My Dear Doctor escrita por Desnecessária
Notas iniciais do capítulo
Hey! Sei que demorei pra postar. Mil perdões. Espero que você goste!
#Desnê
Eu e Gale estávamos deitados embaixo de uma macieira, fazendo um piquenique.
– Você promete nunca mais fazer isso? Nunca mais me trair, ou beber...
– Kat, acredite em mim, eu prometo.
Serei só seu, daqui em diante.
Ele se aproxima de mim e acaricia meu rosto. Ele pára e olha nos meus olhos.
– Eu te amo muito sabia? - ele sorri
– Nem notei - sorrio de volta.
Começamos um beijo lento e calmo, mas cheio de paixão. Ele me deita lentamente na grama e segura minha cintura. Ele desce a alça do meu vestido sem parar os beijos e deposita um beijo no meu ombro.
De repente, tudo fica escuro e me vejo na porta do quarto, vendo Gale em cima de Cashmere e ouvindo seus gritos se espalhando pelo quarto. E de novo, o caminhão vindo em minha direção.
Acordo com um grito e percebo que estava apenas sonhando.
Peeta, a enfermeira Fulvia e mais dois enfermeiros aparecem no meu quarto, perguntando se estava tudo bem e por que eu estava gritando.
– Katniss, está tudo bem? - Peeta me pergunta, pedindo que os enfermeiros saíssem dali. - Podem ir. Ela está em boas mãos.
– Sim. Foi só um pesadelo. - digo, já voltando a respirar normalmente
– Quer conversar?
– Não. Tá tudo bem, não precisa se preocupar.
– Qualquer coisa, estarei logo aqui. - ele diz e se senta no sofá, me encarando. - Tenta dormir
– Ok
Me deito, deixando escorrer uma lágrima de meus olhos.
Acordo sentindo uma dor no meu seio. Olho o relógio: 3:30h. Vou ao banheiro e passo um pouco daquele gel cicatrizante pra ver se passa a dor.
Volto ao quarto e vejo que Peeta está deitado no sofá, tremendo de frio com o ar condicionado do quarto. Pego uma manta no armário e o cubro.
– Boa noite, doutor - dou um beijo em seus lábios, fazendo ele sorrir enquanto dorme.
Resolvo dar uma volta, já que sei que não consiguirei dormir. Calço a pantufa de Clo e visto seu roupão. Saio do quarto em direção ao jardim dos fundos do hospital, para arejar a cabeça.
Me sento num banco perto de um grande chafariz e observo o céu. Estava lindo. Estrelado, com a lua bem grande e brilhante.
– O que está fazendo aqui, fujona? - ouço uma voz rouca ao meu lado.
– Pensando - me viro para Peeta
– Posso saber em que?
– São muitas coisas. Muitas mesmo.
Ficamos em silêncio e ele o quebra.
– Vamos brincar de um coisa? Eu te conto toda a minha historia e depois você me conta a sua. Como uma troca.
– Isso parece brincadeira de quando sei lá, eu tinha uns 6 anos. Mas tudo bem - solto uma risada.
– Eu começo. Não tenho nenhum trauma de familia. Nenhum pai bêbado e nenhuma mãe assassinada. Minha familia é bem unida até. Meus pais me influenciaram desde criança a ser medico. Seguir a linhagem da familia. Mas essa definitivamente não é a minha praia.
– E do que você gosta?
– Pintar, esculpir, desenhar. São as minhas verdadeiras paixões. Algumas pinturas minhas vão estar no baile.
– Hum... Essa historia eu não sabia. - rio.
– Agora é sua vez.
– Ok. Vamos lá - viro, colocando minhas pernas sobre as dele. - Meus pais morreram num acidente de avião quando eu tinha sei lá, uns 8 anos. A familia de Gale era a mais próxima deles. A que eles mais confiavam. Em seu testamento, deram minha guarda à eles e meu pai sempre fazia Gale prometer que cuidaria de mim. Em qualquer circunstância. Bom, não é o que parece agora. - deixo uma lágrima escapar.
Ele me abraça.
– Mas como o relacionamento de vocês chegou à esse ponto?
– Virou psicólogo é? - rimos - Melhor eu te contar desde o começo. Eu e Gale somos amigos desde criança. Sempre brincávamos juntos e éramos muito próximos. No meu aniversario de 16 anos, ele foi o meu príncipe e, para minha surpresa, ele me pediu em namoro, na frente de todo mundo. Foi lindo. Com 3 anos de namoro, fui morar com ele. Foi aí que tudo começou a piorar. Ele começou a chegar muito tarde em casa, dizendo que estava com seu amigo, Haymitch, sempre com cheiro de álcool. Quando eu ia falar algo, apanhava, já que ele é muito mais forte do que eu. A gota d'agua foi ver ele me traindo com aquela vadia da Cashmere. Não quero perdoá-lo porque sei que se ele fez isso uma vez, já fez outras.
– não sei como estava conseguindo me manter firme dizendo aquilo - 5 anos - me levanto - 5 anos da minha vida jogados no lixo. Poderia ter saído, conhecido outras pessoas, feito um monte de coisas, sei lá, ter viajado. Mas não. A idiota aqui gastou seu precioso tempo com um bebum que batia nela. Parabéns Katniss! Já pode pegar seu diploma de trouxa do ano - bufo, cruzando os braços e andando de um lado pro outro.
Ele ri da minha reação e se levanta.
– Katniss. Olhe pelo lado bom. Agora você vai poder aproveitar todos esses 5 anos desperdiçados. Saia, se divirta, viva! - ele sorri
– É. Tem razão. - sorrio.
– Quer ir lá no refeitório tomar um expresso?
– Por que não?
Vamos em direção ao refeitório, que estava vazio. Ele compra na máquina dois expressos com açúcar. Nos sentamos em uma mesa e começamos à conversar. Percebo o quanto ele é engraçado e descontraído. Conversa sobre tudo. Tudo mesmo. Rimos de histórias dele e ele riu das minhas.
– Já tive o cabelo rosa. - digo
– Jura? Tipo algodão doce?
– Uhum... Não como algodão doce. Uma cor menos pior... - solto uma risada
– Eu tenho uma tatuagem.
– Serio? Me mostra. - digo, curiosa
– Não dá. É nas costas.
– Ok. Quem sabe um dia eu veja. - lanço um olhar malicioso
Continuamos conversando até que vemos que já estava amanhecendo.
– Acho melhor você ir dormir, fujona. - ele sorri
– Também acho.
– Vamos. Eu te levo até seu quarto.
Andamos pelos corredores, até vermos um cartaz do baile colado na parede.
– Você vai? - ele pergunta, curioso.
– Se eu não for, é bem capaz de Clove me espancar. - rio - E você?
– Minhas pinturas serão expostas. O autor precisa estar lá não é?
Continuamos andando até chegarmos ao meu quarto.
– É aqui. Quarto 6. Obrigada pela ótima conversa, doutor.
– De nada, paciente. - rimos.
– Até. - quando vou dar um beijo em sua bochecha, ele vira e acabamos nos beijando. Nada com pressa. Um beijo bem calmo e rápido. Nos descolamos.
– Até mais. - ele sorri e eu entro dentro do quarto.
Me deito e durmo, querendo mais do que nunca que aquele baile chegasse.
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#Desnê