Ethereal escrita por Ninsa Stringfield


Capítulo 25
Vigésimo Quarto




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O som das lâminas tilintando no chão pelo o que devia ser a terceira vez seguida foi o suficiente para fazê-la xingar em todas as línguas que conhecia. Diane não tinha dormido noite passada, e não pretendia dormir novamente se planejava continuar ignorando o corredor de seu quarto - e, consequentemente, sua equipe.

Ela caminhou lentamente tentando domar sua fúria antes de se agachar e recolher a arma novamente. Olhou um segundo para o objeto que segurava, seus dedos tremiam quase que imperceptivelmente. Fazia muitos anos desde que ela se atreveu a pegar numa daquelas pela última vez. Chakrams eram realmente armas lindas, e tinham um voo completo e certeiro se manejadas corretamente. Mas algo dentro dela não conseguia se acostumar com o peso da arma entre seus dedos, algo dentro dela sempre se agitava mais do que o normal e ela perdia sua mira. Mas quando adentrou furiosa na Sala De Treinamento noite passada e não encontrou ninguém que se propusesse a lutar com ela, alimentar mais sua raiva pareceu ser a única opção viável.

Um chiado ecoou pela sala, e Diane olhou para seu corvo que pousara em cima de sua foice que ela havia largado num banco qualquer. Ele agitava suas asas ao redor da arma, como se não aguentasse mais ver sua dona passando vergonha. Mas tudo o que ela fez foi olhar para ele com os lábios cerrados, e o pássaro alçou voo para trás dela resmungando no processo.

Diane fechou os olhos e respirou fundo, então deu um giro e jogou a arma mais uma vez. O som de várias lâminas se chocando retirou um resmungo de seu peito, e ela abriu os olhos apenas para perceber que não apenas errara seu alvo como jogou o chakram numa das prateleiras de armas, acabando por derrubar no chão uma boa parte delas. Seus ombros caíram para frente, e ela se arrastou até a prateleira para arrumar a bagunça a contragosto.

Estava justamente colocando as últimas espadas no lugar quando a grande porta de metal da sala foi arrastada, e uma cabeça apareceu no vão.

— Achei que te encontraria aqui - era Irene. Diane não desviou os olhos da prateleira que arrumava.

— Todos sempre parecem saber onde me encontrar.

Irene deu de ombros. Então passou pela porta e a fechou novamente. Apesar de já ter passado do horário de pico da manhã, a sala estava estranhamente vazia. Diane sabia que sua presença - furiosa e indomável do jeito que se encontrava - provavelmente havia espantado os Ilegítimos para longe, mas ainda se surpreendia com a covardia de cada um deles - ou talvez com sua própria fama. Ela engoliu em seco e jogou o chakram para longe.

— Nunca vou entender porque você não gosta dessa arma - começou Irene, indicando a arma com o queixo - Ela fica linda em ação.

Agora foi a vez de Diane dar de ombros.

— Não gosto de armas que pareçam boomerangs.

Irene assentiu. Então ficou em silêncio encostada na prateleira oposta enquanto Diane se ocupava em organizar as espadas em ordem crescente de tamanho apenas para não ter que se virar e encará-la. Ou pelo menos até que conseguisse controlar os espasmos em suas mãos..

— Você realmente não vai querer conversar sobre isso? - questionou Irene finalmente, depois de uma longa pausa apenas observando as tentativas patéticas de sua líder de se distrair.

— Pensei que você preferiria ficar longe disso.

— E prefiro - concordou ela - E eu teria ficado longe dessa briga toda se eu não suspeitasse que houvesse algo mais por trás de sua sentença.

As sobrancelhas de Diane se ergueram em sua testa.

— O que quer dizer com isso?

— Quero dizer... - começou Irene, olhando atentamente para Diane, que havia cruzado os braços para esconder suas mãos apesar de continuar encarando a prateleira - Quero dizer que sei que você gosta de sempre parecer o ser mais durão na sala, mas também sei que aquela sentença foi demais até para você.

Diane deu de ombros.

— Talvez você simplesmente considerou demais de mim.

— Não - insistiu a outra - Você não é assim. Cléo já pisou na bola diversas vezes com todos nós e você nunca a castigou desse modo. Qual foi a diferença dessa vez?

— Talvez eu finalmente tenha aprendido a lição.

Diane...— chamou Irene numa advertência.

— O quê? - esbravejou o Corvo ainda de costas para ela, a palma de sua mão batendo com tudo na prateleira que tinha acabado de arrumar - O que diabos você espera que eu diga, Irene?

— Eu quero que você diga a verdade.

A Ilegítima respirou fundo, então se virou finalmente para encará-la. Irene estava, apesar de tudo, concentrada em manter seu rosto sereno daquele jeito que apenas ela conseguia, numa calma muito diferente daquela que os Ilegítimos aprendiam a domar, quente e reconfortante como se sua principal função no mundo fosse manter os outros calmos. Diane, no entanto, já a conhecia por tempo suficiente para saber que aquela postura era o último resquício de controle que ela assumia antes de rachar.

— A verdade? - repetiu Diane, os olhos correndo pelo rosto de sua vice - Não é isso que você quer ouvir. Você já sabe porque dei a sentença.

Mas tudo o que Irene fez foi balançar a cabeça, a boca cerrada em uma linha forçada.

— Você viu como ela agiu na última vez que fizemos uma simulação - continuou Diane, se referindo ao episódio que parecia ter acontecido há muito tempo, quando fizeram o jogo de Pique-Bandeira e Cléo esqueceu completamente do seu objetivo inicial apenas para quebrar cada costela do corpo de sua líder.

— Aquilo não...

— Você viu— Diane a cortou - Viu como ela não se satisfazia apenas em me derrubar, ela queria me invalidar completamente.

— Vocês duas sempre levaram essas brincadeiras a sério demais - tentou Irene mais uma vez. Mas, pelo tom de sua voz, nem ela mesma conseguia acreditar em suas próprias palavras. Nem ela mesma conseguiria negar o que estava acontecendo.

— Você não viu os olhos dela quando estava prestes a matar Seth, ela nem ao menos conseguia enxergar o que estava fazendo - concluiu Diane, podendo finalmente descruzar os braços que haviam parado de tremer - Ela está prestes a deixar o vazio tomar o controle, prestes a perder sua consciência.

E Diane conhecia a sensação, conhecia perfeitamente o crepitar em suas veias quando deixava que seus instintos tomassem conta e fechava os olhos, apenas para se encontrar em uma completa escuridão. Foram muitas poucas as vezes que ela conseguia acompanhar o que fazia quando deixava o vazio entrar; mas a grande questão - que aliás foi o que a tornou tão falada no Forte -, foi o fato de que nenhum Ilegítimo conseguia voltar de um estado como aquele sem carregar consigo consequências graves. Nenhum Ilegítimo além dela conseguia usar esse truque no meio de batalhas e retornar a si como se nada tivesse acontecido.

Mas o que poucos sabiam era que Diane nunca voltava do mesmo jeito que se entregava. Ela sabia que uma pequena parte sua faltava toda vez que retornava, sabia que o eco que ouvia em sua mente toda vez que se atrevia a dormir eram gritos que não provinham apenas das vidas que ela dilacerara, mas a de muitos outros Ilegítimos que vieram antes dela. Como se a cada passo que tomava em direção a escuridão mais longe ela se encontrava de si mesma e mais perto se via do grupo.

A grande verdade, é que aquele truque não passava de um modo de ceifar sua própria vida aos poucos.

O Corvo expirou demoradamente. Suas mãos haviam parado finalmente de tremer, então ela conseguiu descruzar os braços e prender o cabelo num rabo para tirar os fios de seu rosto que queimava. Então se deixou levar pela agitação sempre constante em seu corpo e caminhou até o banco onde havia deixado sua foice, e indicou para que Irene fizesse o mesmo. A garota parecia ainda um pouco perturbada, não acostumada com a perda de sua paciência. Diane a observou encarando as próprias mãos enquanto se sentava ao seu lado.

Sempre sentia uma pontada em seu peito quando observava o modo como Irene e Cléo se encaravam, ou o modo como se preocupavam uma com a outra. Não havia se surpreendido quando as duas anunciaram que estavam juntas alguns anos atrás, afinal, elas tinham esse hábito de estarem sempre de algum modo encostando uma na outra. Sempre se sentando perto demais ou mantendo sua atenção completamente focada na outra enquanto falavam, mesmo se não estivessem conversando entre si.

Não era propriamente inveja que Diane sentia quando olhava para elas, mas o embrulho no estômago de alguém que observava uma situação em que antigamente se encontrava. Cléo ria estupidamente de uma piada sem muita graça de Irene e o som ecoava na cabeça de Diane até se transformar em sua própria risada, numa memória que ela considerara eternamente perdida. As vezes, ela se pegava observando o comportamento das duas de longe como se sua atenção fosse sempre atraída pelo modo como sorriam, e seu coração se apertava como um punho fechado até que tivesse coragem de desviar o olhar. Seu coração esmurrava seu peito tentando fazê-la lembrar.

Diane desviou o olhar.

— Cléo nunca vai se deixar levar - ela afirmou finalmente. Agora foi a vez de Irene respirar fundo - Não enquanto você estiver aqui. Não enquanto houver algo para segurá-la para longe da sensação - ela sabia que sua voz assumia um tom mais baixo do que o normal, mas mesmo assim completou: - Ela sempre vai ter algo que nunca tive, uma razão para manter o controle.

Irene ergueu os olhos para ela.

— Não é como se você estivesse completamente sozinha. Nós estamos aqui por você.

Um dos cantos dos lábios de Diane se ergueram sem ânimo.

— Não na primeira vez em que me transformei.

Todos sabiam da história. Sabiam da razão porque chamaram-na de Corvo pela primeira vez. Os boatos sempre a perseguiriam como uma áspera segunda pele, e Diane se deixaria levar por ele, porque essa era uma lembrança que ela não conseguiria esquecer. Essa era a lembrança que a definia e que se sobrepunha sobre todas as outras, que a agarrava pela gola da camisa e a jogava contra a parede toda vez que ela pensava em a ignorar e sussurrava em seu ouvido com seus lábios molhados de sangue "olhe para mim".

Elas ficaram mais alguns minutos em silêncio, a cabeça de Irene pensando tão rapidamente que Diane poderia jurar que ouvia o som de suas engrenagens girando.

— E o que acontece se ela se entregar? - a voz de Irene parecia ter sido raspada para fora de sua garganta, como se aquelas palavras estivessem vivendo há muito tempo dentro de seu peito e só agora ela as arrancava para fora com seus próprios dentes.

E Diane sabia o que deveria dizer, sabia que dar falsas esperanças a alguém era o mesmo que retirar da pessoa um de seus maiores direitos: o direito de ficar de luto. Sua Sombra pairava sobre sua cabeça em silêncio, como se quisesse reconfortá-la com a sua presença. Diane engoliu em seco, mas se recusou a desviar o olhar.

— Nós vamos enfrentar isso - garantiu ela. A força das palavras sendo mantidas pelo seu próprio desejo de que fossem verdade - Nós vamos enfrentar isso juntos.

***

Diane estava andando pela vegetação da ilha enquanto girava o cabo de sua foice com as mãos quando a viu.

Quinn estava agachada com uma parcela significativa de adagas e mudas de plantas espalhadas ao seu redor. Ela estava trabalhando perto de uma árvore de tronco grosso e raízes que se elevavam do solo, e seu cabelo estava emaranhado em uma porção de folhas secas como se estivesse rolando pelo chão feito uma criança. Ela estava sorrindo. Conversando animadamente com o vento ao seu redor enquanto uma sombra na vaga semelhança de um lobo rondava pelas árvores.

Diane se aproximou aos poucos e sentou ao seu lado com as pernas cruzadas, e Quinn se limitou a apenas cantarolar. Elas estavam na porção de vegetação mais escassa da ilha, onde haviam árvores que foram espaçadamente plantadas, sempre com alguma gravura de um nome em seus troncos feita com força de alguma lâmina. Aquele era o cemitério dos Ilegítimos.

— Você conhecia essa pessoa? - perguntou Diane na primeira vez que viu Quinn sentada diante daquela mesma árvore tantos anos atrás. O Lobo havia dado de ombros na época, ela estava com a mesma expressão perdida que se encontrava agora, como se esperasse que a árvore se erguesse e respondesse por ela.

— Até estranhos merecem que seu jardim seja regado - foi tudo o que ela respondeu depois de uma longa pausa.

Agora, no entanto, os dedos de Quinn se moviam com uma precisão de alguém que sabia exatamente o que estava fazendo, de alguém que fazia o mesmo movimento há anos. E Diane se pegou perguntando qual seria a sensação de amar algo tanto que seu corpo respondesse espontaneamente ao toque.

Se lembrou novamente daquele momento que não tinha acontecido a tanto tempo atrás. Quando Quinn estava prestes a levar um tiro sem erguer um dedo para impedir seu destino. Elas não tinham ainda conversado em nenhum momento sobre o assunto, e apesar de também querer explicações, Diane tinha medo do que ouviria em resposta.

— Fala comigo - Quinn pediu em um sussurro. Era algo que ela se acostumou a dizer a Diane quando ela ficava calada por tempo demais. Desde que se tornaram mais próximas e o Corvo permaneceu distante demais até mesmo para ela. Porém agora Quinn estava inclinada sobre uma de suas flores, e Diane não tinha certeza de com quem ela estava falando.

Então apenas continuou a arrancar pedaços da grama aos seus pés, ignorando a pergunta que se postava na ponta de sua língua, antes de responder com um sorriso:

— O que te faz pensar que tenho algo a dizer?

Quinn se virou de repente para ela e pegou em suas mãos sem nem ao mesmo olhar para seu rosto. Ela examinou suas palmas ainda marcadas pelas lâminas da arma que ela segurara com força demais e que se curava aos poucos. Quinn deu uma risada fraca, Diane retirou suas mãos das dela.

— Você estava usando um chakram - ela constatou, finalmente a fitando - Você odeia essa arma.

— Bom, nunca é tarde para aprender.

Quinn revirou os olhos e voltou sua atenção para suas plantas.

— Você já deve ter conversado com Cléo então - começou casualmente depois de uma pausa para fazer mais um buraco na terra com sua adaga e depositar uma muda de flor com pétalas amareladas no chão - Acredito pela sua expressão que não tenha ido tão bem?

Diane deu de ombros. O canto de seus lábios involuntariamente caíram, e ela se pegou arrancando mais um punhado de grama e jogando seus pedaços para longe.

— Imagino que tudo aconteceu do jeito que deveria ser.

— E ela aceitou tudo sem uma briga? - questionou Quinn maravilhada. Seus olhos brilhavam de um jeito debochado que só ela conseguia fazer.

— O Leopardo nunca aceita nada sem uma briga - Diane sorriu levemente para os próprios pés com a lembrança da determinação de Cléo - Só acho que dessa vez ela não vai descontar sua raiva em ninguém além dela mesma.

— E isso não deveria te preocupar?

— E me preocupa - ela deu de ombros mais uma vez - Mas sei que Irene vai estar lá por ela. Cléo pode achar que não acredito nela mas sei que ela consegue. Ela é forte o suficiente para passar por isso sem nem um arranhão.

Quinn desviou os olhos para ela por isso.

— Vocês são irritantemente parecidas.

Diane revirou os olhos e jogou um punhado de terra no Lobo antes de jogar seu corpo para trás e deitar na grama com a barriga para cima. Então ficaram alguns minutos em silêncio até que Quinn terminou seu trabalho e ficou encarando sua tarefa concluída. Diane se ergueu em seus cotovelos.

— Você nunca vai me dizer porque fica sempre nessa específica árvore? Ela nem ao menos tem um nome gravado.

— Ela não tem nenhum nome porque não tem ninguém enterrado debaixo dela - então deu de ombros - É só uma árvore.

Diane a encarou por alguns segundos com a sobrancelha franzida, mas antes que pudesse dizer qualquer outra coisa mudou de ideia e balançou a própria cabeça com veemência.

— Tudo bem. Você é estranha, eu esqueço disso as vezes. Agora podemos por favor fazer alguma coisa que não envolva essa terra grudenta e suja?

— Em primeiro lugar, a única coisa grudenta e suja aqui é você - rebateu Quinn, Diane riu - Em segundo lugar, a não ser que você esteja me convidando para maratonar alguma série que seja escolhida por mim eu não entendo nem porque você se proporia a conversar comigo.

E Diane já estava pronta para responder a altura quando ouviram um súbito esmagar de folhas ao lado delas. Apenas para se virarem e se depararem com a figura sorridente de Sebastian.

— Imaginei que encontraria dois ratos da floresta aqui.

— De verdade. Se qualquer um de vocês ousarem sujar meu local preferido com a presença de vocês de novo juro que corto suas gargantas a noite - ameaçou Quinn. Mas os outros dois Ilegítimos apenas riram e Sebastian se sentou com as penas esticadas.

— Espero que não estejam planejando nada para fazer essa noite porque tenho o programa perfeito.

— Sabe, se você acha que é uma boa ideia eu não vejo como nós poderíamos pensar também - comentou Diane.

— Ha! - exclamou Sebastian - Muito engraçado. Mas confie em mim, dessa vocês vão gostar - ele estava sorrindo, mas elas apenas ergueram uma sobrancelha para ele. Sebastian fechou a cara - Uma missão. Eu arranjei uma missão para a gente.

— E isso deveria nos alegrar porque... - começou Quinn.

— Vamos lá, a quanto tempo a gente não faz uma missão com apenas nós três? Vai ser divertido!

As duas, no entanto, continuaram reclamando porque sabiam que isso o irritava. Quinn se jogou ao lado de Diane, mas fez questão de deitar com seu rosto virado para o chão.

— Pelos deuses, sua definição de diversão é muito diferente da nossa.

— Além disso nós temos que agir como se não estivéssemos fazendo nada de errado pelas costas de Cora e eu já coloquei o nome de vocês na planilha, então não podem recusar.

— Argh! Eu definitivamente vou matar vocês dois enquanto vocês dormem - queixou-se Quinn com a voz meio abafada pela grama.

Mas os dois sabiam que ela já tinha desistido, então Sebastian sorriu vitorioso e os três permaneceram assim deitados na grama conversando como se o mundo não fosse um redemoinho e nenhum deles devesse coisas demais. Permaneceram perto um do outro como se desafiasse aquela ilha a tentar lhes separar.

Permaneceram ali como se ainda fosse jovens. Como se não tivessem nada a perder.


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