Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral
Harry levou a Clara e o Ethan para casa e aproveitou para visitar a Hermione e saber como ela estava.
— Por que não disse nada?
— Eu só queria contar pra Clara primeiro...
— Entendi, mas não fica assim, Mi. Se você realmente quer mais um filho, vocês vão ter outra oportunidade.
— É, mas acho melhor não.
— Por que essa mulher te atacou?
Hermione ficou em silêncio. Harry não sabia o que tinha acontecido e não era bom saber, pois poderia matar Draco.
— Ela vive dando em cima do Draco...
Harry ergueu uma sobrancelha.
— E te atacou por isso?
— Tem mulheres que são loucas.
— Hum...
— Eles não podem fazer nada com a Clara, não é?
— Bem, se ela reagir do mesmo jeito, com certeza não — disse rindo.
— Harry isso é sério!
— Fica calma, Hermione. Eles vão ser julgados pelo que fizeram e duvido que saiam livres.
— Promete?
— Prometer o que?
— Que eles vão ficar presos.
— Não posso prometer. Quem decide é o juiz.
Hermione suspirou.
— Eu duvido que não fiquem, mas se acontecer de não ficarem, eu protejo ela.
— Jura?
— É claro! Ninguém vai mexer com a Clara!
— Obrigada, Harry! — Abraçou ele.
— De nada.
Alguém bateu na porta.
— Entra.
Clara abriu a porta e entrou no quarto.
— Você está bem?
— Sim e você?
— Estou ótima.
— Que bom.
— O Ethan que está enchendo o saco querendo você.
— Cadê ele?
— Ficou lá em baixo com o papai.
— Tem alguma coisa errada?
Clara sentou na cama de frente para Hermione e ao lado de Harry.
— Tenho que te contar uma coisa...
Os dois trocaram olhares.
— Eu vou... — Harry ameaçou levantar.
— Não precisa sair. — Colocou a mão por cima da de Harry. — Acredito que posso falar na sua frente. Vocês também viveram coisas em Hogwarts...
— Como assim Clara? — Hermione perguntou já ficando nervosa.
— Minerva está me ensinando a controlar os poderes.
Os três ficaram em silêncio por um momento.
— Como assim controlar? Está fora de controle?
— Ela diz que ainda não.
— Ainda não? — perguntou nervosa.
— Fica calma, Hermione — pediu Harry.
— Ela está me orientando a controlar minha raiva.
— O que tem sua raiva?
— Eu andei pesquisando sobre meus poderes e achei algumas coisas... — Os dois a olhavam sem piscar. — É tudo controlado pela emoção. Só que quando envolve a fúria, não é legal...
— Por quê?
— Porque acontecem coisas ruins. Como o que aconteceu naquele dia que eles vieram aqui. — Olhou para baixo.
— Você fez por que quis? — Harry que perguntou.
— Eu estava com raiva pelo que ela fez com minha mãe e não consegui controlar.
Os dois trocaram olhares e Harry conseguiu ver o pavor no olhar de Hermione.
— Se pesquisou, sabe por que você tem isso?
— Sim.
— Por quê?
Clara contou a eles a história de Joseph.
— Uma bênção?
— Eu não acho que seja, já que tem esse lado ruim.
— Verdade. — Harry concordou com a garota e Hermione cruzou os braços. — Mas tenho certeza que você vai controlar bem. Ainda mais com a ajuda da Minerva.
— Espero que sim.
— Falou isso pro seu pai? — Hermione perguntou.
— Ainda não. Ele está com o Ethan.
— Eu vou ficar com ele pra vocês conversarem.
— Boa sorte — disse Clara.
— Por quê?
— Porque ele está um chato hoje!
— Clara! — Hermione brigou com ela.
Harry deu uma risadinha. Ele se despediu das duas e saiu do quarto.
— Tem mais alguma coisa que queira contar?
— Só que consegui terminar com o Alex.
— E como foi?
— Eu contei tudo pra ele.
Hermione a olhou surpresa.
— Tudo, tudo...?
— Sim.
Antes que Hermione conseguisse falar algo, Draco entrou no quarto. Ela ficou em silêncio, ele não poderia saber sobre esse assunto nunca! Com certeza iria atrás de Enrico castrá-lo...
— O que foi agora?
— Senta aí.
O loiro fez o que sua filha disse. Depois de contar a história detalhadamente, todos ficaram em silêncio. Os dois não tiravam os olhos da filha.
— Clara, minha mãe foi conversar com uma pessoa que sabe de poderes antigos assim.
— Quando?
— Ela está com ele nesse momento.
— Falando de mim?
— É.
— Por que ninguém me disse?
— Estou dizendo agora. Ficamos preocupados com o que aconteceu e eu achei melhor falar com ele pra nos ajudar.
— Acham que eu preciso de ajuda?
— O que você fez com aquela mulher não é normal, Clara...
A menina desviou o olhar.
— Foi muito bom! Mas não é normal.
Hermione deu um soco no ombro dele e Clara deu uma risadinha.
— O que seu pai quer dizer, é que estamos com medo por você e esse senhor deve saber o que fazer pra ajudar.
— E a diretora não sabe?
— Deve saber também, só que ele sabe mais.
— E é de confiança?
— Minha mãe garante que sim.
— Então tudo bem.
— Que bom — Hermione falou aliviada.
— Agora vou deixar você descansar. — Levantou e deu um beijo na testa de sua mãe e outro na de seu pai e saiu do quarto.
— Acho que ela não gostou muito disso...
— Mas ela não tem que gostar, estamos fazendo o melhor pra ela — respondeu deitando na cama.
— Se você diz.
***
— Mesmo assim, a Clara que fez o Lucius mudar...
— E você não acha que ele pode fazer ela mudar?
— Impossível.
— Nada é impossível. Eu acho melhor não contar a ele sobre isso.
— Tudo bem. E quanto a Clara? O que podemos fazer?
— Primeiro preciso saber o que ela escolheu.
— E se não escolheu?
— Então devemos instruí-la a escolher o melhor lado.
— Tipo controlá-la?
— Não. Fazer ela ver o que é melhor, até porque quem escolhe é ela independente do que aconteça.
— Vamos combinar então e você vai na casa do meu filho encontrá-la.
— Ela está lá agora?
— Sim. Você poderia?
— Claro.
— Mas não avisei nada a ela.
— Se quiser marcamos outro dia, mas acho que temos que ver isso logo.
— Então vamos agora.
Os dois seguiram para a casa de Draco sem dizer mais nada. Quando chegaram, Narcisa chamou o filho e explicou que ele era o bruxo e que queria ver a Clara. De início, Draco encrencou com ele achando que queria se aproveitar de sua filha, mas depois de uma bela bronca de Hermione, o loiro finalmente se acalmou.
— Vou chamá-la. — Subiu as escadas e seguiu em direção ao quarto de Clara.
Quando chegou, viu que a porta estava aberta e que Clara estava sentada na cama.
— Eu sei que tem alguém lá embaixo.
— Você ouviu a conversa?
— Não, mas senti que tem alguém.
Draco ficou em silêncio. Realmente esse negócio de poderes está ficando diferente.
— Quer ir lá falar com ele?
— Vamos...
Os dois desceram e seguiram até a sala de estar. O homem estava sentado no sofá. Quando Clara o viu, sentiu uma corrente elétrica correr por suas veias. Quase a mesma sensação de quando tocava o Enrico. Que coisa estranha...
— Essa é a Clara — disse Narcisa.
O homem levantou do sofá e estendeu a mão a garota.
— Prazer, Clara.
— Prazer. — A menina apertou a mão dele.
— Sua avó me procurou por estar preocupada com seus dons diferenciados, mas creio que você já saiba isso, certo?
— Meus pais falaram.
— Hum... Gostaria de fazer umas perguntas e como seu pai exigiu, não posso falar a sós com você. Então posso perguntar?
— Pode.
— Quando usou seus poderes no dia que atacaram sua mãe, como se sentiu na hora que usava?
— Quando estava machucando a mulher?
— Sim.
— Eu queria matá-la.
Todos trocaram olhares, menos o homem que continuou olhando Clara e balançou a cabeça.
— Certo, mas era raiva, ódio ou simplesmente sentiu vontade de matá-la?
— Ela machucou a minha mãe! E matou meu irmão!
— Eu sei, mas eu quero saber o que sentiu.
— Muita raiva.
— E passou?
— Depois sim.
— Bom.
— Por que está me perguntando isso?
— Existem dois lados dessa bênção que você recebeu.
— Como assim?
— Você a recebeu por um propósito quando nasceu e acredito que tenha comprido ele, certo?
— Sim.
— Só que conforme você vai crescendo, as coisas começam a mudar. Também percebeu isso, não é?
— Onde você quer chegar?
— Esse tipo de poder só tem a aumentar.
— E aí?
— Você precisa saber lidar com ele.
— Controlando as emoções.
— Vejo que sabe o que fazer.
— A diretora está me ajudando.
— Minerva?
— Sim.
— Tem uma ótima treinadora. — Deu uma risadinha. — O que mais você anda fazendo? Pode me dizer?
— Além de quase matar quem me irrita?
— Sim, deve ter um lado bom nisso tudo.
— Eu sei que existem dois lados dessa bênção.
— Minerva te falou?
— Li em um livro.
— Entendo.
— Tenho uma pergunta também...
Draco deu uma risadinha.
— Está rindo de que? — Hermione cochichou.
— Ela é igual você...
Hermione o beliscou.
— Ai!
— Pode perguntar — respondeu o homem.
— Por que eu tenho uma luz branca e o menino do livro tinha uma preta? É por que ele escolheu o lado das trevas?
O homem ficou surpreso por um momento. Ela sabia de tudo.
— Sim.
— E isso quer dizer que escolhi a luz?
— Acredito que seja mais pelo seu jeito de ser. Ainda não está definido o seu lado.
— Hum... Mas o meu jeito de ser vai todo para o lado da luz, por que mudaria?
— Tudo é possível.
— Está dizendo que minha filha pode ter poderes para o mal? — Hermione questionou.
— Sim.
— Mas eu não quero isso.
— Que bom. Então faça a escolha certa.
Clara ficou pensativa.
— Quando devo escolher?
— Vai saber quando chegar a hora.
Clara suspirou. Odiava quando falavam em enigmas com ela.
— E aquele negócio que você faz...
— Qual deles?
— Teve uma vez que eu estava muito triste e a Clara tocou minha testa... Lembro que ficou quente no local e depois eu me senti muito bem.
O homem estreitou os olhos olhando Clara.
— Você a curou.
— Teoricamente sim.
— Foi bom ter falado isso. Assim eu sei que está bem do lado da luz.
— Se não tivesse, não curaria?
— Não.
Silêncio por uns segundos.
— Bom, escute, menina... Não conte nada disso para ninguém. Só as pessoas que estão aqui agora e Minerva podem saber, mais ninguém, você entendeu?
— Sim.
— Pessoas mal-intencionadas podem querer te fazer mal e a gente não quer isso, certo?
— Não mesmo — Hermione que respondeu.
— Então silêncio absoluto.
— Tudo bem.
— Continue os treinamentos com Minerva. Vai te ajudar muito.
— Ok.
— E se puder e quiser, posso te ajudar nos treinamentos também.
Clara olhou seus pais.
— Como faríamos?
— Posso ir a Hogwarts acompanhar o que Minerva te ensina.
— Por mim tudo bem.
— Você confia em mim?
— Estranhamente sim. — Franziu a testa.
O homem sorriu.
— Que bom. Te dou um conselho... Veja o que te faz sentir melhor e siga. E não cure ninguém, nem que esteja à beira da morte. Ninguém pode ver o que você faz.
— Tudo bem — disse confusa.
O homem se despediu de todos e foi embora.
— Por que estão me olhando assim? — perguntou ao ver o olhar de seus pais sobre ela.
— Estamos preocupados com você — Hermione respondeu.
— Eu estou bem. Não precisa ficar assim.
Hermione se aproximou e segurou o rosto dela com as mãos.
— Eu me preocupo com o que os outros podem fazer a você e não com o poder que você tem.
— Entendo mãe, mas ninguém sabe e não vai saber.
Hermione a abraçou apertado. Dois sabiam e isso era o motivo de tanta preocupação.
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