O outro lado do clichê escrita por Apiolho


Capítulo 9
9 - A verdadeira face do mal


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores! *-*

Muitas pessoas queriam saber do passado da Audrey, então ai está uma parte. Espero que gostem. Tudo bom com vocês? Eu fiquei com saudades, mas cirurgia e trabalhos fizeram-me demorar a postar. Será que um capítulo grande ajuda a me perdoarem um pouco?

Muito obrigada a Malyan, Senhorita Foxface, filha de morfiz e Queen por comentarem no anterior. Ai que demais! Estou tão feliz, pois significa muito para mim.

Quero agradecer a Avalon e filha de morfiz por favoritarem. Adorei demais por saber que mais pessoas estão acompanhando.

Espero que gostem, apesar de triste, pois faço para vocês.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/571561/chapter/9

Capítulo nove

A verdadeira face do mal

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói, e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;

É um andar solitário entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Luis Vaz de Camões)

 

Comprar no shopping? Negativo.

Pegar alguma roupa bonita emprestada com a Catherine? Não.

Colocar qualquer vestimenta que tenho em casa? Sim.

— É isso que irá usar? — disse ao entrar a minha mãe.

— O que tem? — não entendia seu inconformismo.

— Filha, vestir moletom e legging não é o mais adequado para uma balada. Ainda mais quando é tudo preto! — esbravejou.

— Foi a melhor opção que eu achei.

Não posso fazer nada se o que eu tenho parecem ser feitas para criança, tanto que faz três anos que eu não ganho uma veste. Mas ainda assim eu prefiro gastar com comida.

— Ainda bem que eu tenho uma solução. — declarou ao sair do quarto.

Fiquei a esperando, mexendo em minha unha, tentando escolher um dos poucos esmaltes que tinham em casa. O preto ou vermelho era o que mais me chamava atenção.

— Não precisa me agradecer. — falou tão alto que me assustou.

Quando visualizei o que segurava em mãos meus olhos ficaram arregalados. Era com detalhes de flor em cima, e a parte de baixo um pouco solta e de cor preta.

Fiquei me olhando no espelho com aquele vestido velho que minha mãe botava quando ia para as festas. Disse que foi justo com ele que ela e o pai deram o primeiro beijo.

— Você está tão linda, porém acho que temos de diminuir o comprimento. — balbuciou.

Olhei para baixo e percebi que chegava um pouco abaixo do joelho.

Já ela, após citar a frase, começou a chorar e a chamar pelo “Andrew”. Infelizmente a figura paterna não estava mais presente em nossa casa, restando apenas nós duas.

— Assim está perfeito, não há necessidade de cortar. — respondi-a.

Sei que foi insensível da minha parte não consolá-la em meio ao seu desespero e sofrimento, no entanto eu tinha de ignorar. Teria de fazê-la “seguir em frente”, não ficar concordando com a sua atitude.

— Não, eu tenho de arrumá-lo. — revidou.

— Mas...

Audy, se ficar parecendo uma freira nessa festa vai ser difícil ficar com alguém, sabia? Dá para você cooperar comigo e me deixar costurar esse vestido para você? Aproveita e traz um genro para mim também. — tragicamente estava falando sério.

Levantei aquele pedaço de pano e dei sem pensar duas vezes, porque se eu o fizesse me arrependeria amargamente. Coloquei os shorts jeans e uma blusa larga, deixando o meu cabelo solto mesmo.

Meus pés pareciam pesar enquanto me dirigia até onde se encontrava e a vi trabalhando duro para customizar a vestimenta. Só que no caminho senti alguém me tocar em meu ombro.

Nunca fiquei tão apavorada quanto agora.

— Vai mesmo para a balada? — pronunciou.

Virei-me na hora e o olhei com a expressão mais irritada possível. Como ele me aborda em casa sem nem ao menos bater na porta primeiro? Não tem educação, por acaso?

— Evan, faça o favor de voltar para fora e apertar a campainha novamente? Vou dar uma chance e fingir que você nem entrou. — revidei.

— Eu não vou fazer uma idiotice dessas! — exclamou.

— Vai sim. — sussurrei com ira.

— Filha, quem é? — quis saber minha mãe.

— As pessoas da testemunha de Jeová. — inventei uma desculpa.

— Fala que eu não estou ou já doei sangue, quem sabe eles desistem de tentar me converter. — implorou.

O Evil, vulgo diabo em pessoa, gargalhou com essa resposta.

— O que está fazendo aqui? — não tinha entendido seu ato.

Estávamos no jardim para que quem estivesse dentro não nos ouvisse.

— Por que não me respondeu? Tinha de conversar sobre a Catherine contigo. — explicou.

Rolei os olhos no mesmo instante ao citar sobre o plano.

Conquistá-la, fazê-la se declarar e estraçalhar seu coração.

— Falando nela, acho que nem deveria estar em minha casa, logo ela irá me dar carona. Se ela te ver comigo nem a explicação do Papa irá convencê-la do contrário. — suscitei.

— Por que não me contou antes? Ah, já sei, nem sequer leu minhas mensagens, não é? — deu-me um sermão.

— Estava ocupada.

Aproximou-se de mim e me fitou firmemente, esperando que eu fugisse ou mostrasse algum sinal de que estava mentindo.

Se esperasse por algo assim é melhor que ficasse sentado.

— Com o quê? — pareceu não acreditar em mim.

— Procurando uma roupa, claro. — possivelmente serviria como desculpa.

— Esp-

Um barulho foi ouvido e eu enxerguei um carro virando a esquina da minha rua. Chamou a atenção do Miller, tanto que escondeu-se no primeiro lugar que viu. E esse era o arbusto cheio de rosas e espinhos. Confesso que escutar seus gemidos de dor me fizeram rir por um tempo.

— Ainda não está pronta? — Lewis me olhou como se quisesse me matar.

Ao olhar para o relógio e notar que já eram quase oito horas me desesperei. Estava muito atrasada e ferrada.

Evan neste momento estava tentando a todo o custo não gritar.

— Vamos para dentro? Minha mãe ficará contente em te rever. — prôpus.

— Claro. — quando aceitou logo a peguei pela mão e a levei para a sala.

Com o celular em minhas mãos eu vi todos os recados do meu “parceiro”, resolvendo por avisá-lo por ali, já que a minha parceira de festa tinha ido para a sala de costura.

“A área está limpa.” — Audrey.

Senti-me naqueles filmes de espiões agora.

“Drey, tenho dois pedidos a fazer: a) pedir para a sua mãe tirar esse ferrão maldito da roseira; e b) Lembrar-me de nunca pular nesse arbusto novamente. P.S: Não ria. P.S.S: Sim, é uma ameaça.” — Evan.

Eu fiquei pasma com sua mensagem? Nem tanto, porém eu acabei desobedecendo-o ao começar a gargalhar ao me lembrar de seus gemidos. Bem queria eu ver como estava.

E foi isso que eu fiz.

Olhei pela janela e o vi sair com uns rasgados na roupa, batendo em seguida no vidro para que me fitasse. Quando vi seu rosto ri mais ainda e dei um aceno em sua direção, tendo como resposta um belo dedo do meio de sua parte.

— O que está fazendo filha? Vem cá ver a sua roupa! — gritou minha mãe.

— Está lindo o conjunto. — disse em seguida a minha nova amiga.

Fui correndo até o local antes que a Lewis viesse e notasse que o Miller estava aqui e vi as duas conversando de maneira alegre sobre outro assunto, como escola e namorados.

— Com certeza o único que eu não ficaria é o Evan. — confessou para nós.

— Isso eu já sabia, apesar de que com aquele beijo não tenho mais certeza. — dei de ombros, mas sacaneando-a ao mesmo tempo.

— Foi a força, Audrey. — esbravejou.

Com o clima ficando ruim resolverem intervir.

— Quem é? — quis saber a mais velha.

— É aquele que veio outro dia na minha casa. — respondi sem imaginar as consequências.

— Foi aquele que tirou sua virgindade? — comentou sem desconfiar de nada.

Mãe, por acaso não sabe que esses dois se amam e fala algo deste gênero?

Só tem o detalhe de que só eles não reconhecem ainda.

— Como assim? Você nem me contou que esse idiota transou contigo e ainda me agarrou outro dia. Ele vai se arrepender por ter feito isso. — sua áurea se tornou tão maligna que até eu tive medo.

— Ele não... — tentei esclarecer o mal entendido, mas não deu certo.

— Não adianta mentir para salvá-lo. Eu vou me vingar, e será hoje. — confidenciou.

— Vamos falar sobre a minha obra? — novamente espantou a péssima vibe.

E mostrou aquele vestido, que agora era uma saia colada que ia um pouco acima do joelho e uma blusa que aparecia a barriga. Tendo um colar grudado na gola dela, ficando um detalhe em pedras.

— Tenho de provar rapidamente. — evidenciei, já que estávamos atrasadas.

Coloquei o look e percebi que se ajustou perfeitamente ao corpo. A Catherine fez uma maquiagem com a sombra escura, delineador e botei um batom vermelho que a mãe usava. Sem contar com a costumeira base, pó, rímel e blush.

— Finalmente a minha filha vai e-

Tapei sua boca com a maior agilidade que tive ao perceber que ia desmascarar a inverdade que contei a minha amiga. Principalmente sobre eu contar que tinha ido muitas vezes a uma danceteria.

— Em uma festa bem arrumada. — completei em seu lugar.

Ficou olhando-me da forma mais enfezada possível, deixando claro que teríamos de conversar sobre a minha reação em um outro momento.

— Desculpa e juízo. Eu te amo. — sussurrei em seu ouvido.

— Tentarei. — declarou quando já estávamos fechando a porta.

E tinha a certeza que ia aprontar com essa fala.

— Vou ter de fazer uma ligação. — informou-me a Lewis.

Então soube após o que ouvi que queria saber sobre o Evan, ficando contente com o que descobriu.

— Hoje a diversão será garantida. — segredou.

— Irei assistir de camarote então?

— Sim, pois você não pode perder. — declarou.

Sei que deveria contar que era mentira o assunto sobre ele ter tirado a minha pureza, porém o lado do qual gritava para que o Evil sofresse um pouco por tudo o que planeja realizar.

“Vocês estão onde?” — Evan.

Falando no diabo uma mensagem dele foi enviada.

— Que inveja! Você é tão magra. — declarou de repente.

Fitei o que encontrava embaixo de mim e só via um seio médio e coxas finas, nada de tão espetacular comparada com a que estava ao meu lado.

— Já eu queria ter o seu corpo. — confessei sem hesitar.

— Se fosse alta seria modelo, enquanto a mim só faço propagandas para a escola. — comentou.

Sim, era o rosto dela que ficava estampado nos outdoors espalhados pela cidade, assim como aparecia na TV e em folhetos.

— Parecer que eu tenho anorexia para nem ganhar dinheiro com isso é péssimo. — dei a minha opinião.

— Nesse ponto tem razão. — e com toda a certeza tirou sarro da minha aparência, mesmo que de maneira indireta.

“Na frente do local.” — Audrey.

Mandei quando finalmente paramos.

— Vamos? — o motorista abriu a minha porta.

Apesar de estar segurando em seu braço me desequilibrava direto por conta do salto que eu usava, sendo que a Catherine aproveitava para bater fotos na frente do lugar. Enquanto eu passei desapercebida.

— Está linda. — balbuciou alguém em meu ouvido, enlaçando-me por trás.

Pensei que era um desconhecido tarado e quase ia dor um soco em suas partes intimas, mas me detive ao perceber que era nada menos que Logan Smith.

— Não acredito que me reconheceu. — brinquei ao piscar para ele.

— Apesar de você ser inesquecível, foi o Miller que me mostrou onde estava. — infelizmente contou-me a verdade, fazendo com que o meu sorriso sumisse.

— Mesmo assim não chego aos pés dela. — sussurrei ao olhar em direção a Lewis.

— Cada uma tem a sua beleza, assim como você. — respondeu-me.

Parecendo aquelas opiniões de “concordo contigo, mas não vou falar a verdade para não magoar”. Fingi que dei de ombros e me despedi dele com uma expressão de falsa alegria, indo em direção ao demônio de olhos verdes.

— Ei, trocou de roupa? — disse aos risos.

— E você? Deixou de ser mulher das cavernas? — rebateu.

— Continua brincando que logo alguém vai saber do seu planejamento.

— E uma foto vai estar espalhada por toda a escola no mesmo dia. — ameaçou.

— Nem sei mais se essa chantagem vale tanto assim, penso que nem vai dar em nada. Até a Catherine ouviu da mãe que eu fiz sexo contigo e não se abalou. — informei.

— E não desmentiu? — seu rosto ficou vermelho pela raiva.

— Ela não deixou. — menti em parte.

— Então eu mesmo terei de contar. — e deixou-me plantada.

Nem sequer deixou eu terminar aquele acordo de uma vez, todavia eu ia tentar acabar logo. Enquanto isso resolvi por ir com a Cat para a entrada, dando acesso a pista de dança.

— O que vai querer? — questionou quando estávamos no meio da massa.

— Refrigerante. — respondi de imediato.

— O quê? É claro que não, vou ter trazer uma bebida especial para você.

Neste instante o Evan e o Logan aproximaram-se de mim, sendo convidada a dançar pelo segundo. Remexi um pouco o meu corpo e logo já estava ficando mais solta, ainda mais quando a loira veio e me deu um copo com algo forte dentro.

— É hora do show. Veja e aprenda. — murmurou a Catherine para mim.

Vi chegar perto do Miller e rebolar na frente dele, esfregando seu corpo de maneira sensual. Vi-o se transformar em uma pessoa estática para safada, tanto que apertou a bunda dela. Só que quando iam se beijar ela pegou o seu vizinho e encostou seus lábios no dele de maneira urgente.

Sim, justo o Smith.

E eu fiquei ali sem entender nada, com o meu coração doendo. Como se fosse a pior cena de todas. E ele ainda correspondia com todo o afinco, fazendo-me perceber de forma ruim que eu estava gostando dele.

— Não vou deixar que continue a ver isso. — sussurrou alguém em meu ouvido.

Sabia que era o Evan e deixei-o colocar a mão em meus olhos.

Quando notei estava com a cabeça encostada em seu peito e logo eu poderia observar tudo novamente, já que agora suas mãos se encontravam em minha cintura e na nuca.

— Pare de tentar olhar para trás, eles ainda estão se beijando. — pediu.

Ai meu coração!

— Por que me acudiu? — quis saber.

— Odeio ver mulher chorar. — confessou.

E então eu estava a ponto de lacrimejar? Estava tão na cara que tinha odiado o que presenciava? O mais estranho ainda era que parecia preocupado comigo.

— E você? Como está?

— Com o quê? — brincou com a situação.

— Eu sei que está morrendo de raiva e com vontade de dar um soco no seu melhor amigo, só não sei o motivo de estar se segurando.

— Mas do que adianta? Ela é solteira, e eu também! — parecia que tinha outra coisa a falar.

— E o que mais? — incentivei-o a continuar.

— E tem alguém aqui que precisa mais de consolo do que eu. — ao sorrir de lado.

Entendi que era a mim que estava se referindo.

— Contudo também quero te ajudar, Evan. Por que não me conta o motivo de estar chorando ontem no banheiro? — dei a cartada.

— Deve ser outra pessoa. — mesmo que no escuro eu via que estava sem graça.

— Eu sei que era você! Por que não me diz de uma vez? — esbravejei.

— Não confio em ti o bastante. — e foi como levar uma facada bem dada.

— Quando te convém diz que somos amigos, não é? — disse ao me lembrar do dia que foi em minha casa.

— Outro dia eu revelo, tudo bem? Agora eu tenho realmente de ir embora. — sussurrou.

Pensei um pouco e olhei para a pista de dança, vendo os dois ainda aos beijos. Era como se não existisse mais ninguém além deles ali. Será que ela soubesse que descobri que gostava dele ia continuar?

— Eu também vou. — disse.

Só que ele nem quis me ouvir, até porque não estava mais nem no lugar.

Corri para fora com o objetivo de encontra-lo, no entanto foi em vão. Mesmo assim preferi por ir para o meu lar, já que notei que a festa era a umas cinco quadras daqui.

Quando tinha passado duas quadras tive a sensação que alguém estava me seguindo. E ao olhar para trás percebi que era nada menos que o homem que corria atrás de mim e da mãe com uma faca.

— Não adianta se esconder gostosinha, pois eu vou te achar. Vai pagar caro por me denunciar. — a voz mais assustadora que tinha escutado.

Evan me ajude.

Pedi, implorei e desejei que ele estivesse perto de mim ou tinha tentado me procurar. A quem estou querendo enganar? Ele nem sequer sabe que havia saído da danceteria.

— Não fui eu! — gritei em desespero.

Corria pela minha vida.

E ao entrar em um beco e ficar um tempo no lugar, já que eu seu entrasse em casa ia saber onde morávamos. Só que ao sentir alguém pegar em meu braço o terror tomou conta de mim.

— Não me mate, por favor. — implorei.

— Au, sou eu. — nunca quis tanto encontra-lo quanto agora.

Logan Smith tinha me achado.

— É melhor você correr, um homem está me seguindo e pode vim te matar. — informei.

— Foi o daquele dia? — declarou.

— Como sabe? — quis saber.

— Por que eu vi um parecido com o da matéria andando aqui perto.

— Não sei o que fazer. — constatei em meio ao medo.

— Eu irei te proteger. — murmurou ao acariciar meus cabelos e abraçar-me apertado.

Vi uma sombra e berrei o mais alto que pude.

Era ele. O meu pesadelo. James Carter.

— Querida, finalmente te encontrei. — o tom malicioso.

Meu padrasto há dois anos que eu botei na cadeia. Que batia em minha mãe e a obrigava a se prostituir, assim como tentou muitas vezes transar comigo. Só que infelizmente só puderam o prender quando eu fui ao conselho tutelar contar o que ocorria, mas por violência doméstica e tráfico de drogas.

Como ele saiu? Será que fugiu? Por que não soube?

— Cale a boca, maldito! — esbravejou o Logan.

Já eu encontrava-me inerte.

Era ele que tentou nos matar aquele dia. Deveria saber, mesmo que estivesse com barba e um cabelo diferente, assim como a aparência acabada, deveria ter reconhecido.

E quando finalmente consegui o olhar estava em cima de mim, chegando a cortar meu braço com a faca. Só não foi tão forte e preciso, pois o meu herói o tirou de cima de mim ao acertá-lo com um pedaço de metal.

Tirei aquele corpo nojento e desmaiado de cima de mim, mesmo que ainda estava tremendo e chorando.

— Obrigada. — sussurrei com um fio de voz.

— Precisamos ligar para o polícia.

Concordei com a cabeça e ele começou a falar com a polícia, deixando no viva voz para eu também escutasse.

— Quem é a vítima? — disse a atendente.

— Não, ele tentou assassinar minha amiga. — retrucou.

— Mas qual o nome dele? — quis saber.

— James Carter. — respondi por ele sem hesitar.

Depois passamos o endereço e a pessoa que estava ao meu lado pegou em minhas duas mãos, ficando de frente para mim. Olhava-me tão intensamente que eu fiquei com vergonha só por isso.

— Tem muito a me contar, não? — declarou.

“Você é feia Audrey, não é como sua mãe, é um lixo! Nunca vai encontrar alguém que te ame ou te deseje, ainda mais com esse seu rosto e corpo. Por que então não aceita transar comigo? Essa será sua única chance na vida e acho que não deveria recusar.”

As lágrimas novamente desceram com a lembrança.

— Por que não me fala como me achou? Não estava se divertindo com a Catherine? — mudei de assunto.

Ficou aquele silêncio, acho que foi para que decidisse se insistisse no outro assunto ou me respondesse.

— Eu vi quando estava com o Evan e saiu. Percebi que estava chateada, mas o que eu me pergunto é o motivo. — declarou.

Infelizmente eu gosto de você, mas só um pouco.

— Pensou errado, ainda mais quando estava aos beijos com alguém na balada. — estava irritada.

— Ficou com ciúmes por acaso? Você gosta de mim, Audrey? — disse ao se aproximar de mim.

— Não mesmo. — aos gaguejos.

— Se não quiser é só me parar. — comentou.

Eu não compreendi no começo, mas ao sentir sua boca em meu rosto ao dar um selo eu entendi o seu jogo. Só que eu não ia cair em sua armadilha, mesmo que ver sua face tão de perto, notando que tinha uma pinta pequena perto dos olhos castanhos agora fechados, assim como a vontade que tinha de passar a mão pelo seu cabelo escuro me fizesse quase despencar em completa tentação.

— Tenho de ir para a casa antes que a polícia chegue ou ele acorde. —cortei-o.

— Tudo bem. — em seu rosto eu via que não tinha gostado do meu ato.

E quando fomos para o local de maneira mais rápida possível notei a ambulância na porta da minha casa, deixando-me desesperada. Será que a minha mãe tinha sido morta por ele antes de me seguir?

— O que aconteceu?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quem estranhou o homem tê-las seguido, agora devem ter entendido um pouco né? Apesar dela não ter notado antes ao cair a ficha ficou mais assustada ainda. O que acham que vai acontecer?

A imagem não é minha, mas desculpem-me por demorar a responder.

Quem quiser comentar muito me fará feliz. Amo vocês, senti muita falta mesmo dos meus leitores. E quem quer recomendar a fic? Sei que é mega cedo, mas me deixará contente também. Claro, se acharem que a fic merece! Podem criticar também, porque me ajuda a melhorar.

Beijos, até a próxima.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O outro lado do clichê" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.