Quem matou o tio Agenor? escrita por Eli DivaEscritora


Capítulo 6
Ester


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do último capítulo da fic. Em breve tenho planos para uma nova fanfic, com mais capítulos e de gênero diferente. Boa leitura ;*



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* PDV Terceira Pessoa

― Preciso da sua ajuda, senhor Fernandes ― o delegado falou assim que o homem sentou a sua frente.

― Para o quê? ― perguntou o Rafael, interessado.

― Bom, aquelas fotos do almoço de domingo saíram e, para nossa surpresa, tivemos um resultado. Mas preciso que o senhor identifique esta pessoa. ― Mostrou a foto para o Rafael ― já que o senhor é da família.

― Está meio borrada, mas, pela roupa, consigo identificar... Não pode ser! ― falou confuso.

― Quem é? ― o delegado perguntou.

― É a Mariana. ― Colocou uma mão na testa, não acreditando.

― Temos que prendê-la imediatamente ― o delegado falou.

― Por quê? ― Rafael perguntou vendo o delegado se levantar da cadeira apressadamente.

― Acreditamos que ela não queria matar só o senhor Agenor, isso era apenas uma distração ― ele chamou outros policias.

― Distração? Quem ela quer matar afinal? ― O Rafael arregalou os olhos.

― Sua esposa, senhor Fernandes.

― Não... ― O homem encarou o delegado assustado. ― A Letícia? ― Rafael estava confuso ― Temos que correr, pois hoje ela foi para a casa da mãe dela. ― Ele se levantou da cadeira rapidamente. ― E, para piorar, a Mariana mora ali do lado!

― Estamos indo ― respondeu o delegado por último.

—----

* PDV Letícia

― Mari, por que isso? ― Eu tossi um pouco, por causa da fumaça que agora cobria quase o local todo.

― Você é burra? Ou se faz de burra, querida? ― Ela encarou meus olhos.

― Eu não sou burra! ― respondi.

― Ah, não? Você ainda não sacou que eu matei o nosso querido tio? E pior, eu estou matando você também! ― Ela andava de um lado para o outro. ― Não, não... ― ela falou e depois parou pensativa. ― Você é quem enlouqueceu, perdeu o controle e colocou fogo aqui. ― Ela apontou para mim.

― Você o quê? ― falei quase sem força. ― Por que você matou ele? ― Encostei minhas costas na parede e fui escorrendo até o chão. Eu não estou acreditando que ela matou o nosso tio.

― Na verdade, eu queria matar você antes, mas pensei melhor e percebi que se o tio tivesse um ataque do coração não seria bom para mim e aí a polícia podia me pegar. Então, ele tinha que morrer primeiro e agora chegou a sua vez ― ela me olhou, novamente, com aquela faísca no olhar. ― Vocês dois precisavam sumir das nossas vidas, mas você tinha que ser por último. ― O quê? Isso não faz sentido algum! Mas também não dá para esperar muito de uma louca de pedra.

― Nossas vidas? ― Olhei na direção em que ela estava.

― É, minha e do Rafa. Ai, meu Deus, você não está sabendo? ― Ela olhou seriamente para mim.

― Sobre o quê? ― perguntei confusa. Acho que o caso dela é muito mais grave do que eu pensava. Um psicólogo seria pouco.

― Eu e o Rafa planejamos fugir juntos, sabe? A gente teve alguma coisa na adolescência e nunca mais acabou. Pensamos em ir para a Europa, sei lá. ― Suspirou feliz.

 

Eu realmente estava confusa. Como assim o Rafael estava tendo um caso com ela? Ele planejava fugir com ela? Não consigo acreditar... E essa história de ter alguma coisa na adolescência já não tinha passado? O Rafa tinha me falado que foi algo passageiro, coisa de crianças. Aposto que ela está inventando. Minha prima realmente está maluca. A Gabi encostou seu corpo no meu e eu parei de pensar nessas coisas.

 

― Oh, tudo bem, Gabi. Vai ficar tudo bem. ― Eu passava as mãos no seu braço para tentar acalmá-la. ― Mas o tio não tinha nada a ver com isso, você não podia simplesmente deixar ele morrer naturalmente? Por que uma morte tão cruel? ― Limpei algumas lágrimas.

― Não ia ter tanta eficácia. ― Ela parou por uns segundos. ― Mas que barulho é esse?

― Parece uma ambulância. ― Rezei mentalmente.

― Não é uma ambulância. ― Levantou amedrontada. ― É a polícia, sua burra! ― Ela veio na minha direção.

― Espera! O que você está fazendo? ― perguntei assustada.

― Nada. ― Puxou-me pelos cabelos. ― Deixa eu pensar um pouco.

― Ai! ― Coloquei as mãos na cabeça. Aquilo doía demais. Mas o que me preocupava era que o fogo estava avançando rápido demais.

― Como eu dizia, a culpa foi toda sua ― ela falou baixo perto do meu ouvido.
            –----

*PDV Terceira Pessoa

― Ai, o que é isso! O que está acontecendo aqui? ― falou a mãe de Letícia, colocando a mão na boca assustada, vendo que a sua dispensa pegava fogo. ― Ah, minha filha está lá dentro! ― Ela olhou para os policiais gritando por ajuda.

― Sim, fique calma, vamos tirá-la de lá. ― O delegado apareceu, tranquilizando-a.

― Mas como isso foi acontecer? ― perguntou a senhora assustada, vendo um monte de fumaça pelo local.

― Senhora, descobrimos o assassino do seu tio ― o delegado falou olhando calmamente em seus olhos. ― É uma assassina, na verdade, e ela está lá dentro com a sua filha.

― Não! Como assim? ― ela falou aos berros agora. ― Quem é que está fazendo isso? Delegado você precisa tirar a minha filha dali, ela está grávida!

― Sim, fique calma, nós vamos arrombar a porta... Mas já eram para ter arrombado... ― O delegado olhou para os policiais. ― O que vocês estão fazendo parados aí? Por que não foram arrombar a porta? ― falou autoritário.

― É que o senhor não deu segunda ordem ― falou um policial.

― Segunda ordem? Eu preciso dizer tudo o que vocês têm que fazer? Andem! ― o delegado falou mais alto.

― Nossa, ainda bem que vocês... ― Tossiu ― chegaram... ― Mariana falou assim que a porta foi arrombada. ― Aquela maluca ali me prendeu. ― Apontou para Letícia que estava dentro da dispensa ainda. ― Ela queria me matar! ― falava como se fosse a verdade.

― Com certeza ― o delegado falou indo em direção à Mariana e depois começou a algemá-la.

― Espera! O que o senhor pensa que está fazendo? Foi ela quem colocou fogo em tudo, ELA QUEM SEMPRE ESTRAGA TUDO! ― Disse mais alto e com raiva.

― Eu não acredito que você fez isso, como você pode? Ele também era seu tio! ― a mãe de Letícia pronunciou assim que o delegado a mandou andar até o carro.

― Claro, mas a preferida sempre foi a Letícia! ― Foi a última coisa que disse antes do carro da polícia partir.

 

*PDV Letícia

― Meu amor, ― o Rafa veio na minha direção correndo ― você está bem? ― Passou sua mão pelo meu rosto.

― Estou ― falei suspirando. ― Ela está precisando de tratamento. ― Pisquei duas vezes. ― Ela está maluca. ― Passei a mão pelo cabelo.

― Acho que o delegado vai saber lidar com isso. Agora me conta uma coisa, você realmente está bem? ― ele perguntou preocupado.

― Claro que estou. ― Ouvimos mais barulho de sirene e logo pude ver um caminhão vermelho entrando na rua. Já era hora dos bombeiros chegarem. ― Só estou um pouco cansada.

― Então vamos para casa. ― Ele segurou na minha outra mão.

― Não podemos deixar a mamãe assim... E a Gabrielly? ― Olhei para baixo onde ela segurava a minha mão ainda com os olhos esbugalhados ― Gabi? Gabi...? Tudo bem? ― eu perguntei preocupada.

― Eu quero a minha mãe ― ela falou meio chorosa.

― Vamos ligar para ela, então. ― Tentei fazê-la se acalmar e sair do transe em que estava. Ela balançou a cabeça positivamente e depois seu olhar ficou perdido.

― Amor, vamos ficar só mais um pouco. ― Olhei para ele e depois beijei seus lábios. ― Só até a Lívia chegar.

― Tudo bem, mas eu não vou sair do seu lado ― ele respondeu.

 

~ Oito meses depois

*PDV Terceira pessoa

― Por que é que está demorando tanto? ― falou Rafael desesperado andando de um lado para o outro.

― Calma, meu filho, essas coisas demoram ― respondeu a mãe da Letícia. ― Por que você não foi assistir então? Aí fica todo agitado.

― Eu? Não, melhor não, o médico ia ter que me ajudar. ― ele disse balançando a cabeça e a senhora ao seu lado riu. ― Era capaz de eu passar mal ainda.

― Vocês são os familiares da paciente... ― O médico procurou no prontuário e depois voltou a falar ― Letícia Fernandes?

― Sim ― os dois responderam ao mesmo tempo.

― Eu sou o pai e ela é a avó ― Rafael comentou por impulso.

― Parabéns, é uma linda menina e elas já podem receber visitas. ― Sorriu apertando a mão de Rafael.

― Ai, minha netinha nasceu! ― a mãe de Letícia comentou feliz.

― Vamos vê-las logo, então. ― Rafael falou empolgado.

 

*PDV Letícia

Eu segurava a minha filha em meus braços e não podia sentir uma emoção maior do que aquela. Assim que o meu marido e a minha mãe apareceram na porta eu abri um sorriso.

― Ei, olha quem está aqui! ― falei para a linda menina nos meus braços. ― Seu pai e aquela ali é a sua avó ― Ela ouvia atentamente apesar de que mostrava sinais que iria dormir logo.

― É tão linda... ― O Rafael se sentou num pedaço da cama ao meu lado, olhando a nossa filha.

― Ela se parece com você, Lê ― minha mãe comentou. ― Quando você nasceu os seus cabelos eram bem pretos também ― falou emocionada.

― É, mas os olhos são dele ― argumentei olhando para a minha garota. ― Mãe, e o papai, cadê? ― Olhei na direção dela.

― Ele ficou em casa. Disse que precisava arrumar umas coisas para a chegada do bebê, mas ele vem assim que der, e o resto da família também. Você precisa ver o que eles estão preparando...

 

Rafael olhou a sogra fazendo sinal para ela parar de falar.

― O quê? ― comentei curiosa. Olhei para o Rafa e ele mexia as mãos. ― O que vocês estão escondendo?

― Eles estavam querendo fazer uma surpresa ― meu marido falou por fim.

― Que lindos! ― eu respondi feliz. ― Já que a mamãe, boca grande, estragou essa parte, não me contem mais nada e ai eu vou fingir que não ouvi nada! ― Olhei para a mamãe que sorria sem graça.

― Mas então, qual será o nome da minha neta? ― ela perguntou feliz.

― Nome? ― Eu e o Rafa nos entreolhamos.

― Sim, vai dizer que não pensaram no nome ainda? ― Ela riu.

― Bom... Ainda não. ― respondi.

― Eu acho que o nome dela podia ser Ester, que significa estrela. ― Rafael falou sorrindo, olhando para o bebê. ― A nossa luz.

― Eu achei lindo! ― Sorri. ― Ei, Ester, você agora tem um nome! ― Encarei-a e depois a menina sorriu iluminando o meu ser.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de agradecer a Tatiana E. Gonçalves por me ajudar a betar e por seus pensamentos de leitora :) A Laura, também, por acompanhar e comentar foi muito importante. Obrigada meninas!!
Aguardo vocês nas próximas fanfics, beijos ;*



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