Você é a minha babá? ( Yaoi) escrita por AchlysJ2, Lux Herondale, WicoMayne


Capítulo 16
2ª Temp.Capítulo II




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Jake

O som alto à ponto fazer alguns ouvidos doerem por falta de costume. Seus corpos suados, as luzes da cidade iluminando aquele pequeno local, os dançarinos faziam piruetas no ar e outros movimentos dos quais não entendo bem.

E nem tenho o por quê de entender. Sou apenas um garoto apaixonado por fotografia.

Muitas pessoas se juntavam, formando uma roda ao redor dos dançarinos de rua que batalhavam em uma disputa divertida de dança, apenas por puro prazer de dançar. Eu capitava seus movimentos com a minha câmera e a cada segundo que se passava ficava mais e mais fascinado com tais cenas.

" Tirando fotos novamente amigo?"

Ouvi sua voz grave perto do meu ouvido e sorri.

" Esse lugar é incrível, mas admito que não vejo a hora de chegarmos a Love City '' sorri para ele, que estava agora parado ao meu lado com as mãos nos bolsos de seu casaco grande e quente.

" Love City é uma cidade muito bonita e calorosa com seus visitantes, mas não vejo nada que possa ser realmente interessante".

"Amigo '' suspiro '' tudo nesse mundo há sua própria beleza e algo que o faça especial, até mesmo nas pequenas coisas, apenas temos que aprender a enxergar isso''.

" Você é um sonhador, Jake. " ele ri " apenas isso, um pobre garoto de dezoito anos que ainda sonha acordado".

" Não tenho culpa se você não vê o mundo da mesma maneiro que eu o vejo".

" Tudo bem, pequeno sonhador, está na hora de irmos para a cidade chata de Love City''.

" Falando assim nem parece que você nasceu lá".

" Aquele lugar não serve para mim , apenas isso".

" E aquele garoto?

O olho nos olhos finalmente. Guardo minha câmera e encaro meu melhor amigo que parecia estar corado, e com uma estranha carranca na cara. Seus cabelos estão cortados diferente de quando chegou na Inglaterra, quando estavam longos demais. Os olhos levemente avermelhados, a pele pálida e sua terrível diferença de altura, que me fazia parecer uma criança ao seu lado.

" Esqueça isso''.

" Não adianta negar, você é apaixonado por aquele garoto, não sei o motivo de tanto drama!"

" Ele é o meu primo!"

" Me poupe Dimitry! " reviro os olhos " vocês são adotados, não há o menor problema nisso''.

" Pare"

Comecei a caminhar em direção ao carro vermelho e velho que estava estacionado perto do parque, o destravei e entrei no veículo em seguida por Dimitry, que se sentou no banco do motorista, ligando o aquecedor do carro e o rádio que tocava uma música bem baixinho.

" O fato dele ser seu primo, não te proibiu de o desejar todos os dias e nem de ter feito amor com o pobre garoto".

" Meus pais nunca aceitariam isso, Jake".

" Que se dane! " ele suspirou " se você realmente o ama, tem que correr atrás, não se importar com o que vão dizer pois as pessoas não tem nada a ver com a sua vida " disse " e é claro deixar de ser um idiota, pois o que você fez com ele foi péssimo!"

" Eu estou com medo " suspirou pesadamente, fechando seus olhos por alguns segundos " quando voltar para a minha cidade natal, eu irei vê-lo".

" E vai pedir desculpas".

" Eu posso pedir desculpas, mas não irei fazer nada além disso".

" Você é um caso perdido, amigo " reviro os olhos " de qualquer forma, é melhor irmos afinal não quero perder as aulas de Sweet Amoris".

" Vai entrar pro clube de Jornalismo também? " ele riu e eu revirei os olhos, rindo em seguida.

" Por favor, só por quê a minha mãe é jornalista não significa que vou fazer o mesmo que ela".

" Mas seria uma boa ideia".

" Eu gosto de tirar fotos, não de escrever matérias".

" Garoto complicado".

" Pensei que fosse Garoto Sonhador" mostrei língua e ele riu.

Dimitry deu a partida no carro e seguimos rumo ao aeroporto. Conversamos um pouco durante o caminho, mas acabei me perdendo em pensamos ao som de Tenerife Sea com a voz melodiosa do Ed Sheeran.

Acho que tenho um fetiche por ruivos. Ruivos de olhos verdes.

Minha mãe Peggy, participou do clube de jornalismo na escola Sweet Amoris que se localiza na cidade de Love City, o luga do qual estamos indo. Alguns anos depois ela se formou e se aventurou na Inglaterra em busca de uma boa faculdade, desde então ela nunca voltou para sua cidade natal.

Hoje, minha mãe Peggy é uma grande jornalista nessa cidade e eu tenho muito orgulho dela, mas sei que isso não é para mim e muito menos esse lugar. Como mesmo Dimitry disse: Eu sou um garoto sonhador.

Eu quero encontrar as pequenas belezas da vida que estão escondidas nas coisas mais pequenas e simples, eu quero entender o motivo de viver. Quero encontrar o amor, amar e ser amado. Quero ser livre e poder viver aventuras das quais poderei contar para meus filhos e netos.

Talvez seja um idiota por querer isso, mas eu acredito que todos os meus sonhos possam se realizar, basta apenas eu querer e lutar por eles.

Violette

Meus pais pareciam impacientes. Alexy e Kentin andavam pela casa de um lado para o outro, e a situação até seria engraçada se meu pai Alexy não estivesse com falta de ar.

Nós estávamos na sala, esperando que Alexy recuperasse sua coloração normal. Ele estava sentado no sofá, mais pálido que o normal e Kentin o olhava com preocupação enquanto segurava firmemente sua mão e fazia um carinho na mesma com seu polegar.

"Está se sentimento melhor, amor?"

" Estou sim, muito obrigado amor '' Alexy sorriu para o marido. '' eu apenas estou surpreso com a notícia''.

" Que notícia? Até agora só pude ver papai tendo um treco'' me pronunciei, e eles olharam para mim com um sorriso no rosto.

" Seu irmão está voltando para a cidade '' Kentin abriu um sorriso mais que seu rosto.

"Pensei que fosse ficar mais tempo em Londres"

" Eu também pensei, mas parece que ele estará chegando amanhã com um amigo"

" Amigo ou namorado? " perguntei apenas para irritar meu pai Kentin, e vi papai Alexy rir.

"Espero que seja apenas amigo " o moreno cruzou os braços no peito " pois para namorar meu filho, precisa da minha permissão primeiro"

" Que coisinha mais fofa!'' Alexy beijou sua bochecha, depois as apertando fazendo o moreno fazer um biquinho adorável em seus lábios e eles se beijaram por meros segundos.

Que inveja.

Ficamos conversando por mais alguns minutos sobre a chegada do meu irmão, e ajudei papai a preparar o quarto de Dimitry que estava no mesmo estado de quando ele foi embora à alguns anos atrás.

Meus pais estavam mais felizes do que nunca e pareciam que a cada minutos que se passava ele se amavam ainda mais. Não conseguia deixar de sentir inveja deles.

Me tranquei em meu quarto, colocando meus fones no ouvidos e escutando uma música qualquer da R5. Me joguei em minha cama fofa com as cobertas roxas, e peguei meu caderno de desenho, começando a traçar mais uma de minhas obras sem sentido.

Considero meu primo Leigh como meu melhor amigo e por isso conto tudo a ele, exatamente tudo, até o fato da minha paixão platônica pela minha amiga Iris, que por ironia do destina é namorada do amigo do Leigh e também meu segundo melhor amigo.

Eu amo o Thales, mas me machuca vê-lo com a Iris. Thales não se importa com ninguém e para ele a ruiva não passa de uma forma de o tirar do tédio. Não que não goste da ruiva, apenas não sente nada de especial por ela.

Mas isso, apenas o Leigh sabe.

È estranho ver que justo eu, sou amiga dos bad boys de Sweet Amoris.

Deixei meu caderno de lado e fechei meus olhos, me perdendo na letra da música e quando dei por mim já havia dormido.

No dia seguinte, acordei as pressas pois estava atrasada logo no primeiro dia de aula. Fiz minha higiene matinal e me concentrei em meus cabelos roxos que estavam maiores do que eu me lembrava.

Encarei meu reflexo no espelho, olhando para uma garota baixinha e magra com feições de criança, olhos acinzentados e cabelos pintados de roxo. Fiz tranças ao redor da cabeça, pegando minha franja e deixei o resto do cabelo solto. Por fim coloquei um vestido cinza qualquer e botas.

Sorri para meu reflexo no espelho e desejei bom dia a mim mesma.

Sai do meu quarto, descendo as escadas de madeira rapidamente. Dei um beijo no rosto de Kentin que sorriu e me desejou uma boa aula, e disse que Alexy ainda estava dormindo e estava com um pouco de dor.

Imagino onde ele sente dor. Nem um pouco discretos os dois, dava para ouvir seus gemidos do meu quarto.

Caminhei lentamente pelas ruas frias de Love City, e depois de alguns minutos cheguei a tão famosa Sweet Amoris. Essa escola foi fundada a mais de trinta anos e é uma das melhores da França por alguma razão da qual eu desconheço.

Logo na entrada pude ver Leigh sentado no banco do pátio escutando uma música em seus fones de ouvido enquanto lia um livro do qual não consegui enxergar o nome. Sorri e andei, me aproximando lentamente dele, até parar a sua frente.

"Bom dia"

'' Não entendo o motivo de dar bom dia, ninguém se importa se nosso dia será bom ou não''

" Que profundo " ri levemente e ele sorriu, fechando o livro em suas mãos e olhando para mim".

" Aprendi isso lendo Will&Will.''

" È raro ter ver lendo alguma coisa que não seja revista pornô".

" Esse livro é legal , A Culpa é das Estrelas, não fica atrás mas esse livro é muito engraçado".

"Por que?"

" Tem frases engraçadas, como quando o Will fala: bater punheta'" reviro os olhos e começo a rir.

" Sabia que tinha algo de pornográfico!"

Leigh continuava como sempre. Para quem não o conhecia bem, ele passava apenas de um bad boy que pegava todos e depois jogava fora, o garoto sem coração. Mas eu conhecia o verdadeiro Leigh.

Seus cabelos estavam um pouco maiores, tendo a franja tapando um pouco de seus olhos grandes e negros, que fazia contraste em sua pele incrivelmente pálida. Leigh era quase que um Nico Di Angelo da vida.

Leigh e eu andamos pelos corredores por alguns segundos, guardando nosso material em nossos armários e pegando o que era necessário. Havia poucos alunos no local, a maioria estavam chegando agora, pois ainda estava cedo.

Estávamos conversando normalmente na escadaria que se localizava no final do segundo corredor, quando alguém pula nas minhas costas e me abraça apertado por trás. Leigh ri do meu rosto que deveria estar muito corado.

" Bom-dia pessoas! "

Iris se juntou a nós, se sentando ao lado de Leigh. Seus cabelos ruivos e longos estavam soltos , seus olhos grandes e verdes pareciam mais brilhantes e lindos do que nunca.

" Bom-dia ruiva" Leigh sorri de lado " tem alguma notícia sobre o Thales?"

" Não, por que não liga pra ele?" o encarou confusa.

" Não posso, meu pai me proibiu de falar com ele".

" Por que?" perguntei.

" Tretas".

Leigh sorriu sem jeito e eu pude entender. Ele tinha aprontado de novo.

{...}

Depois das primeiras aulas, fui com Leigh para o refeitório onde nos sentamos em uma das últimas mesas. Era incrível o modo como as pessoas olhavam para ele. Medo.

Não que ele fosse uma pessoa má, porém ele não tinha a melhor das famas pela escola, mas nem sempre foi assim. Leigh e eu éramos os tímidos, calados e bobos apaixonados, porém meu irmão acabou com toda a sua inocência e sanidade.

Do outro lado do refeitório, estavam Thales e Iris. Fiz uma cara de nojo ao vê-los se beijando e ouvi uma risada fraca ao meu lado. Suspirei e ouvi ele resmungar sobre alguma coisa.

" Sabe" ele começou" falar ou não falar a ela o que sente vai te machucar da mesma forma".

" Mas se eu não falar, ela vai continuar sendo a minha amiga".

" Falando ou não, você ou ela vai acabar com a amizade" ele me olhou sério " até quando acha que vai aguentar ouvi-la falar sobre ele, ou vê-la o beijar na sua frente?"

" Eu tenho medo" abaixei a cabeça.

" Faça o que achar melhor, mas não vai conseguir esconder isso dela para sempre".

" Eu sei disso" senti minhas bochechas corarem e ele sorriu de lado.

Thales , Iris e Leigh eram meus melhores amigos. Acabamos fazendo amizade por causa de nossos pais. Porém se eu fosse dizer o nome de uma pessoa que me conhece como a palma de sua mão e que eu consigo dizer tudo a ele, essa pessoa é o meu primo.

Leigh está sempre ao meu lado nas horas difíceis, e eu o amo muito por isso.

{...}

Depois da escola resolvemos ir para a minha casa jogar alguma coisa. Thales disse que iria para alguma festa e Iris o acompanhou, provavelmente iriam se comer mais tarde. Eu odeio pensar nisso.

O trajeto até em casa foi brevemente silencioso, as vezes comentávamos as pessoas estranhas que passavam na rua, e ríamos os olhares que algumas velhinhas lançavam para Leigh, que as encarava de volta com seu melhor sorriso cafajeste, fazendo as pobres senhoras corarem.

Paramos em frente a minha casa, que agora estava pintada de rosa ( por opção de Alexy, já que Kentin não gostou muito da ideia), e entramos no pequeno jardim que ali havia. Abri a porta com cuidado e entramos em casa.

" Pode me dar um copo d'água?" perguntou.

" Claro!"

Fui até a cozinha saltitando, e ouvi Leigh rir dizendo que eu parecia uma criança andando. Disse a ele que o bateria por falar isso, mas acabou que ele gargalhou ainda mais.

Abri a geladeira e peguei o vidro com a água, despejando num copo amarelo. Entreguei para Leigh, que sorriu agradecendo e bebeu um pouco lentamente.

Ouvi barulhos vindo de cima e estranhei. Meus pais não deveriam estar em casa a uma hora dessas. Fomos até o corredor e subimos as escadas de madeira que faziam um barulho irritante.

E...Não. Não. Não. Não pode ser...

Um homem alto apareceu a nossa frente. Seus cabelos castanhos escuros cortados, seus olhos levemente avermelhados, sua pele pálida, e seu rosto severo com um misto de serenidade.

Vestia sapatos e jeans pretos. Uma blusa branca com gola V, marcando muito bem seus músculos e podia jurar que ouvi Leigh suspirar. Ele nos encarava com seus olhos curiosos e surpresos. Mas eu estava estática a sua frente sem sabe ro que fazer ou falar.

Até que o barulho de um vidro de quebrando me despertou de meus devandeios. Leigh estava bem atrás de mim, o copo amarelo que segurava antes estava no chão aos pedaços e um pequena parte de sua mão sangrava. Seus olhos presos aos olhos dele.

" Dimitry" ele sussurrou.

" Leigh, você está bem?" meu irmão perguntou, com sua voz mais grossa e rouca que o normal.

Olhei para Leigh, que parecia assustado. Sus olhos marejavam. Parecia que teria um ataque cardíaco a qualquer momento, e seu rosto estava vermelho.A última vez que o vi assim foi o dia em que meu irmão tinha ido embora.

Ele engoliu em seco e saiu em disparada para fora da casa. Dimitry o chamou por várias e vezes e até tentou ir atrás dele mas eu o impedi.

" Ele se machucou Violette" resmungou.

" Nada comparado ao que ele sentiu com o que você fez" disse " você é um idiota".

" Eu sei disso, eu só queria falar com ele e pedir desculpas" me olhou. Seus olhos demonstravam sinceridade e culpa.

" Eu entendo, mas prefiro que não chegue perto dele".

" Violette..."

" Por favor , não o machuque ainda mais" cruzei os braços em meu peito.

" Eu não vou fazer isso, eu prometo".

" Ele está mesmo arrependido, garotinha".

Um rapaz que parecia ter a minha idade ou até alguns anos a mais, saiu do quarto do meu irmão e se juntou a nós. Seus cabelos eram negros, as franjas tapando seus olhos claros, sua pele levemente bronzeada, e uma altura mediana.

Vestia calças jeans escuras, all star preto, e uma camisa preta com o desenho de asas brancas escrito " Shadowhuntes". Ele tinha um sorriso simpático no rosto e eu sorri de volta para o garoto estranho.

" Quem é você?" perguntei.

" Meu nome é Jake" respondeu com um sorriso " sou um amigo do Dimitry, espero que não se importe se eu passar um tempo aqui".

" Contanto que não mexa nos meus desenhos, por mim tudo bem" sorri de lado.

" Desenhos? Que maravilha!" ele riu " meu ramo é fotografia, fica tranquila".

" Legal, então o que acham de pedirmos uma pizza?" perguntou Dimitry.

" Sim, mas primeiro" o olhei séria e ele me encarou confuso " onde está o meu presente?"

" Presente?"

" Você foi para Londres seu irmão desnaturado, onde está o meu presente? "

Fiz biquinho e eles riram. Conversamos o resto do dia sobre as coisas que lhes aconteceram em Londres, e pude saber mais sobre o Jake. Meus pais chegaram depois e se juntaram a nós, dizendo que adotariam Jake se ele continuasse sendo tão fofo.

Liguei para Leigh e mandei mensagens para ele, mas não respondeu. Estava preocupada com ele, mas sei que não poderia interferir em nada , e nesse momento o que ele mais queria era ficar sozinho.

Mas tinha um problema nisso.

Tenho medo do que ele possa fazer, estando sozinho.


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