Capítulo XXI

"Muitas vezes as reviravoltas servem para nos sacudir, para nos fazer acordar para realidade, mesmo que não seja agradável naquele momento. Viva sempre a favor do tempo, sabendo que perder tempo é desperdiçar a vida e correr contra o tempo é maltratar o coração. Não perca tempo com incertezas e medo de seguir em frente, se soubéssemos tudo aquilo que está para acontecer amanhã, a vida perderia o seu sentido, pois o mistério que ela nosRESERVA são os incentivos para acordar no dia seguinte, com esperanças de dias melhores."

(Grey's Anatomy)

Eu quero saber?

─ Libélulas Arrojadas... - murmurou Deidara - MAS QUE PORRA É ESSA!?

─ Uma boate gay, queridinho. Venham, a área VIP nos espera meu amor - piscou para o loiro agarrando ao seu braço.

─ Pain-Senpai - choramingou Tobi.

─ Seja forte Tobi, seja forte - murmurou o alaranjado.

Juntos adentraram dirigindo-se a área VIP. Mikoto arrastou Pain e Tobi consigo ate o bar.

─ Ei, três vodcas só pra começar - pediu a Uchiha ao barman. Seu pedido foi prontamente executado - Vamos la meninos, bebam.

─ Senhora Uchiha eu acho melh...

─ Eu mandei beberem, Pain! - em um só gole os dois homens tomaram a bebida. Mikoto os olhou satisfeita e fez o mesmo - Ótimo, agora vamos nos divertir - rapidamente se embrenhou entre as pessoas sumindo das vistas dos seguranças

─ Tobi, vá pelo outro lado, não podemos deixar a senhora Uchiha sozinha - ordenou.

Pain ate que tentou seguir pelo mesmo caminho de Mikoto, porém, alguns drag quens decidiram por acedia-lo.

─ Vem cá bebê, está perdido é?

─ Não senhora, me desculpe, mas preciso encontrar alguém - tentou se soltar, mas a loira o segurou.

─ Ouviu isso, Pittys? - sorriu para a ruiva ao seu lado.

─ Amor, não se fazem mais homens assim hoje não. Querido qual e o seu nome? - aproximou-se tamboriando as unhas sobre o peitoral do segurança.

Pain engoliu seco, com toda certeza aquela não era sua praia, não sabia nem mesmo o que estava fazendo ali parado, ouvindo diversas cantadas. Respirou fundo e retirou com delicadeza as mãos que o seguravam de seu braço.

─ Com licença senhoras. Como disse preciso ir - sorriu sem graça se afastando dali. As drag quens se derretiam o chamando para voltar.

─ Lalynha, precisamos daquele boy - sussurrou para a amiga.

─ Deixe comigo Pittys, aquele Deus grego sera nosso ate o fim da noite - as duas riram e voltaram a dançar.

Um pouco mais afastado dali Mikoto dançava e bebia como se não houvesse amanhã, sua noite estava apenas começando, sem problemas, sem filhos e sem marido. Nada mais importaria.

oOo

Já passava da uma da manhã quando Ori encontrou Mikoto alegrinha e seus seguranças sentados em um canto emburrados.

─ Hmm... Deuses do olimpo, que carinhas são essas?

─ Precisamos ir embora, o senhor Itachi já nos ligou quatro vezes – disse Pain.

─ Ai, esqueça a corja Uchiha, lindinhos. Se divirtam – sorriu erguendo seu copo – Olhem só pra minha diva, acabadinha – balançou a cabeça negativamente. Mikoto dançava como se estivesse em um centro de macumba, se sacudia e gritava e por fim bebia um pouco mais – Ela precisa disso, só por hoje.

─ Esperaremos mais um pouco homens – ordenou Pain.

─ Isso queridos, tomem isso aqui – entregou um copo de bebida para cada – E sejam felizes, tintin – ergueu seu copo mais uma vez e tomou de uma só vez. Pain e Deidara apenas deixaram o copo de lado, sabiam que não poderiam confiar em ninguém que lhe entregasse bebida, mesmo que esta fosse conhecida. No entanto, Tobi ainda era inocente tomou um pouco do liquido de cor azul e gostou do sabor adocicado, logo ingerindo tudo.

─ Tobi querer mais – pediu a Ori – Tobi gostar. Tobi querer mexer esqueleto – rapidamente levantou-se dançando de maneira desengonçada.

─ O que tinha nisso aqui? – perguntou Pain desconfiado.

─ Nada de mais – Ori deu de ombros e sorriu saindo dali de fininho.

─ TOBI MEXER ESQUELETO!

─ Fique de olho nele, vou procurar pela senhora Uchiha e vamos embora – avisou.

─ Vou tentar, hm.

Pain avistou Mikoto pulando sobre um sofá, passou empurrando algumas pessoas ate conseguir chegar.

─ Senhora Uchiha, vamos embora?

─ Agora não, eu quero beber e dançar mais um pouco.

─ Senhora Uchiha eu...

─ Ah, cala boca e me deixa – gargalhou caindo sentada sobre o sofá.

─ Senhora Uchiha, se não vir por bem terei que leva-la a força – alertou.

─ GALERA! – a musica parou quando a voz de alguém soou no microfone – Nossos dançarinos tiveram alguns probleminhas e não poderão apresentar hoje – a multidão reclamou desgostosos – Desculpem, sei que era a melhor parte do show e que todos aguardavam por este momento, mas, infelizmente não vai dar.

─ EI, EI ELE PODE DANÇAR! – Mikoto gritava a pleno pulmões chamando a atenção de todos – EIII, MEU SEGUNRANÇA PODE DANÇAR E FAZER A ALEGRIA DE VOCÊS!

Pain arregalou os olhos perplexo, aquilo só poderia ser brincadeira.

─ Senhora Uchiha eu não vou fazer isso! A senhora esta bêbada...

─ Pain, eu só vou embora se você dançar – sua voz soou como uma ordem. Um sorriso maroto surgiu em seus lábios – Vá e faça o seu melhor.

─ SERA QUE TEMOS UM VOLUNTARIO? – a multidão gritou e assoviou incentivando quem quer que fosse.

Pain encolheu-se constrangido, não faria aquilo, era humilhação demais. Por outro lado, se não fizesse a Uchiha não sairia dali por vontade própria.

─ Pain- sensei, o que faremos? – Deidara aproximou-se afobado com Tobi cantarolando ao seu lado.

Pain os olhou e sorriu. A indagação de Deidara o fez lembrar-se que a Akatsuki é e sempre seria um time. Se fosse para passar vergonha, fariam isso juntos, os três.

─ Vamos paro o palco, homens! – ordenou.

─ O QUE??

oOo

Após alguns minutos se preparando e criando coragem suficiente, os seguranças se encontravam paralisados em meio ao palco, a forte luz dos holofotes incomodava seus olhos e o som das vaias já começava a tomar conta do local. Foi quando Pain ouviu uma voz familiar vinda da multidão.

─ Deuses do olimpo, requebra esse quadril vocês não querem deixar as pessoas entediadas né? Desse jeito terei que levar Miko-chan para um lugar mais animadinho - um sorriso sombrio tomou os lábios de Ori.

Pain sentiu um arrepio lhe subir a espinha, ele não queria imaginar que lugar seria mais "animadinho" que aquele, mas seja lá o que fosse precisava proteger a senhora Uchiha

─ Homens dancem - começava a balançar o corpo de um lado para o outro.

─ Mas que por...- Deidara se preparava para sair do palco

─ Eu disse Dancem! - rosnou entre dentes.

─ Tobi dança! - Tobi sacudida o corpo sem parar parecia mais que estava tendo algum tipo de ataque epiléptico.

Uma música já começava a soar no fundo, a plateia começava a se animar apesar da dança desengonçada e esquisita dos três homens. Deidara balançava o quadril como quem brinca com um bambolê, porém parou abruptamente ao perceber de quem era a voz.

─ Madonna? Nem fudendo, hm!

Desde a última vez em que esteve na mansão Uchiha, Deidara havia pegado certa fobia por cantoras pop, principalmente Madonna. Na verdade desde que havia começado a trabalhar para os Uchihas ele aprendeu a temer muitas coisas como: cantoras pop , Barney, Insetos e senhoras que parecem boazinhas.

Decidido, correu até a mesa de som, sussurrou algo no ouvido do DJ e voltou ao centro do palco. Ao tomar a frente esperou até que os primeiros acordes começassem a soar.

─ Se vamos ser obrigados a fazer isso Pain-sensei, então que seja em grande estilo!

EVERYBODY DANCE NOW!

A plateia ia a loucura, todos gritavam eufóricos. Apesar de já estarem acostumados com esse tipo de show, nunca tinham apreciado três homens tão bonitos de uma única vez no palco.

─ Tobi vai ficar pelado! - ergueu os braços pro ar enquanto chacoalhava o corpo loucamente.

Deidara já havia tirado a calça e a sacudida no ar quando viu Pain insistindo em dançar timidamente, dando apenas um passinho para cada lado.

─ Você nos colocou nessa confusão, agora dança Sensei! - sorriu cinicamente, enlaçou o corpo do ruivo com sua camisa e o puxou para o centro do palco.

A forte luz começava a arder em seus olhos quando ouviu a plateia vibrar e aplaudir o incentivando. Pain nunca havia dançado em público antes, em toda sua vida a única coisa que não aprendeu a fazer foi dançar, mesmo depois dos 3 anos de aula que foi obrigado a fazer. Foi quando se lembrou de uma série de TV que assistia quando era jovem, era de um cara que se mudou para casa de seu tio em Beverly Hills, a cena do rapaz e seu primo dançando veio a sua cabeça e logo os passos de dança foram repetidos por seus pés.

Com as mãos no quadril, Pain os balançava de um lado para o outro seguindo o ritmo da música. Tobi, descontrolado se atirou no chão e dançou como se fosse uma minhoca em movimento enquanto que Deidara que se encontrava apenas de cueca, se lançará na multidão e requebrava como se seu quadril fosse formado por diversas molas.

Mikoto e Ori não podiam conter as risadas, eles não imaginavam que os rapazes seriam capazes de fazer aquilo. Tinham que admitir, aqueles seguranças realmente eram fiéis ao seu marido, afinal, que homem em sã consciência faria algo assim? E tudo para garantir que a esposa de seu patrão chegaria logo em casa.

Pain mal conseguia ver Deidara, o loiro havia sido engolido pelas pessoas e agora não passava de um pequeno ponto amarelo no meio da multidão. Afoito, não sabia o que fazer seus passos de dança já havia se esgotado e a música não estava nem na metade, envergonhado, mas já sem opção alguma, começou a desabotoar a camisa.

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Fora do hospital, Sasuke enfim colocou a rosada no chão.

─ Mas o que você pensa que está fazendo?

─ EU? O que você pensa que está fazendo?

─ Eu estava conversando - bufou

─ Conversando? Ah, faça-me o favor. Vocês estavam quase se pegando! - ergue os braços indignado - E nem ao menos conhece aquele cara! - apontou para o hospital.

─ É claro que eu conheço - cruzou os braços emburrada.

─ Não, você não conhece!

─ E daí Sasuke? Você não tem nada a ver com isso.

─ Você não entende? DROGA! - socou a parede raivoso.

─ Não entendo O QUE?

─ Eu ... - virou-se para olhar nos olhos da garota.

─ Crianças? - Mebuki saiu do hospital puxando seu marido pelo braço - Estávamos procurando por vocês - sorriu

─ Ah, oi mamãe.

─ Hm, está tudo bem? - observou o rosto corado da filha.

─ Está sim - sorriu envergonhada.

─ Muito bem - olhou desconfiada para os dois - Então vamos embora - sorriu e caminhou até o carro.

O caminho até em casa foi em total silencio, ninguém sabia o motivo, mas a atmosfera parecia estranha, quase explosiva. Enquanto dirigia, a cabeça de Kizashi queimava intensamente sua mente tentava processar tudo que havia acontecido em sua vida nas últimas semanas. .

Ao chegar em casa todos desceram do carro e caminharam para dentro, Sasuke já começava a subir as escadas em direção ao seu quarto quando ouviu seu nome ser chamado.

─ Sasuke - pronunciou Kizashi.

O Uchiha virou-se para olhar para o homem que o chamará.

─ Faça suas malas e de o fora daqui! - ordenou ríspido, curto e direto.

─ Kizashi, mas o que... - Mebuki estava perplexa, aquela atitude inesperada havia pegado todos de surpresa.

─ Não discuta Mebuki, esse garoto já me deu nos nervos - apontou para Sasuke, vinha segurando sua raiva a dias e não a guardaria nem mais um segundo.

─ Você não pode fazer isso de repente - disse Mebuki apovarada.

─ DE REPENTE? - ergueu os braços indignado - Eu nem devia ter deixado esse garoto entrar na nossa casa!

─ Kizashi - murmurou em repreensão ao marido.

─ Nada de Kizashi. Esse garoto entrou aqui prometendo cuidar da nossa filha, mas onde ele estava enquanto ela passava mal? Numa boate - pronunciou com nojo.

─ E onde você estava que não cuidou de sua filha? - Indagou o olhando nos olhos, seus dedos apertavam-se contra a palma das mãos tentando conter suas frustraões. Sasuke não admitiria ser humilhado, se eram verdades que deveriam ser jogadas ao vento, assim ele faria.

Raivoso Kizashi pulou em cima do garoto, imprensando seu pescoço contra a parede.

─ Desgraçado - rosnou

─ KIZASHI! - Mebuki correu para impedir o marido.

─ Se não fosse por você nada disso teria acontecido. - seus olhos emanavam fúria - Você deixou Sakura nesse estado - apontou para a filha - Tudo isso, TUDO, é culpa sua - irritado socou a parede próxima do rosto do rapaz.

Mebuki batia fortemente no braço do marido que olhava ferozmente para o garoto preso entre seu braço e a parede. Kizashi o soltou bruscamente, deixando ir de encontro ao chão, caminhou em direção a porta sem nem ao menos olhar para trás.

Por alguns meros segundos Sasuke cogitou a ideia de que morreria asfixiado. Ainda permanecia sentado no chão com as mãos sobre o pescoço, sentia o incomodo passar aos poucos e o ar retroceder aos seus pulmões.

─ Você tem até amanhã para sair daqui - declarou o Haruno antes de sair saiu batendo a porta atrás de si.

─ Oh, Sasuke - Mebuki envolveu o braço do garoto para ajuda-lo a levantar- Me desculpe por isso - finas lágrimas escorriam por seus olhos.

─ Tudo bem - sorriu fracamente e voltou a subir a escada.

Uma leve dor tomou conta de seu coração. O homem tinha razão, era tudo culpa sua. se não tivesse aparecido Sakura jamais estaria naquela situação. Ele machucou aquela garota e talvez ela nunca fosse capaz de se recuperar. Culpa, era tudo o que conseguia sentir.

Sakura se encontrará paralisada próxima a escada. O que havia acontecido ali? Por que seu pai tinha feito aquilo? Seus olhos encheram-se d'agua, Sasuke não estaria mais ali? E agora? Um vazio tomou conta de si, era como se tivesse acabado de perder um pedacinho importante. Sasuke era uma das poucas coisas da qual se lembrava desde o acidente, e agora? Como seria quando ele fosse embora? Ela ia esquece-lo?

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Pain dançava sensualmente no palco, já sem camisa deslizava a mão por seu peitoral definido levando a multidão a loucura. Afetado pela bebida mal viu quando duas drag quens invadiram o palco e se atiraram em cima dele. Ambas dançavam ao seu lado passando a mão por todo o seu corpo.

─ Eu disse Pittys que esse homem seria nosso - piscou para a amiga enquanto enlaçava o pescoço do ruivo.

Lalynha preparava-se para tascar um beijo no ruivo, porém ao perceber o que aconteceria Ori atirou-se no palco e arrastou as mulheres pelos cabelos.

─ Ninguém toca nos meus deuses do olimpo - seus olhos ardiam em chamas.

─ Mas o que? - indagou Pain meio grogue.

Uma enorme briga havia se desenrolado no palco, Ori batia freneticamente nas duas drags que já se encontravam caídas no chão. Tobi parecia desmaiado no canto do palco enquanto Deidara semi nu parecia perdido no meio da multidão. Com um sinal Pain ordenou que o loiro corresse com Mikoto em seus braços enquanto ele carregava Tobi e Ori para fora da boate. Relutante, Ori se deixou ser carregado pelo ruivo apenas para poder sentir seus músculos definidos.

Fora da boate, Pain aguardou alguns minutos ate recuperar o folego. Assim que percebeu que não estava mais tão tanto pela bebida adentrou no carro e deu partida dando o fora dali.

Mikoto e Ori encontravam-se adormecidos no banco de trás enquanto Tobi roncava no porta malas abraçado com seu ursinho de pelúcia.

Pain dirigia a algum tempo, todos no carro já estavam adormecidos quando uma certa senhora despertou de seu sono.

─ Pain?

─ Senhora Uchiha.

─ Obrigada - beijou suavemente a bochecha do rapaz e logo voltou a dormir..

Mikoto podia ser louca, mas era uma mulher adorável, talvez por isso tivesse aguentado trabalhar tanto tempo para os Uchihas. Ela o fazia lembrar sua mãe e devia admitir que até gostava dela desta maneira. Entrará na Akatsuki ainda muito jovem, seus pais haviam falecido de maneira trágica o deixando sem ter para onde ir, possuía menos de 15 anos quando começou a trabalhar para os Uchihas. Mikoto sempre foi aquela que cuidou dele. Lembrava-se até de uma vez dela ter invadido a sede da Akatsuki no meio da noite apenas para levar um bolo para que assim pudessem comemorar o aniversário dele juntos, tal recordação fez seu coração aquecer e um suave sorriso tomou conta de seus lábios enquanto estacionava o carro dentro da mansão Uchiha.

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Sakura olhou para o relógio pela quarta vez onde ainda marcava 21:38. A maneira rude e grosseira que seu pai tratou Sasuke permanecia na sua mente repetindo-se diversas vezes. Não conseguia encontrar um motivo plausível para toda aquela cena muito menos para a expulsão do Uchiha de sua casa.

Levantou-se disposta a ver como Sasuke estava, sentia-se preocupada. Mesmo que não soubesse a razão de sempre querer implicar com ele, jamais em nenhum momento se quer pensou na possibilidade de manda-lo embora.

Deu duas batidas na porta e sem ao menos esperar por uma resposta a abriu, a cama estava perfeitamente arrumada e as malas estavam prontas. Aproximou-se da cama logo sentindo o cheiro do perfume dele impregnado nos lençóis. Fechou os olhos inspirando calmamente como se tentasse gravar aquela fragrância em sua memória, como uma tatuagem para que não pudesse jamais se esquecer.

Suas bochechas coraram quando percebeu o que estava fazendo, balançou a cabeça forçando a se esquecer de tais pensamentos e saiu do quarto para continuar a procura.

Sua casa tinha poucos cômodos, na verdade, apenas o necessário. Três quartos, um banheiro, uma cozinha, sala, varanda e jardim. Por esta razão não foi muito difícil de deduzir que se seus pais estão na sala a cozinha esta com as luzes apagadas e a porta do banheiro aberta, Sasuke só poderia estar em um lugar. Caminhou ate a varanda sem que seus pais a vissem. Dito e feito, lá estava ele sentado no chão com os olhos perdidos no deslumbre do céu estrelado, uma das pernas flexionadas e a outra esticada, um dos braços permanecia encima do joelho flexionado e o outro apoiava-se no chão.

─ Sasuke... – o chamou com doçura.

─ Sakura – murmurou em resposta.

─ Sabia que o encontraria aqui – sentou-se ao lado dele direcionando seus olhos para o mesmo ponto.

Por alguns minutos aguardou por uma respostas, mesmo que não tivesse feito perguntas. Mas nada veio, nem um simples comentário.

─ Desculpa...

─ Pelo que?

─ Por tudo que meu pai disse a você. Eu... eu sinto muito.

─ Não deveria sentir... De certa forma eu mereço.

─ Você parece gostar muito de ver as estrelas – tratou de mudar de assunto, não queria magoa-lo ainda mais com os dizeres de seu pai.

─ Não deveria estar se preparando para dormir, morango? – indagou ignorando seu comentário.

─ Morango? – virou-se para encara-lo, no entanto, seus olhos se encontraram com os belos ônix direcionados ao seu rosto.

─ Algodão doce não é sexy nem atrativo – seus lábios se curvaram em um sorriso de canto. As bochechas dela coraram instantaneamente, contudo, nenhum dos dois ousou desviar seus olhos – Você sabe por que as pessoas fecham os olhos quando se beijam? – aproximou seu rosto soprando as palavras em um sussurro.

Não houve uma resposta. Sakura apenas fechou os olhos contendo sua ansiedade. Respirar tornou-se uma torturar, quanto ao seu coração era ate mesmo difícil de acompanhar suas batidas descompassadas. Suas mãos procuraram pela barra do vestido onde depositou todo seu nervosismo.

Era tão sufocante aquela sensação e ao mesmo tempo acalentadora. Ansiava pelo toque, por sua aproximação. Sentia o ar gélido colidir contra sua pele quente e isso lhe soava tão familiar, a ponto de cogitar a ideia de um déjà vu.

─ O sentimento que os envolve é tão intenso que seus olhos se fecham para que possa aproveitar cada segundo – voltou a sussurrar. Seus rostos estavam próximos o bastante para sentir a tenuidade de suas respirações.

Sasuke fechou os olhos, deslizou sua boca dês da pontinha do nariz ao topo onde se dava iniciou aos fios róseos e ali depositou um beijo cálido. Permaneceu por algum tempo sentindo a textura daquela pele quente em colisão com seus lábios frios.

─ Boa noite, morango – despediu-se a observando continuar de olhos fechados e lábios entreabertos. Sorriu gravando em sua memória aquela imagem, daria qualquer coisa para estar com sua câmera naquele instante.

Com tais pensamentos balançou a cabeça negativamente e virou-se voltando a caminhar em direção ao seu quarto.