My Dear Doctor escrita por Desnecessária


Capítulo 3
Capítulo 3 - Desculpas


Notas iniciais do capítulo

Oi! Não sei por que, mas estou postando todo dia! UHUU!
Espero que gostem do terceiro capítulo!
#Desnê



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Depois daquele dia, evitei o Dr. Peeta o máximo que podia. Eu, ele e Clove fizemos um trato de nunca comentar o que havia acontecido naquele dia com ninguém. Nunca.

Tive que contar tudo sobre eu e Gale para Clove, mas não tive coragem de falar com Peeta. Ainda não me sentia bem e nem segura de falar sequer uma palavra com ele.

– quatro dias depois -

Como já estava melhor, me liberaram para andar pelos corredores do hospital. Ficava indo e vindo com Clove. Ela me mostrou todos os lugares do enorme complexo do Health & Care. Era enorme. Como eu não podia e nem queria voltar pra casa, ela sempre me emprestava algum pijama, já que ela, tanto quanto eu, odiava aquela camisola do hospital.

Não vi nenhum sinal de Peeta durante aqueles 4 dias. Até que ele aparece de surpresa no meu quarto.

Eu e Clove estávamos jogando UNO na mesinha de centro.

– Com licença – ele diz colocando a cabeça para dentro do nosso quarto.

Faço gestos labiais para Clove, já que estava de costas para a porta, deitada no sofá, perguntando "Quem é?". Ela me responde "Peeta".

– Vá embora. – digo, sem olhar para a porta.

– Katniss, preciso falar com você. – ele diz e eu percebo uma preocupação em sua voz

Olho para a porta, já que ele me chama de "Katniss" e não de "Senhorita Everdeen".

– Bom, eu vou indo... – Clove levanta da poltrona e sai do quarto.

Peeta entra no quarto e fecha a porta atrás de si. Ele se senta na poltrona à minha frente e eu não consigo deixar de encarar as cartas.

– Katniss, precisamos conversar. E eu não sou o único aqui que sabe disso. – ele diz, olhando em meus olhos.

Naquele momento, começava a ver o verdadeiro Peeta. Não o médico que fazia papel de "bonzinho".

Largo as cartas na mesinha e olho para ele.

– O que você quer falar?

– O que foi aquilo? Você se agarrando em mim, do nada. Sem o menor motivo.

– Longa história... – digo, olhando para o chão.

– Foi aquela do choro no Box?

– Sim.

– Eu quero saber, já que agora meu nome também está envolvido nisso.

– Peeta, não gosto de falar sobre isso. Por favor, me entenda. – me levanto e sigo em direção à janela do quarto. Estava chovendo.

– Não Katniss! Eu quero saber! Quantas vezes eu preciso te dizer isso? – ele diz com raiva, encostando a mão na parede ao meu lado, à poucos centímetros da minha cabeça.

– Ok! Você venceu! – digo, levantando os braços e me sentando na cama.

Conto toda a história para ele. Gale, Cashmere, o pedido de perdão, o acidente e o porquê de tê-lo beijado. No meio de tudo isso, começo a chorar.

– Nossa... Ele é um idiota mesmo... – ele diz, com extrema sinceridade, limpando minhas lágrimas.

– Nem me fale. – soluço.

Um silêncio constrangedor paira no ar e ele resolve me abraçar.

– Katniss, vou deixar você dormir. Qualquer coisa, você sabe onde me encontrar. – ele diz, me cobrindo e me selando na testa com um beijo. Logo em seguida sai do quarto.

Só espero que tudo melhore daqui pra frente.

–-

Acordo na manhã seguinte com Clove cantando This Is How We Do, ou melhor, gritando. Ela estava assistindo um programa de clipes.

– Cala a boca! – digo, jogando meu travesseiro nela

– KAT!! VOCÊ NÃO SABE DA MAIOR!! ELES FINALMENTE ANUNCIARAM!! – ela diz animada, pulando pelo quarto todo

– Anunciaram o que? – digo, me sentando na cama e esfregando os olhos.

Ela pega um cartaz em cima do criado-mudo e lê, como uma locutora de rádio.

– Está aberto o "XV Baile de Gala do Hospital Health & Care" – ela começa a gritar um irritante e agudo "AAHHH!" pelo quarto

– Por que um Hospital daria um baile?

– Pra arrecadar fundos. Simples assim. E o melhor é que pacientes também estão convidados! Você vai né? – ela olha para mim com um olhar de esperança.

– Como eu vou? Não tenho roupa nem nada.

– Relaxa. Minha irmã sempre traz uns 5 vestidos pra eu escolher pro baile. Eu te empresto um e te ajudo a se arrumar.

– Tudo bem então... Já que insiste

– Quer ir lá no refeitório ver que tipo de coisa vamos comer hoje? – ela diz, desligando a TV e calçando seus chinelos.

– Tô morrendo de fome. – digo, calçando os "meus" e saindo com ela.

Os corredores estavam um pouco vazios para aquele horário. Andamos por eles conversando, até que olho para a recepção do hospital e vejo o que não queria ver. Gale está desesperado, suando frio, falando com a recepcionista. Ele me vê e vem correndo até mim. Vejo que ele está com profundas olheiras, de noites sem dormir.

Ele me abraça forte. Por um momento, fico sem reação. Que saudade que eu estava daqueles braços forte me envolvendo.

– Catnip! Até que enfim te encontrei! – ele diz, chorando.

– Esse que é o idiota que você me falou? – Clove diz, olhando para ele com cara de nojo

Gale olha pra ela com cara de "quem é você?"

– Posso falar com você? – ele me puxa pelos corredores até achar um almoxarifado vazio.

Ainda estava estática. Por que ele estava ali? O que ele queria comigo?

– Gale, o que você quer? – digo, com a voz falha, tentando me manter firme, já que qualquer respiração dele já me matava.

– Que saudade de você... – ele se aproxima de mim para me beijar e dou um tapa na cara dele com toda a força que tinha.

– É SÉRIO? DEPOIS DE TER TRANSADO COM AQUELA VADIA NA NOSSA CAMA VOCÊ QUER QUE EU TE PERDOE ASSIM, DE UMA HORA PARA OUTRA? VOCÊ JÁ ME MACHUCOU MUITO SEU IDIOTA! SÓ VOCÊ NÃO PERCEBE ISSO! – digo, colocando o dedo em seu peito e já sentindo as lágrimas escorrerem. Mas dessa vez não eram de tristeza e sim de ódio.

– Katniss. Eu te amo. – ele diz, chorando

– Eu acho isso impressionante – digo, secando minhas lágrimas – sempre a mesma desculpinha. "Eu te amo", "Não vivo sem você". Isso não cola mais comigo.

– Não quero que cole. Só estou te dizendo a pura verdade. – ele diz, me encostando na parede e colocando suas mãos ao meu redor – Ou vai dizer que não sentiu minha falta também?

Ele começa a beijar meu pescoço.

– Gale – digo, saindo de seus braços. – Acho melhor você ir – aponto para a porta

– Katniss, por favor. Me entenda. Eu preciso de você – ele chega novamente perto de mim e sela nossos lábios.

Confesso que sentia falta e muita dos beijos de Gale. Ele estava com gosto de menta, o meu favorito. Nosso beijo começa lento, mas depois fica mais selvagem. Tento me desvencilhar de seus braços, mas já era tarde. Sua língua percorria toda a minha boca, como se tomasse território. Eu puxava seus cabelos com força, fazendo-o gemer entre o beijo. Ele desce seus beijos até meu pescoço e deixa alguns chupões ali.

Sabia que você não demoraria muito pra tocar... – ele sussurra no meu ouvido e eu caio na real. Por que estava me entregando (de novo) pra ele, sem pensar duas vezes? Por que eu o queria tanto, mesmo depois de só estar aqui por causa dele?

– Gale. Sai. - o empurro e ele bate com as costas em uma estante de ferro com alguns produtos de limpeza. - Você nunca vai mudar mesmo né? Talvez a Cashmere goste realmente de você. Pelo menos foi o que pareceu naquela noite. Talvez vocês dois realmente se mereçam – abro a porta do almoxarifado. Ele passa a mão na cara, que agora estava vermelha.

– Eu vou, mas eu vou voltar. Você vai ver Catnip. Você ainda vai ser minha. E só minha. – ele diz e vai embora.

Me sento no chão, lembrando novamente do dia do acidente. E a música volta à minha cabeça.

"Mas tudo bem

Porque eu gosto

Do jeito que dói

Só vai ficar lá

E me ouvir chorar

Mas tudo bem

Porque eu amo

O jeito que você mente

Eu amo o jeito que você mente"


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Notas finais do capítulo

E aí!? O que achou?
Deixe sua opinião nos comentários. Críticas são super bem-vindas.
Obrigado por ler!
#Desnê



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