TRL escrita por Lykka


Capítulo 22
Hogsmead




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–Dissedium – murmuro.

A passagem se abre. Entro sendo seguido por Luke, Jack e Ryan.

Luke puxa a sua capa de invisibilidade. Ricky e Emmett são suficientemente poderosos e inteligentes para transformarem um lençol em uma capa de invisibilidade para o irmão.

–Não vamos usá-la.

–É algo ilegal o que vamos fazer – comenta Ryan.

–Mas vamos fazer pra valer então – respondo. – Cara, se usarmos a capa não seremos vistos mas também não poderemos comprar coisas e beber cervejas amanteigadas.

Ryan me encara por um tempo. Seu olhar tenta me convencer a usar a capa de Luke.

–Se quiser usá-la fique à vontade. Mas não vou usá-la.

Olho para Jack e Luke.

–Eu também não vou usar – concorda Jack.

–Posso guardá-la ou você vai usá-la, Ryan? – pergunta Luke.

Nós três encaramos Ryan.

–Vou usá-la.

–Você não é uma flama? – Jack pergunta.

–Eu sinto muito, mas eu me importo com as minhas notas e de não receber detenções.

Luke entrega a capa para Ryan. Ele a pega e se cobre com ela.

Saímos de Hogwarts. Cuidadosamente para não sermos pegos saímos do porão da Dedos de Mel. Compramos doces, muitos pois Jack é um esfomeado. Saímos da Dedos de Mel depois da compra.

–Uau.

Olho para Jack.

–Que foi?

Ele aponta para uma pessoa. Madame Rosmerta.

–Ela deve ter por volta de uns sessenta anos – Luke comenta.

–Mas ainda é linda.

Ótimo. Vários garotos se apaixonam por Madame Rosmerta, Jack é um deles.

–Vamos lá – escuta a voz de Ryan apesar de não vê-lo. – Ela parece ser alguém adorável.

–Então tire essa capa para falar com ela – comento puxando a capa dele.

Como sabia onde ele estava? Eu localizei ele pela sua voz. E pode ter uma ajuda dos meus reflexos excelentes. Quanto modesto fui agora...

Eu entrego a capa para Luke que a guarda.

Caminhamos juntos para o Três Vassouras.

–Quatro cervejas amanteigadas – peço.

Ninguém protesta ao pedido.

–Deveriam estar aqui, garotos?

–Você que me diga – Jack responde piscando para Madame Rosmerta.

Dou um chute no garoto por baixo da mesa.

–Ai.

–Que foi? – Ryan pergunta.

–Chutei a mesa sem querer – Jack mente.

Madame Rosmerta vai pegar os nossos pedidos.

–Por que me chutou, desgraça ambulante? – Jack pergunta me lançando um olhar irritado.

–Também te amo, Jack – ironizo.

–É sério, Lupin.

–Você percebeu a pequena diferença de idade?

–Seus pais também tinham diferença de idade.

–Sim. Uns dez anos, não uns cinquenta.

Madame Rosmerta volta. Ela serve as bebidas e Merlin! Ela se inclina o suficiente para os seus seios ficarem na minha frente. Parecem dois melões. Redondos e grandes.

–Adoráveis – comento.

Ela se vira para mim e sorri. Ok. Ela é bem bonita. O verde nos seus olhos faíscam enquanto ela sorri.

–Ted Lupin.

–Presente – respondo levantando uma mão.

–Seu pai me disse a mesma coisa.

–Seu pai era do tipo, Teddy? – Luke brinca. – Não sabia.

–Quando os marotos saíram de Hogwarts ilegalmente igual à vocês quatro.

Sorrio.

–É o meu feitio fazer coisas ilegais. Acho que pode ser o sangue maroto.

Terminamos as nossas cervejas amanteigadas conversando com Madame Rosmerta.

–Vamos para aonde? – Ryan pergunta ainda olhando para trás.

Eu e Luke tivemos que arrastar Ryan e Jack para sairmos do Três Vassouras. Esses dois estão caidinhos pela Madame Rosmerta.

–Casa dos Gritos? – Luke sugere. – É a casa mais mal-assombrada da Grã-Bretanha.

–Bora. Vamos falar com a criatura que mora lá – Jack sorri.

–Bem que eu queria – murmuro.

Os meus três amigos me olham estranhamente.

–Que foi?

–Parece amargurado – Luke comenta. – Como se fosse algo que você daria tudo para poder falar com a criatura que assombra a Casa Dos Gritos.

–A criatura... É um lobisomem. Para ser mais específico é o meu pai.

Os três trocam olhares desconfortáveis por terem trazido este assunto à tona.

–Eu sinto muito, Teddy – os três falam juntos.

Forço um sorriso enquanto dou de ombros.

–Está tudo bem.

Acabamos caminhando para a Gemialidades, que tem muitos adolescentes entrando e saindo (foi ótimo termos escolhido um final de semana em que tem visita para Hogsmead, passamos mais despercebidos).

–Olha quem temos aqui – uma voz desdenhosa vem de trás da gente.

Viramos. Por que até grifinórios nos odeiam? Ah lembrei. Ele é o capitão do time da Grifinória. Odeia Ricky, consequentemente quer atingir Luke, provavelmente eu, Jack e Ryan somos um bônus.

–Infelizmente para vocês eu sou Monitor-Chefe.

É. O distintivo MC brilha no seu peito.

–Eu vou dar detenção para vocês...

–Vai ter que nos pegar antes, colega! – grito e arrasto Luke comigo.

Ele quer o Luke. Mas não vai tê-lo. De bônus, não vai me ter. E como Jack e Ryan correm atrás de mim, ele não vai tê-los também.

–Para onde vamos? – Ryan pergunta.

–Casa dos Gritos – respondo. – É uma passagem para Hogwarts.

Só paramos de correr quando estamos em frente ao lago.

–Precisamos esconder isso – Luke comenta levantando as sacas de doces. – Ou isso é uma prova para o cara.

Vamos para o nosso quarto e trancamos os doces nos nossos baús.

–Vamos ficar aqui como suspeitos? – Ryan pergunta. – Eu vou tentar ser menos suspeitos e ir para a biblioteca fazer os meus deveres.

–Eu vou para a casa do Hagrid e torcer para nossa amizade fazê-lo um bom álibi – comento.

E meu plano dá certo. O sol já está se pondo quando o cara encontra eu, Luke e Jack na cabana do Hagrid.

Eu zombo com a cara dele quando ele me encontra. Só espero que isso não vá para os treinos e ele desconte em mim. Depois disso, Luke e Jack me deixam sozinho com o intuito de "pegar gatas", segundo Jack.

Slughorn me encontra e diz que terá um jantar nos aposentos dele sexta. Pergunta se eu vou.

–Eu não lembro direito mas acho que tenho uma detenção nesse dia com algum professor...

–Quem? Eu posso falar com ele.

–Han... Não lembro. Eu vou perguntar pro Ryan que deve lembrar e depois te falo – comento.

Slughorn sai e suspiro aliviado. Agora só preciso conseguir uma detenção para sexta. O professor Smith está passando. Ok. Pode ser o professor de DCAT.

–Fessor.

Ele se vira e corro para alcançá-lo.

–Quero uma detenção.

–O que?

–É o seguinte. Não estou nenhum pouco afim de ir no jantar do Slughorn sexta. Ou você vai inventar um motivo e me dar uma detenção ou eu vou explodir a sua sala e você vai me dar uma detenção.

–Eu fico com a primeira opção.

–É a melhor – respondo sorrindo.

Ele corresponde ao sorriso.

–Na minha época eu odiava esses jantares.

–Você fazia parte do Clube do Slug?

–Meus pais eram famosos. Essa foi a consequência.

–Eram?

–Morreram na Batalha de Hogwarts.

–Sei como que é.

–Eu sei que sabe. E eu sinto muito por seus pais.

–Nós somos parecidos – comento.

–O gosto pela matéria que ensino.

Assinto com a cabeça.

–Perdemos nossos pais na Batalha de Hogwarts.

Assinto novamente com a cabeça.

–Fazer parte do Clube do Slug.

Minha vez de assentir novamente.

–Mas você entrou por si próprio. Eu entrei por causa dos meus pais.

–Isso não me deixa mais contente.

Ele ri.

Ok. Eu não vi a graça. Talvez realmente não sejamos tão parecidos assim.

–Sexta. Detenção. Não deixe Slughorn te convencer. Ou juro que vou explodir a sua sala.

–Não deixarei. Relaxe.

Eu caminho para a biblioteca. Ryan deve estar lá ainda se eu possuir sorte. Mas eu não possuo sorte então procuro na biblioteca inteira antes de escutar o sinal do jantar.

Caminho para jantar e me sento ao lado de Ryan.

–É o seguinte. Você sabia que eu tenho uma detenção com o professor Smith sexta.

–Sabia? Desde quando?

–Eu disse para o Slughorn que tinha uma detenção sexta para não ir ao jantar dele.

–E o que você fez para receber uma detenção?

–Convenci o professor – respondo com um sorriso.

–Mentiu para o professor?

–Não. Por que faria isso?

–"Fiz isso, agora estou arrependido, me dá uma detenção?" – Ryan imita a minha voz.

–Eu disse que se ele não inventasse um motivo e me desse uma detenção eu explodiria a sala dele para receber uma detenção.

–Você ameaçou o professor? – Jack pergunta rindo.

–Pode-se dizer que sim.

–Eu preferia a segunda opção – Luke comenta fazendo bico. – Eu queria fazer a segunda opção.

–Temos seis anos inteiros para fazer isso. Podemos explodir esse castelo inteiro se você quiser.

–Meu caro rapaz.

Me viro. Slughorn.

–A detenção em qual professor mesmo, Ryan?

–Smith – Ryan responde.

Assim que Slughorn sai dizendo que vai conversar com Smith, Ryan me lança um olhar repreendedor.

–Slughorn é um interesseiro. Ele só me convidou para esse jantar pois quer me conhecer melhor e me ajudar com um futuro brilhante...

–Não acho problema nisso – Jack comenta me interrompendo.

–Para poder se aproveitar de mim mais tarde. Não valeu. Eu prefiro conseguir o meu futuro sozinho, mesmo que ele não seja brilhante.

–Ele poderia te ajudar – Ryan comenta.

–Que se dane. Eu não curto as pessoas que ajudam esperando receber algo em troca. Prefiro não receber ajuda.

Minha cabeça não está doendo como doía com a super audição mas aquilo lá até que era útil. Será que dá para ligar a super audição? Ligar. É, dá. Escuto cada barulho deste castelo. Escuto Pirraça fazendo merda no terceiro andar. Escuto os barulhos da Lula Gigante no lago. Escuto o miado fraco de Pressler na cabana de Hagrid. Escuto os centauros na Floresta Proibida. Desligar a super audição. E por mais incrível que seja ela desliga. Parece que os meus poderes sobrenaturais possuem botão de liga e desliga. Será que a transformação em lobo também tem? Quando eu estiver sozinho eu vou testar.


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