Suspiro e fecho os olhos. O meu bom senso grita que estou sendo imprudente. Poderia ser pego fora do Salão Comunal as altas horas da noite? Essa é a menor das minhas preocupações. Pode acontecer algo de errado na transformação, eu posso até morrer. Eu tento controlar a minha respiração irregular que começou quando pensei se eu não conseguir voltar para a minha forma humana e tiver viver como lobo o resto da minha vida.

Quase dou meia volta e deixo a sala abandonada mas me controlo.

–Você é um grifinório ou não, Ted Lupin? – pergunto baixo me repreendendo.

A repreensão me dá forças. Eu sou um grifinório, como o meu pai. Eu tenho que ser corajoso como os meus pais que morreram lutando por um mundo melhor para mim, um mundo onde eu não teria que dormir com medo se estaria vivo amanhã ou aprender um feitiço pensando em quantas vezes seria útil na vida real.

–Lobo, quando tiver criativo criarei um nome para você mas agora não. Será que dá para se revelar?

Pareço idiota pedindo isso e me sinto mais idiota ainda quando não dá certo. Por que raios eu achei que daria?

Me concentro no meu instinto animal. Me concentro na minha parte lobo. Também me concentro nas minhas emoções sem pensar realmente o que elas significam. Nada de razão, só os sentimentos, os sentimentos puros e intensos.

Me transformo e logo os meus super sentidos estão todos ligados. É maneiro fazer isso. Eu me pergunto se algum dia será útil.

Me concentro na minha parte racional para voltar ao normal. Dá certo. O lobo é a minha parte emocional. Eu tenho que me concentrar nas minha emoções para me transformar nele e tenho que me concentrar na minha outra parte, a parte racional, para sair dele.

...

Estamos sentados no banco esperando o horário de entrar no campo.

Esse é o segundo jogo do ano. O primeiro foi contra a Corvinal que ganhamos brilhantemente com uma perfeita captura do pomo em dez minutos de jogo. O apanhador setimanista e arrogante da Corvinal ficou de queixo caído ao perder o pomo para um segundanista. Mas Luke é incrível, sempre foi.

–Os lufanos são panacas – o capitão começa o seu discurso desagradavelmente.

–Ei! – eu e Luke exclamamos ao mesmo tempo.

–Que foi?

–Minha mãe era da Lufa–Lufa – comento irritado cruzando os braços. – Ninguém voava melhor que ela no seu tempo em Hogwarts.

–Meu pai era da Lufa-Lufa como toda a família dele foi anteriormente. Ele sempre capturava o pomo.

–Espero que vocês sejam que nem eles. Mas continuando, o apanhador da Lufa-Lufa é muito bom diferente do resto do time. Tyler e Ted, façam a Dupla-Defesa de Batedores nele. Ok. Vamos lá. Vocês devem conseguir e eu quero ganhar essa Taça. Então, andem, vamos.

–A Dupla-Defesa de Batedores? O cara quer violentar alguém aqui – Luke comenta enquanto caminha ao meu lado.

A Dupla-Defesa de Batedores é quando os dois batedores de um time rebatem o mesmo balaço para dar mais impacto. Não seria uma boa para o cara que receberia.

–Você não pode escutá-lo.

Vejo o apanhador. É só um quartanista magro e veloz.

–Luke...

–Você sabe que não pode escutá-lo. Eu vou tentar capturar o pomo o mais rápido possível. Se depois de cinco minutos não capturar o pomo, você faz. Mas só depois desses cinco minutos. Ok?

Assinto com a cabeça. Eu e Luke iremos fazer do nosso jeito.

Eu voo rebatendo balaços ocasionalmente. Os artilheiros grifinórios marcam sete gols enquanto os lufanos marcam cinco.

Tyler James me chama para fazer a Dupla-Defesa de Batedores. Olho o meu relógio. Faltam dez segundos para cinco minutos de jogo.

–Ted!

Vôo para perto dele. Cinco segundos.

–Cade o cara?

Ele procura em volta.

–Não sei.

Dois segundos.

O localizamos. Ele segue Luke em direção ao solo.

Um segundo.

–Vamos.

Cinco minutos de jogo.

–Não.

–Por que? Olha aqui, eu não quero desobedecer o meu melhor amigo.

–E eu não quero acertar o meu!

–Nós não vamos acertar o Luke.

Quando está quase colidindo com o solo Luke desvia mas o apanhador do outro time não consegue desviar. Não acredito que ele acabou de fazer a Finta de Wronski.

–Acho que não precisa mais da Dupla-Defesa – comento antes de ir rebater um balaço na direção de um artilheiro da Lufa-Lufa.

Luke desvia de um balaço antes de aumentar a velocidade e capturar o pomo.
Pouso ao seu lado.

–Graças a Deus você me escutou – Luke comenta.

–Não podíamos lançar o balaço na sua direção.

–O Tyler quis?

–Claro. Olha de quem ele é melhor amigo.

–Mal gosto pro caramba – Luke sussurra e abraça o meu pescoço.

O time vai praticamente cantando e dançando até o Salão Comunal da Grifinória. Assim que chego me jogo no sofá ao lado de Ryan.

–Festa!

A Monitora-Chefe e as monitoras repreendem com a ajuda dos monitores. Ninguém insiste então acaba sem festa.

Eu, Luke, Ryan e Jack subimos para o nosso quarto e fazemos a nossa festa particular com risos e danças. Na próxima a gente tem que arranjar algumas bebidas. A gente realmente precisa descobrir qual é o gosto o álcool. Só precisamos convencer o Ryan e arranjar as bebidas antes de prova-las.