Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 9
Vou cuidar de você




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— Será que estão bem? — Narcisa perguntou preocupada. Estavam demorando muito a voltar.

— Você é muito especial sabia? — Minerva falou com Clara.

— Eu não sei porque tenho isso...

— Acho que sei.

Narcisa e Clara a olharam surpresas.

— Então por que?

— Na verdade, tenho uma suposição... Você nasceu de pais totalmente diferentes, não só no sangue. Entre eles sempre existiu ódio e raiva e desse ódio descobriram o amor. Puro e verdadeiro. Seu pai carrega a longa linhagem de sangue puro dos Malfoy, sangue esse muito antigo e forte. E sua mãe... — Deu uma risadinha. — Tem uma inteligência impressionante. Apesar de não ter uma linhagem assim como seu pai, ela é uma das melhores bruxas de sua época. Fora que os dois eram de casas distintas na escola — disse pensativa. — Você quebrou um grande laço, sabia?

— Que laço?

— A rixa entre Grifinória e Sonserina.

— Não fui eu que fiz isso... Foram eles.

— Sim, mas você nasceu disso. Merlin pode ter te abençoado com esse dom tão poderoso.

— Por que ele se preocuparia comigo?

Minerva riu.

— Todo bruxo que tem poderes esplendidos está destinado a algo grande — falou olhando a lareira. 

Ficou um grande silêncio depois do discurso de Minerva. Clara estava mais confusa do que nunca.  

— Você se lembra daquele dia na montanha, Clara? — Narcisa perguntou e fez a menina a olhar.

— Do dia que usei os poderes pela primeira vez?

— Sim.

— Não lembro. Por quê?

— Isso é estranho, não é Macgonagall? Por que ela não lembraria se teve um papel tão importante?

— É disso que eu falo.

— Mas por que ela não lembraria?

— Era um bebê, não era? — perguntou rindo.

— Sim, mas ela mostrou o que viu a eles naquela noite e depois nunca mais o fez.

— Não vamos tentar entender essa situação. Como eu disse, ela é especial e creio que tenha dedo de Merlin nisso.

As três ficaram em silêncio.

Merlin... Ele não perderia seu tempo com uma garota qualquer nascida de um amor improvável e intenso... Perderia?

Os pensamentos da garota foram cortados quando escutaram um barulho na escada. Ela levantou apressada e correu de encontro a sua mãe.

Hermione a abraçou forte.

— Você está bem?

— Sim. Obrigada. — Segurou o rosto dela com as mãos.

— É muito bom rever vocês.

— Merlin! Você ainda está viva!

Hermione deu uma cotovelada no estômago de Draco.

— Sim, Sr. Malfoy e ainda viverei muito.

— Se está dizendo... — falou com a mão no estômago.

— Têm uma filha muito especial...

Os dois a olharam e ela desviou o olhar.

— Por que está dizendo isso?

— Ela contou porque saiu correndo pelos corredores a essa hora da noite tão afobada e nervosa.

— E o que você achou? — Hermione perguntou curiosa.

— Bem. Eu expliquei o que eu acho a elas, mas não sei se saberemos ao certo porque ela tem esse dom, mas como conversei com ela mais cedo, acho que não deveria ir tão fundo nos poderes como está indo.

Clara arregalou os olhos quando ela disse isso.

— Como assim ir tão fundo?

Minerva contou o que viu a eles. Todos ficaram olhando Clara, que só pensava em esconder sua cabeça em um buraco.

— Como você faz isso? — Draco perguntou.

— Eu não sei. Eu penso em coisas que me deixam feliz e me sinto em paz.

— Pode fazer isso agora?

— Isso não é uma boa ideia, Draco — Narcisa aconselhou.

— Só um pouco pra gente ver.

Clara deu de ombros e respirou fundo. Ela fechou os olhos e fez o que falou a eles. A luz branca a envolveu mais uma vez e fez os presentes na sala ficarem de boca aberta.

— Já chega, Clara... — Hermione falou preocupada.

A menina continuou de olhos fechados enquanto a luz ficava cada vez mais forte.

— Clara... — Draco que chamou dessa vez.

A garota abriu os olhos e a luz se apagou. Clara olhou cada um ali e sentiu uma moleza em seu corpo, a menina sentiu as pernas falharem e quase caiu, mas Draco a segurou.

— Que foi, filha? — perguntou preocupado.

— Eu estou cansada.

— Só isso? — Hermione perguntou fazendo carinho no rosto dela.

Clara estava sendo abraçada por Draco.

— Sim.

— Bom... Já que está tudo bem por aqui. Podemos voltar, certo? — Minerva perguntou. — Daqui a uns dias ela volta pra vocês.

— Tem certeza que está bem? — Hermione beijou a testa dela.

— Sim, só estou com muito sono... — disse quase dormindo em pé.

— Vamos, querida. — Pegou a mão de Clara. — Até mais ver.

As duas sumiram dali.

— Você está bem? — Narcisa perguntou.

— Sim — respondeu abraçando a si mesma.

Narcisa olhou seu filho. O loiro suspirou e esfregou os braços de Hermione.

— Vou dormir então. Não se preocupem com o Ethan. Estou dormindo no quarto com ele. — Subiu as escadas.

— Acho melhor você descansar.

— Sim.

— Quer comer alguma coisa? — perguntou fazendo carinho nos cabelos dela.

— Eu só quero deitar.

— Tudo bem. Quer ficar aonde?

— No quarto.

— Qual?

— No nosso.

— Ok. Eu durmo no outro.

Hermione não respondeu e Draco entendeu como um sim. Os dois subiram as escadas e o loiro a acompanha até a porta.

— Até amanhã. — Virou as costas.

— Draco...

O loiro virou de frente para ela outra vez.

—... Não me deixa sozinha... — disse com os olhos cheios de lágrimas.

Draco levou uns segundos para reagir e então se aproximou e a abraçou forte.

— Vou cuidar de você. — Beijou a cabeça dela.

Os dois entraram no quarto. Draco estava um pouco receoso de encostar muito nela. Queria mesmo respeitar seu espaço. Ele sentou na cama e cobriu as pernas com a coberta. Hermione se aproximou e cobriu as pernas também, só que ficou bem perto do loiro e encostou o rosto em seu peito. Draco a envolveu em seus braços e fez carinho nos cabelos dela.

Hermione fechou os olhos sentindo a carícia. Estava sentindo tanta falta dele que nesse momento esqueceu completamente a merda que ele fez. Só queria ficar colada com ele.

— Ele conseguiu...? — não conseguiu terminar a frase, pois sentiu vontade de voltar na casa do imbecil e terminar o serviço. Não que ele não vá fazer isso, só que não agora...

— Não... Você chegou bem a tempo...

— Ainda bem — sussurrou.

Hermione se aproximou mais e cheirou o pescoço dele. Draco respirou fundo quando sentiu ela tão perto.

— Posso te pedir uma coisa?

— Claro.

Hermione se aproximou e sentou no colo dele de frente. As mãos dele foram direto para a cintura dela. O loiro esperou ela dizer a olhando nos olhos. Hermione aproximou o rosto do dele e segurou com as mãos.

— Faça amor comigo de novo...

O loiro suspirou e apertou a cintura dela.

— Me faz esquecer que ele tentou me agarrar... — sussurrou.

Draco se aproximou depressa e a beijou. As mãos dela deslizaram para os cabelos dele.

Os dois se beijaram com paixão. Em pouco tempo o loiro encostou na cabeceira da cama, ficando meio deitado. Hermione deitou com ele. O loiro deslizou a mão pelas costas dela a fazendo se arrepiar por inteira.

Draco a tratou como se fosse a primeira vez dela. Fez tudo com muito carinho e calma. Hermione não lembrava de ter se sentido assim antes quando esteve com ele.

Dormiram abraçados.

No dia seguinte Draco abriu os olhos e sentiu um peso sobre si. Hermione dormia com a cabeça e um dos braços no peito dele. Sorriu ao vê-la dormindo serena. O loiro suspirou e acariciou os cabelos dela.

Se aquele imbecil pensa que a surra foi o fim... Ele está muito enganado!

Não deveria ter mexido com a mulher dele! Não mesmo!

Hermione se mexeu e Draco a olhou. Estava olhando o teto enquanto pensava em Caleb. Hermione abriu os olhos e percebeu que ele estava a olhando.

— Bom dia — falou fazendo carinho no rosto dela.

— Bom dia...

— Está tudo bem?

— Está sim... — Saiu de perto dele e sentou na cama.

O loiro continuou deitado a olhando. Estava de costas para ele. Draco podia ver as costas magras e a cintura fina dela. A cor de sua pele o fascinava.

Por que ele parou de observá-la? Maldito seja o tempo que passa! E maldito seja ele por ter deixado o relacionamento deles ficar tão esquisito e agora por ter traído ela... Que burro! Que burro...

Hermione levantou da cama sem falar nada e seguiu para o banheiro. Draco suspirou assim que ela fechou a porta.

O que será que ela ia fazer agora?

***

Todos os alunos estavam sentados à mesa tomando café da manhã. Clara estava junto com Alyce. Alex não quis sentar perto delas.

— Sabe porque ele está assim? — Clara perguntou.

— Er...

— O que você fez, Alyce?

— É que eu contei sem querer que você está namorando o Agnelo...

Clara a olhou feroz.

— Desculpa.

— Não importa. Ele tinha que saber mesmo — disse olhando o ruivo que a encarava sério.

Não tinha tantas aulas mais para assistir, pois o natal estava bem próximo. Estavam na aula de poções agora e era a última do dia.

— Quero que formem duplas — disse o professor.

Começou uma grande movimentação na sala. Alguns começaram a discutir e ficou uma movimentação intensa. Enrico se aproximou de Clara e segurou a mão dela. A garota sorriu.

— Ei! Parem com a discussão! — falou alto. — Eu vou escolher as duplas.

Todos resmungaram.

— E sem reclamar!

Os alunos ficaram em silêncio. O professor começou a falar as duplas, que seguiam para as mesas para fazer a poção que ele pediu.

— Clara Malfoy e Alex Weasley.

Clara trocou olhares com Alex e Enrico o olhou com fúria.

— Mas professor!

— Silêncio! Você fará par com a Agnes Thompson — falou com o loiro e virou as costas para ver se faltava alguém.

— Se fizer qualquer gracinha, Weasley! — ameaçou.

— O que tem? — perguntou cínico.

— Parem! — Clara brigou com eles e agarrou o braço de Alex para sair de perto dele.

— Sua namorada gosta mesmo de andar com o Weasley. Não acha que eles têm alguma coisa? — a menina perguntou quando se afastaram.

Enrico olhou os dois. Clara cochichava alguma coisa com Alex.

— Se meta com a sua vida! — disse frio.

A garota levantou as mãos.

— Tudo bem, esquentadinho... Mas eu acho que você deveria se preocupar com ele, pois se eles se conhecem desde sempre, pode ser que tenham tido um caso antes de você pedir ela em namoro.

Enrico ficou pensativo olhando os dois. Ela podia ter razão, afinal, eles se conhecem desde crianças e seus pais são amigos. Eles provavelmente deveriam aprovar aquela relação.

Do outro lado da sala, os dois tentavam fazer a poção sem se matar.

— Você só pode estar louca de namorar aquele cara!

— O que esse assunto tem a ver com a poção, Alex? — perguntou nervosa.

— Nada, mas você não deveria confiar nele.

— Eu não vou discutir com você sobre isso.

— Clara você não vê que esse cara só está te usando?

— Alex vamos fazer a poção?

— Todo mundo sabe que ele já ficou com praticamente todas as meninas desse castelo.

— Alex!

— Você acha isso pouco?

Clara fechou os olhos e respirou fundo.

— Acho que se a gente colocar esse aqui vai dar errado... — Apontou para um galho que tinha em cima da mesa.

— Clara você está me ouvindo?

— Estou, Alex! Mas eu disse que não vou discutir com você sobre isso!

— Não quero discutir, só estou tentando te alertar quanto a realidade.

— Realidade? Acha o que? Que estou vivendo no mundo da lua? — perguntou irritada.

— Acho que você está encantada e não quer escutar.

Clara fechou as mãos com raiva.

Todos os alunos ficaram em silêncio olhando na direção dos dois.

— O que aconteceu aí?

Alex a olhou assustado e depois a mesa. O caldeirão que tinha ali estava totalmente despedaçado.

— O que você fez? — sussurrou.

Clara engoliu em seco.

— Minha nossa! O que vocês fizeram?

— Acho que coloquei algo que não era para colocar... — Alex respondeu.

— Qualquer que seja o ingrediente que você colocasse errado, não ia acontecer isso — disse sério.

Clara e Alex trocaram olhares.

— Então deve ter algo errado no caldeirão.

— Pode ser... Mas eu conferi todos e estavam em ótimo estado — disse pensativo. — Bom, vou pegar outro pra vocês. — Saiu de perto.

— Obrigada.

— Pelo que?

— Eu não sabia o que responder.

— Vou sempre te proteger, Clara.

— Ela não precisa que você faça isso! Eu estou aqui! — Enrico estava em pé perto da mesa deles.

Clara respirou fundo. Isso ia dar merda...

— Como se você fizesse muita coisa... Achei que nem soubesse ler.

— Sei mais do que você! — respondeu furioso.

— Parem!

— Depois quero falar com você — disse isso e saiu de perto com raiva.

— Ele é um babaca!

— Cala a boca Alex! — disse alto.

O ruivo deu de ombros.


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