Os olhos violetas escrita por Flávia Monte


Capítulo 13
Capítulo 13- Quente, quente, quente!


Notas iniciais do capítulo

Heey a quanto tempo!! Espero que tenham gostado do capítulo anterior, boa leitura!



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Demorou em torno de uma semana para recebermos a mensagem da resposta da tia Rosa. Já era quarta feira. Em sua carta, ela me disse que não o podemos mata-lo. Ok... Eu não queria matá-lo. Não ainda. Ela pesquisou informações e me contou que em cada cidade em que ele passou, houve pelo menos quatro desaparecidos. Ou pior, mortos.

De longe, tudo já havia me indicado que Harry era “do mal”, porém éramos todos adolescentes e não sabíamos o que fazer a respeito. Se fosse em outra época, ou em outro mundo, talvez fosse até possível fazermos algo, pensei. Foquei neste pensamento até tia Rosa me contar sobre uma garota: Isabella Santillona. Aparentemente a amiga de Logan, Isa era na verdade uma caçadora contra os olhos de fogo. Havia sido treinada desde pequena para mata-los.

A vendo no corredor, com seu jeito ruivo de ser, tão simples e incrivelmente linda. Tia Rosa contou-me que se levássemos o pedaço da carta a Isa ela iria estar a par de tudo. E foi o que fiz. Junto do Logan, Robert e Sofia, fui até a ruiva. Após alguns segundos lendo ela nos observou com cautela.

– Quando souberam? – Nos perguntou – O que mais sabem sobre mim e sobre o garoto? Quem foi que o viu?

– Espera Izzy – Disse Logan – Primeiro nos diga quem você é. A verdade. – Já havíamos saído do colégio e ido para o parque ao lado, nesse momento.

– Meu nome é Isabella Santillona Maldonado. Sou de um grupo que não existe mais, pelo menos não como antes, nem visto por nenhum outro clã. Somos guerreiros, feitos para lutar, assim como Harry e o clã dele. Mas somos de times opostos.

– Qual o nome do seu clã? – Olhei nos seus olhos, castanhos, normais. – Você parece normal para mim.

– Isso porque sou uma humana normal, sem dons. – Ela afirmou. – Bem... Quase nenhum. Sou bem mais forte do que a maioria, em parte pelo treinamento mas, como você e Rosários, meu sangue se “recompõem” bem rápido se eu o perder – Ela deitou na grama aproveitando o sol – Somos, eu e o grupo que pertenço, guerreiros, como já disse. Mas também sei alguns truques.

– Tipo ? – Perguntou Sofia.

– Isso – Ela mostrou a parte de dentro do punho. Um símbolo, tipo uma tatuagem – Fizeram em mim aos nove anos. – Ela disse orgulhosa – Há uma proteção ao meu redor, bem forte.

– Que tipo? Não vejo nada. – Perguntou Logan, admirado.

– De todos. Não me rastreiam, nem conseguem usar seus dons em mim – Ela sorriu.

– Porque não tem nada sobre vocês no livro do Zack? – Perguntou Logan.

– Zackary, o louco? – Ela riu – Deve ser porque não há nada em livros sobre nós.

– Como podemos acreditar em você? – Perguntou Sofi.

– Bem... A escolha é de vocês. Foram vocês que me procuraram. – Ela deu de ombros – E eu sei como destruir Harry.

– Como? – Perguntou Logan.

– Se o fizer se ligar a você e rasgar o símbolo na pele dele, ele deixa de ser quem é, “renasce”. Sem lembrar de você nem de ninguém ligado ao que ele era. – Ela falou - Ou se preferirem, arranque os olhos dele. Com alguma coisa de ouro. E sim, sei sobre vocês à um certo tempo.

Enquanto todos me encararam não soube o que queriam. O que cada um queria era diferente. Mas eu não vou fazer nada, pensei.

– Sofi... É com você – Falei dando um tapa em suas costas.

– Nem fudendo! – Ela soltou um palavrão – Ele é muito mais velho, seria pedofilia!

– Isa, você disse que é a sua função como guerreira acabar com o tipo dele...- Rob disse – Tem que nos ajudar.

– Hum... Você é uma criança, por que está nesta conversa? – Perguntou ela – Certo... Então vou arrancar os olhos dele. – Ela afirmou

– Duvido. – Eu sorri – Ele é tremendamente gato. – Todos me olhando. – Eu tinha que reparar nele para contar a vocês, né?

– Falando em gato. – Perguntou Isa – Cadê seu animalzinho de estimação?

– Deus! – Exclamei – Tenho que ir, beijos, depois me contem como vamos acabar com ele.

Notei que o jeito que falei pareceu como se agir assim fosse nosso costume. Saí correndo até Bernardo. Ele estava no estacionamento, me esperando encostado em sua moto. Ao me ver sorriu, pois mesmo depois dele falar de sua paixão, continuei com ele. Eu havia mostrado que esqueci aquele dia completamente. Era mais fácil assim.

– Então... Onde estava? – Me perguntou

– Com meus amigos... Me explica, por que ainda estamos fingindo ser namorados?

– Que tal irmos hoje para o penhasco? – A lembrança me vinha como um raio. Ele subiu na moto e me olhou – Depois podemos surfar.

– Serio? – Falei desanimada, preferindo ficar em casa.

– O que quer fazer? – Com isso me lembrei de Harry.

– Me ensina a lutar? – Falei com tanta esperança na voz que ele não conseguiu se conter e riu me puxando para a moto.

– Você é linda, sabia? – Eu o segurei por atrás para que eu não caísse.

– Me responde... Idiota – Bati na cabeça dele.

Bernardo deu a partida e depois de alguns minutos já estávamos no belíssimo penhasco. A grama era tão verde e o laranja do céu estava lindo. Eu ainda estava abraçando o corpo quente dele, senti o cheiro de sabão e de mar em seu pescoço e sentindo seu coração bater. Nenhum coração bateria como o dele, neste ritmo. Nenhum coração é como o dele. Mas que merda eu estou pensando?

Be se levantou depois de mim e ficou na minha frente. Sua pele brilhava com o entardecer.

– Su... – Ele disse se aproximando mais – O que eu disse semana passada não era mentira. E a resposta para sua pergunta de mais cedo é: Porque eu ainda não tive coragem de pedir de verdade, o namoro e tal. – Ele tocou nas pontas do meu dedo e foi como se levássemos um choque. Nós dois nos afastamos.

Senti meu símbolo arder. Ele colocou a mão em cima do peito, quase no ombro e arfou de dor.

– Sinto muito – Toquei na blusa dele, pois assim o contato físico não nos faria arder mais. – Sinto muito.

– Do que está falando? – Ele sorriu, mas sabia que nele também ardia.

– Uma pergunta – Eu me afastei – Surgiu um símbolo estranho do nada em você?

– Surgiu em você também? – Ele tocou em seu ombro - O meu arde quase sempre – Olhei para ele e resolvi falar a verdade, mas não tudo, só sobre a ligação. – Então você é o que?

– Não sei explicar, acho que um ser humano? – Ri, mesmo sabendo que não havia graça. Bernado nem sorriu. – Só que com uma maldição estranha.

– Certo e o que fazemos em relação a isso? – Bê se sentou na grama e eu também.

– Acredita em mim? Porque esta estupides? – Perguntei, sentindo parar de arder, mas parecia que o dele ainda ardia.

– Acredito, não sei porque... Então? O que eu faço? – Me perguntou.

– Se continuar com afeto por mim... – Preferi definir assim o que ele sentia – E continuar a me beijar, o símbolo vai ficar mais forte e você mais afim de mim.

– Há quanto tempo sabe disso?

– Há pouco.

– É por isso que você se afasta quando vou te beijar? – Me perguntou. E eu senti uma pintada de mágoa em meu namorado.

– Nem todas as garotas querem te beijar, bonitão – O empurrei, fazendo com que ele se deitasse, mas logo se sentou de novo.

– Então foi isso que me fez ficar... Assim... Sei lá... Por você?

– Sim, é por isso que me afasto e não, o beijo só faz você “admitir” – Ajeitei o cabelo e deitei sentido o vento – Se você não gostasse de mim não sentiria arder ai.

– Se você sabe que arde, é porque também arde em você – Eu senti quando ele sorriu. – Então... Se eu continuar a te beijar...?

– Então, se você continuar a me beijar, você vai querer tudo, inclusive casar comigo mais tarde. – Me sentei de novo, olhando para Bernado. – E sobre eu gostar de você... Bem, se eu não acabasse gostando com o tempo que “namoramos”, não estaríamos com esse laço.

– Como sabe disso tudo? – Me perguntou.

– Minha tia me contou, ela sabe das coisas. Mais do que me conta.

– Tem como parar isso. – Ele me olhou.

– Sim – Ele suspirou – Se um dos dois beijar outra pessoa, gostando mais dela do que do “parceiro” o laço se anula, se desfaz... Com o tempo. Mas se for eu quem fizer isso, acabo com um laço com outra pessoa de qualquer forma.

– Eu sentira dor?

– Acredito que você sinta alguma dorzinha.

– Então você era BVL? – Me perguntou achando engraçado. Mas depois que não sorri com sua pergunta ele parou também.

– Não, só nunca fui beijada por alguém que eu correspondesse, e no caso foi sem querer. – Essa resposta fez com que ele acabasse o assunto do meu passado. – Então Bernardo? O que fará a respeito?

– Hum... Calma, estou tentando entender tudo...

– Não tem o que entender! – Me levantei e me encostei em uma árvore perto – Você além de ter que beijar outra garota, tem que se afastar de mim. – Sorri sem muita felicidade.

Ele se levantou, calmamente. Veio em minha direção. Cheguei o mais para trás que consegui, o que não foi muito. Ele levantou a mão, até minha bochecha, sentiu o choque como eu, mas não parou. Sua boca, agora estava a centímetros da minha, como na primeira vez. Depois não tinha mais nada entre nós, só as roupas.

Já estavamos na grama mas em algum momento Bernado me puxou pela nuca com uma mão e a outra fez o papel de acariciar gentilmente a pela da minha cintura que estava a mostra. Com beijos mesclados entre paixão e ternura o loiro foi me deitando na grama. Nesse momento nada parecia importar. Eu sabia que ninguém iria me ligar, nem passar pelo penhasco. Sabia que ele não queria parar e nem eu.

– É melhor você se afastar de mim. – Eu murrmurei ainda enterrada em seu pescoço e voltando para sua boca.

– Mas e se eu não quiser? – Sua boca estava colada na minha. – E se eu realmente gostar de você... E se não tiver haver com a ligação? Você realmente quer romper isso.

Seu beijo de tranquilo passou a alarmante. Como se antes eu fosse de vidro e pudesse quebrar, mas agora eu fosse tudo aquilo que ele não pode viver sem. E era assim que eu me sentia. Sua mão um pouco áspera passou da minha cintura e foi subindo por dentro da minha roupa.

– Não importa – Eu disse. Empurrando-o para trás. – Eu não posso. - Olhei para a moto dele. – Não vou pedir para me levar para casa. Eu não preciso de carona, pode ir ... - Ele me olhou e eu vi que ele não iria desistir e tive que fazer. – VOCÊ VAI LEVANTAR AGORA. NÃO PARAR PARA DIZER TCHAU E SEGUIR PARA SUA CASA AGORA MESMO E DE MOTO. QUANDO CHEGAR LÁ VAI ESQUECER QUE VIEMOS AQUI! – Ele continuou parado por mais uns segundos e depois montou na moto e foi embora. E eu continuei na grama, olhando meu laço sumir da minha vista.

Nossa que jeito estranho de terminar uma relação, pensei. Olhei para o meu celular e disquei o número que me ajudaria nessa situação. Liguei para alguém que eu sabia que jámais me deixaria na mão.

– Alo? – Ouvi a voz familiar


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Notas finais do capítulo

Logo teremos o próximo capítulo!!! Continuem a ler!!



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