Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 30
O que deu em Clara?




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Draco, Clara e Ethan, que dormia no colo da irmã, estavam no corredor do hospital bruxo esperando notícias de Hermione. O loiro estava impaciente. Teve que deixar Hermione ali e ir ajudar a Clara em casa, mas agora queria saber dela. Um homem se aproximou e Draco levantou com pressa. Clara continuou sentada, pois Ethan estava em seu colo.

— Ela está bem?

— Está sim.

— E o bebê? — perguntou e olhou Clara, que abaixou o olhar.

— Sinto muito... Mas com a pancada...

Draco desviou o olhar do homem. Se sentia extremamente enfurecido com o que os dois tinham armado e agora por isso. Se o Ethan não estivesse naquele lugar...

— Podemos vê-la? — Clara perguntou e Draco voltou de seus pensamentos de tortura.

— É claro. Venham comigo.

Draco pegou o pequeno de Clara e os dois seguiram o homem. Quando entraram no quarto, perceberam que Hermione dormia. Draco colocou Ethan no sofá que tinha ali e se aproximou dela. Clara estava de um lado da cama e ele de outro.

— Você viu que feitiço ela usou?

— Não. Vocês estavam falando alto e...

— E...?

— Eu estava tendo visões.

O loiro a olhou surpreso.

— Como assim? Pensei que só visse dormindo...

— Parece que algo mudou — disse olhando sua mãe, que respirava lentamente.

Draco ficou em silêncio observando sua filha. O jeito que ela ficou naquela casa o assustou... Mas agora isso não era o mais importante.

— Será que ela fica bem?

— É claro.

— Tem certeza?

— Por que está perguntando isso? — Clara o olhou.

— Você não contou que isso ia acontecer.

— Eu não sabia como aconteceria.

— Mas sabia que ia acontecer.

— Eu só sabia que ele não ia nascer. Por isso não tinha futuro, mas eu não queria falar isso pra ela.

— Entendi... — Fez carinho na cabeça de Hermione.

— Acho melhor eu ir pra casa e levar o Ethan.

— Não!

— Mas a gente não pode ficar aqui.

— Não vou deixar vocês sozinhos.

— A gente pode ir pra casa do Harry então...

Draco ficou pensativo.

— Tudo bem.

O loiro levou os dois para lá depois de perguntar a Gina se poderiam passar a noite. A ruiva os recebeu e ficou conversando um pouco com a Clara.

— Que merda... Eu nem sabia que ela estava grávida!

— Eles esperaram eu chegar pra contar.

— Que coisa horrível — disse Alyce.

— O importante é que minha mãe está bem.

— E que você está aqui. Eles poderiam ter te levado.

— Não ficaria muito tempo lá...

Alyce e Gina trocaram olhares.

— Como assim?

— Deixa pra lá.

***

Draco estava sentado em uma poltrona ao lado da cama de Hermione. Pensava em tudo que passou nesse dia esquisito. O que deu em Clara? Como ela fez aquelas coisas? Isso é normal ou está ficando fora de controle? Tantas perguntas que já estava ficando louco!

Hermione se mexeu e abriu os olhos lentamente. Quando o loiro viu que ela acordou, levantou e se aproximou.

— O que aconteceu?

Draco explicou que ela teve um acidente e que estavam no hospital bruxo.

— Cadê a Clara e o Ethan?

— Estão com a Gina.

— O que eu tenho?

Draco ficou em silêncio. Pensava na melhor forma de dizer a ela.

— Jenny te acertou com algum feitiço e...

— Eu perdi o bebê...

O loiro concordou fracamente. Hermione mordeu o lábio inferior e seus olhos se encheram de lágrimas. Draco se aproximou e colocou as mãos no rosto dela e ficou com o seu bem perto.

— Não fica assim, por favor...

Hermione começou a chorar com vontade. Draco a puxou e a fez sentar na cama e a abraçou apertado. Os dois ficaram em silêncio abraçados, Hermione se derramava em lágrimas enquanto Draco a apertava e derramava lágrimas silenciosas.

— Onde eles estão?

— Vão ser julgados por falsificar uma carta do ministro e por te atacarem...

— O que aconteceu depois que eu fui atacada?

Draco engoliu em seco. Não sabia se contava da situação de Clara a ela, muita informação.

— Melhor você descansar.

— Draco o que aconteceu?

— Jenny queria saber de quem era a criança, aí eu falei que era meu e depois te trouxe pra cá.

— E a parte que não quer me contar?

— Não tem parte que não quero contar...

— Eu sei que tem.

— Ok, conto outro dia.

— Eu quero saber, Draco.

— Hoje não. Vai dormir.

— Como vou dormir com esse suspense todo?

— Já volto.

— Vai aonde?

Ele não respondeu e saiu do quarto. Em pouco tempo o loiro voltou com um médico.

— Beba essa poção.

— Pra que é?

— Para você relaxar.

Hermione pegou e tomou. O homem saiu do quarto depois que ela bebeu.

— Agora deita.

— Eu não vou conseguir dormir, Draco! Me conta!

— Amanhã...

Hermione sentiu os olhos pesados, ela deitou na cama e aos poucos eles fecharam. Draco respirou fundo. Não tinha opção a não ser dar algo para ela dormir, senão ficaria a noite toda perguntando.

No dia seguinte Clara acordou com alguém a sacudindo levemente. A garota abriu os olhos e viu seu irmão.

— Que foi?

— Cadê minha mãe?

— Ela está no médico.

— Por quê?

— Porque estava se sentindo cansada e foi ver se ele dava alguma poção pra animá-la.

— Eu quero ver ela.

— Daqui a pouco a gente vai lá.

— Mas eu quero agora...

— Ethan a gente vai quando puder.

O pequeno fez bico e cara de quem ia chorar. Clara suspirou e o puxou para deitar ao seu lado.

Alguém bateu na porta e ela se abriu.

— Bom dia, Clarinha. Vamos comer? O café está na mesa.

Alyce deu um pulo da cama e saiu do quarto correndo. Clara dormia no colchão no chão.

— Eu já vou.

— Melhor correr ou ela pode comer tudo.

As duas riram.

— Mas eu também estou com fome — Ethan falou fazendo elas rirem mais.

Depois de trocar de roupa, foi tomar café da manhã. Harry também estava sentado à mesa.

— Você está bem?

— Sim. Sabe da minha mãe?

— Ela já vai ser liberada.

— Eu quero vê-la.

— Come primeiro Ethan.

— Mas eu quero a minha mãe...

— E vai deixar essa panqueca deliciosa? — Gina apareceu com um prato cheio delas. Ethan olhou a comida na mesa e depois Gina, que tinha um sorriso maroto.

— Posso comer antes.

Todos riram.

A campainha tocou e Gina foi até a porta. Em pouco tempo apareceu na cozinha com o Alex. Clara engoliu em seco.

O ruivo cumprimentou a todos e quando foi dar um selinho em Clara, ela virou o rosto, fazendo ele beijar sua bochecha. O ruivo a olhou confuso, mas resolveu não perguntar nada.

Depois de comer, Harry e Gina saíram da cozinha e Ethan foi atrás deles.

— Quando soube o que aconteceu, vim correndo pra cá — Alex falou fazendo carinho no cabelo de Clara.

— Vou tomar banho... — Alyce saiu da cozinha.

— Alex... A gente precisa conversar...

— O que foi?

— É que...

— Fala Clara, estou te achando tão estranha...

— Não sei como falar isso, mas eu... — pausa bem grande. — Eu acho melhor a gente ser só amigos.

Os dois ficaram em silêncio se olhando.

— Clara eu sinto muito por aquilo no baile eu...

— Não é por isso que estou falando, Alex.

— Então por que?

— Eu não consegui esquecer o Enrico.

Silêncio. Alex a olhava sério enquanto ela esperava alguma reação.

— E como eu disse, não quero te machucar por causa disso. Então prefiro que sejamos amigos.

— Você está com ele?

— Não, Alex.

— Tem certeza?

— Por que está perguntando?

— Porque no baile vocês dois sumiram. Eu achei que você tinha ficado chateada com o que eu fiz e que não ia voltar lá, mas agora que me disse isso... Acho que estava com ele.

Clara fechou os olhos suspirando pesadamente. Não gostava e nem conseguia mentir.

— Ele me encontrou depois do aconteceu entre a gente... — Alex desviou o olhar. — Disse que ouviu quando você conversava com um menino sobre o que ia fazer no dia do baile. — Alex engoliu em seco. — É verdade?

Os dois ficaram em silêncio se olhando.

— É.

Clara o olhou indignada.

— Um garoto me falou umas coisas e eu acabei seguindo o que ele disse... Eu sinto muito de verdade.

— Não achei que fosse influenciável assim, Alex.

— Eu não sou.

— Mas você fez o que ele influenciou.

— Fiz porque queria fazer com você.

Clara desviou o olhar.

— Mas eu fui um completo idiota e agora ele está no topo outra vez, sinto muito.

— Está tudo bem, Alex. Amigos? — perguntou estendendo a mão para ele apertar.

— Amigos. — Apertou a mão dela e os dois sorriram.

***

Hermione esperava impaciente alguém vir liberá-la. Estava nervosa porque Draco tinha a colocado para dormir e não contou o que aconteceu na noite anterior.

— Para com isso, Hermione! Que droga! Depois eu conto.

— Eu quero saber agora! Por que não fala logo?

— Não quero te deixar nervosa.

— Sinto muito te desapontar, mas eu já estou!

Draco suspirou. Quando ia começar a falar, o médico entrou no quarto. Depois de examiná-la, ele a liberou e pediu que ficasse de repouso absoluto. Os dois foram embora para casa e quando chegaram, foram direto para o quarto. Hermione sentou na cama.

— Pode começar.

Draco, sem opção, sentou de frente para ela e contou tudo o que aconteceu no dia que foi atacada. Hermione ficou uns segundo em silêncio com a boca um pouco aberta.

— Acha que precisamos...

— O que?

— Fazer alguma coisa, levá-la a um medibruxo de confiança...

— Será que ele saberia o que é isso?

— Não sei, mas isso me preocupa. Pode ser perigoso.

— Acho que tem uma amiga da minha mãe que conhece um bruxo que sabe de poderes fortes assim...

— Será que ele saberia o que fazer?

— Não sei. Vou chamar minha mãe e ver o que ela acha.

— Tudo bem.

O loiro saiu do quarto e Hermione se cobriu com a coberta. Estava extremamente preocupada com Clara. Temia que algo pudesse acontecer com ela. Ainda mais que os dois viram do que ela é capaz.

Assim que recebeu o chamado, Narcisa foi de encontro a seu filho. Quando chegou, notou a preocupação em seu rosto.

— O que aconteceu?

— Senta aí.

A mulher se sentou e não tirou os olhos dele.

— Que foi?

Draco contou a ela tudo que aconteceu e o que Clara fez. Assim que terminou a história, os dois ficaram em silêncio se olhando.

— Você acha que ele pode ajudar?

— Vou conversar com ela pra ver.

— Vou esperar resposta.

Narcisa deu um beijo em seu filho e saiu à procura de sua amiga. Draco voltou ao quarto e sentou ao lado de Hermione na cama. O loiro a abraçou forte.

— Vai ficar tudo bem.

— Espero...

***

Narcisa foi até a casa de sua amiga para conversar sobre a Clara. A mulher a recebeu e as duas se sentaram à mesa para tomar um chá.

— Então sua neta tem poderes diferenciados...

— Sim. No início achamos que não ia dar em nada e que só ficaria no que sabíamos, mas agora ela está diferente.

— Ruim ou bom? — Deu uma golada no chá.

— Dessa vez foi ruim.

— Vou chamar ele aqui.

— Obrigada.

Duas horas depois um homem barbudo apareceu. Parecia ser bem velho, até um pouco mais do que Minerva. A amiga de Narcisa o convidou para entrar e explicou a situação a ele.

— Eu posso vê-la?

— Acha que tem algo errado?

— Errado não. Só acho que os poderes que ela tem são extremamente fortes e a cada dia que passa, aumentam.

— Isso é perigoso? — perguntou preocupada.

— Depende do lado que escolheu.

— Como assim?

— Se ela escolher o lado das trevas, temo por todos nós.

As mulheres trocaram olhares.

— Mas se escolheu o lado da luz, pode fazer coisas grandes.

— Como eu posso saber o lado que ela escolheu?

— Essa situação que você contou que ela passou, só me mostrou que está forte e que defenderia sua família a qualquer custo. Não sei dizer o lado que ela escolheu, às vezes ainda não está concreto também a decisão.

— Sei... Mas ela fez uma coisa uma vez...

— O que?

Narcisa contou do dia que viu sua neta brilhar em frente a escada da casa de seu filho.

— Hum... Isso é bom. Mostra que ainda é do bem.

— Não acho que ela ficaria do mal.

— Não podemos descartar nada, afinal, ela tem sangue de quem gostava muito de magia das trevas.

Narcisa ficou em silêncio.


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