– Você falou de mim enquanto esteve aqui? – Ele ficou branco e depois corado – Me chamou de “doce”? Pois, ela ficou repetindo isso a cada momento que me machucava!

– Não acredito que a Vale faria mal a alguém – Diz ele – Ela é tão...

– Legal? – Pergunto – Ela é assustadora! Você deve ter dito algo sobre mim que ela ficou com ciúmes e agora essa maniaca está tentando me fazer ficar longe de você!

– Hum...

– Me explica, Logan! – Vejo que ele está sem palavras e como se a existencia dele fosse estragar o momento Michael surgiu atrás de Logan.

– A mala já está do lado da sua cama, princesa, vamos subir para dormir? Já está tarde e não sabemos quantos testes mais faremos! – Mike se esticou

– Sim, já se passam das onze... – Olho para os olhos dourados de Logan, tão naturais. – Tem regra de recolher?

– Não – Ele me olhava intensamente – No acampamento não há regras.

– Nenhuma? – Pergunto surpresa

– Nenhuma

– Nem de acordar tal hora? – Ele negou – Nem... não faltar as aulas? – Negou de novo – Nem... não poder matar? – Abaixo a voz na ultima palavra e ele nega de novo.

– Aqui você pode fazer o que quiser, não existem regras.

Resumindo, a garota pode me matar que nem “castigo” ela vai ganhar! FUDEU. Será que eles não ligam para a segurança nesse lugar?

Me despedi de Logan e fui para o quarto com Mike. Não me senti nenhum pouco bem depois do dia de hoje. Olhei o relógio, onde também tinha um calendário. Sexta-feira Treze. Agora faz todo sentido! – Não todo, mas bastante – Hoje é o dia da má sorte. Que bom que só faltam uma hora para o dia acabar.

Michael me olhava de sua cama com um sorriso. Quando notou que captei seu olhar malicioso, ele olhou para a janela e fingiu que não aconteceu.

– Você é do século XIV – Deito olhando para ele em sua cama – Não deveria ser mais... respeitoso? – Pergunto

– Sim... Desculpa-me, minha princesa, é que você acende algo em mim – Ele ficou vermelho – Ai eu não sei me comportar as vezes... Desculpa-me...

– Fica tranquilo, Mike, desculpas aceitas. – Sorrio para o garoto na cama em frente a minha e ele retribui – Que horas quer acordar amanhã?

– Quem acordar primeiro acorda o outro?

– Por mim pode ser, vossa altesa Michael Hestings.

– Meu outro sobrenome, que a Ash não tem é Philip – Era notavel o sono de Mike

– Philip não é segundo nome? – Pergunto

– Não no meu caso – Ele sorri cansado e dorme.

Observo cada canto do quarto antes de tudo. Me levanto para apagar a luz. Quando volto para a cama e me deito vejo escritas no teto que antes não dava para notar. Notei o alemão e grego no canto esquerdo do teto. Em outros cantos tinha italiano, francês, russo. Bem a cima de mim não havia nada escrito. É o lugar perfeito para eu escrever algo – Sorri ao pensar nesta idéia.

Olhei em volta mas não achei nenhuma caneta. Depois de um tempo sentada na cama desisti e dormi.

Acordei com uma nuvem de cabelos castanhos a milimetros de meu rosto. Não levei surto por que já esperava que o principe acordasse antes de mim. Quando abri os olhos ele chegou para trás e ficou vermelho, de novo. Apesar de não muito confortável, Mike é adoravel.

– Você fica corado com muita facilidade – Eu disse entre bosejos.

– Er... Desculpa... Você dorme que nem um anjo – Mike sorriu e piscou para mim.

– Obrigada, Mike – Sorri me sentindo corar e levantei. Ele me olhou de cima a baixo e ficou com vergonha de novo. Olhei para aonde ele devia ter notado. Eu dormi com o moletom de ontem e com calcinha. Só isso. – Desculpa, vou me vestir.

A cadeira com a minha calça estava ao lado da cama. Não quero usar a mesma roupa de ontem...

– Philip? – Ele continuava a me olhar daquele jeito - Teria como você se virar para que eu troque de roupa? – Mexi no cabelo involuntariamente.

Ele se virou e cruzou os braços. Abri a mala e tirei uma regata branca e um short jeans. Quando fechei a mala, rapidamente, coloquei o short. Tirei o moleton e sentei na cama, cansada. Mike estava com os musculos todos tensos, foi ai que notei que tinha um espelho na frente dele que me mostrava.

Observei ele notar que eu estava vendo as reações de seu corpo. Mike olhou para o teto e vi o musculo das suas costas ficando muito rigidos. Coloquei a regata e toquei no ombro de Mike, que ficou ainda mais duro.

– Sabia que observar garotas pelo espelho não é o que se faziam em sua época? – Pergunto e ele vira para mim.

– Se uma garota troca de roupa no mesmo quarto que o garoto não há motivo para não olhar – Mesmo com a sua voz de indiferença seus musculos continuavam tensos.

– Principe, não se acha errado em me espionar? – Rio de sua reação. Ele sabe que não era para me olhar.

– Em meu reino, senhoritas faziam fila para mim – Ele sorriu.

– Não estamos no seu reino. – Digo e saio pela porta dando de cara com Ashley que vestiu um vestido longo que eu coloquei em sua mochila – Ash! Esse tipo de vestido não é para o acampamento, na melhor das hipoteses usará em uma festas. – Toquei em seu ombro – Te ajudarei a achar uma roupa.

– Tudo bem, Su. – Fomos para o seu quarto, no qual ela já havia desfeito a mala. Tudo estava no armário. Peguei um short branco e uma blusa rosa.

– Isso é muito curto para ela, Susanna – Disse Rob sentado de pernas cruzadas em cima da cama – Ela veio de uma época que se usava muita roupa e você quer que ela use short?

– Está com calor? – Pergunto e ela diz que sim com a cabeça – Assim complica... – Entrego a blusa rosa e um casaco cinza, muito fino e transparente, para ela. – Pega essa calça branca.

– Mas está rasgada – Ela pega na mão e olha para os buracos.

– É moda – Dou de ombros e ela aceita a roupa. – Vai para o banheiro aqui do lado, toma banho, eu vou pedir para seu irmão levar uma toalha, Ok?

– Uhum – Ela saiu pela porta do quarto e foi para o banho.

– Como sabia sobre a roupa, Rob? – Me sento na cama de Ash e encaro o menininho.

– Ela me contou dos seus costumes no reino dela. – Ele sorri – Não fazia idéia que “faz de conta” realmente era real. Eu gostei. Ash tem uma vida perfeita, ela é a tipica princesa das histórias de dormir, mas parece não tão satisfeita. Diz que nunca viviu uma aventura. Mas todos os contos de fadas terminam bem, certo.

– Espero que esse sim. – Sorrio condescendente.

Logan estava na cozinha conversando com Sofia quando desci as escadas. Ele estava com uma blusa marrom e uma calça jeans preta. Seu cabelo preto se destacava bastante e seus olhos dourados nunca estiveram tão parecidos com o sol.

Meu “Irmão” sempre foi muito legal com Sofia, e não liga para a cor dos olhos dela, assim como Rob. Robert desceu correndo as escadas e pulou em cima da mesa assustando os dois. Era tão bom ver minha família toda unida de novo.

Ouvi batidas na porta da cabana e Logan foi abrir. Cheguei junto de Sofia e conversamos sobre o que ela achou dos testes. Ela me disse que não foi tão facil quanto o que Rob dizia, que ele apenas saiu correndo e chegou nas portas.

– Eu tive que usar o meu dom com a água algumas vezes. Tipo quando o garoto me tacou uma bola de fogo. Se eu não usasse o garoto me mataria. Como você passou por eles, Susanna? – Ela pegou o cereal que haviamos trazido na mochila e colocou em um prato.

– Sai correndo como Rob – Dei de ombros – E acho que meu dom funcionou em alguns momento, mas não deixei aparecer nas filmagens. Os supervisores provavelmente não entenderiam.

– E qual o problema?

– Vai que querem me abrir e tentar entender como funciona meu dom? – Pergunto abrindo a geladeria, parcialmente vazia.

– Pode ser – Sofia da de ombros.

Consigo ouvir gritinhos de empolgação e pulinhos no outro comodo. Valentina. Deve ter sido ela que bateu na porta. Era evidente que eu não gostava dessa garota.

– É por causa de Logan que você fica assim? – Perguntou Sofia.

– Não. É por que a garota tentou me matar ontem a noite – Digo entre dentes e Sofi fica quieta. – E ela também acha que eu tenho algo com o Logan... Por que ninguém nota que sou ligada ao Bê?

– Ele nota, sem dúvidas, não parou de falar de você ontem a noite. E o jeito que você fica linda de calça jeans. Que poderia usar qualquer roupa que seria perfeita, mas a calça jeans sempre faz ele te olhar de outro jeito e blá blá bla. – Sofia já tinha terminado o cereal. – Nunca pensei que para conquistar um homem basta calça jeans.

– Como que funciona as coisas aqui? – Perguntou Robert mudando violentamente o assunto.

– Vamos ter aulas. – Sofia olha para as unhas e o resto do nosso grupo chega – De tudo que nunca tivemos. Inclusive controle dos elementos, Rob – Ela sorri para ele. – Nossos horários será de acordo com nossos dons, mas tem algumas aulas que vamos ter juntos.

– E qual seria? – Pergunta Be perto do meu pescoço, me abraçando.

– Educação física, e outras matérias que nem sempre é usado os dons. – Sofia respondeu e olhou no relógio – E já estamos quase atrazados.

– Somos alunos novos, temos mesmo que estar na hora? – Pergunto

– Aqui não tem regras, esqueceu? – Diz Valentina, agarrada no Logan, com um sorriso enorme no rosto. – Então, amor, vamos para a classe?

– Sim – Ele estava meio rigido, porém, concordou e ela o arrastou para fora da cabana, triunfantemente.

Sofia, Ash e os dois mais velhos foram na frente buscar os horários. Fiquei para atrás com Robert que não parava de falar em como tudo aquilo era maneiro. E que sempre quis participar de um time de heróis e que nunca imaginou que haveria tantos dele.

Andamos em longas trilhas no meio da floresta. Tinham varios olhos treinandos. Fazendo lutinhas em cima das árvores, lutando em cima da água. Em pleno ar. Eles batalhavam em qualquer condição. Será que essa era a educação física?

– Tenho boas notícias – Sofi veio correndo até nós, entregando nossos horários – Nosso primeiro tempo de hoje é educação física! – Ela apontou ao resto – Só que estamos um pouco atrasados. Apenas Ashley e Bernardo não são dessa turma.

– O que se faz neste tipo de educação física? – Perguntou Robert ao meu lado.

– Depende... Pelo que entendi hoje é dia de luta. – Disse Sofia.

– E eu que gostava de saber boxe... Não vai adiantar em nada por aqui – Olhei para meus adiversários – Todos usam poderes!

– Você também tem poderes! – Diz Mike assim que chega – Acho melhor começarmos a aula. Isso vai nos ajudar se algum dos amigos do seu outro namorado vier tentar nos machucar – Sua voz foi um pouco alterada mas entendi.

– Vamos lá – Disse Rob correndo até o que parecia ser o professor e me arrastando junto.

O professor se chamar James, ele era negro e enorme. Ele disse o objetivo do “jogo”. Matar e não ser morto. Bem, não exatamente isso. As roupas pretas que usariamos em combate apitariam e ficariam amarela se fossemos considerados “mortos”.

Ao que tudo me indicou, poderíamos usar os dons do jeito que queríamos, no entanto, não iria afetar muito o outro. Quando James terminou de dizer tudo o que importaria para sair “vivo”, Robert e Sofia foram correndo batalhar.

– Ei, princesa – Mike segurou meu cotovelo antes de corrermos também. – Não acha melhor ficarmos juntos?

– Michael, já te falei para se controlar...

– Não, princesa, estou falando no combate. Somos do mesmo clã, e da mesma cabana. Temos que nos ajudar certo?

– Por mim... Tudo bem, além do mais, devo esse anél a você. – Sorrio – O que ele faz mesmo?

– Ajuda a controlar seus dons – Ele soriu também – Os muitos que temos. E algumas coisas mais.

– Temos algo que ajude em lutas? – Pergunto

– Vamos descobrir