Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 31
Preocupação




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Harry levou a Clara e o Ethan para casa e aproveitou para visitar a Hermione e saber como ela estava.

— Por que não disse nada?

— Eu só queria contar pra Clara primeiro...

— Entendi, mas não fica assim, Mi. Se você realmente quer mais um filho, vocês vão ter outra oportunidade.

— É, mas acho melhor não.

— Por que essa mulher te atacou?

Hermione ficou em silêncio. Harry não sabia o que tinha acontecido e não era bom saber, pois poderia matar Draco.

— Ela vive dando em cima do Draco...

Harry ergueu uma sobrancelha.

— E te atacou por isso?

— Tem mulheres que são loucas.

— Hum...

— Eles não podem fazer nada com a Clara, não é?

— Bem, se ela reagir do mesmo jeito, com certeza não — disse rindo.

— Harry isso é sério!

— Fica calma, Hermione. Eles vão ser julgados pelo que fizeram e duvido que saiam livres.

— Promete?

— Prometer o que?

— Que eles vão ficar presos.

— Não posso prometer. Quem decide é o juiz.

Hermione suspirou.

— Eu duvido que não fiquem, mas se acontecer de não ficarem, eu protejo ela.

— Jura?

— É claro! Ninguém vai mexer com a Clara!

— Obrigada, Harry! — Abraçou ele.

— De nada.

Alguém bateu na porta.

— Entra.

Clara abriu a porta e entrou no quarto.

— Você está bem?

— Sim e você?

— Estou ótima.

— Que bom.

— O Ethan que está enchendo o saco querendo você.

— Cadê ele?

— Ficou lá em baixo com o papai.

— Tem alguma coisa errada?

Clara sentou na cama de frente para Hermione e ao lado de Harry.

— Tenho que te contar uma coisa...

Os dois trocaram olhares.

— Eu vou... — Harry ameaçou levantar.

— Não precisa sair. — Colocou a mão por cima da de Harry. — Acredito que posso falar na sua frente. Vocês também viveram coisas em Hogwarts...

— Como assim Clara? — Hermione perguntou já ficando nervosa.

— Minerva está me ensinando a controlar os poderes.

Os três ficaram em silêncio por um momento.

— Como assim controlar? Está fora de controle?

— Ela diz que ainda não.

— Ainda não? — perguntou nervosa.

— Fica calma, Hermione — pediu Harry.

— Ela está me orientando a controlar minha raiva.

— O que tem sua raiva?

— Eu andei pesquisando sobre meus poderes e achei algumas coisas... — Os dois a olhavam sem piscar. — É tudo controlado pela emoção. Só que quando envolve a fúria, não é legal...

— Por quê?

— Porque acontecem coisas ruins. Como o que aconteceu naquele dia que eles vieram aqui. — Olhou para baixo.

— Você fez por que quis? — Harry que perguntou.

— Eu estava com raiva pelo que ela fez com minha mãe e não consegui controlar.

Os dois trocaram olhares e Harry conseguiu ver o pavor no olhar de Hermione.

— Se pesquisou, sabe por que você tem isso?

— Sim.

— Por quê?

Clara contou a eles a história de Joseph.

— Uma bênção?

— Eu não acho que seja, já que tem esse lado ruim.

— Verdade. — Harry concordou com a garota e Hermione cruzou os braços. — Mas tenho certeza que você vai controlar bem. Ainda mais com a ajuda da Minerva.

— Espero que sim.

— Falou isso pro seu pai? — Hermione perguntou.

— Ainda não. Ele está com o Ethan.

— Eu vou ficar com ele pra vocês conversarem.

— Boa sorte — disse Clara.

— Por quê?

— Porque ele está um chato hoje!

— Clara! — Hermione brigou com ela.

Harry deu uma risadinha. Ele se despediu das duas e saiu do quarto.

— Tem mais alguma coisa que queira contar?

— Só que consegui terminar com o Alex.

— E como foi?

— Eu contei tudo pra ele.

Hermione a olhou surpresa.

— Tudo, tudo...?

— Sim.

Antes que Hermione conseguisse falar algo, Draco entrou no quarto. Ela ficou em silêncio, ele não poderia saber sobre esse assunto nunca! Com certeza iria atrás de Enrico castrá-lo...

— O que foi agora?

— Senta aí.

O loiro fez o que sua filha disse. Depois de contar a história detalhadamente, todos ficaram em silêncio. Os dois não tiravam os olhos da filha.

— Clara, minha mãe foi conversar com uma pessoa que sabe de poderes antigos assim.

— Quando?

— Ela está com ele nesse momento.

— Falando de mim?

— É.

— Por que ninguém me disse?

— Estou dizendo agora. Ficamos preocupados com o que aconteceu e eu achei melhor falar com ele pra nos ajudar.

— Acham que eu preciso de ajuda?

— O que você fez com aquela mulher não é normal, Clara...

A menina desviou o olhar.

— Foi muito bom! Mas não é normal.

Hermione deu um soco no ombro dele e Clara deu uma risadinha.

— O que seu pai quer dizer, é que estamos com medo por você e esse senhor deve saber o que fazer pra ajudar.

— E a diretora não sabe?

— Deve saber também, só que ele sabe mais.

— E é de confiança?

— Minha mãe garante que sim.

— Então tudo bem.

— Que bom — Hermione falou aliviada.

— Agora vou deixar você descansar. — Levantou e deu um beijo na testa de sua mãe e outro na de seu pai e saiu do quarto.

— Acho que ela não gostou muito disso...

— Mas ela não tem que gostar, estamos fazendo o melhor pra ela — respondeu deitando na cama.

— Se você diz.

***

— Mesmo assim, a Clara que fez o Lucius mudar...

— E você não acha que ele pode fazer ela mudar?

— Impossível.

— Nada é impossível. Eu acho melhor não contar a ele sobre isso.

— Tudo bem. E quanto a Clara? O que podemos fazer?

— Primeiro preciso saber o que ela escolheu.

— E se não escolheu?

— Então devemos instruí-la a escolher o melhor lado.

— Tipo controlá-la?

— Não. Fazer ela ver o que é melhor, até porque quem escolhe é ela independente do que aconteça.

— Vamos combinar então e você vai na casa do meu filho encontrá-la.

— Ela está lá agora?

— Sim. Você poderia?

— Claro.

— Mas não avisei nada a ela.

— Se quiser marcamos outro dia, mas acho que temos que ver isso logo.

— Então vamos agora.

Os dois seguiram para a casa de Draco sem dizer mais nada. Quando chegaram, Narcisa chamou o filho e explicou que ele era o bruxo e que queria ver a Clara. De início, Draco encrencou com ele achando que queria se aproveitar de sua filha, mas depois de uma bela bronca de Hermione, o loiro finalmente se acalmou.

— Vou chamá-la. — Subiu as escadas e seguiu em direção ao quarto de Clara.

Quando chegou, viu que a porta estava aberta e que Clara estava sentada na cama.

— Eu sei que tem alguém lá embaixo.

— Você ouviu a conversa?

— Não, mas senti que tem alguém.

Draco ficou em silêncio. Realmente esse negócio de poderes está ficando diferente.

— Quer ir lá falar com ele?

— Vamos...

Os dois desceram e seguiram até a sala de estar. O homem estava sentado no sofá. Quando Clara o viu, sentiu uma corrente elétrica correr por suas veias. Quase a mesma sensação de quando tocava o Enrico. Que coisa estranha...

— Essa é a Clara — disse Narcisa.

O homem levantou do sofá e estendeu a mão a garota.

— Prazer, Clara.

— Prazer. — A menina apertou a mão dele.

— Sua avó me procurou por estar preocupada com seus dons diferenciados, mas creio que você já saiba isso, certo?

— Meus pais falaram.

— Hum... Gostaria de fazer umas perguntas e como seu pai exigiu, não posso falar a sós com você. Então posso perguntar?

— Pode.

— Quando usou seus poderes no dia que atacaram sua mãe, como se sentiu na hora que usava?

— Quando estava machucando a mulher?

— Sim.

— Eu queria matá-la.

Todos trocaram olhares, menos o homem que continuou olhando Clara e balançou a cabeça.

— Certo, mas era raiva, ódio ou simplesmente sentiu vontade de matá-la?

— Ela machucou a minha mãe! E matou meu irmão!

— Eu sei, mas eu quero saber o que sentiu.

— Muita raiva.

— E passou?

— Depois sim.

— Bom.

— Por que está me perguntando isso?

— Existem dois lados dessa bênção que você recebeu.

— Como assim?

— Você a recebeu por um propósito quando nasceu e acredito que tenha comprido ele, certo?

— Sim.

— Só que conforme você vai crescendo, as coisas começam a mudar. Também percebeu isso, não é?

— Onde você quer chegar?

— Esse tipo de poder só tem a aumentar.

— E aí?

— Você precisa saber lidar com ele.

— Controlando as emoções.

— Vejo que sabe o que fazer.

— A diretora está me ajudando.

— Minerva?

— Sim.

— Tem uma ótima treinadora. — Deu uma risadinha. — O que mais você anda fazendo? Pode me dizer?

— Além de quase matar quem me irrita?

— Sim, deve ter um lado bom nisso tudo.

— Eu sei que existem dois lados dessa bênção.

— Minerva te falou?

— Li em um livro.

— Entendo.

— Tenho uma pergunta também...

Draco deu uma risadinha.

— Está rindo de que? — Hermione cochichou.

— Ela é igual você...

Hermione o beliscou.

— Ai!

— Pode perguntar — respondeu o homem.

— Por que eu tenho uma luz branca e o menino do livro tinha uma preta? É por que ele escolheu o lado das trevas?

O homem ficou surpreso por um momento. Ela sabia de tudo.

— Sim.

— E isso quer dizer que escolhi a luz?

— Acredito que seja mais pelo seu jeito de ser. Ainda não está definido o seu lado.

— Hum... Mas o meu jeito de ser vai todo para o lado da luz, por que mudaria?

— Tudo é possível.

— Está dizendo que minha filha pode ter poderes para o mal? — Hermione questionou.

— Sim.

— Mas eu não quero isso.

— Que bom. Então faça a escolha certa.

Clara ficou pensativa.

— Quando devo escolher?

— Vai saber quando chegar a hora.

Clara suspirou. Odiava quando falavam em enigmas com ela.

— E aquele negócio que você faz...

— Qual deles?

— Teve uma vez que eu estava muito triste e a Clara tocou minha testa... Lembro que ficou quente no local e depois eu me senti muito bem.

O homem estreitou os olhos olhando Clara.

— Você a curou.

— Teoricamente sim.

— Foi bom ter falado isso. Assim eu sei que está bem do lado da luz.

— Se não tivesse, não curaria?

— Não.

Silêncio por uns segundos.

— Bom, escute, menina... Não conte nada disso para ninguém. Só as pessoas que estão aqui agora e Minerva podem saber, mais ninguém, você entendeu?

— Sim.

— Pessoas mal-intencionadas podem querer te fazer mal e a gente não quer isso, certo?

— Não mesmo — Hermione que respondeu.

— Então silêncio absoluto.

— Tudo bem.

— Continue os treinamentos com Minerva. Vai te ajudar muito.

— Ok.

— E se puder e quiser, posso te ajudar nos treinamentos também.

Clara olhou seus pais.

— Como faríamos?

— Posso ir a Hogwarts acompanhar o que Minerva te ensina.

— Por mim tudo bem.

— Você confia em mim?

— Estranhamente sim. — Franziu a testa.

O homem sorriu.

— Que bom. Te dou um conselho... Veja o que te faz sentir melhor e siga. E não cure ninguém, nem que esteja à beira da morte. Ninguém pode ver o que você faz.

— Tudo bem — disse confusa.

O homem se despediu de todos e foi embora.

— Por que estão me olhando assim? — perguntou ao ver o olhar de seus pais sobre ela.

— Estamos preocupados com você — Hermione respondeu.

— Eu estou bem. Não precisa ficar assim.

Hermione se aproximou e segurou o rosto dela com as mãos.

— Eu me preocupo com o que os outros podem fazer a você e não com o poder que você tem.

— Entendo mãe, mas ninguém sabe e não vai saber.

Hermione a abraçou apertado. Dois sabiam e isso era o motivo de tanta preocupação.


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