Itachi dirige até o hospital. Ele e as crianças em silêncio. Hinata visivelmente a mais afetada, limpa uma ou outra lágrima a deslizar. Naruto limpa uma ao tempo que sussurra ao ouvido da fadinha: Calma, vai ficar tudo bem. Itachi observa pelo retrovisor a expressividade vazia do irmão. O Uchiha mais velho se dói. Quando chegam ao hospital, a Mitsashi e o Inuzuka esperam próximos do balcão da recepção e se viram ao mesmo tempo quando as crianças se aproximam.

— Tenten-chan. – Naruto repara que ela ainda usa as mesmas roupas. Já o Inuzuka está de camisa e calçados novos. O loiro comenta:

— pensei que iam embora. — Naruto conversou com os dois pelo telefone mais cedo pela manhã.

— Que nada. – O Inuzuka bagunça os cabelos loiros:

— viemos nos despedir pessoalmente. 

— Kiba-kun e Tenten-chan ainda estão brigando pelo baú? — Hinata pergunta.

— Baú? — Itachi ergue uma sobrancelha.

Sasuke se mantém quieto. A Mitsashi e o Inuzuka não o forçam a interagir. 

— háháháhá! — Tenten rir e revela:

— vocês não vão acreditar! No baú havia uma carta de amor!

— Carta de amor? — Hinata e Naruto perguntam juntos.

Desconfortável e decepcionado Kiba explica:

— Nossos avôs se apaixonaram pela mesma mulher. E ela amava os dois e sabia que não podia enganá-los. Então confessou os sentimentos na carta. Ela morreu doente do coração. No leito de morte revelou que seu bem mais precioso estava dentro de um baú.

— Nossos avôs brigaram pelo baú desde então, mas a rivalidade deles era tanta que passaram mais tempo brigando e sequer tiveram tempo para abrir o baú háháháhá! — Tenten se diverte.

— História engraçada. — Itachi cruza os braços:

— uma história que não é engraçado é que vocês, muito mais velhos que essas crianças, não a impediram de viajar sozinhas.

— Escuta aqui moço, uma dessas crianças é seu parente, não nossa responsabilidade. — Tenten argumenta cruzando os braços.

— Meu bom senso deveria tê-las impedido de saltar para as águas dentro da montanha — diz Kiba:

— mas ainda sim, a Mitsashi e eu fizemos muito mais que além da nossa responsabilidade. E deu tudo certo, desejamos melhora para a Haruno.

— Estão certos... — Itachi se entristece um pouco:

— eu sinto muito. Ainda estou processando toda essa situação.

— Compreendemos. — Kiba fala. 

— O que faremos com Elvis? - Tenten pergunta. 

— Po-pode deixar comigo.  - Hinata sorrir:

— ele gosta de mim. Vou cuidar dele por um tempo.

******#####*****

Na hora da visita, Sasuke está se encaminhando ao quarto de Sakura. O casal Haruno está saindo do quarto, quando se depara com o menino Uchiha.

— Eu peço perdão pelo problema que causei. — O menino Uchiha fala desolado.

Mebuki e Kizashi se entreolham. 

— Eu também me alterei. — A senhora Haruno fala. Pergunta:

— não conseguiram se encontrar com a médica Senju?

— Eu posso conversar com vocês a respeito disso. — Itachi responde. Chegando perto do irmão. Para atrás do menino, pousando as mãos nos ombros do mesmo:

— foi um dia difícil, será que ele pode visitar a Haruno, agora? — sua voz implora. 

— Claro. — Mebuki responde. O casal Haruno da espaço para o menino passar.

Enchendo os pulmões com todo ar possível, Sasuke avança e passa pela porta. Dentro do quarto, ele fecha a porta e enxerga a imagem tão linda da Haruno na cama. Para sua bela surpresa, ela está acordada e sustenta o sorriso mais lindo de todos, na opinião do menino Uchiha, mesmo que ela pareça muito fragilizada. Ele se aproxima da cama e se curva, cruzando os braços em cima das grades laterais.

— Sasuke-kun. - A rosada se emociona:

— estou tão feliz em vê-lo.

— Eu também estou feliz em vê-la. Sakura. 

— Onde estão os outros? — ela olha para a porta. 

— Nos dando um tempo. Decidimos que cada um gostaria de um tempo a sós com você.

Os movimentos do tórax da rosada mostram que está sendo dificultoso para ela respirar. Isso machuca Sasuke que tenta não demonstrar.

— Sonhou com algo? Sakura?

Ela meneou o rosto. 

— Desce as grades. Pode sentar aqui na cama.

— Não precisa.

— Vamos. Não seja mole agora, emo. 

Ele bufa e abaixa as grades. Ele se senta na beira da cama. De costas para a rosada. E ela fitando o teto, informa ao menino Uchiha:

— Meus órgãos são fracos. Quando me desgasto muito, eles param de funcionar aos poucos. Eu tomava remédios bons, então acreditei que eu aguentaria até a gente terminar nossa viagem. Eu peço perdão por esconder isso. Você me perdoa, Sasuke?

— Até parece que precisa pedir perdão. – Ele se vira um pouco de lado, e consegue fitar o rosto da rosada. Sorrir amigavelmente para ela. A rosada acha o sorriso dele lindo demais.

— Encontraram a médica Tsunade?

— Sim. Ela já até deu uma olhada em seu quadro clínico. — Sasuke não deixa transparecer seu desconforto. Só de pensar na loira, seu sangue ferve. 

— Ela visitou o hospital? — os orbes esmeraldas ficam reluzentes. 

— Sim. Mas não podia demorar e teve que ir, mas garantiu que tentaria agilizar algo que pudesse melhorar. 

— Droga. Não acredito que perdi a visita dela. — Coloca a mão no peito. Sentindo dor.

— É melhor dormir de novo. Sakura. Descanse. 

— A cada vez que descanso, eu chego mais perto de nunca acordar.

Sasuke sai da cama e observa os esmeraldas orbes fitando o teto. Há um brilho neles, um brilho triste, de aceitação do destino que a aguarda. Vem o lacrimejar do menino Uchiha que se sente fraco por não se manter sem lágrimas. 

— Sakura. - Ele segura uma mão dela:

— posso ajudá-la em algo? Quer que eu faça alguma coisa?

— Me beije. Quero um beijo intencional. O nosso... primeiro beijo de verdade.

As lágrimas do Uchiha descem pelas bochechas que ruborizam. Mas ele se curva, indo atender ao pedido da rosada. E suas bocas se encostam. Os lábios iniciam com um selinho, e se movem um pouco, apenas para se entreabrirem e encostarem as línguas. E não dura mais que isso. Sasuke soluça e por isso se afasta. E espreme o nariz com muita força com a parte de trás da mão.

— Não Sasuke. Olha só. Estragou nosso beijo. — Sakura rir. Ela passa os dedos pela face. Suas lágrimas saem sem parar. 

Quando o menino Uchiha se recompõe, ele se aproxima da cama e segura a mão dela de novo. 

— Sakura, quer ser minha namorada?

— Quero! — feliz, ela aceita. 

— Fadinha, acho que chegamos em um momento íntimo. — Naruto aparece na porta. Segurando a mão de Hinata.

— Droga! Baka! — Sasuke brada com o amigo:

— esperem a vez de vocês!

— Estou muito ansioso. Não consigo mais esperar. E não queria deixar a fadinha pra trás, então eu a trouxe. — O loiro se explica, levando a Hyuuga para perto da cama da amiga.

— Sakura-chan. — Hinata chora quando sente as mãos da amiga. A rosada a abraça com muito amor. Parecendo que passou muitos anos distantes dela.

Naruto se mete no abraço, tornando um abraço triplo. E Sasuke esquece sua raiva pela interrupção de seu momento com Sakura, e passa apreciar a face feliz da Haruno com os amigos. 

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Mãe e pai, amo muito vocês.

Sempre fiz minhas tarefas em casa e não me arrependo por decidir estudar longe das outras crianças. Sempre me diverti sozinha, junto de Elvis, se vocês pudessem não odiá-lo, eu ficaria muito feliz. Mãe, me lembro de todas as vezes que me enraiveci com você, principalmente, no dia da fuga, depois do café da manhã, quando escutei a conversa entre você e meu pai. Agora não importa mais, foi um momento de raiva mesmo, jamais te confinaria a um sentimento ruim porque eu sei que você é guiada pelo amor de mãe. Papai, você sempre me alegra, mas conheço o sofrimento do seu coração. Desculpa não ter nascido uma pessoa saudável. Se eu fosse normal, apreciaria melhor suas piadas. Teria passado mais tempo com o senhor. Tentei manter uma distância de você assim como da mamãe, mas acontece que sempre observei o senhor. Minha ideia para os dois: Se eu ficasse longe emocionalmente de vocês, assim não sofreriam com a minha ausência. Mas é impossível me afastar, meu coração é grato por serem meus pais. Me perdoam? Me perdoam por ter ficado muito tempo fora de casa. Nunca vou cansar de dizer que os amos muito.

*****#####******

Semanas depois. Na cidade de Konoha, em uma tarde de inverno, os amigos estão reunidos na casa dos Harunos, em um salão que antigamente abrigava uma coleção de objetos antigos. Sakura coloca seus pés sobre os pés de Sasuke. Segurando os ombros dele, timidamente, ela leva as mãos em torno do pescoço dele. Ele a abraça em torno da cintura. Ao som de uma música transmitida por uma vitrola, seguem o ritmo lento. Naruto dança com Hinata, mas dança no seu próprio ritmo, um agitado, fazendo a Hyuuga rir muito. Mebuki os assiste calma. Sentada em uma cadeira ao lado da lareira, enquanto Kizashi chega com uma bandeja cheia de chocolate quente e sanduíches.

— Acabei de falar com Itachi. - Kizashi avisa pra mulher:

— ele vem buscar a menina Hyuuga e o Uzumaki amanhã.

— Avise às crianças depois que terminarem de lanchar. – Mebuki pergunta:

— não é estranho?

— O quê?

— Termos cedido ao desejo de Sakura de ficar em casa.

O senhor Haruno concorda. Porém, não acha ter feito errado. Receberam respostas de seis especialistas, todos entregando baixa confiança de a filha sobreviver após o ano.

— Agora é diferente. - Diz sério:

— ela sabe, e quero realizar o desejo dela.

Mebuki espreme os lábios e se levanta, pede licença, pegando a bandeja do marido e indo até as crianças.

— Hora de comer.

Kizashi sorrir e senta na cadeira antes ocupada por sua mulher. Sakura protesta ao amigo loiro antes de ele enfiar a mão na bandeja:

— Espera Naruto! Ontem comeu três, deixe a gente se servir primeiro.

— Mas um deles era pra Hina-chan. – O Uzumaki na defensiva estende a mão na direção da bandeja:

— Não foi, fadinha?

Hinata assente. 

— Mas ela não comeu tudo. – Sasuke faz seus cálculos:

— você comeu dois sanduíches e meio.

Mebuki rir diante mais uma discussão das crianças. Acontecia sempre assim desde quando o inverno começou. Ao observar a filha, mesmo frágil, se diverte ao lado dos amigos.

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Naruto, você é o meu melhor amigo, eu não deveria ter me aproximado de você, mas foi impossível não te encontrar, a curiosidade de segui-lo cresceu muito e não resisti. Por causa da minha doença eu brincava longe das ruas de Konoha, onde nenhuma criança me visse. Mas aí, você nessa sua fuga do orfanato, também viveu andando longe das ruas, acabei por esbarrar em ti várias vezes. Convidei você para se empurrar no balanço de pneu. Lá fizemos as pazes por você me ver nua e eu por causá-lo um olho roxo. Fizemos uma casa de madeira sobre a árvore! Temos tantas lembranças de lá! Eu soube que você guardava uma revista indecente, ainda bem que perdeu-a na nossa fuga, pois não quero que a Hina-chan saiba disso, não suje a mente dela quando ela for curada. Foi o Sasuke que me contou então fique calado tá? Cuide bem da Hinata porque se algo acontecer com ela, volto para te assombrar! Adeus Baka, de sua querida amiga e teimosa, Sakura. Te amo demais!

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A Haruno deu uma desmaiada. E quando acordou, Naruto e Hinata se ausentavam. Ela lamentou não conseguir se despedir deles. Agora Sakura descansa a cabeça sobre as coxas do Uchiha. Ele não cansa de mexer os dedos entre os fios rosados. Relaxam no sofá. Kizashi varre em algum canto da casa, as duas crianças ouvem o cantarolar dele. Mebuki saiu para fazer compras. Elvis se encolhe sobre uma caixa num canto da sala.

— Você é linda.

Sasuke elogia rouco, fitando a face emoldurada pelos longos cabelos róseos. Sempre quando sentia algo, demonstrava em gesto ou palavras, porém só fazia isso pra Haruno.

— Olha quem fala. - Ela aperta o queixo dele:

— meu príncipe de olhos ônix.

Sasuke abaixa o rosto para beijá-la. 

— Sem beijo de língua! — Kizashi avisa. 

— Paiê!!! — Sakura se torna uma verdadeira pimenta. 

Sasuke recua o rosto. Não sabendo onde enfiar a cara. 

— Hinata voltou pra família dela. - Sasuke fala casualmente. Depois que se recuperam do constrangimento:

— o pai dela nem soube do sumiço.

— Que horror. Como isso é possível?

— Não deve se importar com ela. Mas o primo dela sim, notou o sumiço dela. Pois ele ligou para o avô, quem atendeu foi a empregada e avisou que Hinata não havia chegado.

— E Naruto?

— Meu irmão levou-o pra casa, para ficar perto dela. O baka implorou seu perdão quando você esteve desmaiada.

— Baka. Ele sabe que não precisa me implorar perdão. — Tem vontade de fazer uma coisa:

— Sasuke-kun. Tire uma foto minha. 

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Hinata, minha irmã, você também é minha fadinha porque realizou meu desejo de ter uma amiga carinhosa e fofa. Eu nem sabia que ter alguém assim era meu sonho, graças a você acabei descobrindo. A sua carta é especial porque coloquei uma foto minha, estou mais bonita do que nos últimos dias então quero que você guarde essa. Quando você enxerga-la, saiba que é a imagem a qual desejo pra você: A Sakura mais feliz do mundo. Naruto cuidará de você, mas cá entre nós, vou estar te protegendo sempre porque ele vai demorar em deixar de ser baka. Adeus Hinata, lembre-se que meu amor por você nunca acabará.

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Pouco mais de uma semana.

— Eu te amo. - Sasuke segura os dedos gélidos, orando para que ela não fosse naquela noite fria:

— não sei se acredita em mim, mas não estou dizendo só porque você está assim. Juro. Depois que te beijei por acidente naquele caminhão, fiquei atraído por você, senti ciúmes do Kiba. E era o motivo de eu estar sempre contra ele.

— Eu sei seu bobo. - A mão de Sakura tremia, tentava sorrir:

— eu sei...

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Sasuke-kun, minha carta pra você não é carta, é um bilhete. Você passou os últimos dias em Konoha ao meu lado, e tudo o que tive para lhe dizer, foi dito. Espero te rever um dia, depois de muito, muito e muito tempo, porque quero que viva bastante e encontre a felicidade: Eu te amo!

CONTINUA