Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 11
Poderes e mais poderes...




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Clara e Enrico estavam sentados na grama. Ela o encarava com as sobrancelhas levantadas e braços cruzados. O loiro tinha a cara amarrada e não tirava os olhos dela.

— Ficou louco?

— Não. Só não quero que você fale com ele!

— Mas eu falo com quem eu quiser!

— Só que eu não gosto disso! Será que pode me respeitar?

— Respeitar? Você não está me respeitando pedindo isso!

— Que é hein? Não quer deixar de falar com ele, é isso? — perguntou feroz.

— Não quero.

Enrico a olhou de boca aberta.

— Por quê? — disse histérico.

— Porque você não manda em mim!

— Mas ele gosta de você e está em cima o tempo todo!

— E daí, Enrico? Que droga! Quantas vezes eu vou ter que falar que estou com você?

— Mas se você se afastasse dele eu ficaria melhor.

— Eu não vou fazer isso.

— Tudo bem. Então escolha... Ou ele ou eu — disse sério.

Clara o olhou indignada.

— Não acredito que você está falando isso!

— Escolha.

— Você é um idiota! — Levantou do chão e saiu dali andando rápido.

Enrico levantou também e chutou a árvore com raiva.

Clara correu pelos corredores furiosa. Queria ficar sozinha e sabia que se fosse para o salão comunal, iam encher ela de perguntas.

Seguiu para a biblioteca. Assim como sua mãe, ela gostava de ficar ali com o nariz enfiado em um livro.

Procurou algo para ler e se sentou em uma mesa. A mesa mais afastada de tudo e de todos. Começou a ler.

No livro falava sobre um garoto que tinha um poder muito antigo e forte. Dizia ali que a mil anos atrás, ouve uma grande guerra no mundo bruxo e que o garoto tinha sido o motivo dela ter começado. Na verdade, seus poderes.

Clara ficou extremamente interessada no livro e continuou lendo.

O garoto era especial e seus dons causavam inveja em todos os outros bruxos "comuns". Os fascinados por magia negra, eram os que mais invejavam o menino. Queriam ser como ele e fazer o que ele fazia.

Clara não conseguia parar de ler o livro. Ela o pegou por acaso, estava nervosa e só queria ler qualquer coisa e se acalmar. Mas aquele livro era legal.

Ao ver quais eram os dons do garoto, Clara ficou extremamente pálida. Eram idênticos aos que ela tinha.

— Clara?

Ela se assustou e fechou o livro.

— Ei, está tudo bem?

— Sim.

— Você está pálida! Tem certeza? — Se aproximou dela.

Clara colocou a capa de seu uniforme por cima do livro.

— Eu estou bem, Alex.

— Não parece.

— Só preciso descansar.

— Seu namorado veio falar comigo.

— Falar o que?

— Disse pra eu não me aproximar de você se não quiser ser azarado.

Clara respirou fundo. Ela pegou o livro disfarçadamente e o escondeu em suas vestes.

— Não liga pra isso, vou dar um jeito.

— Esse menino se acha.

— Alex... Por favor!

— Tudo bem — disse com as mãos para o ar.

— Obrigada. Agora eu preciso ir.

— Ok.

Clara saiu de perto dele, que ficou olhando ela ir embora. Tinha algo errado com ela... Sabia quando estava escondendo algo. Os dois sempre faziam artes juntos e ele sabia exatamente quando estava nervosa e mentindo.

Mas o que será que ela escondia?

Clara seguiu para o dormitório e sentou no chão ao lado de sua cama. Ela dormia na última e era próxima a parede. Então encostou na cama e ficou sentada de frente para a parede, de forma que quem entrasse, não a visse ali.

Abriu o livro e continuou a leitura.

.....

Na época, o garoto não sabia a proporção de seus poderes. Mas percebia que mexia com as emoções. Não sabia porque os outros eram diferentes dele. E nunca quis saber.

Mas um dia um grande bruxo maligno descobriu o garoto e o enganou. Disse que ele era um dos maiores bruxos existentes e que seu poder se igualava ao de Merlin. Encantado com o que ouviu, o menino começou a se achar o mais poderoso e como ouvia os conselhos do bruxo, fazia tudo o que ele falava, inclusive mal as pessoas que entravam em seu caminho.

Com o tempo, o ódio e rancor tomaram conta de seu coração. E como seus poderes eram comandados pela emoção, tudo ficou pior.

O bruxo que o tinha corrompido, armou uma cilada para ele. Queria lhe roubar o poder e faria qualquer coisa para isso. E como tinha a confiança dele. Seria mais fácil.

Alguém abriu a porta e Clara fechou o livro em suas mãos. Respirava ofegante e estava bem assustada.

Será que era um livro de história real ou alguém imaginou aquilo? E se fosse real, por que estaria assim tão fácil o acesso? Tantas dúvidas...

— O que faz aí?

Clara deu um pulo e olhou para cima. Alyce estava deitada na cama dela a olhando.

— Estou pensando...

— Precisa sentar no chão para fazer isso?

— Esses meninos estão me deixando louca!

Alyce deu uma gargalhada.

— Deveria estar feliz. Ao menos tem dois querendo você...

Clara a olhou pensativa.

— Você gosta de alguém, Alyce?

— Eu não — respondeu rápido.

— Tem certeza?

— Absoluta! — respondeu sem olhá-la.

— Hum... Ok. Se você diz...

— O que vai dar de natal para o seu namorado?

— Nem sei se tenho um namorado... — Suspirou. Enrico era um grande idiota, mas ela gostava dele.

— Vocês terminaram?

Clara contou a ela o que Enrico disse.

— Que idiota!

— Sim.

— O que você vai fazer?

— O certo a ser feito.

— E o que é o certo pra você?

— Vai descobrir depois. — Levantou do chão.

— Quanto mistério... — Levantou da cama. Assim que Clara a viu de costas, escondeu o livro rapidamente debaixo do colchão.

Clara saiu do salão comunal e foi procurar Enrico. Perguntou a alguns alunos se tinham o visto e ninguém sabia onde ele estava. Continuou andando pelos corredores e viu o loiro conversando com a menina que fez dupla com ele na aula.

Se aproximou lentamente e quando chegou perto, os dois pararam de falar.

— Posso falar com você?

— Sim.

— Até mais. — A menina se aproximou e deu um beijo no rosto de Enrico. Depois lançou um olhar de desprezo a Clara e foi embora.

— Por que pararam de falar quando eu cheguei?

— Não sei. — Deu de ombros.

— Estavam falando de mim?

— Por que estaríamos?

— Eu não sei, mas quando a gente está falando de alguém e esse alguém chega, geralmente paramos de falar — disse irritada.

— Então é isso que você faz quando conversa com o Weasley e eu chego?

— Ai Enrico não tem nada ver! Isso nunca aconteceu!

— Mas você vive com esse garoto. Quem me garante que não tem nada com ele?

— Eu já entendi...

— O que?

— Essa garota está fazendo sua cabeça com essas coisas idiotas.

— Não...

— Não tenta me enganar, Enrico! Eu sei que ela colocou essas coisas na sua cabeça! Mas já que você gosta tanto de ouvi-la, por que não fica com ela? — perguntou furiosa.

— O que quer dizer com isso? — disse sério.

— Que você está livre para ela.

— Está terminando comigo? — perguntou alto.

— Você falou para escolher, não é? Eu escolho quem não me cobra com quem devo ou não falar.

Os dois ficaram em silêncio se olhando. Apesar de estar séria e decidida, Clara sentia seu peito apertado em estar fazendo isso. Mal tinha começado o namoro e já estavam terminando...

Enrico a olhava furioso. Ela escolheu o Weasley! Não podia acreditar em tal coisa.

— Achei que gostava de ficar comigo.

— E eu gosto.

— Então por que está escolhendo ele, Clara?

— Porque não se deve fazer o que você fez! Eu não gosto dessa sua amiguinha, mas nunca pediria pra você escolher entre mim e ela!

— Se você pedisse ia escolher você.

— Mas eu nunca faria isso. Você fala com quem você quiser. E acredita em quem quiser também...

Os dois ficaram em silêncio. Apesar de estar com raiva, ele não queria perdê-la.

— Eu preciso ir. Tenho que arrumar minhas coisas...

— Eu também.

— Feliz natal para você.

— Feliz natal...

Clara virou as costas para ele. Assim que fez isso, soltou as lágrimas que estava prendendo. Ela começou a andar para longe dele lentamente. Não queria chegar chorando ao salão. Tinha que ser forte!

Enrico a colocou contra a parede antes que conseguisse ir embora. Segurava sua cintura com força. Os dois ficaram se olhando em silêncio. Ambos respiravam rápido.

— Eu quero você... — sussurrou.

— Você me quer só pra você Enrico, isso não é certo.

— Eu... Eu só morro de ciúmes porque ele te conhece há muito tempo e seus pais são amigos dos dele... Devem aprovar você ficar com ele...

Clara riu um pouco. Se ele soubesse o ódio que seu pai tem de Alex e do Rony.

— Não fala besteira. Isso não tem nada a ver. Minha mãe apoia eu ficar com quem eu gosto.

— E seu pai?

— Meu pai não quer que eu namore até completar 50 anos.

Os dois riram.

— Mas ele tem chances com você?

— Se tivesse já tinha ficado com ele, não acha?

— É... Mas você jura que nunca beijou ele?

— Você precisa começar a acreditar no que eu digo.

— Desculpa.

— Eu nunca beijei o Alex, Enrico. Nunca. Até porque eu... — Olhou o chão. — Nunca tinha beijado ninguém até você me agarrar...

O loiro ficou paralisado. Clara não desviava os olhos do chão.

Minha nossa! Ela nunca tinha beijado? Era possível alguém com um beijo tão bom nunca ter beijado?

— Agora eu entendi porque você beija tão bem...

— E por que é?

— Porque eu ensinei. — Sorriu convencido.

Clara revirou os olhos.

— Eu preciso ir.

— Vamos ficar assim mesmo? — Se aproximou bastante e fez ela prender a respiração.

— Você pediu para escolher e eu escolhi.

— Droga Clara! Não quero ficar sem você.

— Então vamos fazer o seguinte: você vai pra sua casa e eu pra minha. E aí você reflete sobre o assunto. Quando voltarmos as aulas, resolvemos isso. O que acha?

— Não vou te ver nesse tempo? — perguntou a apertando.

— Melhor não. Use ele para pensar.

— Tudo bem.

Clara deu um abraço apertado nele e depois seguiu para o dormitório para arrumar suas coisas. Depois de tudo pronto, todos os alunos seguiram para casa.

Ao chegar no terminal, viu seu pai e sua mãe lado a lado e sorriu largamente. A menina correu na direção dos dois e os abraçou apertado.

— Estão bem?

Os dois trocaram olhares.

— Sem mentiras!

— Mais ou menos, mas não vamos falar disso aqui, tá bom?

Clara concordou.

— Agora vamos pra casa! Amanhã faremos as compras de natal.

Os três foram para casa e assim que chegaram, Ethan correu na direção de Clara e pulou no colo dela, o que quase fez os dois irem para o chão.

— Garoto! — brigou com ele, que riu.

— Que bom que chegou! — Narcisa disse sorrindo.

Clara colocou Ethan no chão e abraçou a avó.

— E o vovô?

— Deve estar chegando para te encontrar.

Clara sorriu.

A garota foi se ajeitar em seu quarto e Ethan foi atrás dela tagarelando e perguntando como era estudar em Hogwarts.

Hermione seguiu para a cozinha e Draco foi atrás.

Pensava no dia anterior quando encontrou com a mulher que era o caso de Draco. Ele realmente parecia furioso com a vadia... Mas ela estava tão confusa.

Hermione respirou fundo olhando para fora da janela.

Draco a abraçou por trás e beijou seu pescoço. Hermione suspirou e fechou os olhos. Ela tinha que admitir, mesmo com toda a confusão, traição, discussão e tudo que envolvia os dois, ele mexia com ela como ninguém jamais fez. E causava coisas em seu corpo como ninguém.

— Vamos ficar juntos no natal, não é?

— Sim. Não quero dividir meus filhos.

— Eu sei... Você está bem?

Hermione virou de frente para ele.

— Estou confusa...

Draco beijou a testa dela.

— Tudo isso vai passar. Vamos voltar ao que éramos antes. — Se aproximou lentamente e a beijou.

Hermione levou as mãos ao cabelo de Draco e ele a enlaçou pela cintura.

Os dois trocaram um beijo calmo e lento. Aproveitavam cada segundo sentindo o calor do corpo do outro.


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