Você é a minha babá? ( Yaoi) escrita por AchlysJ2, Lux Herondale, WicoMayne


Capítulo 15
2ª Temp. Capítulo I




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– Leigh -

Meus olhos doíam, havia arranhões e marcas roxas espalhadas em pontos diferentes do meu corpo mole e cansado. Me espreguicei lentamente e senti meu corpo doer ainda mais. Que raios aquele cara fez comigo?

O moreno ainda dormia tranquilamente na grande cama de casal do quarto pouco iluminado. Peguei minhas roupas e as vesti, dando um última conferida para ver se não tinha me esquecido de nada e sai daquele quarto de hotel.

Coloquei meus óculos escuros, joguei a jaqueta de couro nas costas e passei pela portaria dando um bom dia ao porteiro do prédio, em seguida saindo do local e comecei minha lenta caminhada até a casa dos meus pais.

Que por falar neles, provavelmente me encheriam de perguntas e mandariam uma bronca por fazer aquilo novamente. No caminho vi Jasmine, abrindo a lanchonete da cidade de Love City. Ela sorriu docemente para mim e eu acenei em resposta, logo depois ela corou ficando mais rosa que seus próprios cabelos.

Chegando em frente a grande casa azul, abri o portão podendo ver as cortinas do andar de cima se fecharem e sorri ao imaginar o que eles falariam dessa vez. Abri a porta com cuidado e a fechei, logo depois dando de cara com meu querido pai.

" Isso são horas de chegar em casa Leigh? "

Meu pai Lysandre estava a minha frente com seus cabelos platinados bagunçados, vestindo sua calça de moletom e uma camisa verde de mangas compridas, sua expressão não era das melhores.

" Ainda é de manhã, pai".

" Não importa Leigh" seus lábios se formaram em uma linha reta "você fica saindo para essas festas, bebe e só volta pra casa na manhã seguinte".

" O que tem isso? "

" Você tem dezesseis anos Leigh, apenas isso".

"Ah, pai não me amola!". bufei.

" Já chega!" esbravejou, era difícil ver ele perdendo a paciência "você está de castigo! Sem computador e sem ir em festas por cinco meses!"

"Eu preciso do computador para fazer pesquisas da escola" o olhei sério.

"Então sem TV".

" Minha TV está quebrada".

" Então sem Thales " o olhei incrédulo " Isso, sem Thales e sem festas por cinco meses".

" O que?"

"Isso mesmo, agora suba para o seu quarto! "

Bufei e subi as escadas indo ao meu quarto, abrindo a porta e me jogando na cama, peguei meus fones e meu celular e coloquei Take What i Can Get. Minha mãe morreu quando eu era criança, mas antes disso ela pediu a Lysandre o médico que estava com ela, que cuidasse de mim.

Tenho dois pais chamados Armin e Lysandre. Armin é bem extrovertido e muito liberal,menos quando o assunto era o filho do meus tios Alexy e Kentin. Lysandre por outro lado é mais reservado e dificilmente perde a paciência, mas esses últimos meses eu estou fazendo-o ter dores de cabeça.

Antigamente eu era um garotinho tímido que mal conseguia falar direito, hoje sou o pesadelo dos meus pais.

Vocês devem estar se perguntando, o que aconteceu para eu mudar tanto? Não. Diferente do que meus pais pensam não é culpa do pobre Thales, mas sim daquele miserável primo que eu tenho chamado Dimitry.

Todos, até a rainha da Inglaterra sabia desde o princípio que eu não conseguia tirar meus olhos daquele rapaz. Com o passar dos anos nós fomos mudando e muitas coisas aconteceram.

Ainda lembro daquele quarto de hóspedes frio e escuro, dos seus lábios com gosto de Vodka e menta tocando os meus, nossas línguas em perfeita sincronia em um beijo calmo porém com luxúria.

Minhas unhas cravadas em sua pele aveludada, seus olhos castanhos avermelhados me olhando de forma predadora, o calor e a excitação que invadia aquele quarto minúsculo, o único som que vinha de nossos gemidos, tudo tão perfeito que parecia um sonho.

Um sonho proibido e trágico, pois no dia seguinte apenas eu conseguia me recordar daquela noite maravilhosa, e ele...Ele havia ido embora para sempre.

Eu sou apaixonado por meu primo idiota que viajou para o exterior, que não se lembra da nossa noite de amor, que me odeia desde criança por alguma razão , e todas as noites eu bebo e durmo com outras pessoas para tentar esquece-lo.

Eu não posso ama-lo, é errado. Mas o que é errado é sempre mais gostoso.

– Amber-

No chão havia resíduos de sangue espalhados, senti meus olhos marejarem e arderem. Ela dormia tranquilamente no quarto, enquanto eu estava no canto da parede fria da cozinha, abraçando meus próprios joelhos enquanto deixava as lágrimas caírem.

Meu lábio inferior sangrava, e meu corpo estava cheio de hematomas. Cada dia que se passava isso piora. Nathaniel me falava que eu deveria largar a Charlotte pois ela me machucava, mas eu tenho medo.

Charlotte é louca. Tenho medo que eu vá embora e ela tente fazer algo ao meu irmão, não quero que ele se machuque por que eu namorei com uma louca que me espanca todas as noites que volta do trabalho bêbada.

Minha cabeça doía, e minha visão estava um pouco turva mas me levantei e procurei uma blusa de frio e sai de casa. Caminhei pela rua fria e deserta até chegar ao mercado, onde comprei algo para comer.

O capuz da blusa que usava cobria grande parte do meu rosto, algumas pessoas do mercado me olhavam desconfiadas. Sai de lá, e fui para o lugar onde eu sabia que encontraria refúgio. O grande prédio rosa estava quieto e parecia que grande parte dos moradores ainda não tinham acordado.

Pedi ao porteiro para avisar , e logo depois ele me deu permissão para subir. Subi pelo elevador e em pouco tempo depois, saltei e fui até em frente a sua porta. Encarei a porta branca com os números dourados formando 34.

Eu queria chorar, mas não queria chorar na sua frente. Pensei por um breve momento em voltar, mas antes de eu tentar fazer alguma coisa, a porta branca se abriu, me dando a visão de uma Lynn com os cabelos levemente bagunçados, usando apenas uma calcinha rosa e uma blusa cinza. Senti minhas bochechas esquentarem ao me pegar reparando no seu belo corpo.

" Amber, que surpresa!" ela sorriu. Eu amo quando ela sorri." Vamos, entre".

Suspirei e sussurrei um com licença. Logo depois adentrei no seu pequeno apartamento que estava incrivelmente arrumado e bem iluminado. Lynn me olhava curiosa e me chamou para eu me sentar no sofá a sua frente.

" Então, a que devo a honra da sua visita?"

" Nada demais" minha voz estava mais baixa do que eu queria.

" Vamos Amber, sabe que pode me contar qualquer coisa" seu tom de voz era de preocupação e tive vontade de me matar por isso.

" Sabe, acho melhor eu ir embora" senti minhas mãos suarem e me levantei do sofá, sendo acompanhada pela morena que me olhava preocupada.

" Você acabou de chegar, o que está acontecendo?"

" Charlotte deve estar preocupada comigo, é melhor eu ir" sussurrei.

"Amber..."

" Desculpa por isso, até mais".

Caminhei até a porta do apartamento e a abri, porém senti meus puços serem segurados e puxados, me fazendo arfar pela dor e a porta se fechou novamente. Em questão de segundos, e eu não sei como aquilo aconteceu, mas eu estava encurralada.

Lynn tinha suas mãos na porta, seus braços passando por cima dos meus ombros, e perto demais de mim me olhando de uma forma ... Intensa. Por um segundo esqueci como era respirar.

Uma de suas mãos foi até o meu capuz, e antes mesmo de eu conseguir protestar ela o abaixou, deixando a mostra o terrível estado que estava meu rosto. Sua primeira expressão foi de surpresa e logo depois se tornou raiva.

" Desde quando isso vem acontecendo?"

" Não é nada".

" Como não é nada?Amber olhe o seu estado!" ela gritou, me assustando " Por que nunca falou nada?"

" Porque eu tenho medo" senti meus olhos marejarem e eu sabia que a qualquer momento eu choraria.

" Medo do que?" sussurrou.

" Eu tenho medo dela".

Senti seus braços me envolverem, e eu a abracei com força, as forças que eu ainda tinha. Me desabei em lágrimas em seus braços, a única coisa que podíamos ouvir eram nossas respirações e os soluços do meu choro. Afundei meu rosto na curva de seu pescoço, e inalei seu doce perfume. Me sentia segura em seus braços.

" Eu vou te proteger Amber, não precisa mais ter medo"

" Por que?"

" Porque eu te amo".

– Thales -

" Quantas vezes eu preciso dizer que não quero você perto daquela ruiva?"

Era a milésima vez só esse ano, que eu escutava meu pai dizer a mesma coisa. Por alguma razão da qual eu não sei, meu pai Castiel e o pai da minha namorada Iris , se odeiam. São quase que inimigos mortais.

" Fale o que quiser, ela é a minha namorada" bufei.

Estava no meu quarto, terminando de pintar um quadro para passar o meu tempo, quando o meu pai entra no quarto com uma expressão irritada.

Minha roupa, assim como o meu rosto e braços estavam com machas de tinta, e a música da Lindsey Stirling não me permitia ouvir seus resmungos matinais sobre a Iris.

" Namorada?" ele urrou " Como assim namorada?" seu tom de voz aumentou e eu revirei os olhos.

Sinto muito papai, todos tem medo do senhor, menos eu.

"Ela é a minha namorada sim, e você não tem nada haver com isso".

" Ela é filha do Viktor!"

" E do que isso importa?"

" Thales, por que raios você está com essa menina? " esbravejou " È só para me irritar não é?"

" Em partes sim" dei de ombros.

"Ah, moleque eu quero socar a sua cara!"

" Eu gosto da Iris" disse e ele se calou " ela é legal e gosta da natureza como eu, e também é ruiva".

" Mas você não a ama" cruzou os braços, me olhando atentamente e eu ri.

" Amor? isso existe por acaso?" ri novamente " papai, amor se trata apenas de aparência, se a pessoa for bonita você gosta dela, caso contrário ela é descartável e inútil".

" Isso se chama atração física" suspirou.

" Amor é você gostar de estar perto de alguém, é saber olhar para os seus defeitos e qualidades e apesar disso, ainda a achar imperfeitamente perfeita para você, é você sentir aquelas borboletas no estômago mesmo depois de anos".

" Besteira" bufei.

" Amor é não se importar com a aparência, mas sim com o que a pessoa é por dentro, é se preocupar com ela mas com que sigo mesmo, é querer ver aquela pessoa sorrir e estar feliz, mesmo que esse sorriso te machuque".

" Ainda acho que isso não existe" o olhei convicto e ele rolou os olhos, descruzando os braços em seguida e chegando mais perto de mim.

" Diz isso agora, mas um dia uma pessoa vai fazer você acreditar no que eu disse, e vai te abir para um mundo novo, e então você entenderá do que eu estou falando" suspirou " talvez essa pessoa seja a Iris ou não, mas um dia isso vai acontecer".

" Não vou deixar que isso aconteça" ele riu.

" Não tem como fugir do amor criança, ele sempre te pega quando você menos espera, você pode até tentar fugir dele, mas não consegue".

Ele me abraçou e depositou um beijo no topo de minha cabeça. Sorriu ternamente e eu suspirei.

" Tenho que ir trabalhar, e a propósito bela pintura".

" Bom trabalho para o senhor,e obrigado" sorri.

Castiel saiu do meu quarto fechando a porta em seguida. Soltei o ar que eu nem sabia que estava preso em meus pulmões. Não vou me apaixonar por ninguém. Pessoas apaixonadas são idiotas , e depois de tudo o que vi a única coisa que pude concluir é que o amor te destrói, apenas isso.


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