– KATNISS!! KATNISS!! ACORDA SEU ESTRUME!! - Clove grita no meu ouvido, me fazendo acordar sobressaltada e com o coração na mão.

– O que foi, sua vaca? - digo, bocejando e esfregando os olhos

– 3 palavras pra você: O; Baile; É; HOJE!! - ela sobe no sofá e começa a pular nele

– Você sabe que são 4 palavras né? - levanto e vou andando até o banheiro

– Se você entendeu, está valendo - ela diz, debochada - Ah! Minha irmã veio aqui mais cedo pra deixar os vestidos. - ela desce do sofá

– Onde extão? - digo, parando na porta do banheiro com a escova de dentes na boca

Ela aponta para uma mala rosa que parece estar quase explodindo. Pareciam ter uns 15 vestidos ali dentro...

Volto para cuspir.

– Como tudo isso coube... - volto ao quarto e ela já havia aberto a mala e tinham vestidos espalhados por todo o quarto - ... aí dentro?

– AI MEU DEUS! JÁ ESCOLHI O MEU! - ela coloca na frente do corpo um lindo vestido verde transpassado na parte do busto. - Pode escolher qual você quiser.

Tinham muitos vestidos. Curtos, justos, coloridos, com tachas... Mas apenas um chamou a minha atenção. Um lindo vestido coral com pedras no busto e um pouco aberto atrás

– Nossa... Que... Vestido... Lindo! - digo, pausadamente, com a boca aberta. Clove interrompe sua euforia e volta a atenção ao meu vestido.

– Sabia que iria escolher esse. Achei a sua cara. - ela anda até mim e sorri

Pego-o nas mãos e coloco na frente do corpo. Vou até o banheiro onde há um enorme espelho. Eu estava linda.

– Você está Fa-bu-lo-sa. - Clove diz ao meu lado, estalando os dedos.

Rimos.

–---------Horas depois-----------

Antes do banho, Clo me dá 8288484 produtos de beleza como sabonetes, esfoliantes e coisas do tipo.

– Hoje temos que nos superar Kat. Nunca se sabe quem pode ir nesse baile não é mesmo? - ela diz e me empurra para dentro do banheiro

Tomo o banho e enrolo uma toalha no corpo e outra na cabeça.

– Clove, você viu a minha gilette? Preciso raspar minhas pernas antes de... - digo, saindo do banheiro amarrando a toalha na altura dos seios. Até que percebo que Clove sumiu e a única pessoa ali é Peeta.

– Desculpa, mas não sei onde está sua gilette. - ele solta uma risada. - Clove disse que precisava achar um secador e um babyliss e me pediu pra dar uma olhada em você - ele sorri maliciosamente, mordendo os lábios - Desculpa vir sem avisar, mas precisava saber que horas eu poderia te buscar aqui.

– Como assim "me buscar"? - pergunto, curiosa

– Com quem você acha que eu iria? Com a enfermeira Mags? - ele ri

Paro um pouco e penso se há algum interesse por trás daquele pedido.

Depois de muito tempo, finalmente respondo.

– Vai ter que levar Clove junto... Ou é bem capaz de ela arrancar suas bolas por não deixar eu ir com ela. - rio.

– Tudo bem. Para mim, não é incômodo nenhum. - ele sorri.

– Ok. Às 19h?

– Às 19h. - ele dá uma risadinha e se vira para ir embora, até que para na porta. - Ah! E à propósito: belas pernas.

Sorrio e ele sai.

Mal posso esperar por esse baile.

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Depois que sai do banho, Clo me ajuda com o vestido e coloca o dela.

– Hora da transformação - ela diz, tirando o espelho do banheiro e colocando em cima do sofá, com muita dificuldade, já que o espelho era 3 dela. Ela pega uma das poltronas e posiciona de frente para o espelho.

– Isso não vai acabar caindo? - digo, apontando para o espelho.

– Cala a boca e senta aí - ela me empurra na poltrona

– Ok, mandona... - digo, levantando os braços em rendição

Ela faz uma linda maquiagem nos meus olhos e termina com um lindo batom nude. Depois, faz uma espécie de coque com trança que, de um jeito outro, fica lindo.

– O que achou? - ela sai da frente do espelho com um sorriso no rosto

Fico alguns segundos boquiaberta. Eu estava extremamente linda, como nunca estive antes. Tudo estava combinando. O batom, meus sapatos, o vestido... Estavam fazendo com que eu estivesse deslumbrante.

– Nossa Clo!! EU TÔ LINDA!! - grito, abraçando-a pelo pescoço e a enforcando

– Tá Kat! Eu sei que faço um ótimo trabalho... - ela sorri, orgulhosa

– Onde aprendeu a fazer essas coisas? - digo, chegando perto do espelho para ver os detalhes.

Quando ela abre a boca para falar, alguém bate na porta.

– Quem é? - Clove diz

– Dr. Peeta. - meu coração gela e eu sussurro um "sossega Katniss"

– Pode entrar. - ela diz

Ele entra e arregala os olhos, afinal o quarto estava muito bagunçado... Vestidos e maquiagem por todo o lugar.

– O que aconteceu? - ele diz, boquiaberto

– Que foi? Devia ver meu quarto lá em casa... Aquilo, sim, é bagunça.

– A gente já pode ir? - ele diz, parecendo estar um pouco em pânico pela grande bagunça no quarto.

– Clo, você vem? - pergunto, parando na porta

– Não. Podem indo na frente. Ainda tenho muito trabalho por aqui - ela olha maliciosamente pra mim.

– Tudo bem - digo e percebo que Peeta capta o olhar e sai do quarto comigo.

Passamos o caminho todo em silêncio até que ele pára na ponta da escada que iria para o terraço e olha pra mim.

– Katniss. Só pra constar: Você está mais linda ainda hoje. - ele diz, com o olhar cheio de... carinho? Acho que essa é a palavra certa

– Obrigada - digo, envergonhada.

Ele me dá o braço e sobe as escadas comigo.

O terraço era lindo. Parecia um luau chique, com tendas e tudo mais. Alguns quadros estavam expostos, então imaginei que fossem de Peeta. Uma pista de dança estava montada nos fundos do e uma música animada estava tocando.

– Eu vou pegar um drink pra gente. Pode se sentar, se quiser.

– Ok - digo, vendo Peeta se perder na semi-multidão que havia ali.

Me sento em um sofá e espero ele chegar. Ele estava demorando muito. Muito mesmo.

Me levanto e olho para o bar, em busca de algum sinal dele. Peeta está sorridente, conversando com uma mulher que parece ser bem bonita. Espera... Eu conheço aquele rosto. É a enfermeira Fulvia.

Um peso enorme no meu coração começa a se formar, de um jeito que eu nunca havia sentido na vida. Me levanto e vou até o bar.

– E então Peeta? Pegou nossas bebidas? - digo, com uma raiva aparente no olhar e na voz.

– Ah! Desculpe, Katniss... - ele diz, me entregando um copo com um liquido vermelho. - Peguei um "Sex on The Beach" pra você. - ele olha maliciosamente pra mim enquanto me entrega o copo. - Essa é minha tia, Fulvia. - ele sorri pra ela

– Já nos conhecemos, Peeta. - ela diz

Sorrio envergonhada. Não acredito que achei que ele estivesse dando em cima dela... "Quanta estupidez, Katniss... Esperava mais de você", penso

– Eu vou... Me sentar - digo, dando alguns passos para trás rapidamente

– Ok, eu vou com você - ele pega sua bebida no balcão e se despede de Fulvia.

Ele segura minha mão, fazendo com que uma onda de eletricidade passe pelo meu corpo, e me puxa em meio à multidão. "Katniss! Se controle!", penso

Achamos uma mesa vazia e nos sentamos. Bebo minha bebida em 3 segundos. Queria evitar os olhos de Peeta e a presença dele, já que ele praticamente estava me comendo com os olhos. Não queria que o constrangimento pairasse ali.

– Acho que vou pegar outra bebida... - levanto alvoroçada

Ele pega meu punho e olha nos meus olhos.

– Relaxa Katniss. Acabamos de nos sentar. Se quiser te dou um pouco da minha...

Me sento lentamente e dou um sorriso forçado. Não sabia se queria fugir dali correndo ou agarrá-lo. Ele estava usando um terno preto justo com um ótimo caimento e uma gravata preta. Estava irresistível.

Ele pára um momento, como se estivesse pensando e depois olha pra mim.

– Você estava achando que eu estava dando em cima de Fulvia? - ele diz, com um tom de incredulidade e um pouco de sarcasmo em sua voz.

– Por que você acha que eu faria isso? - digo, colocando uma mecha atrás da orelha e sorrindo envergonhada.

– Sei lá... Pareceu - ele olha pra mim maliciosamente

Fico vermelha só de sentir seu olhar sobre mim.

Finalmente vejo Clove chegando, linda e maravilhosa. Ela acena para nós e anda até a nossa mesa.

– E aí, seus transantes? - ela olha para nós e eu fico vermelha novamente, enquanto percebo Peeta dando um leve sorriso, o que me faz ficar mais vermelha. - O QUÊ? VOCÊS COMEÇARAM SEM MIM?? - ela pega meu copo vazio e arregala os olhos. - Vou lá no bar pegar uma pra mim e ver se o Dr. Finnick Delícia Odair está lá. Já volto. - ela se levanta e vai em direção ao bar.

Um silêncio paira entre nós e vejo que eu e Peeta estamos um pouco nervosos com tudo aquilo. Ele estava mexendo as mãos nervoso e fitando-as.

De repente, um música um pouco agitada começa a tocar. Vejo que Peeta olha pra pista, onde as já estavam chegando para dançar. Ele olha pra mim, depois pra pista, e pra mim, e pra pista e fica um tempo sem dizer nada, até que se levanta e dá a volta na mesa.

– Quer dançar? - ele me oferece a mão

– Eu não sei dançar... - digo - Pareço um porco com hanseníase - rimos

Ele se ajoelha na minha frente e coloca a palma de sua mão na minha bochecha, acariciando a maçã do meu rosto com o dedão. Me curvo involuriamente em direção à ela, mas logo me afasto. "Katniss, não seja tão fácil", penso.

– Eu te ensino, Katniss... Não se preocupe - ele desce a mão do meu rosto até a minha mão, me puxando para dentro do turbilhão de gente.

Está tocando "Sparks", do Cover Drive e ele começa a mexer o corpo de um jeito engraçado, pra um lado e pro outro e faz um gesto para que eu o imite.

Começo a imitá-lo e até que estava sendo divertido dançar com ele. Estava começando à me soltar e fazer alguns passos estranhos. Quando dou por mim, estava até rebolando um pouco. Mas na direção de Peeta.

Ele começa a dançar mais perto de mim, até que me pega muito forte pela cintura, fazendo nossos corpos se chocarem um contra o outro e nossas testas se colarem.

Ele começa a beijar meu pescoço e eu agarro em seu cabelo e em suas costas. Ele olha nos meus olhos e depois pra minha boca.

– Vem cá.

Ele ataca meus lábios, fazendo com que nossos dentes se chocassem, proporcionando um dor gostosa. Sua lingua brincava com a minha e ele soltava leves gemidos durante o beijo que faziam os pêlos da minha nuca se arrepirem.

Sua mão que está na minha cintura desce um pouco e chega até minha bunda, onde ele aperta com tamanha força que me faz gemer no beijo.

– Você não tem ideia do quanto é gostosa - ele sussurra no meu ouvido e mordisca minha orelha, me fazendo arfar com aquilo.

Ele volta à minha boca e continua me beijando com intensidade e velocidade, ainda soltando leves gemidos durante o beijo.

De repente ele pára e olha nos meus olhos.

– Quer sair daqui? - ele pergunta, ofegante

– Com toda certeza.

Ele pega minha mão e me puxa, saindo da pista em direção à saída. Nem me importo com Clove, porque com certeza deve estar se agarrando com alguém nesse momento.

Saímos pela porta da frente correndo até eu ver uma coisa.

Gale, bem vestido, parado na entrada do terraço, subindo as escadas com um buquê de rosas cor-de-rosa na mão e os olhos vermelhos de raiva.