajuda é bem vinda. — respondi, piscando o olho para Lily. — Obrigado, queridos.
Eu já ia me afastar, quando ouvi a voz de Lily atrás de mim.

— O que vocês vão fazer? — Eu me virei e a olhei, fazendo-a bufar. — Por favor, eu sei que Domi e Fred são seus cúmplices.

— Vamos impedir que Rose cometa outro erro. Até mais, pessoal. Vou ficar esperando, hein. — Acenei e entrei em casa.

Três dias fora o prazo que Hugo pediu e exatamente três dias depois foi quando ele me abordou nos jardins d’A toca com algo que era bom demais pra ser verdade.

— Como você conseguiu isso? — Perguntei desdobrando o pergaminho fascinado com as habilidades do meu primo. Ele podia seguir carreira nisso.

— Contei um pouco com a ajuda de Lily mas o importante é que conseguimos. Leia logo, Rose é muito organizada com as coisas dela e daqui a pouco vai dar falta.

Eu deveria saber que aquilo nunca seria uma boa ideia. Eu sinto muito por isso Rose, talvez eu devesse simplesmente aceitar o título de covarde. Já teve alguma notícia da Elisabeth? Ainda estou preocupado com ela.

E você tem certeza que seus primos deixarão que nos encontremos no beco? Não quero causar mais problemas para você Rosie…

Mande-me notícias, no mais, vejo você no sábado.

S.H.M.”

— Quando ele mandou isso? — Perguntei levemente irritado por ele ter a audácia de se corresponder com ela.

— Ontem, eu acho. De qualquer maneira isso seria amanhã. — Hugo comentou pegando o pergaminho de volta.

— O que significa que eu tenho menos de 24 horas para bolas um plano suficientemente bom para estragar esse encontro. — Comentei pensativo.

— Você é James Sirius Potter. — Ele disse e eu sorri.

— Amo o jeito que vocês tem de me dizer que sou capaz.

(...)

— Você sabe que é por um bom motivo, certo? — Perguntei e ele assentiu. — É só ela se atrasar e depois revertemos. — Garanti e ele revirou os olhos.

— Anda logo com isso, James. — Resmungou e eu suspirei.

— Sinto por isso, Hugs. — Victoire disse realmente arrependida do que estava prestes a fazer e então apontou a varinha para o ruivo, azarando-o.

— Ew. — Exclamos todos ao mesmo tempo assim que a primeira lesma escorregou para fora da boca de Hugo.

— E agora? — Fred perguntou e eu suspirei, dando tapinhas nas costas do ruivo.

— Agora esperamos.

Felizmente não foi necessário esperar por muito tempo, mal havíamos assumido nossas posições na sala quando Rose desceu, e a falta de tamanho do vestido dela me deixou ligeiramente incomodado.

— Aonde é que você vai? — Domi perguntou a analisando.

— Não é da sua conta. — Rosnou em resposta. Digamos apenas que as coisas entre as duas não estavam lá muito bem.

— E para mim? Você conta? — Perguntei sorrindo e ela me olhou desgostosa.

— Por que de repente todo mundo decidiu fingir não estar com raiva de mim? — Perguntou e eu suspirei.

— Não estamos com raiva, Rosie... — Victoire começou.

— Fale por você. — A irmã interveio.

— Só estamos preocupados. — A loira concluiu ignorando o comentário da irmã.

— Isso é nojento! — O grito de Lily Luna ecoou do quarto e em um segundo ela alcançou a sala, com o rosto praticamente verde.

— O que aconteceu, Lily? —Albus perguntou e ela respirou tentando se recuperar da vontade instantânea de vomitar.

— Hugo está... ele... argh... tem lesmas saindo da boca dele. Meu estômago está embrulhado. — Lily afirmou e eu tentei não sorrir, mas estava orgulhoso da minha ruiva.

— Ah, meu Deus! — Rose exclamou, preocupada. Ponto pra equipe Weasley. — Vocês foram baixos assim? Sério mesmo? Azarar Hugo? — Perguntou desacreditada e riu.

— Do que você está falando? — Perguntei nada contente com as conclusões que ela tomava.

— Eu estou falando para que, da próxima vez que mandar Hugo roubar minha correspondência, você o mande tirar a gordura dos dedos antes e, quando for ler, não passe perfume nos punhos, o cheiro fica. — Avisou com um sorriso nada sincero e passou por todos nós até a lareira.

Antes que qualquer um pudesse dizer qualquer coisa ela encheu as mãos com pó de flu e conduziu as chamas para levarem-na ao beco diagonal.

Eu suspirei, frustrado. Victoire olhou para a lareira, vindo para perto de mim.

— O que faremos agora? — perguntou e eu dei um sorriso para minha prima mais velha.

— Vamos para o plano B. — respondi e todos que participaram do plano A me olharam.

— Que seria...? — Fred indagou, com uma das sobrancelhas erguidas. Eu olhei.

Não iria atrás dela para causar um escândalo público e nem tinha planejado isso. Por enquanto Malfoy tinha ganhado, mas eu teria minha rosinha de volta, mesmo que isso demorasse um pouco.

— Você não deveria ter perguntado isso. — Afirmei e suspirei, passando a mão no rosto e me rendendo. — Okay, eu não pensei em um plano B, achei que ela ficaria e tomaria conta de Hugo. Alguém tem alguma ideia? — Perguntei e todos ficaram calados por um tempo.

— Bem… Acho que teremos que apelar para o orgulho que ela tem no sobrenome que carrega. — Victoire sugeriu e eu demorei um tempo para entender o que ela dizia, concordando e sendo o único a permanecer na sala com a loira.

Não teve muita conversa nas horas seguintes, eu podia ouvir as engrenagens na cabeça de Vic trabalhando e decidindo o que ela deveria dizer para Rose de uma maneira que não a magoasse. Depois de cerca de três horas a lareira voltou a se encher com chamas verdes e o sorriso que a ruiva carregava se foi assim que nos viu.

— Posso falar com você? — Victoire pediu assim que ela passou direto e Rose parou, virando-se para ela.

— Ele tem que assistir? — Perguntou sem ter o interesse de disfarçar que apontava para mim.

— Não vai fazer diferença. É rápido. — Prometeu e então a ruiva suspirou, cruzando os braços em um ato que indicava que ela estava prestando atenção.

— Eu não quero me intrometer na sua vida amorosa Rosie, acho que você tem o direito de sair com quem quiser mas é que…

— É que? — Apressou.

— Ele é um Malfoy. — Disse erguendo os ombros. — Você conhece a história ruiva. Você sabe o que eles fizeram nossos pais passarem, os seus principalmente.

— Scorpius é diferente! — Defendeu e Victoire suspirou.

— Eu espero que seja. — Disse sincera. — E espero que você saiba exatamente no que está se metendo, porque depois não vai ter mais volta. — Avisou e ficou a encarando por mais alguns segundos, como se elas estivessem conversando pelo olhar, e então deixou a sala.

Rose bufou e se jogou no sofá, visivelmente irritada com a conversa verbal e não-verbal das duas e eu suspirei.

— Rosie. — Chamei e ela me encarou sem vontade. — Eu posso até estar bravo com você agora mas isso não significa que eu quero seu mal. Você vai ser sempre a minha Rosinha, afinal. Eu não confio no Malfoy ok? Nunca confiei. Mas é como Vic disse, pense bem no que está prestes a fazer. — Disse, balançando a cabeça e então segui Victoire escadas acima, torcendo para que aquilo fosse o suficiente.

Mas deveria imaginar que não seria.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso.
O segundo aviso seria que talvez algumas de vocês não gostem tanto desse capítulo assim. Minhas sinceras desculpas a Nathyy, não foi dessa vez que aconteceu JaRose :c Mas é porque realmente não planejamos isso e não conseguimos pensar em uma maneira de encaixar na história.
E as amantes da Lisa... não me matem! Foi um mal necessário para o James descobrisse que o amor não é tão ruim quanto Ruby fez parecer ser.
E agora eu vou responder seus comentários HSAOHS Espero que tenham gostado e comentem! Nos vemos mais em breve do que imaginam :3 ~Lia G.