AA - Assassinos Anônimos escrita por Just a Teller


Capítulo 4
Capítulo 4 - Uma noite longa


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu estou tendo que estudar bastante para coisas que vem depois no decorrer da história, então talvez eu não vá conseguir postar toda sexta, vou me esforçar para fazer sempre isso, mas pode ocorrer de atrasar um pouco, não se preocupem, não vou floopar essa história, ela vai continuar e vai até o fim.



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Jack sai do consultório de John, o doutor se senta na sua cadeira e reclina-se bastante para trás, suspirando fundo, ainda estava suando frio, ele estava realmente perdido, tinha que encontrar uma forma de fazer Jack voltar a matar ou a sua família poderia ser a próxima vitima, se é que ele mesmo não acabaria sendo morto também, aquilo ficou martelando na cabeça de John por horas, ele não aguentou e acendeu um cigarro, que logo em seguida viraram dois que em pouco tempo virou um maço, ele chegou a pensar em descer para comprar mais, mas acabou optando por esquecer essa ideia, seu consultório ficou cheio de fumaça enquanto ele folheava livros e mais livros em busca de uma resposta, a resposta mais lógica era achar mais de uma forma de poder curá-lo, provavelmente o problema de Jack fora algo ativou um trauma passado, provavelmente o trauma que o fez gostar de matar, o trauma que fez ele criar essa sociopatia, não é normal as pessoas gostarem de matar, isso é óbvio, então esse era o ponto chave, Jack gosta de matar, não só gosta como vivia disso e agora perdeu esse “dom” e o pior é que se John não o curasse, sua família seria morta. O problema maior era esse. John não ligava como Jack ficaria, o importante era sua família ficar bem. O pensamento de sua família estar em risco acabava atrapalhando os pensamentos de John em relação ao tratamento de Jack e ele não conseguia imaginar como faria com certeza isso funcionar, Jack já mentiu uma vez pra ele, se continuasse a mentir, ele não conseguiria tratá-lo, pois John tinha apenas um mês para chegar ao motivo dessa falha, ao invés de curar uma ferida, dessa vez John estava ajudando a abrí-la novamente.

John sabia que tinha que fazer aquilo, mas sabia que depois não iria se perdoar, ele sabia que o sangue de muita gente estaria nas suas mãos, ele já sentia isso, não sabia o que pensar ou o que fazer.

Cada vez mais ele estava ficando nervoso, na verdade, ele sabia, estava tendo um ataque de pânico, ele vai até o seu armário e tira de um lugar um tanto quanto escondido, atrás de alguns livros, uma garrafa de uísque, coloca em um copo e toma em um gole só o liquido, a bebida desce áspera na sua garganta, ele chega a pigarrear depois e a balançar a cabeça.

John chega perto da sua mesa e olha para o retrato com sua filha e esposa, o doutor não aguenta e começa a chorar, enquanto olha a foto leva dessa vez a garrafa da bebida alcoólica diretamente para a boca e bebendo mais um gole enquanto segue olhando a foto e volta a chorar.

Ele tinha que escolher entre fazer algo totalmente antiético ou ver sua família morrer, isso era escolha? Ele tinha escolha? Não. Não tinha.

Se John acreditasse em Deus, com toda certeza ele imaginaria que era carma, algo que ele fez para estar merecendo isso naquele momento, mas o que alguém faria de tão ruim para merecer passar por algo assim?

Ele decide sair dali, vai até a porta do seu carro, está meio tonto, não sabe se pelo álcool que bebeu ou se por estar se sentindo meio tonto, aperta o botão do alarme, entra dentro do carro, sua visão estava meio turva, sua cabeça latejava como nunca, acaba errando a entrada da chave algumas vezes, quando acerta, gira a chave, o motor liga e ele sai, para na farmácia, compra alguns remédios para dor de cabeça e segue sua viagem para casa.

Ele estava cansado, exausto mental e fisicamente, seus olhos começam a fechar enquanto ele dirigia o carro começa a desviar para um lado e para o outro, ele ouve um som alto, é o barulho de um carro de policia que o manda parar.

– Tudo bem aí, senhor?

– Tudo sim, seu guarda.

– Documentos, por favor…

John pega os documentos no porta-luvas e entrega ao guarda que olha tudo e depois olha para o rosto do doutor.

– Desce do carro…

John desce suspirando.

– Você quer fazer o teste do bafômetro?

– O que acontece se eu disser que não?

– Terei de te levar para a delegacia?

– E o que acontece se eu não puder fazer o teste? - pergunta John lembrando que havia bebido uísque.

– Bem, senhor… pra rir tem que fazer rir né?

John olha com uma cara de quem imaginava e pega a carteira no seu bolso.

– Eu tenho 70 reais aqui…

– Está ótimo.

John entrega o dinheiro e volta para o carro.

– Tenha uma boa viagem e cuidado para não acabar batendo em ninguém.

John sabia que as coisas nas ruas estavam assim, as pessoas falam tanto dos crimes e dos políticos corruptos, mas acham que a sua própria corrupção não significa nada. “Como elas podem ser assim?” pensava John, até notar que ele também estava se corrompendo, não por dinheiro, mas por algo que para ele valia muito mais, sua família.

John chega em casa, ele estava exausto, o remédio estava começando a fazer efeito, mas sua cabeça ainda doía. Todas as luzes da casa estavam apagadas, já era por volta de duas horas da manhã, ele não precisava ligar nada para poder andar dentro da sua casa, ele a conhecia bem.

Mas quando jogou sua pasta em cima do sofá da sala, ele ouviu um barulho, era estranho, pois era lógico que todos estavam dormindo aquela hora, ele começa a olhar tudo calmamente.

– Será que Jack já veio para tentar mandar algum tipo de aviso?

John pega o atiçador de fogo da lareira para poder se defender, e começa a andar pela casa, o barulho vem da cozinha, ele vai até lá, bem devagar segurando o atiçador com as duas mãos como um taco de beisebol, ao chegar na peça e liga a luz e vê que alguém está sentado na mesa tomando uma taça de vinho.

Era sua esposa Norah, ela usava uma lingerie preta, apenas lingerie preta, estava bem maquiada e olhava com um olhar sedutor e malicioso para John, ele sabia muito bem o que ela queria.

Ele se aproxima da mulher e começa a beijá-la enquanto desce sua mão pelas coxas dela, ela lhe passa as mãos pelas costas e cabelo, arranhando de leve com as unhas, o doutor começa a beijar o pescoço de Norah e ela joga sua cabeça para trás dando mais espaço para ele, ele desce beijando o peito de sua mulher e logo em seguida puxando a lingerie para baixo para que possa chegar aos seios, as mãos de Norah descem pelo peito de John até chegar na sua calça, tira o sinto de seu marido enquanto ele ainda lhe beija os seios, quando solta o cinto a calça cai, ela sem ver procura o pênis do marido mas quando conseguiu achá-lo notou que ele não estava excitado, ela ia começar a movimentar a sua mão quando John a para e se afasta.

– Desculpa, amor, eu quero, mas não tenho como, não estou com cabeça…

Norah olha para John por alguns instantes sem dizer nada.

– Ok. - diz a mulher se levantando arrumando a parte de cima da sua lingerie e saindo da cozinha.

John permanece ainda ali, ele estava furioso consigo mesmo, mas não tinha como ele dar a Norah o que ela queria agora, sua cabeça estava muito longe, John estava preocupado demais com a sua família para conseguir pensar em sexo, depois de um tempo parado na cozinha, John sobe as suas calças e vai até o quarto, ele se deita em sua cama, sua mulher finge estar dormindo, ele sabe que ela está fingindo, os dois se deitam de costas um para o outro e nenhum dos dois conseguiu dormir naquela noite.


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