Lei de Ação e Reação escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 3
Velha Inimiga


Notas iniciais do capítulo

Olá florzinhas. Vamos a mais um capítulo. O próximo já vamos ter um vislumbre de uma reencarnação passada dos personagens. Muito obrigada pelos reviews que tenho recebido e LEMBREM-SE DE SEMPRE LER AS NOTAS DO CAPÍTULO, POIS CONTERÃO INFORMAÇÕES IMPORTANTES PARA FANFIC, PRINCIPALMENTE OS CAPÍTULOS DAS REENCARNAÇÕES PASSADAS POIS CONTERÃO A RELAÇÃO DE NOMES DOS PERSONAGENS, DO PRESENTE COM O PASSADO.



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“O Espírito renasce frequentemente no mesmo meio em que viveu,

e se encontra em relação com as mesmas pessoas,

a fim de reparar o mal que lhes tenha feito.”

(O Evangelho Segundo o Espiritismo).

Jasper sabia o que iria ocorrer com Isabella momentos antes de se concretizar. Naquele momento, no entanto, tinha Edward como prioridade; não poderia deixar o rapaz. Se permitisse que ele visse o que estava para acontecer, as chances de que ele ficasse em desequilíbrio – fruto do ódio que sentiria ao ver o que Tanya estava aprontando – eram grandes, podendo até mesmo não acordar do coma tão cedo.

Então Jasper precisou agir depressa. Saiu logo dali com Edward e no mesmo momento seu posto foi substituído por Carmem, mãe de Isabella em algumas encarnações passadas.

Foi Carmem quem despertou a atenção do enfermeiro que estava ali perto, o que possibilitou à Isabella receber socorro imediato.

— John, eu preciso de sua atenção. Olhe em volta, uma jovem precisa de sua ajuda. — Carmem sussurrou aos ouvidos do enfermeiro.

John, que estava distraído olhando o celular, subitamente resolveu olhar o ambiente à sua volta. No mesmo instante viu quando uma jovem parecia a ponto de desfalecer. Correu em sua direção, mas não foi rápido o suficiente; Isabella bateu a cabeça no chão, o que lhe renderia um enorme roxo em sua testa.

Chamou por alguns colegas que estavam ali perto, colocaram Isabella em uma maca e a encaminharam a um quarto para que fosse examinada. Enquanto ela recebia os primeiros atendimentos, o enfermeiro John pegou a identidade e o celular que havia dentro de sua bolsa e usou o aparelho para ligar para um dos números de emergência que estava salvo em seus contatos. Realizou três tentativas com três diferentes números, no entanto foi apenas na quarta vez que alguém atendeu ao telefone.

Alô? — a voz sonolenta de uma moça jovem soou do outro lado da linha.

— Bom dia. Gostaria de falar com algum parente de Isabella Cullen. — falou olhando para os dados na identidade.

Sou Alice Cullen, cunhada dela. Quem fala?

— Aqui é John Carter, sou enfermeiro. Sua cunhada acabou de ter um desmaio.

Ela está bem? — falou Alice um tanto indiferente.

— Bateu com a cabeça no chão, no entanto não sabemos se isso a afetou de algum modo. Ela está recebendo atendimento no momento, a senhorita poderia vir ao nosso hospital fazer companhia para ela?

Por que eu preciso ir aí? Não foi só um desmaio?

— Sim, mas mesmo que não tenha ocorrido nada de mais e ela só fique com um roxo na testa, quando acordar ela terá muita dor de cabeça e provavelmente sentirá um pouco de tontura. Em meio a seus pertences vi que há a chave de um carro; ela não poderá dirigir por algumas horas, precisará de ajuda para ir para casa.

Bom, sempre se pode pegar um taxi, não é verdade? — respondeu a jovem de forma irônica, o que surpreendeu o enfermeiro.

— Bom, se a senhorita não puder vir pode, por favor, tentar entrar em contato com o marido dela? Não consegui falar com ele, talvez...

Meu irmão está em coma. Agora, se não se importa, vou voltar a dormir. Ligue para outra pessoa ou chame um taxi para ela.

O enfermeiro não teve tempo para responder. Alice desligara o telefone e ele sentiu pena de Isabella por seu marido estar em coma e ter uma cunhada tão egoísta. Suspirou frustrado e resolveu tentar o último número de emergência. Dessa vez foi a voz de um homem jovem que ele ouviu.

Alô, Bella? — perguntou o rapaz soando preocupado.

— Desculpe, mas aqui é o enfermeiro John Carter. Você é parente de Isabella Cullen?

Sim, sou Emmett, o cunhado dela. O que houve? Por que você está me ligando? Onde está Isabella?“bom, esse parece se importar”, pensou o enfermeiro com alivio.

— Fique calmo. A sua cunhada desmaiou e bateu com a cabeça no chão. Ela está recebendo atendimento agora, mas precisará de alguém que a leve para casa quando acordar. Não poderá dirigir, provavelmente estará tonta.

Deus! Provavelmente foi por causa de meu irmão. Ele sofreu um acidente na noite passada, está em coma, e ela está muita abalada emocionalmente. Estou indo para aí, qual o quarto? — o enfermeiro passou todas as informações requisitadas pelo jovem e desligou o celular se sentindo aliviado.

Se aproximou de uma enfermeira que terminava de fazer anotações em uma planilha e lhe perguntou se Isabella estava bem.

— Está sim, não foi nada de mais. No entanto, a batida na cabeça foi bem forte, ela vai acordar com uma baita dor de cabeça e ficará tonta por algumas horas. — a enfermeira loira respondeu sem olhá-lo.

— Foi o que pensei. — a enfermeira deu de ombros para a afirmação de John e saiu, deixando-o sozinho no quarto.

Enquanto isso, no plano espiritual, Isabella berrava descontrolada, consumida pelo ódio.

— MALDITO! Maldito! Ele fez de novo! – ela vociferava cada vez mais alto. Não demorou muito e espíritos inferiores¹ começaram a se aproximar dela.

Ele te enganou. Mentiu. Traiu você. Mentiroso. Tem que se vingar. — eles sussurravam para ela e se aproximavam cada vez mais.

— Tenha calma, Isabella. Vai confiar na palavra de uma desconhecida e não na fidelidade de seu marido que conhece há anos? – Carmem falou se aproximando. A luz que ela emitia espantou as entidades negras, mas não as mandou embora. Carmem bem sabia que elas estavam afastadas, mas à espreita.

— Mas ele já fez isso antes! E é ela, sempre ela! — a mente de Isabella estava consumida por lembranças desagradáveis de outras encarnações.

— Sim, seu marido errou com você, Isabella, mas isso foi há muitos séculos. Você não percebeu o quanto ele mudou? Achei que o tivesse perdoado.

— Eu perdoei! Mas ele disse que não faria de novo! Ele jurou! — ela falava em meio às lágrimas.

— Então você não o perdoou realmente, já que tão facilmente acreditou que ele a traíra. — Isabella ficou muda, sabia que Carmem tinha razão. — Se acalme Isabella, se continuar assim irá atrair companhia indesejáveis. Você sabe disso.

Sim, ela sabia. Em sua mente vinha algumas lembranças dos estudos que realizou em colônias espirituais. Ela sabia que se seu padrão vibratório — sua energia — fosse negativo, iria atrair companhias indesejáveis com o mesmo padrão vibratório.

— Agora descanse. Emmett está vindo e irá te levar para casa.

— Nós já nos conhecemos, não é? Você foi minha mãe. — Isabella disse sorrindo e sentiu seu coração ser preenchido por amor quando observou mais atentamente aquela mulher alta de longos cabelos negros.

— Sim querida, há muito tempo. — Carmem falou lhe dando um sorriso terno.

— Onde está Jasper? Não é ele quem cuida de mim?

— Sim, mas no momento ele está cumprindo uma missão e precisa se dedicar a Edward. Estarei substituindo seu posto enquanto isso. — Isabella assentiu e foi em direção ao seu corpo.

— Vai mesmo cuidar de mim? — perguntou insegura.

— Sempre.

Isabella despertou no segundo seguinte. Sentia sua cabeça latejando, uma dor do lado esquerdo de sua testa parecia aumentar a cada segundo. Olhou em volta e viu que estava em um quarto simples de hospital, deitada em uma maca. Não se lembrava de como fora parar lá.

— Isabella! Ainda bem que está acordada. — seu cunhado falou entrando afobado no quarto.

— Emmett? O que aconteceu?

— Bom, o que eu sei é que você desmaiou e bateu com a cabeça no chão. Os enfermeiros te socorreram e trouxeram para esse quarto.

— Eu desmaiei? Mas por que... — então sua mente foi consumida com imagens de uma loira alta, com gélidos olhos azuis. — Ah! — Isabella exclamou de dor, levando uma das mãos à sua testa. Sua cabeça estava doendo dez vezes mais agora.

— O que houve? Você está bem? — Emmett se aproximou preocupado.

— Ela disse que é amante dele! Aquela maldita! — ela vociferou em meio às lágrimas. — Minha cabeça dói tanto!

— Tudo bem, fique aqui. Vou chamar alguém para lhe receitar um remédio.

Dito isso, Emmett saiu às pressas do quarto e retornou minutos depois na companhia do enfermeiro John Carter. O enfermeiro optou por lhe aplicar na veia um remédio para dor.

— Assim vai fazer efeito mais rápido. — ele explicou para a jovem. — Pronto. Agora fique de repouso por alguns instantes e aguarde o remédio fazer efeito. Volto em meia hora com sua alta e você poderá ir para casa com seu cunhado. — o enfermeiro disse e lhe deu um sorriso antes de se retirar do quarto, deixando Emmett e Isabella a sós.

— Agora que estamos sozinhos, me explique que amante é essa da qual você estava falando.

Isabella narrou todo o acontecido para seu cunhado, que estava cada vez mais embasbacado com a narrativa.

— Tânia? Amante de Edward? Mas Edward a odeia! — ele exclamou confuso.

— Não foi o que ela me disse. — Isabella falou ressentida.

Neste momento Carmem sussurrava aos seus ouvidos para confiar em seu marido, porém a revolta e a raiva de Isabella eram tão grandes que ela não lhe deu ouvidos. Espíritos inferiores usando vestes negras se aproximaram ao verem que Carmem não conseguia alcançar sua protegida.

Alguns riam descontroladamente — se divertindo com a situação em que Isabella se encontrava —, outros faziam barulhos grotescos, mas todos estavam sob o comando de uma entidade que os controlava. Seu nome era Jacob. Suas vestes eram tão negras quanto seus olhos e cabelos, nos lábios ele trazia um sorriso diabólico.

— Finalmente está me dando a brecha de que eu precisava, Angelita! Não vai escapar de mim dessa vez. — dito isso ele se virou para o seu séquito de espíritos atrasados e comandou: — Quero que a atormentem noite e dia. Essa idiota acha que vai evoluir², mas eu quero que garantam que ela falhe! Vingança é seu ponto fraco, incitem-na a cometer esse erro.

As entidades negras gargalharam em reposta e começaram a agir; se aproximaram de Isabella e logo começaram a sussurrar em seus ouvidos: “Ele mentiu para você, enganou todos esses anos, sabe-se lá há quanto tempo está com ela. Agiu pelas suas costas. Vingue-se. Vingue-se deles. Eles merecerem! Eles merecem!”.

— Não acredito que ele me enganou todos esses anos. Sabe-se lá há quanto tempo ele está com ela! — Isabella repetiu com facilidade as palavras que lhe eram sussurradas. Sua energia estava em sintonia com a energia das entidades que a rodeavam.

— Não acredito nisso, Bella. É verdade que Tânia sempre correu atrás de Edward, mas ele nunca lhe deu chance. Edward nunca gostou dela, sempre achou dissimulada e mentirosa. Não acho que isso seja verdade.

“Ele é homem e irmão daquele bastardo. O está protegendo. Ele está te enganando, não o escute”, continuavam sussurrando as entidades.

— Você diz isso porque ele é seu irmão e porque vocês, homens, têm a ridícula mania de se protegerem. — Isabella falou cada vez mais alterada.

— Não Bella, eu conheço meu irmão e conheço Tânia. Ela sempre gostou de inventar uma boa história para ganhar atenção. Ela deve estar armando alguma coisa e você está caindo. Meu irmão nunca te traiu Bella, você sabe o quanto ele é integro.

— Eu achava que sabia. — Emmett suspirou frustrado e, sob a influência de Carmem, resolveu argumentar mais uma vez.

— Isabella, você convive há mais de vinte anos com o meu irmão, o conhece bem e sabe o quanto ele a ama; ele sempre fez questão de demonstrar isso. Vai mesmo deixar que uma desconhecida se intrometa na vida de vocês e acabe com tudo o que vocês tinham? Não dê créditos a ela, dê créditos ao meu irmão, seu marido e o homem da sua vida.

Isabella ficou calada, mas em seu interior aquelas palavras a atormentavam. Sabia que Emmett estava com razão e começou a sentir um pouco de remorso por pensar mal do marido com tanta facilidade. Decidiu não duvidar do caráter dele e não dar ouvidos à vagabunda loira.

Jacob rugiu nervoso ao seu lado, tinham começado tão bem, mas agora estavam perdendo o controle da situação. E, para piorar, tinha aquele espírito de luz que não deixava de rondar e proteger seu desafeto de vidas passadas. Não, não poderia perder o controle dela assim, tinha que fazer com que ela voltasse a dar ouvidos a ele e ao seu séquito, e já sabia como iria fazer isso.

Ele saiu do quarto onde estava Isabella e foi à procura de Tânia. Ela ainda estava no quarto onde estava Edward, olhava-o com raiva ao mesmo tempo em que sustentava um sorriso sádico nos lábios.

— Espero que você nunca acorde. Você merece pagar por sempre ter me rejeitado. — ela disse enquanto se aproximava do corpo de Edward. — Mas se isso não acontecer, não tem problema; quando acordar vai encontrar seu precioso casamento destruído.

Jacob gostou do que ouviu e mais ainda do que viu. Tânia estava cercada por dezenas de espíritos atrasados que se dividiam entre obsessores³ e simpatizantes4, todos decididos a fazer com que ela fracassasse em sua missão nessa encarnação e não evoluísse. O espírito protetor da jovem loira estava afastado, olhava a cena com um semblante triste e com lágrimas nos olhos. Sua protegida não mais o escutava; estava tão ligada àquelas entidades sombrias que ele não conseguia nem mesmo se aproximar mais. Ele abaixou a cabeça e fez uma prece, pedia a Deus que o ajudasse a alcançar sua protegida antes que fosse tarde demais.

Uma gargalhada preencheu o ambiente e as entidades que estavam com Tânia olharam em volta para tentar achar quem estava rindo tanto.

— Está rindo de nós? Ousa rir de nós? — uma das entidades disse se aproximando de Jacob ao perceber que era ele quem ria.

— Não rio de vocês, mas sim dessa idiota. Tenho planos para ela e com a ajuda de vocês vai ser fácil convencê-la a executá-los.

— Quem pensa que é? Ela é nossa! Ela faz o que nós mandamos!

— Por isso mesmo quero a ajuda de vocês. Garanto que não vão se arrepender, vão gostar do resultado, ela vai se afundar ainda mais. — a entidade olhou Jacob com desconfiança, mas resolveu arriscar e ver o que ele pretendia.

— Tudo bem. O que você quer?

— A inimiga dela de séculos está a poucos metros daqui. Era suposto que as duas se entendessem nessa vida, e isso pode ocorrer se não agirmos rápido. Incitem-na a provocar a discórdia entre as duas e a aumentar o ódio que sentem uma da outra. Façam isso e vai ser mais um passo que ela dará para a sua ruína.

Os olhos da entidade brilharam com a ideia. Como não tinha pensado nisso antes? A sua resposta para Jacob foi uma alta gargalhada e logo depois ele já estava do lado dela, sussurrando palavras de ódio contra Isabella. Não demorou muito e as outras entidades atrasadas que o acompanhavam começaram a fazer o mesmo.

Maldita, vadia. A culpa é dela. Ele não a quis por culpa dela. Sempre ela. Ela é mais bonita, você não é bonita o bastante para ele. Alta demais, magra demais, não serve! Ela é bonita, ela tem o amor dele, você não! Nunca te quis, a culpa é dela. É ela, sempre ela. Você não serve! Não serve por culpa dela!” diziam as entidades incessantemente aos ouvidos de Tânia, a atingindo em um de seus pontos mais fracos, sua baixa autoestima.

Tânia subitamente se encheu de fúria ao pensar em Isabella. A culpa de nunca ter sido feliz ao lado do homem que amava era dela. Ela merecia pagar por isso.

— Maldita, vadia! A culpa é dela! Não fosse por ela, você teria sido meu! — ela disse olhando para o jovem médico e indo em direção à porta logo em seguida.

Tânia caminhou apressada pelo corredor, procurando por Isabella, e não precisou andar muito para achá-la. Passava pela porta de um quarto quando percebeu uma voz familiar. Era Emmett! Isabella provavelmente estaria com ele. Entrou no quarto e encontrou os dois conversando descontraidamente. Aquilo aumentou ainda mais o seu ódio.

Isabella já havia se esquecido de Tânia quando reparou que a mesma estava parada na entrada do quarto, observando-a com ódio no olhar. Seu estômago se revirou ao perceber a enorme aversão que sentia contra a loira. Emmett percebeu a troca de olhares entre as duas e resolveu intervir antes que a situação ficasse constrangedora.

— Prima! Como vai? Quanto tempo, hein? — Emmett disse tentando dar o seu melhor sorriso, mas falhando.

— Sim, andei um tanto ocupada nos últimos anos. — ela disse indiferente, mas sem deixar de olhar de forma avaliadora Isabella. — Nossa, que marca horrível na sua testa. Não vai dar pra cobrir nem com maquiagem. — Tânia disse com um sorriso nos lábios.

— Sério? Que bom que isso não é da sua conta, não é mesmo? — Isabella disse sorrindo de forma cínica.

Ela é mais bonita que você. Alta demais, magra demais. Por isso ele quis a ela, não você.” Sussurravam as entidades para Tânia, incitando ainda mais sua raiva.

— Vejo que não está de bom humor. O que houve? Não consegue lidar com o fato de que não é a única que divide a cama com Edward?

— Por favor! Edward é íntegro demais para se envolver com vadias. Ainda mais uma que ele achava dissimulada e traiçoeira. — Isabella falou tentando resistir ao ódio e se agarrar ao máximo ao que Emmett havia lhe falado.

A ofensa atingiu Tânia em cheio. Era isso o que Edward falava quando a rejeitava. Dissimulada, traiçoeira, falsa. E ela nem mesmo sabia o porquê dele pensar isso dela. Se ele soubesse o quanto a magoava ao rejeitá-la tão cruelmente, talvez não tivesse falado aquelas coisas.

“Não, se não estivesse apaixonado por Isabella ele não falaria essas coisas. A culpa é dela. É dela!” insistiam as entidades aos ouvidos de Tânia.

— Você tem que ser muito iludida para acreditar nisso — resolveu insistir ela.

— E você me cheira a mulher rejeitada com dor de cotovelo. — Isabella não estava tão segura disso, mas tentava ao máximo não pensar que o marido podia ter realmente a traído.

No entanto, sua certeza frágil estava cada vez mais sendo abalada por Jacob e seu séquito que sussurravam palavras de dúvida incessantemente. Neste momento Carmem conseguiu se aproximar, os espíritos atrasados se afastaram de Isabella e Jacob ficou furioso por isso.

— Não a deixe te atingir. Termine com isso, não brigue mais. Isso só vai gerar mais discórdia, minha filha. — Carmem dizia para Isabella e sorriu quando percebeu que foi ouvida.

— Olha, não sei qual a sua intenção com tudo isso e não me interessa. Se não se importa, estou com dor de cabeça e me recuperando de um desmaio. Peço que se retire. — Isabella disse firme para Tânia, que a olhou com ódio.

— Bella tem razão, Tânia. Não sei o que te deu para inventar essas histórias e, sinceramente, não me interessa. Mas peço que se retire; Isabella precisa descansar. — Emmett disse puxando Tânia para fora do quarto e fechando a porta atrás dele. — Agora escute bem, vou dizer só uma vez. Meu irmão está em coma e não pode se defender das suas acusações, mas eu posso fazer isso por ele. Eu sei muito bem que você não tem caso nenhum com Edward; ele nunca correspondeu às suas investidas e é perdidamente apaixonado pela esposa. Seja lá o que você está tramando, fique ciente que haverá consequências, eu não deixarei barato se continuar insistindo nessa história. — Emmett falou de forma ríspida para Tânia.

— Não me importo se não acredita, é a verdade e vou provar isso. O casamento deles já era e não há nada que você possa fazer sobre isso.

Dito isso, Tânia deu meia volta e saiu andando pelo corredor da forma mais altiva que conseguiu. Quando já estava fora do hospital e dentro de seu carro ela soltou um grito de frustração. Lágrimas de raiva borravam sua maquiagem e ela amaldiçoou Isabella pelo fato. Era tudo culpa dela! Agora, mais do que nunca, ela iria dar um jeito de colocar um fim no casamento dela com Edward.

Jacob urrou de frustração. A maldita entidade de luz que protegia Isabella não a deixava nem por um segundo, e Isabella estava em um padrão vibratório que o impedia de se aproximar e ser ouvido. Inferno! Malditos sejam esses seres protetores! Sempre atrapalhavam seus planos.

— Mais cedo ou mais tarde você será minha Angelita. Eu vou esperar, eu sei ser paciente. — Jacob falou enquanto se escondia nas sombras e observava Isabella de longe.

Enquanto isso, em uma colônia espiritual ali perto, Jasper explicava a Edward a importância de ajudá-lo a relembrar de algumas de suas reencarnações.

— Eventualmente você iria recordar não só de uma, mas de todas as encarnações que você já teve. No entanto, uma vez que você está tendo dificuldades para se lembrar, vou ajudá-lo a recordar das duas encarnações que você acumulou mais débitos e que explicarão porque você está passando por essa situação. Se fôssemos esperar até que você recobrasse a memória poderia levar muito tempo, e nós não temos isso. – Jasper explicou a Edward, que assentiu.

— Tudo bem. E quando começamos? — o médico falou ansioso.

— Agora. Prepare-se para voltar à Roma Antiga e se ver na forma de Adriano, general romano bastante querido pelo imperador Nero e assassino de cristãos.


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Notas finais do capítulo

GLOSSÁRIO:

1. Espíritos Inferiores: Estamos incessantemente cercados por uma nuvem de Espíritos que, nem por serem invisíveis aos nossos olhos materiais, deixam de estar no espaço, em redor de nós, ao nosso lado, espiando os nossos atos, lendo os nossos pensamentos, uns para nos fazer bem, outros para nos fazer mal, uns Espíritos Superiores e outros Inferiores. Pela inferioridade física e moral de nosso globo na hierarquia dos mundos, os Espíritos inferiores aqui são mais numerosos que os superiores.

2. Evolução espiritual: Evolução espiritual é a elevação da consciência humana que na prática significa: aprender a equilibrar as emoções, os sentimentos, os pensamentos para que o amor, o mais elevado dos sentimentos, aflore como consequência. Consiste em melhorar nossas características inferiores.

3. Obsessão: Espíritos obsessores são seres que já morreram e são levados a obsidiar alguém, geralmente em troca de favores ou em função de uma vingança. Muitos obsessores acabam sendo comandados por grupos de espíritos na mesma situação que agem como chefes. Espíritos obsessores têm uma vibração energética baixíssima e, por isso, o obsidiado acaba se igualando em vibração com o obsessor. Isso se verifica quando as pessoas se deixam levar por tudo o que acontece à volta delas e perdem o controle do "próprio barco".

4. Espíritos Simpáticos: É uma simpatia geral determinada pela semelhança, podendo ser de pensamentos, ações ou sentimentos. Esses espíritos ao se simpatizarem com alguém podem acompanhar a pessoa e podem acabar prejudicando tanto sua evolução quanto a pessoa que estão acompanhando e às vezes se iludem achando que, na realidade, estão ajudando.

— É isso ai meninas! Espero que tenham gostado e até o próximo capítulo, nos veremos na roma antiga dessa vez em meio a perseguição dos cristãos. Beijos



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