My Dear Doctor escrita por Desnecessária


Capítulo 2
Capítulo 2 - Dr. Mellark


Notas iniciais do capítulo

Oi! Aqui está o segundo capítulo da "My Dear Doctor"
Espero que você goste!
#Desnê



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Não me lembro de muitas coisas daquela noite. Apenas flashes. Muita correria, paramédicos, uma ambulância. É tudo o que me lembro.

Acordo com uma faixa na cabeça e uma tala no braço direito. Estou um pouco dolorida e percebo uma enfermeira entrando no meu quarto.

– Bom dia, senhorita Everdeen. Como está se sentindo?

– Com um pouco de dor, mas bem.

– Health & Care Hospital. Meu nome é Fulvia e eu sou uma das enfermeiras que cuidará de você.

– O que aconteceu comigo? – falo um pouco desorientada

– Você não se lembra não é? – Ela diz, indo até um quadro com alguns raios-x presos numa placa luminosa.

Era surreal. 4 costelas quebradas, braço quebrado em 2 partes, um corte no meu fígado e um enorme no meu seio direito. Nem sei como aquele lugar foi cortado...

– Você deu trabalho, mocinha. Teve que passar por 4 cirurgias. Mas não se preocupe. Cuidamos bem de você. – ela diz, sorridente. – Mas você terá que ficar um tempo aqui para se recuperar.

“Enfermeira Fulvia Cardew, comparecer imediatamente ao quarto 15.”

– Desculpe senhorita Everdeen, mas preciso ir. Mais tarde eu falo com a senhorita. – ela diz e sai do quarto.

Observo o quarto em que estava. Amarelo claro, um pequeno sofá com uma mesa de centro e duas poltronas. TV à cabo e um banheiro. Nada muito grande.

Até que percebo que não estava sozinha ali. Saindo do banheiro vestida com um pijama de panda, vejo uma garota com aparência de uns 17 anos. Pele branca e longos cabelos negros.

– Eaê! Até que enfim você acordou. Não aguentava mais ficar aqui falando com essas paredes cor de mijo. - ela diz, enxugando os cabelos com uma toalha e se sentando na cama.

– Oi! Sou Katniss. Katniss Hawth... Everdeen. - já tinha me acostumado a dizer o sobrenome de Gale ao invés do meu.

– Clove. Clove Fuhrman, mas pode me chamar de Clo.

– Por que você tá aqui? Não parece ter nenhum problema aparente. - digo curiosa

Ela levanta a calça do pijama e me mostra. Ela tem uma enorme mancha na perna esquerda que, de tantas cirurgias feitas, ficou deformada. Não consigo identificar que tipo de doença ela tinha (afinal, não sou médica), mas parecia ser um tumor ou algo do tipo.

– Me desculpe...

– Não... Imagina. Já me acostumei a essa aberração. - ela diz cabisbaixa.

Ela funga perto de mim.

– Nossa... Você tá fedendo. E muito. - ela diz colocando a mão no nariz - Vou pedir uma enfermeira pra te dar banho... Ou prefere enfermeiro? - ela diz, fazendo uma cara maliciosa. Sorrio

– Tanto faz. - digo, cheirando minha camisola do hospital. É... Eu realmente estava fedendo.

Clove tira o telefone de um criado mudo que tem entre nossas camas e disca para a recepção.

Ligação ON

– Alô? Aqui é do quarto 6. A minha amiga aqui tá precisando de um enfermeiro pra dar banho nela. - ela em lança uma piscadinha e eu gargalho - Como assim todos estão ocupados?... NÃO! EU NÃO VOU ME ACALMAR!! ISSO É UM ABSURDO - ela já estava de pé, berrando pelo quarto - E os médicos? Algum livre?... O Mellark? Mas ele não tem nada pra fazer no hospital não? Ah... O turno dele acabou é? - ela olha maliciosamente pra mim - É... Acho que ele será perfeita para ela. Obrigada

Ligação OFF

– Quem é esse Mellark? - pergunto, curiosa

– Dr. Peeta Mellark. O médico mais "me pega" daqui. Branquinho, olhos castanhos, forte... Hm... - ela viaja pensando no tal médico - Você vai amar

– Não quero nada com homens no momento.

– Por que? Foi chutada? - ela pergunta como se fosse a coisa mais normal do mundo

– Não. Pior que isso. Só tô aqui por causa dele.

Ela olha pra mim com cara de pena.

– Desculpa. Não toco mais no assunto. - ela diz e faz um x na boca - Bom, vou lá na "Área de Visitas" comer alguma coisa. Essa gororoba que eles dão é horrível. - ela diz e sai do quarto com seus fones de ouvido.

Continuo sentada e ligo a TV. Depois de um tempo, alguém bate na porta.

– Posso entrar? - uma voz masculina diz do outro lado da porta.

Desligo a TV.

– Pode.

O homem entra no quarto. Músculos, barba feita, cheiroso e jaleco. Clove não tinha exagerado. Ele era verdadeiramente uma tentação.

– Olá senhorita Everdeen. Sou o Dr. Mellark. A senhorita Fuhrman disse que a senhorita queria tomar um banho. Estou certo? - ele diz e dá um leve sorriso de arrancar suspiros de qualquer uma. Menos eu. O rancor, a mágoa e o ódio que sinto por Gale não deixa que eu confie ou me iluda por nenhum cara.

– Sim. Ela disse que eu estava fedendo - digo, e solto uma risada e ele também.

Ele pega um saquinho debaixo da minha cama com um líquido amarelo que estava cheio quase até a boca e o joga num compartimento que eu ainda não tinha visto escrito "Dejetos".

– Desculpe... - digo com vergonha

– Que nada... Já me acostumei com isso. É só urina. - ele sorri de novo. Percebo que ele ama fazer isso - Então? Vamos?

– Vamos.

Ele me ajuda a levantar e me leva até o banheiro. Me despe com cuidado, já que os curativos das cirurgias ainda estavam cicatrizando. Me sinto um pouco envergonhada, já que o único que me viu nua na vida foi Gale.

Ele retira os curativos, que estavam imundos e nós entramos juntos no enorme box do banheiro que tinha uma cadeira embaixo do chuveiro. Me sento nela e ele começa a me dar banho.

Começo a me recordar da noite do acidente. Gale com Cashmere na cama. As garrafas de bebida espalhadas pela sala. Os gemidos agudos dela. A promessa feita por Gale.

Começo a lembrar que, naquela mesma cama que eles estavam transando, eu e Gale tivemos nossas noites inesquecíveis. Mas agora aquela cama não tem mais o meu cheiro e sim o dela.

As lágrimas começam a rolar e eu não aguento. Escorrego lentamente da cadeira até o chão e me sento, colocando o rosto entre os joelhos. Deixo a água simplesmente cair sobre mim. Até que, de repente, ela para.

– Senhorita Everdeen, está tudo bem? - Dr. Peeta diz, se agachando

– Não... Não está nada bem. Mas não quero te importunar com os meus problemas. Deixa pra lá. - digo, olhando para o chão, ainda chorando

– Não senhorita Everdeen. Eu quero saber o que meus pacientes estão bem. Como eles estão se sentindo. Em todos os aspectos. - ele fala com uma estranha expressão de psicólogo. Como se realmente estivesse interessado em me ouvir.

– Deixa pra outro dia... - digo, me sentando novamente na cadeira.

– Tudo bem. Como quiser. - ele diz e volta a me dar banho.

Me sinto vazia. Totalmente vazia. Como se não tivesse mais o que viver ou para que viver. O estrago que Gale provocou em mim não foi apenas físico. Foi em todos os sentidos. Estou destruída.

Depois do banho, ele me enxuga e refaz os curativos.

Ele pega um gel que parecia ser cicatrizando e olha para meus seios. Primeiro, eu achava que era para avaliar o ferimento no direito. Mas depois de um tempo observando-os, percebo que ele só estava admirando.

– U-uhm... - pigarro para ver se ele "acorda"

– Posso? - ele me olha. Respiro fundo

–Pode.

Ele começa aplicando de dentro para fora. Uma onde de calor percorre todo o meu corpo. Apenas uma pessoa me tocava daquele jeito: Gale. Minhas pernas já bambeavam. Droga! Estava me excitando pelo médico gostoso. (IN)felizmente Peeta percebe.

– Tá tudo bem? - ele pergunta com uma cara maliciosa. De repente, viajando em minhas lembranças, ao invés de ouvir Peeta, ouço a voz de Gale.

– Gale - sussurro

Ataco seus lábios sem a menor vergonha. Ele recua de primeira, mas depois acaba se entregando ao beijo. Pego em sua nuca e ele na minha cintura. Nossas língua travavam uma guerra para ver qual era a melhor, mas era impossível eleger a vencedora. Seu beijo, mesmo sendo selvagem, era calmo, como se quisesse me proteger. Ele me encosta calmamente na parede. Ele desce beijos até o meu pescoço e eu mexo em seus cabelos com força, o que o faz soltar um leve gemido no meio dos beijos. Ele volta à minha boca e me leva até o quarto.

Quando chegamos lá, não acredito no que vejo: Clove deitava comendo Doritos e vendo "CSI". Ela me vê nua e me agarrando em Gale e abre a boca em um perfeito "O".

– QUE MERDA É ESSA QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO?

– Mas ele é o meu namorado. Gal... - Olho para a cara de Peeta e...

"Droga", penso.


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Notas finais do capítulo

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#Desnê