Verdade ou Consequencia escrita por Bellucci


Capítulo 2
180




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Olhos perplexos fitavam o chão enquanto os policiais tiravam os corpos da cozinha. O cheiro de carne queimada embriagava a culpa de Bruna, era como um combustível. Porque sempre que ela respirava ela se perguntava o que deveria ter feito. Mas ela havia feito tudo o que estava a seu alcance. Era tão injusto que fosse avisada tão tarde.

Havia também um cheiro de déjà vu no ar. Quando sua mãe morreu em um acidente suspeito seu pai havia dito que teve uma premonição por isso em uma viajem deixaram de tomar um trem. Seu pai morreu 1 dia depois de sua mãe, ele havia acabado de conversar com o agente funerário, um acidente envolvendo um caminhão aconteceu e ele foi parcialmente esmagado pela roda do caminhão. Ela tinha apenas 6 anos, ela viu tudo. Hoje ela sente cheiro de pele, músculos, ossos queimados e naquele dia ela sentia cheiro de sangue. Os dois cheiros se misturam e ela sente que precisa tomar um ar longe dali.

Não consegue muito tempo sozinha. Tom, preocupado, logo vai atrás dela.

– Parece que tudo está acontecendo outra vez. - Desabafa abraçando-o.

– Tudo o que?

– Eu vi meu pai morrer, foi horrível. E eu sinto que estou ligada ao que aconteceu hoje.

– Aquilo de novo...

– Me escuta! Eu vi o que ia acontecer e se eu não tivesse visto estaríamos mortos também.

– Verdade... Você nos puxou.

– Acredite em mim... Entende porque eu me sinto tão culpada?

– Amor, você fez o que pode. Você é minha heroína... De todos nós. É uma pena que o Jonas e a Geo não tenham escapado, quer dizer, a Geo, lugar de monstro é no inferno mesmo.

As lágrimas insistem em fugir da alma de Bruna. Elas insistem em mostrar o quanto ela sofre.

– Foi uma noite e tanto, você precisa dormir. Vamos para a sua casa, sua irmã deve estar lá. Eu fico com você afinal... Não tenho casa. - Tenta fazer uma brincadeira e solta um sorriso divertido. bruna sorri por um milésimo de segundo.

– Vamos para casa.

**

Bruna é uma pessoa ciumenta e possessiva. Além da culpa pelo acidente mais cedo, o que não sai de sua mente é a frase que Elis proferiu "Você é mais um lanchinho do Tom?". Desde que começaram a namorar, Tom nem desconfia, mas Bruna sempre olha suas últimas ligações.

– Deixa eu ver... Armando, Toni, Carlos, Thiago... Última ligação...

Ela franze o cenho e olha a tela assustada.

– Como pode ser possível?

Bruna estava escondida em seu pequeno closet e Tom abre a porta com uma expressão divertida no rosto que logo muda para decepção.

– Você está mexendo no meu celular?

Bruna se recompõe e tenta achar uma desculpa.

– É que o meu estava descarregado... Eu...

– Então por que se esconde?

Tom arranca o celular da mão da amada e olha para a tela.

– Por que estava olhando minhas ligações? Por que Bruna? O que eu fiz para merecer esta desconfiança?

A menina começa a chorar.

– Tom... Olha o último número que você ligou...

– O último número foi o dá polícia.

Ela não aguenta e chora ainda mais.

– Tom, o número da polícia é 190... O número que está registrado aí é 180. Ninguém tocou nesse celular desde quando você ligou. Eu não mudei nada, pode olhar o horário. Me diz, como é possível isso ter acontecido?

– Deve ser algum problema no algoritmo, sei lá, deve ter registrado errado.

– Tom, eu to com medo.

– O que foi?

Ela se senta na cama e se cobre com o cobertor.

– Você se lembra do que eu contei sobre o meu pai?

– Sim, sim meu amor. Como esqueceria?

Bruna fecha os olhos e respira tomando coragem.

– O número da linha do metro era 180. Os 3 últimos números da placa do caminhão eram 180. Minha mãe morreu numa máquina de bronzeamento artificial, ela queimou lentamente até a morte em 180 graus. O número que está no celular é 180.

– É uma grande coincide...

– Me escuta, Tom! Eu pesquisei sobre casos semelhantes. Em todos eles havia o 180 no meio de alguma forma. As pessoas, elas tinham as premonições, elas conseguiam salvar os amigos.

Tom presta atenção e parece estar se convencendo do que Bruna diz.

– Mas depois... Depois eles são mortos assim como meus pais. Acidentes esquisitos, todos eles.

– Vamos ser racionais...

– Porra, Thomas! Eu já fui muito racional ignorando tudo isso até agora. Temos que salvar nossos amigos, eu tenho que te salvar, tenho que me salvar. Devo isso a eles!


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Notas finais do capítulo

Um pouco curto, ok!
Eu sei o que estou fazendo, comentem.



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