Só mais um ano... ou não escrita por Alexandra Watson


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Aqui está.
Espero que gostem.
*Divirtam-se*



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– Uau – escutei Percy exclamar.

– Eu sei. Eu que escolhi.

Nos sentamos nas poltronas, de frente para a TV.

– Então ... o que vamos fazer?

– Eu não sei, Percy. O que quer fazer?

– Sinceramente não sei.

– Nossa, ajudou muito. Bem, o fato é que perdemos contato. Agora temos que decidir se vamos continuar de onde paramos ou se vamos começar tudo de novo.

– Começar tudo de novo não dá mais.

– Por que não?

– Bom, porque não tem como alguém voltar no passado e não beijar uma pessoa.

– Você me entendeu, Cabeça de Alga. O que quer fazer?

– Olha, Annie. Você sabe que eu gosto muito de você ainda, mas acho que devemos, sei lá, começar de novo. Não pense nisso como um fora – vi um pingo de desespero em seu olhar, como se ele estivesse desesperadamente dizendo “isso não foi um fora”.

– Não, não estou. Concordo com você.

– Obrigado. Agora, vamos fingir que nada aconteceu ou vamos ... sair de novo?

– Isso foi um convite, sr. Cabeça de Alga? – sorri para ele.

– Pode-se dizer que sim.

– Tudo bem, eu aceito seu convite. Mas, nessa primeira saída, por que não chamamos nossos amigos? Tipo, pra não ficar estranho.

– Acho justo. Quem nós vamos chamar?

– Não sei. Com quem você fez amizade?

– Bom, além da encantadora, porém maligna Hermione e da pequena e adorável Tris, eu conversei com o Tobias, que é super gente boa, e com o Charles e o Hugo, que também são legais. E você?

– Bom, tem esses, menos o Hugo, porque não conversei com ele ainda. Mas conversei com algumas meninas que sentam lá no fundo, a Lena e a Jean. Elas não são má gente.

– Por que não convidamos a sala toda?

– A sala toda? A claro, porque aquela Isabella vai muito querer ir. Não sei porque, mas acho que ela me odeia.

– Também? Você está sentada ao lado do cara mais gato daquela sala.

– Percy ...

– E você é muito mais bonita do que ela.

– Obrigada. Vamos fazer isso logo? - disse olhando para nossas bolsas.

– Por que? É só pra sexta.

– Sim, mas amanhã teremos aula de teatro.

– Mas é opcional.

– E você não quer ir?

– Você quer?

– Claro que sim. Embora seja um pouco tímida, acho que não são muitas pessoas que vão nessa aula. Por ser opcional. E nem vem que eu sei que você adora teatro, Percy.

– Nem um pouco, ok?

– Cabeça de Alga, você nunca foi um bom mentiroso. Acho que precisa dessas aulas de teatro mais do que imagina.

– Chata.

– Vamos fazer logo isso, que é pouco.

– Ok.

Terminamos de fazer as tarefas. Não, o clima não ficou pesado nem nada. Eu e Percy sabíamos que, mesmo que não desse certo, sempre seríamos amigos. Foi um acordo que fizemos aos cinco anos e confirmamos aos quatorze. Descemos para a varanda e nos sentamos na rede. A propósito, minha casa tem uma rede. Todos os anos faço minha mãe comprar uma rede nova, porque 1) amo ficar na rede, lendo em dias de chuva e 2) tenho medo da rede se partir, então faço sempre ela comprar uma nova.

– Acha que a aula vai ser legal? – perguntei.

– Não sei, o Rick pareceu ser bem gente boa.

– Também achei. Que livro você vai ler?

– Acho que vou ler algum do Edgar Alan Poe. E você?

– Acho que vou reler A Menina Que Roubava Livros. O que você acha?

– Ele é bem legal. Muito comovente. Lembra quando vimos ele pelo DVD na minha casa ai seu irmão disse que queria ver com a namorada?

– Lembro. Ai a gente teve que ficar de vela, porque ele não podia saber de nada. Foi engraçada a cara dele quando ele perguntou porque você estava chorando.

– Não, não foi legal. Não tenho culpa que você tinha acabado de fazer uma piada e eu não podia rir alto. Ai ele ficou pensando que eu havia chorado por causa do filme.

– Ei, eu chorei por causa do filme. Embora o livro seja melhor.

– Sim, e ensopou toda minha blusa.

– Nossa, sensibilidade mandou um oi. Eu tava sofrendo.

Minha mãe chegou e deixou o carro para o lado de fora.

– Oi mãe.

– Oi, tia Sophie.

– Olá crianças. Então ... o que vocês ...

– Mãe ...

– Ok, então eu vou indo. Tenho que voltar para o escritório, esqueci dois projetos e tenho que entregar hoje mesmo. Percy, querido, quer ficar para jantar?

– Adoraria, tia Sophie. Só tenho que ver com minha mãe depois.

– Claro, querido. Nós vamos comer pizza hoje.

– A gente vai sair? Mãe, hoje é quarta feira.

– Nós vamos pedir pizza em casa, Annie. Esqueci de ir ao mercado, então vamos pedir pizza.

– Ok.

– Bom, adeus crianças.

– Tchau mãe.

– Tchau tia Sophie.

– Sabe Percy, é muito contraditório você chamar minha mãe de tia com esse cabelo e esses brincos? Sabia disso? Você, que parece um tanto quanto revoltado com a vida ainda chama a mamãe de sua amiga de tia.

– Não, não sabia. Mas eu não tenho culpa, não consigo chama-la de outra coisa. Ela foi, tipo, uma segunda mãe pra mim.

– Sei como é. Sua mãe também foi pra mim. Por falar nela, olha.

O carro de tia Zoe havia acabado de estacionar em frente à minha casa.

Acenamos para ela e Dany veio correndo em nossa direção. Percy adorava minha irmã, e eu adorava a sua. Dany era tão adorável. Ela tinha olhos verdes, iguais aos do Percy, mas tinha cabelos castanhos e pele mais morena. Linda.

– Oi, Dany.

– Oi, Annie.

E ela pulou na rede. Não, sério, pulou do tipo, real mesmo. Ainda bem que ela era magrinha.

Nos levantamos e fomos até a casa de Percy. Bem, até o lado de fora da casa de Percy.

– Oi, tia Zoe.

– Oi, mãe.

– Olá crianças. Então, o que fazem de bom?

Ficamos conversando com ela por uns bons dez minutos. Depois Percy perguntou se poderia comer lá em casa e ela deixou.

– Bem, então eu já vou indo – falei. – A propósito, Percy, que filme a gente pode assistir?

– A gente podia ver Divergente. Não assisti até hoje.

– Pode ser. Vou baixar ele pra assistir.

– Tudo bem. Te encontro daqui a pouco.

– Ok. Tchau, gente.

Fui para minha casa, direto para meu quarto. No caminho encontrei Ron, que perguntou onde raios estava nossa mãe.

– Ela teve que sair de novo. Porque esqueceu alguns projetos. Eu vou tomar banho, coloque os meninos pra tomar também. Hoje vai ser noite da pizza.

– Beleza. Nós vamos ver algum filme?

– Bom, eu e Percy vamos ver Divergente. Vai querer ver com a gente?

– Não, já vi milhões de vezes. Deixa pra lá.

Fui para meu quarto e entrei no banheiro. Liguei a torneira pra encher a banheira e voltei para o quarto. Dava tempo de entrar no facebook, só um pouquinho.

Quando entrei tinha uma mensagem de Percy no inbox.

“Annie, com que roupa se vai comer pizza na casa dos vizinhos?”

Dei risada. Coisas de Perseu mesmo.

“Percy, vai ser de noite e todos aqui vão estar de pijama. Venha com um para não se sentir excluído.”

E era verdade. Todos estariam de pijama. Na minha família, a não ser que houvesse uma ocasião de sair ou aniversários, casamentos e afins, nós sempre púnhamos pijamas ao sair do banho. Acho que era uma tradição.

“Nós vamos comer pizza na sala, então não se importe com a roupa Cabeça de Alga.”

Sai e fui tomar banho.


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Notas finais do capítulo

Até breve, meus queridos.
Beijinhos.
— A