"Seu sorriso angelical me fazia perder o ar, seus olhos pequenos e caramelados, sua pele alva e macia, seus cabelos loiros e lisos, dando-lhe um ar angelical. Sentia meu coração se apertar, ele disse que iria embora, não poderia perde-lo.

Minha mãe me abraçava apertado tentando me reconfortar, mas não conseguia. Eu precisava dele ao meu lado, eu queria ele ao meu lado, e então eu o perdi. Entrou no pequeno carro preto, seus olhos lindos caramelados com lágrimas, o motor deu partido, então eu finalmente percebi o quanto ele era importante para mim.

Eu preciso do Nathaniel".

– Acorda!

Ouvi alguém com uma voz rouca e baixa, gritar em cima de mim, sentia seu peso, e ele pulava constantemente na minha barriga, levando suas pequenas mãos gélidas até o meu rosto e o estapeando levemente, sorri minimamente.

– Bom dia ruivo.

– Bom dia papai - ele sorriu - vamos, papai está fazendo o café!

– Tudo bem, só espere eu colocar uma calça.

Thales desceu da minha barriga e correu para fora do quarto. Sorri com a animação do meu filho, e coloquei calças jeans, e um moletom preto qualquer, fazendo minha higiene matinal e arrumando de leve meu cabelo.

Dois anos atrás Nathaniel voltou para Love City, e adotamos uma garotinho chamado Thales do qual os pais haviam morrido em acidente de carro enquanto iam para outra cidade visitar um amigo que no caso eram os meus pais.

Obvio que meus pais adorariam adotar o ruivinho, porém não tinham tempo para cuidar dele, então Nathaniel e eu aceitamos o desafio. Um ano atrás Nathaniel me pediu em casamento, me preparando uma surpresa quando cheguei no trabalho.

A sala estava escura, e havia apenas uma trilha de velas aromáticas amarelas pelos cômodos, os segui e encontrei o fim da trilha, dando para a porta do meu quarto. Abri a porta com cuidado, meu coração estava disparo e eu estava assustado. Nathaniel estava parado a poucos metros de mim.

Seus cabelos levemente bagunçados, sua camisa social branca com alguns dos primeiros botões desabotoando, uma calça social preta, assim como os sapatos. Mas não foi só isso o que me chamou a atenção.

No chão, haviam pétalas de rosas espalhadas, formando as palavras "Quer se casar comigo?". Eu fiquei estático, e senti meus olhos marejarem, enquanto via seu lindo sorriso angelical, e suas bochechas levemente coradas pelo nervosismo.

Não pensei duas vezes antes de correr até ele e o abraçar, murmurando sim freneticamente. Ele riu, e pegou uma caixinha de veludo vermelha, contendo dois aneis dentro, colocou um em meu dedo e eu coloquei outro no seu.

Agora. Caminhei em passos lentos, descendo as escadas e indo para a cozinha. Nathaniel terminava de cortar algumas frutas, enquanto Thales bebia um copo cheio de achocolatado e biscoitos caseiros.

Thales tinha nove anos. Seus cabelos ruivos jogados para o lado, com um franja quase tapando um dos seus olhos verdes, sua pele era muito pálida, contendo algumas sardas no rosto. Vestia uma blusa verde com a frase " Eu danço melhor que BMO, mas ele é fofo admito" , uma camiseta xadrez preta, cinza e verde, uma calça jeans e tênis.

Fui até o meu marido. Meu marido, essas duas palavrinhas me faziam sorrir como um bobo. Envolvi meus braços na sua cintura de seu corpo pequeno, e beijei sua clavícula, o sentindo suspirar, aquele era seu ponto fraco.

– Bom dia. - sussurrei no seu ouvido, e pude notar que se arrepiou.

– Bom dia amor. - Se virou, e me deu um selinho rápido. Suas bochechas estavam coradas.

– Papais! - chamou o garoto, com sua boca suja de achocolatado, o deixando muito fofo. - Tio Alexy disse que iram vir aqui hoje- Me sentei ao lado do meu filho, ficando entre Nathaniel e e o ruivo.

– Por que?

– Alexy quer reuinir todo mundo, jogar conversa fora, essas coisas - respondeu Nathaniel, tomando um gole de seu suco de laranja.

– Quando você diz todo mundo, quem exatamente quer dizer?

– Kentin e Alexy - ele respondeu - Lysandre e Armin, Viktor e Jade.

– E os filhos deles! - complementou o garotinho.

– Sim.

– Tudo bem, contando que você não fique perto do Viktor.

– Castiel! - ele riu - ele é meu amigo, não precisa fazer isso.

– Amigo - bufei - não gosto desse cara.

– Thales, diga ao seu pai que ele é um idiota ciumento.

– Papai você é um tapado ciumento.

– È idiota não tapado! - falei, e ele sorriu. Mas não aqueles sorrisos fofos, aqueles sorrisos que dão medo.

– Então você admite que é um idiota ciumento? - ele riu.

– O que você andou ensinando a esse garoto? - perguntei fingindo estar assustado, ao Nathaniel que riu.

– Acho que ele puxou você.

– Ruivos são malvados.

Horas depois todos chegaram. Era véspera de ano novo, e fizemos um almoço no quintal enorme da casa. Lysandre, Kentin, Armin, Viktor e eu conversávamos em uma mesa, enquanto Alexy, Jade e Nathaniel terminavam as coisas na cozinha. Lys e eu oferecemos ajuda, mas os dois recusaram.

Armin...quanto mais longe da cozinha ele ficar, melhor.

As crianças brincavam em volta da piscina ou dentro dela. Violette e Iris nadavam e riam sobre alguma coisa. Dimitry ficou em uma das cadeiras com sombra, usando óculos escuros e olhando para o nada.

Thales tentava conversar com Leigh, que estava sentado na mesma mesa que Dimitry, mas o garotinho que era cópia fiel do irmão do albino era muito tímido, suas bochechas ficavam vermelhinhas o tempo todo.

– Só eu que acho o meu filho estranho? - perguntou Kentin, se referindo ao menino que parecia imerso do mundo.

– Talvez ele só goste de ficar na dele - disse Lys.

– Acho que futuramente ele vai ser um esquisitão ou um bad boy. - disse.

– Não duvido nada. - falou Armin. - Leigh é muito tímido, estou surpreso que o Thales ainda continue tentando falar com ele.

– Acho que ele gostou do seu filho.

– Não quero levar essa frase no duplo sentindo - murmurou Lys, fazendo uma carranca.

– Iris não tira o olho do seu filho, Castiel - suspirou Viktor, assim como eu - não quero que a minha filha namore com o seu filho futuramente.

– E você acha que eu quero que o meu filho namore alguém da sua laia?

– Coitados desses filhos de vocês.

Amber puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado. Vestia apenas um short , por baixo um biquini azul e uma blusa branca, seus cabelos estavam soltos. Logo depois uma garota morena com um cara de poucos amigos, se sentou ao seu lado. Charlotte.

– Eu apenas não gosto dele! - Viktor e eu falamos ao mesmo tempo, e todos riram. - E olá Charlotte.

– Oi.

– Então Amber me fale, como vocês se conheceram? - perguntou Armin.

– Charlotte era minha colega, ela tocava Violino. Ela me chamou para sair e depois começamos a namorar, nada demais.

Lembro-me da vez que Charlotte veio aqui, e quando foi embora Nathaniel parecia nervoso.Ele me contou de que não gostava da garota, e de que depois que as duas começaram a namorar, Amber começou a sair muitas noites para ir em festas e dias atrás havia a pegado usando drogas e bebendo, outras vezes até achou hematomas em partes do seu corpo.

– Você são um casal bonitinho - disse fingindo gostar daquilo.

– Obrigada.

– Ainda prefiro a Amber com a Lynn - falou Viktor e eu sorri.

Odeio Viktor com todas a minhas forças, porém ele falava tudo o que vinha na sua cabeça, e eu gostava disso. Amber o olhou surpresa, e suas bochechas ganharam um leve rubor. Charlotte o fitou como se fosse o matar, e eu sorri feito um bobo assim como Viktor. Nós dois pensamos a mesma coisa: Amber ainda gosta da Lynn.

– Olá!

Ouvimos uma voz feminina gritar, nos chamando a atenção e sorrimos. Lynn andava até nós com um sorriso no rosto. Seus cabelos presos em uma trança de lado, um short escuro e uma blusa curta da Nirvana mostrando o umbigo.

– Lynn! - Viktor e Lysandre a abraçaram, assim como eu fiz em seguida de Kentin.

– Gente, que calor é esse? - se sentou ao lado de Amber, que ficou corada ainda mais e Charlotte fez um bico emburrada. - Pelo o que eu lembre, esse lugar é frio.

– Isso por que você ainda não conheceu o Brasil. - falou Kentin. Ele , Alexy e as crianças havia viajado para o Brasil alguns meses atrás. - Tem muitos lugares lindos por lá, mas é muito quente.

– Eu gostaria de um dia ir para Londres ou Grécia. - falou Lys.

– Grécia ainda não visitei, mas Londres eu te garanto que é maravilhosa, menos na primavera, pois fica soltando aquele pólen no ar e eu fiquei o dia todo espirrando, mas é linda. - falou Viktor.

– Vamos para lá ano que vem? - perguntou Armin ao seu marido que sorriu - e depois podemos ir para o Japão, imagine a quantidade de manga que eu vou poder comprar, e os cosplays que eu vou poder fazer.

– Vocês podiam se vestir de Sebastian e Ciel. - sugeriu Lynn.

– Perfeito! - Armin tinha os olhos brilhando, e Lysandre o abraçou sorrindo feito bobo.

Nathaniel, Jade e Alexy vieram com as comidas prontas. Almoçamos, rimos e trocamos conversa a fora. Depois de arrumamos a cozinha, Dimitry ficou na sala vendo The Vampire Diares, e parecia vidrado com o programa.

Violette conversava com Lynn no sofá, e as duas riam de alguma coisa bem baixinho. Iris, Thales e Leigh falavam sobre animes. Os ruivos conversavam animados, já Leigh não tirava os olhos de Dimitry, que quando percebeu o olhar do menor sobre si, corou e virou o rosto para o lado.

Lysandre e Kentin sorriam ao ver a cena, enquanto Alexy e Armin estavam de boca a aberta. Viktor e eu trocamos olhares como se dissesse: Não estou gostando disso. E realmente não estava , Iris e Thales estavam próximos demais pro meu gosto.

– Esses garotos ainda vão dar muito trabalho para nós. - falou Jade, abraçando fortemente seu marido, que lhe correspondia.

– Não quero sua filha chegando perto do meu filho - disse autoritário.

– E nem eu o seu filho chegando perto da minha Iris.

– Por Deus, gente o que deu em vocês? - perguntou Nathaniel, se sentando em meu colo na mesa.

– Dimitry corou quando o Leigh olhou para ele - disse Alexy - eles são primos, não estou gostando disso.

– Mas não são de sangue, não há nada de errado - Lysandre se sentou, e Armin ficou no seu colo, sendo abraçado por trás pelo mais velho.

– Mas continuam sendo primos! - retrucou o marido.

– Deixem os garotos serem felizes, que coisa. - bufou Kentin.

– Concordo com o Kentin e o Lysandre, vocês estão agindo feito bobos. - Nath falou.

– Que seja, eu não quero meu filho perto da sua filha.

– E nem eu quero...

– Já chega!

– Tudo bem.