Ethereal escrita por Ninsa Stringfield


Capítulo 22
Vigésimo Primeiro




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/572150/chapter/22

ANTES

Uma vez, quando Diane era pequena, ela havia se perdido na floresta.

Fora num dia estranhamente quente demais para que ficassem enclausurados dentro de casa depois de terminarem suas tarefas diárias. Então Diane e seus irmãos decidiram brincar de pique-esconde na floresta que cercava a pequena propriedade do senhor que serviam. Teoricamente, nenhum deles tinha permissão de vagar por aquelas matas, mas quando se viram do lado de fora, não conseguiram encontrar nenhuma outra proteção contra os monstruosos raios solares além das copas das árvores ao redor. 

Diane era jovem e irresponsável demais na época para temer a ideia até que estivesse de fato no interior da floresta. E foi apenas depois de longos segundos correndo sem fôlego entre os troncos que ela finalmente parou para recuperar o ar e o sorriso que vinha estampando no rosto sumiu assim que olhou ao redor. Ela não fazia ideia de onde estava, nunca tinha corrido para tão longe, e as copas das árvores sobre a sua cabeça faziam o dia parecer muito mais escuro e sombrio do que realmente era. 

Ela tentou ouvir alguma coisa, qualquer coisa que lhe parecesse remotamente familiar; e foi só quando o silêncio respondeu seu chamado que ela recuou vários passos até bater com as costas num tronco e gritou. As vezes Diane acreditava que ainda podia sentir a dor em sua garganta dos gritos que soltara naquela noite. Se lembrava de gritar gritar e gritar por horas a fio, sem parar sem descansar sem piscar. Ela gritou e se encolheu até abraçar os próprios joelhos sentada no chão até não conseguir gritar mais. Seu coração estava acelerado, e ela jurava que a floresta a observava, jurava que havia alguma coisa atrás de cada um dos troncos ancestrais que a cercava.

Ela não percebeu a presença das lágrimas quando enterrou a cabeça entre as pernas, fechando os olhos com força e desejando que aquele pesadelo acabasse, que ela acordasse para se deparar com sua cama quentinha cercada pelo ronco de seus irmãos. Mas ela abria e fechava os olhos diversas vezes, e nada mudava. Ela continuava perdida, ela continuava sozinha. 

Diane escondera o próprio rosto mais uma vez e chorou soluços que chacoalhavam seu mundo todo.

De repente, sentiu uma mão em seu ombro, fazendo-a cair para o lado em surpresa; mas era apenas Stephen, que a pegou em seus braços e a levou para casa.

Agora, no entanto, quando as portas do salão se abriram a sua frente e ela se deparou com um mar de vestidos reluzentes e rostos elegantes, ela soube que mão alguma seguraria em seu ombro e a carregaria para a segurança de sua casa quando todos os olhares recaíram sobre ela. Diane engoliu em seco diversas vezes, arranhando a própria palma das mãos como veio fazendo na carruagem até ali. Lily sorria para todos com indiferença, como se não reparasse o alvoroço que a presença do grupo causava. Dos cabelos prateados de Dorian e rosto glorioso para o tom de pele de Diane.

A garota deixou seu olhar recair para os próprios pés, desejando com toda sua força que pudesse se fundir ao chão e desaparecer daquele salão para sempre. Por que diabos achara que seria uma boa ideia ir até ali?

E ela estava prestes a sair correndo para o canto mais discreto e escondido da sala quando Dorian segurou em suas costas, na base de sua coluna, seu dedão raspando levemente em sua pele exposta. Mas ela se recusou a corar.

— Lembre-se que você está aqui comigo, não sozinha - sussurrou ele em seu ouvido - Ninguém poderá tocá-la.

— Eles não precisam me tocar para me destruir - respondeu ela, num tom ríspido que pareceu estranho para seus próprios ouvidos - Seus olhares gritam todas as palavras que pensam sobre mim.

E de fato lá estava, o nojo, a repulsa. O modo que corriam os olhos por todo o corpo dela como se avaliassem um pedaço de carne, e a considerassem estragada. Dorian tentou incentivá-la a seguir em frente pressionando a mão que descansava em suas costas, mas ela inconscientemente se desvencilhou dele e caminhou atrás do casal. Cada movimento era cuidadoso, lento o suficiente para chamar o mínimo de atenção possível.

Eventualmente, ela saiu de perto dos dois e deixou que seguissem para o lado de um grupo que conversava animadamente com suas taças de champanhe em mãos. Dorian não lançou um segundo olhar sobre ela assim que afastou sua mão. Afinal, ele havia prometido que fingiriam não se conhecer naquele baile. Apesar de ser a suposta irmã dele, sabia que assumia esse papel apenas para conseguir andar livremente no salão sem ser incomodada; o que para ela já era incômodo o suficiente.

Diane estava mais acostumada a ser ignorada do que desprezada. O que as pessoas pensavam dela nunca fora um segredo, e nunca teve forças o suficiente para acreditar que deixariam de pensar assim; mas a maioria nem se dava ao trabalho de cuspir nela enquanto passavam pela rua, e se contentavam apenas em ignorá-la como se ela não devesse estar ali.

A raiva inflou o corpo dela numa onda de fúria que a fez enrijecer o rosto sutilmente. Ela desejava que aquela raiva pudesse sair de seu corpo, quente o suficiente para queimá-la e levar todo aquele salão consigo. Mas ao invés disso ela ficou lá, parada, cerrando os dentes enquanto mantinha uma expressão impassível fingindo que não podia ser perturbada.

Ela tentou ficar próxima da pequena passagem por onde homens e mulheres equilibrando bandejas nas mãos saíam de vez em quando, como se pudesse se camuflar junto a eles e desaparecer de uma vez. Nem ao menos ousou esticar a mão para uma das bebidas servidas, e preferiu ficar encostada observando a multidão. Algumas vezes, no entanto, algum grupo passava por ela e...ria, fazendo caretas descaradas antes de se afastar; mas Diane não ousou corar ou correr.

Eles não podem me tocar, eles não podem me tocar, eles não podem me tocar; ela tentava se lembrar. Eles a desprezariam, ridicularizariam e a odiariam, mas eles não poderiam tocá-la, e isso já era muito mais do que pessoas como ela poderiam pedir.

Diane ficou tanto tempo se concentrando em não reagir às provocações, que quando uma mulher parou ao seu lado, ela demorou alguns segundos para perceber que esta a chamava.

— Senhorita? - a mulher repetiu. Diane se virou para ela sobressaltada - Perdão, me perdoe, por favor - pediu ela sem graça - Deseja um drink? - perguntou, estendendo uma bandeja cheia de taças para ela.

Diane abriu e fechou a boca diversas vezes, sem saber como reagir.

— Senhorita? - tornou a chamar a mulher, um pouco incerta se deveria ir embora ou não. Diane balançou a cabeça para tentar espantar sua confusão.

— Ah, me perdoe. Você está falando comigo?

A mulher piscou. Ela era jovem, talvez não muito mais velha do que a própria Diane, e seus cílios eram imensos, de forma que quando piscava, sua cabeça se inclinava e Diane tinha a sensação de observar um pássaro. As linhas de seu rosto eram leves e precisas, dando um ar de delicadeza a ela, que era acentuada pelos seus olhos grandes e negros, macios como seda.

— Temo que sim, senhorita..? - ela direcionou um olhar para a bandeja e então para Diane novamente.

Diane olhou ao redor, mas ninguém parecia prestar atenção na cena. Então estendeu o braço desconfiada e pegou uma taça para si.

— Obrigada - agradeceu ela, com um sorriso que imaginou expressar verdadeira gratidão.

 A garota sorriu de volta.

— Não há de que - ela deu de ombros - Foi uma indelicadeza ninguém mais ter te oferecido nada antes.

Diane sorriu timidamente.

— É - respondeu com um próprio dar de ombros, parecendo tão cansada quanto realmente se sentia, a raiva deixando seu corpo e dando lugar a um vazio tão insuportável quanto - Não há muito que eu possa fazer sobre isso.

— Bom - concluiu a garota sem jeito depois de uma pausa - Tenha uma boa noite. Sou Lynn. Caso precise dos meus serviços, é só chamar.

Ela deu mais um bondoso sorriso acompanhado de uma piscadela e se afastou com uma reverência de cabeça. Antes que Diane pudesse agradecer novamente, a garota desapareceu pela mesma entrada de onde os criados surgiam.

Diane acompanhou seu percurso com o olhar, as sobrancelhas franzidas enquanto segurava a taça estupidamente no ar. Só depois de um bom tempo se deu por satisfeita, e a única certeza de que a cena não havia sido apenas um devaneio de sua cabeça era a existência da taça apoiada entre seus dedos. Ela olhou para o líquido transparente, e ainda um pouco desconfiada, deu um gole.

A efervescência deslizou sua garganta abaixo e um sorriso escapou de seus lábios. Aquela sensação era maravilhosa apesar de estranha, e ela logo entornou o resto pela boca, dando conta de quão mais leve se sentia mesmo com o desprezo sempre constante lançado em sua direção.

A sensação, no entanto, não durou muito, e logo ela se viu novamente vulnerável sob os olhares dos convidados, tendo que observar a multidão para passar o tempo, agora um pouco mais impaciente do que antes ao sentir falta do líquido pinicando em suas veias.

Ela correu os olhos pela multidão sem muito interesse, mas algo chamou sua atenção perto das portas duplas por onde haviam entrado quando viu Lily se debruçando de rir e só então se deu conta de que havia algo errado. Dorian não estava com ela.

Diane se endireitou e procurou minuciosamente por ele de uma ponta à outra do salão, e seu coração já estava começando a disparar quando finalmente encontrou um punhado de cabelos prateados quase invisíveis sobre a penumbra de uma balaustra. Dorian estava acompanhado de uma porção de homens, e conversava principalmente com o mais alto e esguio deles. Ela não conseguia enxergar seu rosto de onde se encontrava, mas seus ombros eram tão largos quanto os de Dorian, e seu aperto pareceu firme quando ambos deram as mãos em um cumprimento.

A curiosidade foi lentamente enroscando tentáculos suas veias acima enquanto ela observava. Afinal, Dorian nunca havia mencionado porque era tão importante não só se instalarem naquela vila específica mas atenderem àquele estúpido baile. Ele havia mencionado algo sobre negócios pendentes, mas o que poderia ser tão importante que ele nem ao menos poderia contá-la?

Bev podia ter pedido que eles seguissem naquela viagem, podia ter dito que confiava em Dorian mesmo tendo o expulsado de seu estabelecimento para sempre. Mas nada disso mudava o fato de que Diane não sabia absolutamente nada sobre ele, sobre os estranhos que o perseguiam, e muito menos sobre os negócios que ele nem ao menos ousava mencionar em voz alta. Diane podia confiar cegamente em Bev, mas sua lealdade não podia simplesmente se estender ao garoto que mantinha sorrisos no rosto como facas afiadas.

Ela olhou novamente para Lily, que parecia alheia ao fato como sempre, se divertindo e sorrindo como provavelmente havia sido criada para fazer; e quando finalmente voltou sua atenção a ele, o grupo de Dorian começava a se afastar em direção a uma pequena passagem cuja existência ela mal reparara. Nesse momento, ela congelou incerta.

O que deveria fazer agora, segui-lo sem ser convidada, ou continuar sua tarefa inútil de tentar parecer invisível? Apesar de todos os perigos implicados em sua decisão, Diane já tinha certeza absoluta do que faria quando Dorian atravessou a passagem e o homem alto com quem ele conversava olhou para trás justamente na direção dela, antes de se virar e também desaparecer passagem adentro. Não antes de lançar um sorriso para ela que a deixou enjoada.

Ela deixou a taça que segurava na primeira mesa que encontrou e segurou as extensas camadas de tecido de sua saia para subir a larga escadaria que levava a um corredor mais discreto no andar superior, cuja outra extremidade dava justamente acima da porta onde o grupo havia adentrado.

Diane olhou apenas uma vez por cima do outro, para ver se estava sendo seguida ou observada. Mas tudo que viu em resposta foi convidados já num nível considerável de embriaguez, finalmente alheios demais para notar qualquer movimento seu. Então ela virou para frente e apressou o passo, tentando ser o mais silenciosa que podia com os saltos altos.

Ela caminhou o percurso todo próxima da parede oposta as balaustras para não ser vista, e estava prestes a descender no lance de escadas pretendido para chegar a outra ponta do salão quando uma onda de risadas chegou até seus ouvidos e ela se deteve. O barulho vinha de um corredor ramificado aquele que ela acabara de passar. Ela arriscou um olhar para baixo, na direção da porta onde um homem vestido todo de preto parecia guardar a porta, então olhou para a esquina de onde o barulho havia surgido.

Antes que pudesse considerar o tamanho da estupidez que fazia, seus pés já se moviam na direção do corredor, checando rapidamente se não estava sendo seguida antes de adentrar nele. Ela ouvia vozes - masculinas -, abafadas e incompreensíveis. Pela rapidez que eram jogadas no ar, eles provavelmente estavam discutindo.

Ela caminhou até o fim do corredor, mas sem contar com os quadros pendurados nas paredes e as pequenas escrivaninhas seguravam ornamentados vasos de flores; não havia uma porta sequer. As vozes se elevaram novamente em algum ponto a sua direita, e ela observou o papel de parede. Eram belas tapeçarias que vinham do chão ao teto, com linhas e desenhos que claramente não vieram dali. Aquela provavelmente era a mansão de algum mercador.

Diane chegou mais perto do tecido, e estava prestes a estender a mão para tocá-lo quando sentiu uma leve brisa nos pés, que estavam expostas graças a saia que ela ainda segurava. Ela olhou para baixo, para a borda do tecido que parecia estar sendo levemente soprada de dentro para fora. Ela empurrou o tecido, e a parede simplesmente...afundou.

Um sorriso escapou de seus lábios, mas então dedos firmes seguraram em seu ombro e a viraram.

O que diabos você está fazendo aqui? — era Lynn, que sussurrava. Enquanto arregalava os olhos para ela e parecia verdadeiramente aterrorizada.

— E-eu... - ela não conseguia formar as palavras, dizer qualquer coisa enquanto seu coração esmurrava seu peito pelo susto que levara.

Mas Lynn simplesmente balançava a cabeça para ela, como se tentasse negar algo para si mesma. E Diane estava prestes a dizer uma desculpa qualquer quando entendeu o que a garota estava pensando.

— Não! - ruiu ela, num sussurro alto demais - Não - ela tentou controlar a própria voz - Eu não sou uma ladra. Não é isso que estou fazendo aqui.

— Então o que significa isso tudo? - questionou ela apontando para o ambiente ao redor.

— Isso...

Diane pensou em mentir, pensou em tentar fugir. Mas haviam olhares demais, principalmente para cima dela; e nada lhe garantia que sairia dali viva, justamente quando Dorian nem estava ali para escoltá-la. Se é que ele continuaria a protegê-la se descobrisse que ela o estava espionando.

Ela exalou o ar preso em seus pulmões enquanto seus ombros caiam para frente.

— Eu...eu não tenho uma desculpa - admitiu ela - Eu só... - ela respirou fundo de novo - Eu preciso saber o que o garoto que veio comigo para essa festa está fazendo aqui hoje.

Seja lá qual fosse a desculpa que esperava, aquilo claramente a pegou de surpresa enquanto Lynn simplesmente piscava para ela.

— O quê?

— O garoto - tentou explicar ela agitada, chegando um passo para a frente - De cabelos prateados que entrou comigo hoje. Ele não é meu irmão, nem ao menos meu amigo é. Nós só estamos viajando juntos porque uns caras tentaram me atacar e ele diz que conhece um lugar seguro, mas se recusa a dizer onde é - Lynn ainda parecia incrédula, mas Diane insistiu - Por favor, você tem que acreditar em mim. Eu não posso seguir ele para sempre sem saber no que estou me metendo.

Por um segundo, a empregada simplesmente a encarou. Ela observou e observou, como se tentasse resolver o quebra-cabeça que era Diane parada na sua frente. Seus olhos se estreitavam e se arregalavam conforme ela ponderava. Então ela deu um passo para trás e começou a se afastar.

— Eu vou chamar a segurança...

— Não! - implorou Diane, segurando em seu braço - Por favor, por favor. Eu provavelmente nunca vou ter outra chance como essa.

— Então porque concordou em viajar com ele?

— Porque alguém que eu me importo muito pediu que eu fizesse isso - esclareceu ela - Mas essa pessoa confia demais, é boa demais. Ela podia muito bem estar enganada sobre ele.

— E você está disposta a arriscar ser vista aqui apenas para provar isso?

— Se eu não me arriscar agora eu provavelmente vou ter que me arriscar mais tarde. Eu só estou tentando tomar o controle sobre a minha própria vida.

Lynn a encarou novamente, mas havia algo menos duro em seu olhar, como se as palavras de Diane tivessem acendido alguma memória atrás de seu olhar. Ela praguejou.

— Se você for vista...

— Não vou te delatar - interrompeu Diane, antes que ela pudesse terminar - Vou tomar toda a responsabilidade. Nem ao menos te vi aqui em cima.

Ela xingou mais um pouco em nome de deuses que claramente ficariam ofendidos.

— Eu sei que vou me arrepender disso, mas... -  ela suspirou e olhou por cima do ombro - Tome cuidado, apenas...tome cuidado. Tente não ser vista, pelo amor de Deus. Você não tem noção do que fariam se te vissem aqui.

Diane suspirou aliviada.

— Obrigada, muito obrigada.

Mas Lynn apenas revirou os olhos e caminhou até o fim do corredor, até o fim da tapeçaria onde havia uma ponto imperceptivelmente solta, e a levantou, revelando a parede de pedras atrás e um corredor estreito e escuro. Surpreendentemente, ela ainda conseguia ouvir as vozes deles, menos abafadas e um pouco mais claras.

Diane deu um passo em direção ao corredor secreto, e estava prestes a entrar completamente quando Lynn a deteve mais uma vez.

— Cuidado para não se perder aí em baixo, há muitos corredores que nunca foram explorados.

— O que tem aqui?

— Um calabouço? Ninguém realmente sabe. Tudo o que nós conseguimos ouvir as vezes são gritos. Gritos de dor.

Um calafrio percorreu sua espinha, mas Diane não se permitiu pensar muito sobre isso.

— Siga as vozes, e tome cuidado com onde pisa - complementou ela, séria. Muito séria - Só desci por essas escadas uma única vez, e espero nunca ter que fazer esse caminho novamente.

— Por que? O que você veio fazer aqui em baixo?

— Entregar uma carta ao Marquês Axis. Seu escritório oficial é aqui na mansão, mas ele costuma passar muito mais tempo atrás dessa tapeçaria - explicou ela, indicando o pano ornamentado que segurava - O chão era muito escorregadia, mas estava muito escuro mesmo com o candelabro, e foi só quando cheguei até aqui que percebi que toda a barra de meu vestido estava manchada de sangue.

Diane assentiu, mais para si mesma do que para ela. Então se virou enquanto engolia em seco, observando sua respiração se condensar a sua frente. Aquele corredor conseguia ser surpreendentemente frio.

Ela começou a andar, utilizando da pouca iluminação que o corredor de fora promovia; até que Lynn a chamou uma última vez:

— Eu nem ao menos sei seu nome.

— É Diane. Meu nome é Diane Tulles.

— Bom - disse ela, sorrindo como se sentisse pena dela - Foi um prazer te conhecer, Diane. Boa sorte.

Então ela cobriu a entrada e deixou Diane presa na escuridão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ethereal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.