AA - Assassinos Anônimos escrita por Just a Teller


Capítulo 3
Capítulo 3 - O acordo


Notas iniciais do capítulo

Como de praxe, sexta tem um capítulo novo para vocês! Feliz natal a todos e um ótimo ano novo, espero que gostem desse terceiro capítulo!



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– Bem, doutor, essa é a minha história, agora você sabe como cheguei a você. Como isso vai funcionar? Como o senhor vai me curar?

– Olha, Jack, é Jack não é? - pergunta John com as mãos já suando - Não me entenda mal, mas nesses casos não existe confidencialidade médico - paciente, o certo seria eu chamar a policia inclusive, - Jack lhe olha com um olhar que significa obviamente “Você nem pensa em fazer isso né?” - eu não vou fazer isso, não se preocupe, mas eu não posso te tratar, não posso fazer você voltar a matar pessoas, porque isso é errado, é contra minha ética, sem contar que caso você seja pego eu serei considerado cúmplice.

Jack ouvia tudo aquilo com uma calma preocupante, ele se levanta e anda pela sala de John, a sala fica em um silêncio por alguns segundos, John esperava ansiosamente para saber o que o assassino iria lhe dizer, mas Jack observava cada quadro, cada livro, cada coisa que havia na sala calmamente, ele para na frente da mesa de John e segura o retrato de sua família…

– Eu já falei como você tem sorte de ter uma família, não é?

– Sim…

– Seria uma pena que algo acontecesse a Norah e a Thea, não é mesmo, doutor…

John se levanta, ele realmente estava assustado.

– Como você sabe os nomes delas?

– Você realmente acha que eu acreditava que você iria me tratar sem nenhum tipo de incentivo?

– O que você está dizendo? Você fez alguma coisa com elas?

– Doutor… eu não posso matar, esqueceu? O que eu faria com elas?

– Então o que você quer dizer?

– Eu quero dizer que se você não me ajudar, eu terei que fazer.

– Você não pode matar, esqueceu?

– Exato. Mas posso mandar matá-las sem problema algum. - John esboça querer reagir de alguma forma enquanto Jack olha sadicamente pra ele - Como eu disse, isso é um incentivo.

John se levanta e vai até a janela, como ele queria poder fumar um cigarro naquele momento, queria apenas ter meia hora pra poder fumar um cigarro enquanto ele pensava sobre tudo isso, ele leva até a boca, que esta na posição como se estivesse com um cigarro na mão e dá uma tragada imaginária, ele fica olhando as pessoas na rua, mas obviamente seu pensamento não estava lá, ele estava pensando no que poderia fazer e claro notou que estava em um beco sem saída. Ele suspira, se vira e olha nos olhos de Jack que parecia estar aproveitando tudo aquilo como um vampiro se aproveita da moça virgem que está prestes a beber o sangue.

– Eu não tenho escolha não é mesmo? - Jack apenas responde com uma cara de “pois é” - Mas para eu poder lhe tratar, senhor Jack, preciso que você não minta mais para mim, a partir de agora você só me diz a verdade… - os dois se encaram.

– Como você descobriu? - pergunta Jack.

– Você disse que saiu correndo do local do crime para cá, não teria tempo de vir até aqui e pesquisar informações da minha família ao mesmo tempo, logo esse furo acabou entregando sua mentira...

– Você é inteligente… vejo que escolhi bem.

– Me diga a verdade.

– A verdade? Bem, eu acordei e pesquisei por um médico que pudesse me tratar, pesquisei um que tivesse família e pesquisei um que fosse bem qualificado.

– Jack, eu disse a verdade…

– Ok… já acompanho a sua vida faz mais ou menos uma semana, já sei sua rotina, já conheço sua família, onde moram, trabalham e estudam, já sei seus telefones, já sei as pessoas que você se relaciona, já revirei seu lixo. Eu já te conheço e então, vai me tratar?

– Eu não tenho escolha, Jack. Ou eu lhe trato ou minha família morre.

– Exatamente, doutor.

– Então, acho que temos um acordo… Mas você vai ter que me pagar muito bem.

– Sem problemas, como você viu hoje posso pagar bastante, mas eu também tenho o meu porém. Você tem um mês para me curar, ou teremos problemas.

– Como assim? Porque um mês?

– Bem, se eu não me curar em um mês, meu chefe irá querer minha cabeça, essa parte não era mentira e se eu morrer, sua família morre também.

John coça a cabeça, suspira e assente com a cabeça. Jack lhe estende a mão para que ele possa apertar, John olha para a mão do assassino e imagina quantos aquela mão já não matou, quantos já não torturou e o que estaria fazendo essa mão não matar mais, John estende a sua própria e aperta a mão de Jack, o doutor se sentia fazendo um contrato com o diabo. Jack sorri:

– Temos um acordo, doc?

– Temos um acordo. - replica John.


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