Quem matou o tio Agenor? escrita por Eli DivaEscritora


Capítulo 5
Mostrando as garras


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta :) Espero que vocês estejam gostando da fic. Ela está chegando ao fim, o próximo capítulo será o último. Desejo um feliz natal atrasado e um feliz ano novo adiantado para vocês, boa leitura gente ;*



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Um mês havia passado e o Rafael ainda continuava preso – sem saber que eu estava grávida – sim, eu estou grávida! Minha mãe agora estava tão feliz... Depois da morte do tio, essa era a única coisa que a deixava contente.

 Mãe, hoje é dia de visitas, vou contar para o Rafa sobre a minha gravidez, apesar dele ter me proibido de ir até lá.

 Nossa, finalmente ele vai descobrir isso! E o advogado?  ela perguntou do outro lado da linha.

 Ele disse que o juiz ainda não marcou a audiência, talvez essa semana ele marque.

 E as imagens daquele almoço que teve aqui? O delegado não disse nada?

 Elas ainda não chegaram. Mãe, vou ter que desligar se não eu perco o horário, beijos.  Ela se despediu de mim e depois eu desliguei o telefone. Peguei minha bolsa e saí rumo a delegacia  aliás minha vida agora era em volta dessa delegacia.

 Senhora, por aqui, por favor  um policial falou assim que perguntei se podia fazer a visita.

 Sim.  O segui até um corredor no qual outro policial fazia a vigia. Ele abriu uma porta, entrei ali passando por outro corredor e então alguns homens começaram a mexer comigo.

 Hoje é mesmo um dia de sorte! Olha, gata nova no pedaço!  Um cara com uma barba grande falou assim que passei na frente da sua cela.

 Rafa!  falei do lado de fora da cela.

 Letícia? O que você está fazendo aqui?  Levantou da sua pequena cama e veio até a grade.  Não quero que você venha aqui.  Ele não disse por mal, só não queria que eu ficasse escutando as palhaçadas daqueles caras.  Eu já te falei que não gosto.

 Mas o assunto é importante.  Dei uma pausa.  Eu acho que você merece saber.

 O que é tão importante  grudou uma mão na grade olhando para mim e eu encarei seus olhos.  que você não pode esperar?

 Eu estou grávida.  Suspirei. Decidi ser direta e não fazer rodeios.  Um mês.

 Sério?  Ele sorriu feliz, mas logo depois ficou triste.  É uma pena que eu não possa estar aí do seu lado e tenha que ficar aqui.

 Mas logo você vai sair daí, eu sei que vai.  Sorri.  E logo nós poderemos curtir o nosso filho juntos.  Segurei o rosto dele.

 Eu amo você!  Ele deu um beijo carinhosamente na minha mão.

 Eu também amo você.  Sorri.

 Acabou o horário de visitas  um policial falou para algumas pessoas que estavam ali.

 Tenho que ir, amor, mas estou fazendo de tudo para tirar você daqui.  Beijei ele nos lábios e depois acenei indo embora.

—-----

Uma semana depois...

― Ai, minha filha, já tem que comprar as roupinhas!  minha mãe comentou do outro lado da mesa.

 Mãe, nem tenho dois meses de gravidez e você já quer comprar coisas?  Coloquei uma mão no rosto.

 É claro, já tem que começar.  Levantou da mesa indo até o armário.  Você vai ver, passa tão rápido... Essa semana vamos passar nas lojas.  Ela abriu um armário.  Mas onde eu coloquei os biscoitos? Para variar, comemoram tudo.  Virou para frente.  Ai, filha, você pode ir à dispensa ver se não tem?

Na casa da minha mãe as coisas sempre acabam rápido.

 Tudo bem  falei levantando da cadeira.  Aqueles biscoitos são demais e estou com vontade de comer.

 Então vai logo, não quero que meu neto nasça com cara de biscoito.  Ela sorriu.

Quando estava passando no pátio eu tive que parar no meio do caminho pois a Lívia vinha com a Gabi meio apressada.

 O que você está fazendo aqui?  Perguntei curiosa.

 Ai, Lê, preciso fazer umas coisas do trabalho e não sei com quem deixar a Gabrielly. Minha mãe e o meu pai estão naquela viagem, aí vim pedir ajuda a tia  comentou.  Ela está aí?

 Está sim, mas pode deixar que eu cuido dela.  Sorri passando a mão nos cabelos da Gabi.

 Nossa, Lê, valeu mesmo!  Sorriu agradecida.  Eu fico te devendo uma.  Beijou a bochecha da Gabi e depois sua testa.  Tchau, filha, a mãe vem te buscar mais tarde. disse acenando de longe.

 Então, Gabi o que você vai querer fazer?  perguntei para a menina.

 Vamos brincar de boneca?  Ela me encarou com seus olhos azuis tão brilhantes.

 Pode ser, mas você trouxe alguma? Primeiro vou procurar os biscoitos lá  falei me referindo à dispensa e logo em seguida caminhei até o lugar.

 Não trouxe.  Ela fez um bico.

 Bom, acho que eu tenho algumas ainda guardadas no meu antigo quarto  respondi sorrindo, enquanto entrava na dispensa.

 Filha, eu vou no mercado comprar mais biscoitos. Se ainda tiver algum pacote aqui você coloca no pote lá da cozinha, ok?  Ela falou do outro lado da porta.  Oi, Gabi!  minha mãe ficou um pouco assustada com a presença dela.  Não vi que a Lívia tinha vindo aqui.  Ela sorriu.

 Tudo bem, mãe.  Sorri.  A Gabi fica comigo enquanto a senhora não volta.

 Claro. Até depois, meninas!  Ela saiu pelo portão.

 Não está muito escuro aqui?  A Gabrielly falou agarrando as minhas pernas com medo.

 Calma, nós já vamos sair.  Eu olhei algumas prateleiras em busca do biscoito.  Falta só eu olhar mais essa prateleira.  Passei minha mão pelos cabelos dela enquanto prestava atenção nas prateleiras.

 Se está escuro podemos deixar mais claro  comentou uma voz familiar.

 Quem...  Olhei para a direção que vinha o som, mas a minha voz falhou ao notar o que estava acontecendo.

 Pode ficar tranquila, Gabi, vou clarear as coisas aqui para você  disse acendendo um fósforo.

 Mari?  O que ela fazia aqui? A Gabi se agarrou ainda mais nas minhas pernas.

 Sim  a Mari respondeu e logo em seguida jogou o fósforo num canto.

 O que você está fazendo? Você está maluca? Apaga logo isso  eu a repreendi.  Você quer colocar fogo aqui?

― Mas essa é a intenção.  Ela saiu do lugar em que estava e veio até onde eu e a Gabi estávamos.  Não era assim que eu havia planejado, mas até que não é uma má ideia.  Ela ficou calada por alguns instantes.  O lugar não é grande, então não vai demorar muito para pegar fogo.  Seu olhar parecia distante.  Não vão sentir nada.  Ela deu um sorriso que arrepiou a minha alma.  Talvez só um pouquinho.  Ela deu uma risada.

 O quê? Do que você está falando?  Olhei para a Gabrielly que agora se escondia totalmente atrás de mim.  Você não vê que ela é só uma criança? Não enxerga também que ela está assustada?

 Não era para ela estar aqui, não posso fazer nada.  Ela deu de ombros.  Mas você é muito lerda!  Seus olhos pareciam que tinham fogo e eu não sabia se era porque o lugar estava assim ou pelo motivo que ela parecia estar com raiva.  Pelo menos é melhor do que ganhar uma paulada na cabeça.  Ela chegou mais perto de mim e eu por impulso cheguei para trás.

 Não.  Minha voz saiu fraca.  Você não fez isso, fez?  Encarei os olhos dela e a resposta situava-se bem ali na minha frente.

O fogo aumentou um pouco pela lateral do depósito. Ela voltou a ter o olhar distante e, depois de alguns segundos no seu próprio mundo, começou a falar:

 Isso vai ser perfeito!  Ela olhou para mim.  Você começou tudo por causa de ciúmes  ela apontou para mim  e acaba morrendo.  Aquele sorriso maléfico voltou a reinar na sua boca.  Eu e a Gabi fomos as suas vítimas  Ela apontou o dedo quase na minha cara com raiva.

 Acho que você está precisando de ajuda  comentei exasperada.  Chega!  Eu me revoltei. Caminhei até a porta, mas quando cheguei lá a mesma havia sido trancada  Mariana abre essa porta, a Gabi é apenas uma criança.  Apontei para a pequena que se escondia atrás de mim.

 E daí? Eu não pedi para ela vir aqui.  Ela revirou os olhos.  Eu não posso fazer nada, mas agora é que ela não vai poder sair.

 Por que você não nos deixa sair? Nós poderemos conversar lá fora.  Eu a encarei.  Sabe, existem tratamentos que as psicólogas fazem que é ótimo...

 Eu não preciso de ajuda!  ela respondeu ríspida.  Vou acelerar mais o processo agora.  Ela pegou mais um fósforo.

 Não!  Levantei as mãos como se me rendesse.  Tudo bem, eu entendi, você não precisa de ajuda.

 Que bom que percebeu.  Ela jogou o palito que acabara de acender no chão.

 Não!  Eu gritei assim que ela jogou o fósforo.  Deixa a Gabi sair, Mariana, por favor.  Eu passei minhas mãos pelo cabelo da Gabi que me encarava confusa e ao mesmo tempo assustada.

 Sem chance.  Ela riscou mais um palito de fósforo.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de saber a opinião de vocês sobre a história, então não fiquem com vergonha de falarem comigo :P



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