Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 10
O que fazer?




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Após a aula, Clara saiu da sala com uns livros nas mãos. Estava ansiosa, faltavam poucos dias para voltar para casa.

— Clara...

Ela virou para trás para ver quem chamou.

— Oi.

— Desculpe se estou sendo chato... Mas como eu disse, só quero te proteger.

— Eu sei, Alex, mas eu escolhi isso. Eu quero isso.

O ruivo desviou o olhar.

— Entendo...

— Não fica chateado comigo.

— Por que eu ficaria?

— Não sei...

— Você sabe o que faz. — Saiu de perto andando rápido.

— Alex...

Ele sumiu do corredor e Clara respirou fundo.

— Vocês devem mesmo ter uma amizade forte...

Clara olhou para o lado e ficou em silêncio.

— Perdeu a língua?

— Não.

— Então por que não respondeu?

— Foi uma pergunta ou afirmativa?

— Importa? — A garota franziu a testa.

— Claro. Se for pergunta digo que sim, somos amigos. Mas se foi uma afirmativa, digo que você enxerga bem.

— Eu não sei o que o Enrico viu em você. — A olhou de cima para baixo.

— Deve ter visto coisas que não viu em você.

A garota ficou totalmente séria quando ela respondeu.

— O que quer dizer?

— Acho que os garotos procuram algo que os agrade nas meninas e talvez você não tenha algo que ele goste e eu tenho.

A menina rangeu os dentes. Clara respondia e explicava as coisas com uma tranquilidade que estava irritando profundamente.

Quando ela ia responder atravessado, viu Enrico aparecer no corredor. A garota saiu de perto de Clara a encarando com fúria. Clara a olhava cínica.

— Tem alguma coisa errada? — perguntou ao ver o olhar das duas.

— Sua amiguinha é um amor! — disse sarcástica.

— De que falavam?

— Nada demais.

— Hum...

— O que você quer falar?

— Vem comigo... — Segurou a mão dela e puxou.

Os dois seguiram até o jardim e sentaram embaixo de uma árvore próxima ao lago. Clara colocou os livros no chão a seu lado.

— Está tudo bem com você?

— Sim.

— E o que quer comigo?

— Quero conversar.

— Sobre...?

— O que você tem com o Weasley?

— Ele é meu amigo.

— Só isso?

— Sim.

— E nunca namoraram?

— Não — disse franzindo a testa.

— Nem nunca beijou ele?

— Por que essas perguntas agora?

— Responde Clara!

— Não, nunca beijei ele. O que está acontecendo? — perguntou nervosa.

— Vocês parecem ter muita intimidade...

— E?

— Eu não gosto disso.

— Por quê?

— Porque está na cara que ele gosta de você! — disse alto.

— Mas nós somos amigos.

— E daí? Isso muda os sentimentos dele?

— Isso não importa, Enrico. Eu estou com você, não é?

— Então confirma que ele gosta?

Clara revirou os olhos.

— Não importa!

— Eu sabia! — disse furioso. — Quero que se afaste dele.

Clara ergueu as sobrancelhas.

***

Hermione tomou um banho demorado. Ficou pensando em tudo que aconteceu com ela nos últimos dias. Que situação... Estava com a cabeça a mil e não tinha a menor ideia do que fazer agora.

Saiu do banheiro enrolada em uma toalha e encontrou Draco ainda deitado na cama. Os dois ficaram se olhando por um momento em silêncio.

— Você o deixou petrificado no armário...

— É pouco — respondeu sério.

— Isso vai dar problema, Draco...

— E como vai. Ele não deveria ter feito isso.

Hermione desviou o olhar.

— Mas agora você sabe quem ele é de verdade.

— É.

— Mas eu não entendi uma coisa... — Cruzou os braços.

— O que?

— Se você queria tanto ficar com ele... Por que quis te forçar?

Os dois ficaram em silêncio depois da pergunta. Hermione engoliu em seco. O que ela fala?

— Porque ele é louco!

— Sei...

— Vou ver o Ethan — mudou de assunto.

— Não vai colocar uma roupa? Ah! Esqueci... Você levou tudo! — disse sarcástico.

Hermione pegou a varinha e fez um movimento. Em pouco tempo estava vestida o olhando cínica.

Ela saiu do quarto e deixou o loiro sozinho. Ele precisava pensar no que fazer com Caleb...

Hermione entrou no quarto de Ethan. Narcisa brincava com ele sentada no chão. Hermione sorriu olhando os dois.

— Mamãe! — Correu na direção dela e abraçou suas pernas.

Hermione abaixou e pegou o pequeno no colo.

— A gente vai voltar pra casa?

Silêncio.

O menino a olhava com os olhinhos esperançosos. Não queria que seu filho sofresse com o que estava acontecendo, mas não podia ser cínica consigo mesma. Não podia ficar com Draco só porque Ethan queria. Ele é muito novo para entender o que aconteceu.

— Não, meu filho. Só vim te buscar.

— E a vovó?

— Ficou em casa...

— Eu queria ficar aqui.

— Se quiser te busco depois.

— Mas eu queria que você também ficasse...

Hermione suspirou.

— Eu já te expliquei, filho.

— Mas esse tempo não passa, mamãe! — disse brabo e fez as duas rirem.

— Essas coisas demoram, filho.

— Vocês são dois bobos!

Narcisa riu quando ele falou isso e cruzou os braços fazendo bico.

— Isso é jeito de falar?

— Mas é verdade.

— Ethan!

— Vai lá falar com seu pai vai... — Narcisa falou com o pequeno.

Ele desceu do colo da mãe e saiu correndo do quarto.

— Você vai se machucar! — brigou com ele que nem escutou e continuou correndo.

— Ele é terrível!

— Nem me fale...

— Draco era assim quando criança.

— Manhoso e abusado?

A mulher deu uma risadinha.

— Exatamente.

— Não mudou muito. — As duas riram.

— O que você pretende fazer?

Hermione ficou em silêncio olhando a sogra. Nem ela sabia a resposta para essa pergunta.

— Eu não sei...

— De que você tem dúvida?

— Eu só não sei o que fazer agora. Draco me magoou muito com o que fez.

— Eu imagino mesmo. Mas o que você sente por ele? Ainda o ama?

Hermione desviou o olhar.

— Eu...  Não queria sentir isso...

— Então ama.

— Mas eu não vou voltar pra cá.

— Olha, querida, sei que você está abalada e magoada com o que ele aprontou, mas ele também te ama e está sofrendo muito com tudo isso.

— Mas sempre é assim. Faz a besteira e depois se arrepende e diz que não quer perder. Se não quisesse não tinha feito isso!

— Você está certa. Mas quando estamos confusos, fazemos besteiras, não é? — A olhou sugestiva.

Hermione ficou em silêncio. Acabou de fazer uma e quase se deu muito mal. Se Clara não tivesse avisado...

— Pense bem sobre o que quer. — Saiu do quarto a deixando sozinha.

Hermione ficou em pé paralisada no mesmo lugar. Estava entrando em desespero sem saber o que fazer... Se ela voltasse com Draco e ele a traísse de novo? Como iria saber? Clara lhe contaria? Talvez...

Draco saiu de casa apressado. Tinha que fazer alguma coisa com Caleb. Não podia deixar barato o que ele fez.

Seguiu até a casa do homem e quando chegou, foi direto ao quarto. Abriu a porta do armário e ele estava lá totalmente paralisado.

O loiro o puxou para fora do armário e abaixou no chão o olhando sério.

— Achou que ia se aproveitar da minha mulher? Que ia usar ela para os seus desejos nojentos?

O homem não conseguia se mexer, pois estava enfeitiçado.

— Eu deveria jogar você em um rio desse jeitinho que está! Não ia poder nadar para se salvar e morreria afogado... Que morte linda! — disse feroz.

O homem mostrava receio em seu olhar.

— Mas eu acho que posso fazer melhor, não é? Algo que doa mais...

Draco estava completamente fora de si. Queria porque queria matar aquele homem e ele ia fazer isso, custe o que custar. Esse imbecil não deveria ter mexido com sua mulher!

— Como posso fazer? — falou sozinho.

— Acho melhor não fazer...

Draco levou susto e olhou para o lado. Hermione estava ali o olhando séria.

— Por que não? Ele tem que pagar! — disse alto.

— Mas você não precisa pagar junto.

— Por que eu pagaria?

— Porque você quer cometer um assassinato, Draco. Vai ser preso. Ele vai morrer e acabou, mas você não. Você vai ficar preso. É isso que quer?

O loiro ficou pensativo.

— Eu tenho que fazer ele pagar!

— Não seja idiota, Draco! Quer mesmo voltar a ficar preso? E quanto a seus filhos? ... E quanto a mim?

Os dois ficaram em silêncio se olhando.

— O que tem você?

— Vai me deixar sozinha para os outros como ele fazerem o mesmo?

O loiro ficou em silêncio. O que ela queria dizer com isso?

— Não estou te entendendo...

— Droga, Draco! Não faz essa merda! Não quero você preso! — disse chorando. —... Quero você comigo...

O loiro paralisou a olhando surpreso.

— Me quer... Com você?

Ela concordou com a cabeça. Draco levantou do chão apressado e a beijou. Hermione colocou os braços em volta do pescoço dele, o loiro a segurava pela cintura fortemente. Os dois trocaram um beijo intenso.

O homem via tudo. Apesar de estar petrificado, enxergava e ouvia normalmente.

Os dois se afastaram respirando ofegantes.

— Não posso acreditar... — Draco sussurrou e deu um selinho nela.

— Solta ele e vamos embora.

— Mas...

— Por favor!

Draco respirou fundo e virou de frente para o homem.

— Se tentar alguma coisa com ela eu vou te matar! Não importa se eu mofe em Azkaban! Não mexa com minha mulher! — disse feroz.

O loiro fez um movimento com a varinha e o homem conseguiu se mexer de novo. Estava todo machucado devido os chutes que recebeu na noite anterior. E ainda todo dolorido por ter passado a noite paralisado.

Draco abraçou Hermione e os dois aparataram dali. Caleb tinha os olhos grudados no lugar que antes eles estavam.

Aquele loiro metido ia pagar!

Os dois aparataram em casa. Hermione suspirou e se aproximou de Draco o abraçando fortemente. O loiro retribuiu.

— Que bom que mudou de ideia... Vai voltar pra casa?

Hermione se afastou, mas não saiu do abraço.

— Por enquanto não.

— Por quê?

— Quero que me prove que posso confiar em você de novo.

Os dois ficaram em silêncio se olhando.

— Faço o que você quiser... — Se aproximou lentamente e a beijou nos lábios. — Eu não consigo viver sem você, sabia? — perguntou com o rosto bem próximo ao dela. — Ficar sem você esse tempo me fez ver isso claramente.

— Acho que precisávamos disso...

— Verdade.

—... Você ainda encontra aquela mulher?

Draco ficou sério quando ela perguntou.

— Só no trabalho e isso porque não tenho escolha.

— E você ficou com ela de novo?

— Não. Só foi uma vez Hermione e isso nunca mais vai se repetir.

— Será? Ela deve ser muito bonita.

— Mas não é boa como você. — Sorriu safado — Ninguém chega a seus pés.

— Como vou saber que você não fica mais com ela?

— Vem comigo...

— Pra onde?

Draco não respondeu e a levou dali. Em pouco tempo estavam no bar que a mulher frequentava. Hermione estava confusa. Por que ele a levaria em um lugar assim?

O loiro se aproximou de uma das mesas. Tinha uma mulher loira sentada sozinha e tomava um copo de cerveja. Assim que ela os viu, sorriu.

— Olha só... O que te traz aqui?

— Só queria te falar uma coisinha...

A mulher colocou o copo na mesa e apoiou os cotovelos.

— Sou toda ouvidos.

— Como eu já tinha falado com você... Não quero que se aproxime de mim ou da minha família, principalmente dela! — Apontou pra Hermione, que olhava a mulher. — Eu sei que enviou aquela carta para acabar com meu casamento. E se acontecer qualquer coisa com ela ou se receber mais cartinhas, já sabe o que acontece... Certo? Você lembra bem, não é?

— Como esquecer? — perguntou sarcástica.

— Ótimo! Sabe bem o que é.

— E o que é? — Hermione perguntou.

— Ele disse que me leva pra casa dele.

— Cala a boca sua nojenta! — Draco disse furioso. — Disse que mato ela se chegar perto de você.

— Você vai mesmo acreditar no que ele diz? Até onde eu sei... Ele ficou comigo porque quis. Poderia muito bem ter me descartado na hora que dei em cima dele.

Hermione ficou em silêncio olhando de um para o outro.


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