Lei de Ação e Reação escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 2
Lei de Ação e Reação


Notas iniciais do capítulo

Olááá Meninas!
Então, é seguinte, ia postar no Natal mas como não sei se vou estar por aqui estou postando antes. Então, feliz natal adiantado meninas! Agora, muito obrigada a todas que comentaram e estão acompanhando a fic! O apoio de vocês é muito importante pra mim meninas *----*
POR FAVOR, LEMBREM-SE DE LER SEMPRE AS NOTAS DO CAPÍTULO. AS NOTAS FINAIS CONTEM O GLOSSÁRIO DO CAPITULO.

Bem meninas aproveitem a leitura e gasparzinhas por favor comentem!



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“Mas Deus vê o progresso de todas as criaturas.

Eis por que não deixa impune nenhum desvio do caminho reto.

Não há uma só falta, por mais leve que seja, uma única infração à sua lei, que não

tenha consequências forçosas e inevitáveis, mais ou menos desagradáveis.”

(O Evangelho Segundo o Espiritismo)

Jasper levou Edward para uma colônia espiritual¹ que havia ali perto. Edward ficou maravilhado com o local; era bem iluminado, os jardins eram floridos, havia um aroma suave de lavanda no ar e as pessoas ali eram todas educadas e estavam sempre sorrindo.

— Que lugar lindo! Onde estamos? É um pedaço do paraíso com certeza. — Edward falou enquanto sentava em um dos bancos do glorioso jardim.

O soldado mirou o jovem médico com seus olhos azuis brilhantes e soltou uma leve risada. Edward notou que dele emanava uma suave luz e se sentiu inferior diante da beleza e leveza daquele ser.

— Ora essa, Edward, não se sinta assim. Não sou alguém importante para que se sinta inferiorizado; ainda estou em processo de evolução e aprendizagem, como você.

— Como sabe o que eu sinto?

— Através de sua energia. Os nossos pensamento e sentimentos emitem energias que podem ser capturados pelos encarnados² mais sensíveis e por qualquer outro desencarnado². É desse modo que nós, desencarnados, sabemos o que cada um está pensando ou sentindo.

— Isso é tão confuso, não compreendo. Encarnados, desencarnados, energia... Você não está sendo claro.

— Você ainda não se recorda de tudo que aprendeu quando esteve desse lado pela última vez, mas vai se lembrar. Seu períspirito³ ainda está muito ligado à sua vida atual.

— É claro! E a que outra vida eu poderia estar ligado? — Edward falou sendo cínico.

— Às suas vidas passadas. A todas elas.

— Seja mais claro. Não entendo o que quer dizer. — Jasper assentiu e deu um profundo suspiro antes de continuar.

— Deus, em sua infinita misericórdia, permite que nosso espírito renasça em um corpo material quantas vezes forem necessárias para que possamos mudar e evoluir espiritualmente. A este feito damos o nome de reencarnação. O seu corpo material é aquele que está no hospital, em coma, e o seu corpo espiritual é este estado em que você se encontra agora. Quando estamos deste lado entramos em contato com a verdadeira realidade, a realidade do espírito que é eterno. A realidade do mundo material é uma fantasia que muitos de nós erroneamente achamos ser a verdadeira, mas que é passageira e de curto prazo. Quando renascemos no mundo material estamos ali para aprender os ensinamentos do Cristo, seja pela dor ou pelo amor.

— Se isso é verdade então porque não me lembro de nada?

— Porque se lembrasse, não demonstraria que realmente mudou, aprendeu e evoluiu espiritualmente. Cometemos erros no passado Edward, fizemos coisas horríveis e que para você são impensáveis nessa vida. Quando passamos para o plano espiritual tomamos conhecimento disso e quando preparados, nós estudamos e aprendemos aquilo que é necessário para que da próxima vez não cometamos os mesmos erros. Ao renascermos esquecemos todas essas experiências, mas em seu subconsciente fica guardado o essencial de todo o aprendizado.

— Não vejo nenhuma lógica nisso. — Edward murmurou revirando os olhos.

— Se você renascesse lembrando-se de tudo não tomaria as decisões certas, porque é o que você realmente quer, e sim porque é o certo a se fazer e a garantia de que não haja consequências futuras por seus erros. — Jasper continuou sua explicação, ignorando o comentário desdenhoso de Edward. — Por tanto, tudo é esquecido e você tem o livre arbítrio de escolher o caminho que desejar e assim demonstrar se lá no íntimo você realmente aprendeu os ensinamentos do Cristo ou ainda se engana ao ceder a caprichos como o egoísmo, o orgulho e a luxúria.

— Espera aí, o que você quis dizer com “consequências futuras”?

— Edward, tudo o que fazemos tem consequência, seja boa ou ruim, seja nessa vida ou na outra. É a Lei de Ação e Reação.

— Então o que você está tentando dizer é que se eu cometer um erro em uma vida, na outra serei penalizado? É isso? Isso não é justo! Se eu sou um homem honesto e bom, porque devo ser penalizado por, em outra vida, ter sido desonesto e cruel? Não posso acreditar no que diz, é absurdo!

— E aí está o seu orgulho falando mais alto, como sempre. — Jasper falou rindo tristemente e Edward fechou a cara. — Edward, a justiça divina não é falha e nem injusta! Imaginemos uma situação hipotética. Vamos supor que você é um grande médico conhecido por sua humanidade e por ajudar aos necessitados, todos o idolatram, mas ninguém sabe que possui um segredo mórbido. Por trás de sua imagem de bom médico você é um pedófilo que abusa dos menores nos abrigos que ajuda, e assim foi por sua vida inteira até o fim de seus dias, sem ninguém saber. Pela lei dos homens você estaria impune, mas pela lei divina, não. Seria justo ficar por isso mesmo? Ficar impune o que fez só porque foi em outra vida? Não, não seria justo, Edward. Você teria que aprender no mundo material por meio da dor, tendo o mesmo que fez aos outros sendo infligido a si.

— Isso é pura bobagem. — Edward murmurou contrariado.

— Vai ser mais difícil do que pensei. — Jasper disse frustrado. — Muito bem, você ainda não está se lembrando de tudo, por isso vou ajudar. Te ajudarei a lembrar de duas de nossas encarnações juntos, uma que se passou na Roma antiga, quando éramos soldados de um grande imperador romano, e outra na Idade Média, quando fazíamos parte da Inquisição Espanhola. Você entenderá o que eu quero dizer, mas não começaremos hoje. Preciso ajudar outra protegida4 que está desolada por tudo o que aconteceu com você.

— De quem está falando?

— De seu amor de alma. Isabella.

Jasper e Edward retornaram ao quarto do hospital. Encontraram Isabella chorando ao lado do corpo material do jovem médico e fazendo uma prece sentida. Os olhos de Edward se encheram d’água, sua esposa não parecia nada bem.

— Espere aqui. Vou ajudá-la em seu desdobramento5para se encontrar conosco.

Edward assentiu e, apesar de não entender bem o que Jasper iria fazer, ficou perto da porta do quarto, observando-o se aproximar de Isabella.

— Minha irmã, relaxe sua mente e durma. Venha se encontrar conosco. — Jasper sussurrou no ouvido de Isabella e no mesmo instante ela adormeceu.

Isabella despertou do outro lado ainda chorando de forma sentida. Jasper a abraçou e fez uma silenciosa prece pedindo pela melhora da amiga. Uma suave luz emanou dele e a envolveu, acalmando-a no mesmo instante.

— Está melhor? — Jasper perguntou e Isabella assentiu.

— Eu conheço você. Você me visita em meus sonhos! Estou sonhando agora? — o soldado alisou os cabelos de sua cunhada, nora, irmã e amiga de outras encarnações6 e sorriu.

— Não, minha irmã. Você está no plano espiritual agora, mas quando despertar provavelmente achará que tudo não passou de um sonho.

— Eu sei o seu nome... Jasper! Meu querido irmão Jasper! — Isabella abraçou emocionada ao soldado. — Que saudade! — exclamou fazendo—o rir.

— Uma saudade infundada, minha irmã. Estou sempre aqui, ao seu lado, te auxiliando e te encontrando em seu sono.

— Estou tão feliz que está aqui! Eu não sei o que fazer, Edward está em coma, ele não acorda! — disse sentida e começando a chorar novamente.

— Ora essa, acalme-se. Está tudo bem, veja, Edward está aqui. — o soldado disse lhe apontando alguém que estava parado na porta do quarto.

Edward se aproximou lentamente, sua energia vibratória era de puro ciúme. Jasper soltou um suspiro frustrado e pediu que ele esperasse com um gesto antes de falar novamente com Isabella.

— Fique aqui um instante, sim? — Isabella assentiu sem questionar e observou o soldado romano se aproximar de Edward e lhe sussurrar algo no ouvido, que de onde estava não pôde compreender. — Edward, controle-se. Se não melhorar a energia que está emitindo irá afetar Isabella de forma negativa e desestabilizá-la mais ainda.

— O que quer dizer? — perguntou Edward confuso.

— Controle esse ciúme! — falou de forma autoritária e Edward abaixou a cabeça, envergonhado. Não se lembrava do por que e nem como, mas sabia que aquele ciúme era infundado. — Ótimo. Agora venha.

Ambos se aproximaram de Isabella, que sorriu e abraçou Edward o envolvendo com seu amor.

— Estou com tanto medo Edward.

— Não fique, amor. Eu estou bem.

— Você vai acordar? — ela perguntou com lágrimas nos olhos.

— Eu não sei. Eu vou? — o jovem médico perguntou olhando para Jasper, que sorriu assentindo.

— Sim, você vai. Mas não agora, preciso de você aqui por um tempo e essa será a chance de Isabella se entender com uma velha inimiga.

— Velha inimiga? — perguntou confusa.

— Isabella, escute com atenção o que vou lhe dizer. — Jasper falou olhando-a sério. — Esse momento de provação não é só para Edward, mas também para você e toda a família dele. Uma inimiga de várias encarnações irá se aproveitar desse momento de fragilidade e dor para tentar lhe atingir. Ela guarda muito ódio por Edward sempre preferir a você em todas as encarnações em que os três estiveram juntos. Esse será o seu teste. Você deve suportar o que ela fizer sem revidar, você evoluiu muito nos últimos séculos e se sucumbir ao anseio da vingança irá regredir.

— Aguentar sem revidar? Mas isso é uma humilhação! É ser submissa!

— Não! É ser humilde. O que Jesus nos ensinou? Não foi ele que disse “ao que te bate numa face...”

“Oferece-lhe também a outra; e ao que te tira a capa, não lhe negues a túnica.” — Isabella completou a frase entendendo o que deveria fazer e Jasper sorriu.

— Isso mesmo. Não pense que as consequências dos atos dela não a atingirão. Sua inimiga ainda não sabe, mas está desenvolvendo um câncer no útero, fruto dos inúmeros abortos que realizou ao longo de várias encarnações. Seu destino já é certo, passará por longos e sofridos anos em quimioterapia, irá se curar do câncer, mas mais tarde descobrirá que possui uma falha no coração que acabará por trazer sua morte. A falha é fruto do ódio que ela guarda. O mal chegará a ela em consequência do mal que ela fez, mas Isabella, ai daquele que ousar trazer esse mal. — Jasper finalizou olhando-a de forma séria, fazendo-a engolir seco.

— Você estará comigo nestes momentos? — ela perguntou fragilizada.

— Sempre. — ele disse sorrindo.

— Você disse que esse momento será de provação não só para nós — falou o jovem médico abraçando Isabella e olhando para o soldado —, mas também para a minha família. O que acontecerá a eles? — perguntou Edward preocupado.

— Para a sua mãe será um teste de fé. A fé dela muitas vezes é muito frágil e esse será um momento para ela provar se realmente possui fé em Deus ou se deixará de acreditar. Esse momento poderá fortalecê-la ou enfraquecê-la de vez. Para seu pai será um momento de corrigir sua arrogância. Por sempre se achar melhor e superior aos outros, menosprezou os colegas profissionais, muitas vezes humilhando-os. Esse será um momento em que terá que se submeter a eles com humildade se quiser ver a sua melhora. Já a sua irmã, sempre mimada e egoísta, precisará mudar de atitude uma vez que ela não terá mais toda a atenção da família. Os papéis irão se inverter, uma vez que ela agora deverá deixar suas prioridades de lado para dar apoio à família. Já seu irmão, sempre mulherengo e cafajeste com as mulheres, irá se deparar com seu amor de alma. Ela é sua médica, você a viu na sala de cirurgia. No entanto, nas encarnações passadas, ele traiu sua confiança e agora precisará mudar se quiser que ela confie nele novamente.

Edward estava atônito. Começava a perceber como era incrível a providência divina. Começava a entender também que o seu acidente não fora um acidente afinal. Através de toda dor, ele, sua esposa e sua família iriam resgatar débitos passados e reparar os erros do presente.

— Infelizmente, se não se aprende pelo amor, se aprende pela dor. Mas confie irmão, as transformações serão incríveis, você verá. — Jasper falou captando os pensamentos do amigo. — Agora precisamos ir. Vamos deixá-la descansando, Isabella. Vamos Edward, tenho muito que lhe mostrar ainda.

Os dois jovens se despediram de Isabella, que voltou ao seu corpo e acordou assustada. Tinha uma vaga lembrança de um sonho maluco com um soldado romano e Edward. Sentiu uma dor aguda no pescoço, dormira de mau jeito. Olhou para a cama e constatou triste que Edward continuava inconsciente, no entanto não se desesperou dessa vez. No fundo sentia esperança, sentia que Edward não ficaria naquele estado para sempre.

E com esse pensamento ela se levantou e decidiu ir para casa tomar um banho e tentar dormir melhor por algumas horas. Não iria trabalhar hoje e nem ir ao abrigo, tiraria o dia para passar com a família de Edward, pois sentia que iriam precisar muito de seu apoio.

Levantou-se devagar e quando fechou a porta do quarto, se deparou com uma loira alta e de olhos azuis se aproximando com um olhar intenso que transmitiu mal estar à Isabella.

— Ora, ora. Já vai? — a loira disse a avaliando de cima à baixo. Isabella se sentiu mal por não estar apresentável e em seus melhores dias.

— Quem é você? — a loira a olhou com fúria antes de responder.

— Sou Tânia, prima de Edward. Ele já deve ter falado sobre mim.

— Desculpe, mas não. — o semblante de Tânia se tornou sombrio com a resposta. — Como conseguiu passar? É permitido apenas um visitante por vez.

— Nada que um bom decote não resolva. — ela disse sorrindo maliciosamente. — Não que você entenda disso, visto que não possui muitos atrativos — Tânia a olhou com desdém antes de continuar —, mas garanto que seu maridinho entende bem.

— O que quer dizer?

— Ora, é mesmo uma tonta. Não achou que um homem como Edward não fosse ter uma amante, não é mesmo? — Tânia falou passando por Isabella e entrando no quarto.

Isabella sentiu todo o sangue de seu rosto se esvair e o corpo ficar gelado. Viu de longe um enfermeiro se aproximar às pressas antes de sua visão ser consumida pela escuridão.


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Notas finais do capítulo

GLOSSÁRIO: 1. Colônia Espiritual são cidades espirituais que servem de morada para os espíritos com algum grau de evolução, ou seja, que praticaram relativamente o lema moral faça aos outros o que gostaria que os outros lhe fizessem. Apresentam prédios, pátios, jardins, casas, parques, árvores, hospitais, lazer, bibliotecas, onde os espíritos trabalham, estudam, reúnem-se às suas famílias desencarnadas, quando possível, e descansam.

2. Encarnado é o espírito que está na carne (quem está vivo). Desencarnado é o espírito que está livre da carne e da vida material (espírito).

3. O laço ou períspirito, que une o corpo e o Espírito, é uma espécie de envoltório semimaterial. A morte é a destruição do envoltório mais grosseiro (corpo material). O Espírito conserva o segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, mas que pode se tornar acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede nas aparições.

4. Protegido (a) é aquele (a) que está sob a guarda de um Espírito protetor de uma ordem elevada (anjo da guarda). Todos nós temos um. Às vezes se afasta de seu posto para cumprir alguma missão ou dar maior atenção a outro protegido. Nestes casos, ele é substituído temporariamente e na maioria das vezes ele é um espírito simpático, que já teve alguma relação conosco em vidas passadas, como um irmão, uma mãe, um pai. Lembrem-se! Ele (a) afasta-se quando vê que os seus conselhos são inúteis e que é mais forte a vontade do protegido em submeter-se à influência dos Espíritos inferiores, mas não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. Ele volta, logo que chamado. Por isso orai e vigiai meninas.

5. Desdobramento é um assunto um tanto complexo e que vale a pena vocês pesquisarem mais afundo meninas. Mas falando superficialmente, desdobramento é a capacidade que todo o ser humano possui de projetar a consciência para fora do corpo, utilizando-se dos corpos sutis de manifestação (como o corpo astral; corpo mental). O desdobramento pode ocorrer durante o sono, no transe, na síncope, no desmaio, ou sob a influência de anestésicos. É uma experiência bem interessante principalmente quando se tem certa consciência do que está acontecendo.

6. Encarnação é a passagem do espírito pela vida corpórea.

*Depois do ano novo pretendo estar postando o terceiro capítulo (que é tensíssimo) mas não garanto pq ele ainda não tá pronto. Então comentem meninas! Me contem o que acharam! Beijos até o próximo capitulo e FELIIIIIZ NATAAAAL (adiantado rs)