AA - Assassinos Anônimos escrita por Just a Teller


Capítulo 2
Capítulo 2 - O Assassino que não conseguia matar


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo postado, vou postar novos capítulos toda sexta. Espero que continuem acompanhando e curtindo! Não se esqueçam de comentar para me dar aquele gás :D



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Jack abre os olhos, ele não precisa de despertador para acordar, são 5 horas da manhã, e ele já está pronto para se levantar, ele é assim.

A sua casa era grande e bem mobiliada, um duplex charmoso que ficava na beira do rio da cidade, ele dormia no segundo andar onde tinha o seu quarto, banheiro e uma varanda que dava vista para o Rio. No andar de baixo tinha uma sala espaçosa com uma grande televisão de última geração, a cozinha era tão organizada que parecia a dos programas de culinária da televisão, mas tudo isso era uma fachada, Jack não comia em casa, muito menos assistia televisão, as vezes nem dormia lá.

A única coisa que importava pra ele na sua casa não era algo tão fácil de se notar, havia uma pequena sala dentro do seu quarto onde Jack guardava suas armas e informações sobre a sua próxima vitima.

Jack não gostava de armas de fogo, ele usava apenas facas, ele gostava de sentir os outros sofrendo, gostava de os ouvir implorando por suas vidas, acima de um assassino, Jack era um torturador, o poder que ele se sentia em quanto fazia os seus crimes era indescritível, ter uma pessoa totalmente a sua mercê, era algo que ele adorava.

Jack é um assassino de aluguel, seu trabalho é pegar com seu chefe o nome da pessoa que ele deve matar e fazer o serviço, seu chefe não se envolve em como isso acontece ou como deve acontecer, ele apenas quer que o serviço seja feito. Jack era o melhor, fazia um serviço rápido e sem causar grandes problemas com a policia, ele era muito organizado e comedido, ele era assim.

Jack tinha de 26 anos, tinha o cabelo indo um pouco acima do pescoço, era encaracolado um tom meio loiro, meio castanho, seus olhos eram escuros e tinha barba por fazer.

O rapaz se levanta da sua cama, veste uma calça, toma um banho, come uma maçã e se arruma para a corrida matinal.

Todo dia de manhã, Jack corria na beira do Rio, ele passava mais ou menos uma hora e meia correndo, sempre ouvindo o mesmo disco em seu MP3 “The Razors Edge” da banda AC/DC, para Jack, o melhor disco da banda, contrariando muitos que iriam preferir Back in Black ou Highway to Hell, Jack adorava Back in Black, mas The Razors Edge para ele era a obra prima da banda, o momento em que eles alcançaram seu ápice, com músicas como “Are You Ready?”, “Fire Your Guns” e obviamente “Thunderstruck”, como se esquecer daquele começo onde Angus Young faz seus ouvidos pegar fogo? e também uma das melhores para ele do álbum, "Goodbye & Good Riddance to Bad Luck", ele ouvia aquele álbum todo dia e exatamente quando tocava a última nota de “If You Dare”, última música do álbum, era quando ele estava colocando seu pé dentro de casa novamente, seu começo de dia era assim.

Depois era a fase do dia que mudava de acordo com seu alvo, esse em questão era um homem de negócios chamado Bud Fox, era um homem arrogante, devasso e bastante corrupto, tinha cerca de 50 anos e abusava bastante do uso de cocaína e mulheres, a segunda sendo um vicio muito mais prejudicial do que a primeira. Mulheres eram o ponto que normalmente fazia Jack conseguir chegar em seus alvos.

Hoje, o nosso querido Bud iria almoçar em um restaurante classe alta do centro da cidade, daqueles que mesmo que Jack fosse bem arrumado não poderia nem chegar na porta, mas ele não precisava entrar, ele havia colocado um dispositivo para gravar as conversas de Bud ao telefone, e era o que ele precisava. Sentado do outro lado da rua em um bistrô com mesas a céu aberto, de óculos escuros, Jack esperava para ouvir a conversa que era o motivo de sua saída hoje.

Bud marcaria um encontro com sua amante Felícia, provavelmente para essa noite em algum motel longe da vista das pessoas que ele conhecia, Jack só precisava esperar. O telefone toca, Bud atende e Jack põe seus fones de ouvido, ele só ouviria o que o homem dissesse mas sabia que era o bastante para ele conseguir a informação que ele queria:

– Oi Felícia, tudo bem com você? Ah, você sabe que eu não posso falar com você assim aqui onde estou… Por favor, não vamos brigar agora, olha eu preparei uma suite em um lugar muito especial… Onde? Ah não sei se devo falar…

– Vamos, não faz cu doce… - diz Jack baixinho mexendo em seu bolso em busca da caneta e papel para anotar onde seria o encontro, ele acha a caneta, mas não acha o seu bloco de notas, ele teria que improvisar, ele olha um rapaz entregando folhetos e não titubeia, chama o rapaz e pega um dos seus anúncios, para sua sorte a parte de trás do papel era branca e ele pode ficar pronto para anotar o lugar que logo em seguida foi dito por Bud e agora ele podia ir embora, seu trabalho ali estava feito.

Agora era uma das horas preferidas de Jack, ele vai até o motel e aluga um quarto do lado do que seria usado por Bud e sua amante, a mágica de fazer o assassinato quando o homem estava traindo é que:

1 - A culpa poderia cair sob a amante.

2 - Normalmente os familiares só querem esquecer a história e procuram pouca vingança.

Em algumas horas Bud chegaria no motel, receberia uma ligação para descer e quando saísse do quarto seria a hora que Jack atacaria, o quarto já estava pronto a cama coberta e uma boa parte do chão para parar o sangue, as horas passaram e tudo aconteceu como Jack queria. Passou meia hora e Bud acordou:

– Olá, Bud - diz Jack pronto com a sua faca na mão.

– O-onde eu estou?

– Podemos dizer que você está no inferno… e eu sou o diabo…

– Como assim? O que você está falando?

– Bem, alguém me pagou para te ver morto e eu estou fazendo o meu trabalho.

– Por favor, não me mate… E-eu tenho dinheiro, nós podemos negociar!

– Amigo, eu não quero o seu dinheiro, esse é um trabalho que eu tenho que fazer.

– Porque? - pergunta Bud apavorado.

– Porque…? Porque eu gosto… - diz Jack se aproximando com uma faca na mão, ele coloca a faca no pescoço do homem e olha em seus olhos, Bud está com um olhar totalmente amedrontado, suas pupilas escorrem lagrimas e Jack consegue ouvir os dentes do homem rangendo como se fosse uma música clássica, ele aproxima mais a faca e vê uma gota de sangue começando a escorrer do pescoço do homem que começa a chorar copiosamente, a mão de Jack começa a tremer, seus olhos mostram um desespero sentido até mesmo por Bud, ele solta a faca e cai de joelhos no chão, ele não era assim.

– Vo-você não me matou? Obrigado, senhor.

Jack se levanta e sai do quarto apreensivo, o homem apenas o observa sair e logo depois tenta se desvincilhar das amarras, mas é em vão. Passa-se alguns minutos e Jack volta para o quarto, ele fica andando de um lado para o outro, mais apreensivo ainda.

– Você não precisa fazer isso… Você pode me soltar, eu não vou contar pra ninguém.

Jack ouve uma batida na porta e vai abrir, um homem negro mais alto e bem mais musculoso que Jack entra no quarto com um revólver na mão.

– É esse o cara? - pergunta o homem que acabou de entrar.

– Sim. - confirma Jack.

O homem pega um travesseiro coloca na frente do rosto do homem e do outro lado do travesseiro, o revólver, dando um tiro e matando Bud.

– Jack, essa é a última vez que faço isso por você. Caralho, cara você é um assassino! Não existe como você não conseguir matar!

– Eu não sei o que está acontecendo…

– É melhor você descobrir e logo! Porque você sabe muito bem que o chefe não vai aceitar isso e você sabe muito bem o que significa não aceitar - diz o homem passando o dedo pelo pescoço - Olha, Jack.. eu gosto muito de você, mas se você não conseguir matar, quem vai acabar morto é você. Agora limpe essa bagunça, eu estou indo embora. - o homem sai batendo a porta, Jack não demonstra mas por dentro estava desesperado, ele sabia muito bem o que iria acontecer, ele realmente seria morto caso não conseguisse mais matar, ele coloca o corpo dentro de uma grande mala e sai do quarto sem deixar vestígios do que aconteceu, ou sera que deixou?

Uma mulher grita o chamando, ela vem correndo na sua direção, quando Jack se lembra, com toda certeza a bala deixou um buraco no quarto, será que eles acharam? Um homem saindo de um quarto com furo de bala levando uma mala gigante onde pode se esconder um corpo parece bastante suspeito. Será que seria esse o seu fim? Ser preso por um crime que ele nem conseguiu cometer?

– Sim? O que foi? - pergunta Jack se fazendo de desentendido.

– Desculpe atrapalhar a sua saída, mas você esqueceu isso - diz a moça lhe alcançando um pedaço de papel, ele olha o papel, era aqueles papéis plastificados como um panfleto, ao olhar melhor o papel ele nota que era realmente um panfleto, ele falava sobre o trabalho de um psicologo, John Benson, ele era especialista em curar as pessoas de traumas psicológicos que atrapalhavam as suas vidas e provavelmente era por aquilo mesmo que ele estava sofrendo, por um segundo ele se pergunta como conseguiu esse panfleto, ao virar a folha ele nota escrito atrás o endereço do motel que estava agora, sua última “vitima” acabou de salvar a sua vida. Jack entra no carro e parte em direção a sua cura, parte em direção ao escritório de John Benson.


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