Capítulo XXII

"Não chore nas despedidas,

pois elas constituem formalidades obrigatórias para que se possa viver uma das mais singulares emoções da vida: O reencontro"

(Richard Bach)

Queria que você estivesse aqui

Já passava da meia noite quando enfim Naruto teve alta do hospital . Com o corpo todo dolorido deixou-se ser levado em uma cadeira de rodas até o carro.

Kushina ajeitou o filho confortavelmente no banco de trás, se preparava para dar a partida quando teve sua atenção chamada

─ Mamãe

─ Sim, querido?

─ Será que dá pra gente passar na casa da Hina-chan?- coçou a cabeça sem jeito

─ Não, Não dá - olhou pelo retrovisor- Está tarde e se você aparecer lá com certeza será assassinado. Se não for pelo senhor Hyuuga o assassino serei eu - sorriu de maneira macabra

Naruto engoliu em seco e sorriu sem graça, naquele momento seria melhor não cutucar a onça, ele deixaria para visitar Hinata no dia seguinte quando sua mãe não estivesse com tanta vontade de arrancar sua cabeça fora.

O caminho para casa foi rápido, em menos de dez minutos chegaram. Minato recebeu o filho com um grande sorriso, o ajudou a caminhar ate seu quarto e colocou na cama. Despediu-se e apagou as luzes. No entanto, Naruto continuou acordado por muito tempo, sua mente estava longe, olhos perolados e cabelos negros era a única coisa que povoava seus pensamentos.

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O despertador do celular inicio sua musica favorita do Imagine Dragon, deixo tocar ate o fim aproveitando um pouco mais antes de se levantar. O relógio marcava 6:44 da manhã, odiava acordar cedo, mas era necessário.

Levantou e caminhou ate o banheiro, tomou um banho e saiu de toalha a procura de uma roupa. Suas malas estavam prontas, não havia mais nada seu ali.

A culpa ainda perambulava por sua mente, o incomodava ainda mais ser obrigado a conviver com Sakura e assistir todos os dias o estrago que havia causado. Quantas vezes arrependeu-se amargamente de ter pego o carro após aquela festa, quantas vezes martirizou-se por estragar a vida de alguém além da sua. Não saberia dizer o quão agonizante foi passar as primeiras semanas naquela casa com os olhares de Kizashi sobre si, era como se houvesse cometido um homicídio, suas ações ou qualquer movimentação eram repudiadas pelo patriarca.

Já Mebuki, apesar de ser a simpatia e gentileza em pessoa, ate mesmo ele via seus olhos carregados de desprezo.

Pela primeira vez se sentiu um monstro, questionou sua existência e apenas riu perguntando-se se aquilo tudo era um terrível pesadelo. Mas não era. Sakura realmente perdia suas lembranças recentes, tudo que vivia, desde sentimentos, ações, decisões, atitudes, tudo era deteriorado aos poucos enquanto dormia.

Com as malas em mãos lembrou-se da garota completamente louca e de cabelos exóticos que conheceu em tão pouco tempo. Apesar de todos os dias ele ser alguém desconhecido da qual ela curiosamente conheceria, era ele quem descobria todos os dias quem era Sakura Haruno.

As luzes ainda estavam apagadas, todos dormiam. Sem hesitar saiu da casa dos Haruno. O dia amanheceu nublado, o vento frio colidia em sua pele lhe causando arrepio. Olhou para a rua deserta e suspirou, seria uma longa caminhada. Sem dinheiro não poderia pagar um taxi, não tinha seu carro e sua cota de incomodo já havia passado do limite para ligar pra alguém.

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Sakura passou a noite se revirando no colchão. Seu coração batia fortemente por conta dos últimos acontecimentos. A reação de seu pai para com o Sasuke a pegou de surpresa, jamais imaginara que ele poderia agir tão ferozmente com alguém.

Cansada , decidiu por deixar a insônia vencer. Já passava das 8 da manhã quando resolveu ir até a cozinha tomar um copo de água.

Ao descer as escadas notou o enorme silêncio, na geladeira encontrava-se um bilhete de seus pais avisando que eles precisaram sair mas voltariam em breve.

Despreocupada, subiu as escadas com um copo de água na mão. Caminhava até seu quarto quando uma porta entreaberta chamará sua atenção. Devagar caminhou em direção ao cômodo crente que um certo Moreno estaria dormindo ali, porém grande foi sua surpresa ao notar que o local encontrava-se vazio.

Ele havia ido embora e nem se quer se despedirá? Sentiu um pequeno vazio no coração, ela podia não saber o que diria a ele mas esperava ao menos ter uma chance de dizer.

Aproximou-se da cama enquanto finas lágrimas escorriam pelo canto dos olhos. Ela estava chorando ? Mas por que ? Mal conhecia aquele rapaz e pelo que se lembrava dele ele não era nenhum príncipe encantado. Seu coração apertou, não queria esquece-lo, não podia esquece-lo.

Deitou-se na cama e envolveu o travesseiro em seus braços, o cheiro amadeirado do perfume do rapaz ainda se encontrava impregnado naquele lugar. Seu coração falhou uma batida, não conseguia entender o por que mas sentia falta dele, muita falta dele. Sua cabeça ardeu fortemente enquanto diversas imagens a invadiam como um furacão, praia, neve, chuva, fio vermelho, garoto, arvore, desespero, amor, paixão, beijo, perda, vozes gritavam com ele sem que conseguisse identificar sobre que falavam. Sufocada e perdida, sentiu a escuridão lhe engolir e a ela se entregou de bom grado.

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Duas horas andando, suas pernas já imploravam por descanso, mas faltava pouco agora sua casa se encontrava do outro lado da rua. Os portões estavam como sempre trancados, no entanto estava sem paciência.

─ Ei! - gritou chamando atenção dos seguranças

─ Bom dia, senhor Uchiha - Kisame o cumprimentou, abriu o portão e lhe deu passagem.

─ Bom? - riu sem humor - Não tem nada de bom - estava com raiva por ter sido expulso, estava furioso por ter que andar por horas e mais raiva ainda por estar morrendo de fome e ansiando por uma cama para dormir, mesmo que fosse por meros minutos.

Adentrou a mansão deixando suas malas no chão da sala, passou as mãos no rosto e jogou-se sobre o sofá.

─ AI! - foi empurrado para o chão com brusquidão - Mas o que...Mãe?

─ Ai que dor de cabeça - resmungou sentando-se. Seus cabelos estavam armados, o vestido torto e seu rosto inchado - Santo Deus, preciso de um remédio.

─ Mãe? - ainda a observava assustado.

─ O que é Sasuke? - levantou-se cambaleando, apoiou-se nos moveis e foi ate chegar a escada - Não vê que sua mãe esta um fiapo, céus, preciso de um banho.

Sasuke a viu subir as escadas com dificuldade e entendeu que ela havia enchido a cara, conhecia muito bem as consequências de um dias pós farra.Contudo, o que o preocupou foi o motivo para que a sua mãe chegasse a tal ponto.

─ Sasuke? - seu irmão estava a sua frente com uma xicara em uma das mãos e um jornal na outra - O que esta fazendo aqui tão cedo?

─ Aconteceram algumas coisas e eu resolvi sair da casa dos Haruno ate que tudo se acalme - explicou levantando-se do chão.

─ Acha que não te conheço o suficiente pra saber que não saiu por conta própria? Eu sabia - suspirou com pesar - Depois da sua ultima irresponsabilidade, sabia que o senhor Haruno acabaria chegando a esta decisão. Papai vai te matar.

─ Hm. Eu não me importo, queria sair daquele lugar a muito tempo. E olha só, consegui - sorriu sínico.

─ Pode mentir para si mesmo, mas não para mim irmãozinho - tomou um gole de seu café - Espero que se desculpe logo com o senhor Haruno e de um jeito de não se afastar de Sakura, ela é uma boa garota e faz bem a você estar perto de alguém de ótima índole.

─ Você coloco maconha nesse seu café? Cara, não viaja - pegou suas malas e virou-se para o irmão - Eu estou é aliviado por ter me livrado daquela família de loucos - direcionou uma piscadela ao mais velho e subiu para o quarto, simplesmente largou suas coisas em um canto qualquer e capotou em sua macia e confortável cama.

Itachi apenas balançou a cabeça negativamente, a alguns dias conversando com sua mãe ambos chegaram a conclusão de que Sasuke parecia estar perturbado, havia mudado, mesmo que nem ele mesmo percebesse. Apesar de gostar de festas, o Uchiha mais novo jamais saiu durante a semana, todos sabiam que priorizava a faculdade e ansiava formar-se em Direito. No entanto, suas faltas tornaram-se frequentes, assim como suas farras aumentaram. Algo o incomodava, algo que Itachi suspeitava ter cabelos róseos, aponto de desestabilizar o pequeno Uchiha e deixa-lo perdido.

Sasuke estava procurando maneiras de se livrar dos novos sentimentos que o atingiam, esse desconhecido o assustava por não saber lidar e não ter controle. Era fácil decifrar seu querido irmãozinho por isso, ele sempre seria transparente demais.

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Ha algum tempo Ino não via sua melhor amiga, sua vida andava uma loucura sem tamanho. A poucos meses de concluir seu curso na faculdade, passava mais tempo na beira do fogão que em qualquer outro lugar, por isso naquele dia resolveu matar a saudade de sua testuda favorita e ainda tirar uma folga dos estudos.

Por mais que amasse cozinhar, tanto que decidiu cursar gastronomia, não aguentava mais ouvir falar de comida e provavelmente arrancaria a cabeça do próximo que falasse sobre isso. Respirou fundo para afastar qualquer preocupação que lhe rondasse naquele instante, puxou a mochila que se encontrava no banco de trás e caminhou em direção a porta, se preparava para bater na porta quando está foi aberta bruscamente .

A sua frente estava uma garota de cabelos cor de rosa coberta por um lençol dos pés a cabeça, descabelada e com olheiras imensas, Sakura parecia mais um zumbi, naquele momento ela com certeza ganharia um papel em The Walking dead, e olha que nem seria necessário fazer teste.

─ Ma-mas o que houve testuda ?- Indagou Ino surpresa

─ Sasuke foi embora - declarou enquanto retornava para o sofá

─ Como assim ? Mas por que ? - entrou fechando a porta atrás de si

─ Meu pai expulsou ele, disse que ele era um babaca irresponsável - dobrou as pernas sobre o sofá as envolvendo no lençol

─ Bem, nisso ele tem razão - Declarou enquanto largava sua mochila em cima do sofá

─ INO ! - Atirou uma almofada contra a loira

─ O que ? - Ergueu os braços

─ Não fala assim, ele era legal

─ Aham, tão legal que deixou alguém muito triste, não é ? - Apertou as bochechas da amiga

─ Para porca - Mostrou a língua

─ Muito bem, quando você quiser dizer que está gostando de um certo moreno lindo e maravilhoso é só me chamar - caminhou até a cozinha

─ O que? Eu não... - escondeu o rosto vermelho por baixo do lençol

─ Uhum - tomou um gole do suco que acabará de pegar na geladeira, assim que terminou depositou o copo sobre a pia e voltou a sala.

─ É sério! Eu não estou gostando dele... Eu só... Sabe? Não queria esquece-lo.

Ino sentiu seu coração apertar, nunca gostará de ver Sakura triste. Por um instante ficou pensativa ate lembrar-se de algo.

─ Pois saiba que eu tenho uma solução para isso - sorriu

─ Tem? - Ergueu a sobrancelha desconfiada.

─ Sim, sabe, apesar de você e mais meio mundo estar pensando "Nossa, que amiga horrível a Ino é, sua amiga quase morre e tudo que ela pensa é em fazer trabalho e blá blá blá "- imitava uma voz fina e esquisita que fez Sakura cair na gargalhada - Mas saiba que não. Não Sakura! Eu não sou uma amiga horrível, sou uma amiga diva e maravilhosa que apesar de estar ferrada na faculdade e a ponto de não se formar- fingiu engolir o choro - Tirou seus momentos de folga para pesquisar, analisar e espionar a vida do bofe que estava aqui nesta casa - apontou para o chão.

─ Como é?

─ Isso mesmo minha cara amiga.

─ Caminhou em direção a sua mochila e passou a vasculhá-la.

Sakura observava tudo curiosa.

─ AHÁ! Achei - puxou uma espécie de caderno de dentro da bolsa.

─ O que é isso?

─ Isso minha querida são as minhas anotações - sentou-se próxima da amiga e passou a folhear o caderno.

─ Hm, vamos ver... Aqui, com 8 anos Sasuke quebrou o braço pela primeira vez... Hmm, parece que ele tem um sinal em formato de cereja no bumbum, que sugestivo não? - sorriu de canto - E veja só, ele tem belos 42 cm de...

Sakura se jogou em cima da loira, com o rosto queimando em brasa, envolveu o caderno na tentativa de impedi-la de continuar sua leitura e afastou-se.

Ino não se aguentou, rolava no chão de tanto rir.

─ O que foi testuda? Não me diga que você pensou besteira? - enxugou a lágrima que lhe escapava pelo canto dos olhos - Eu estava falando do pé dele, não me diga que você pensou em... Oh ! - fingiu cobrir a boca surpresa

─ Deixa isso pra lá - escondeu o rosto envergonhada - Agora me fala, como você conseguiu essa informações? - apontou para o caderno que acabará caindo no chão.

─ Bem isso eu não posso te contar, se contasse teria que te matar- sorriu sombriamente.

Sakura sentiu um leve arrepio lhe subir a espinha.

─ Em todo caso, ele é seu! - pegou o caderno do chão e o estendeu para Sakura - Eu tinha feito pra mim, mas deixarei você ficar com ele, assim você não corre mais o risco de se esquecer do Uchiha-delicia - sorriu docemente.

─ Porca - atirou-se nos braços da amiga enquanto choramingava.

─ Ok,ok - alisou o cabelo da rosada - Não precisa ficar toda sentimental, eu vim aqui pra me divertir então põe uma mulher nesse corpo e para de bixisse! Parece até que está de TPM - riu

─Certo - levantou-se subitamente e arrastou a amiga em direção a cozinha Sakura se sentia feliz, Ino estava ali consigo como tantas vezes estivera. E ao menos naquela noite seria tudo como antes, como quando elas eram crianças.

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Assim que os primeiros raios de sol atravessaram a janela do quarto do rapaz de cabelos loiros, este levantou o mais rápido que pode, seu corpo ainda dolorido chegou a protestar, mas este não deu ouvidos.

Seu coração não aguentava mais de tanta ansiedade, não via Hinata dês da ultima vez que o visitou no hospital. Tinha que admitir que se sentia magoado, esperava que depois do que tinha feito ela ao menos ficaria ao seu lado.

Vestiu-se rapidamente, engoliu um copo cheio de suco de laranja e chamou um táxi, assim que este chegou embarcou com o coração batendo a mil só de pensar que veria sua amada mais uma vez.

Ansioso, mal esperou o taxista lhe entregar o troco. Assim que chegou ao portão do dojo viu Neji parado olhando fixamente para o nada.

─ Neji!

─ Naruto? O que faz aqui? - espantou-se pois não notou a aproximação do Uzumaki.

─ Eu vim ver a Hinata - sorriu - Você pode chamar ela, por favor?

─ Não posso.

─ Ah, não! Não me diga que aquele velho rabugento... eu não acredito - andava indignado de um lado para o outro resmungando consigo mesmo.

─ Naruto? Naruto? - segurou o rapaz pelos ombros - Não é isso. A Hinata foi embora para Nova Iorque. Achei que você soubesse, ela não te contou?

─ Embora? Quando? Por que? - Naruto sentiu seu coração parar, Ela havia o deixado?

─ Não sei o por que só sei que ela acabou de sair, na verdade o voo dela sai - Observou o relógio - Em 40 minutos.

─ 40 minutos? Precisamos ir atrás dela - declarou determinado.

─ Como é? - ergueu a sobrancelha incrédulo - Aquela surra não foi suficiente? Se o senhor Hiashi souber ele te mata da maneira mais torturante possivel.

─ Eu disse que vamos atrás dela. E aquilo não foi uma surra, estava desprevenido. Agora vamos, pega o seu carro!

─ Que? Eu não vou a lugar algum - cruzou os braços irredutível.

─ Você não quer dirigir? Então eu dirijo! - vasculhou o bolso do cabeludo em busca de suas chaves

─ Quer morrer Uzumaki? - repeliu o loiro de perto de si.

─ Sua prima ficou louca se acha que vai me abandonar - pronunciou olhando nos olhos do Hyuuga - Você só precisa me levar ate o aeroporto e mais nada, cara.

A contragosto Neji dirigiu-se ate seu carro com Naruto em seu encalço. Sob os gritos afobados do Uzumaki, dirigiu o mais rápido que pode, ele sabia que sua prima estava fazendo uma loucura, mas aquilo já era demais.

Assim que chegaram ao aeroporto, Naruto se atirou para fora sem nem ao menos esperar que o carro parasse. Correu com toda sua força, correu mesmo com toda a dor que sentia, correu na esperança de vê-la ao menos mais uma vez, uma última vez.

Uma voz feminina convidada os passageiros a embarcar em seus voos, na esperança de que Hinata ainda não estivesse dentro do avião, Naruto atropelou cinco pessoas que aguardavam na fila e ainda sobre protestos e xingamentos chamou a atenção da moça ao outro lado do balcão.

─ Oe! MOÇA, EI MOÇA!

─ Senhor aguarde sua vez e entre na fila, por favor, ou serei obrigada a chamar os seguranças.

─ Mas eu não quero comprar passagem, quero saber se o avião pra Nova York já saiu?

─ Senhor por fav...

─ SÓ ME RESPONDE MOÇA, MINHA VIDA DEPENDE DISSO. VOCÊ QUER QUE EU MORRA AQUI? A CULPA VAI SER SUA E QUANDO ESTIVER COM 80 ANOS, QUASE MORRENDO, VAI SE LEMBRAR E SE ARREPENDER PELA ETERNIDADE. SUA ALMA VAI VAGAR PELA TERRA E NUNCA VAI ENCONTRAR A LUZ, ENTÃ;;;;

─ OK! - gritou a mulher assustada - Pelo amor de Deus acalme-se Senhor e não roga essa praga em mim. Eu ainda tenho esperança de reencarna e nascer como princesa da Inglaterra- Absorta em pensamentos acenou para seus súditos

─ Acorda criatura- estralou os dedos para chamar a atenção da mulher - Se me responder eu desfaço a obra de pai Xuvafufa e ainda acrescentarei mais alguns anos de sorte a sua vida térrea.

─ A vinte minutos foi anunciado o embarque, agora pela amor de Deus desfaça - choramingou.

─ Pena de urubu asa de galinha presta atenção que agora a passagem é minha- não hesitou em correr ate os portões, entrego a passagem recém roubada a outra moça e não esperou pela verificação

. Seu coração batia tão rápido que poderia sair pela boca, não tinha mais tempo, o avião estava prestes a decolar. Não poderia perder aquela chance, talvez a ultima de questiona-la e entender os motivos que a levaram a esta decisão.

─ HINATAAA! HINAAATAAA! - gritou a pleno pulmões invadindo a pista - HINAAATAAAAAA - corria ao lado do avião balançando os braços para o piloto, que ao ver aquela cena apenas o ignorou.

Naruto já estava perdendo as esperanças quando se posicionou a frente do avião, aquela altura ainda falta alguns metros para que pegasse impulso, se não parasse o loiro seria atropelado.

O piloto arregalou os olhos e tentou brecar, porem não daria tempo estava próximo demais, sua única alternativa foi virar para pista contraria e torcer para que avião algum viesse a pousar naquele momento.

O Uzumaki suspirou aliviado, o avião parou aos poucos. Por alguns minutos aguardou pela saída de Hinata, mas ela não saiu.

─ HINATAAA - gritou mais uma vez - EU SEI QUE ESTA NESTE AVIÃO, E NÃO VOU SAIR DAQUI ATE QUE VENHA FALAR COMIGO!

Mais alguns minutos a espera e lá estava ela, seus cabelos negros esvoaçavam ao vento comparando-se a um anjo. Hinata caminhou cabisbaixa ate a alguns metros de Naruto e parou.

─ Estou aqui... Naruto - sua voz soou baixa.

─ Hinata - murmurou - O que esta fazendo? Por que esta indo embora? Por que esta me abandonando?

─ Este é o meu caminho, Naruto. É preciso sacrifícios para crescer, se eu quiser ser alguém melhor e mais forte eu....

─ Então eu sou um sacrifício? - questionou confuso.

─ Sim - murmurou em sussurro.

─ Então diz olhando pra mim. OLHE PARA MIM HINATA! PARE DE SER COVARDE AO MENOS AGORA E FALE OLHANDO EM MEUS OLHOS! - suplicou exasperado, seu sangue fervia nas veias, seus sentimentos lutavam para serem ditos a pleno pulmões.

Hinata continuou de cabeça baixa fitando o chão, nada dizia e nem ao menos se movia, no entanto alguns pingos tornaram a cair. Naruto aproximou-se e ergue o rosto delicado com ambas as mãos .

─ Hinata - doía vê-la chorar, doía ainda mais ama-la e conter-se para não gritar ao mundo.

─ Des-desculpe - foi tudo o que conseguiu dizer antes de se jogar nos braços do Uzumaki.

Naruto a envolveu em seus braços sentindo o calor de sua amada, plantou um beijo sobre o pescoço inalado o doce perfume.

─ Eu te amo...

─ Naruto...

─ Eu amo você - sorriu.

─ Naruto eu... - afastou-se para olha-lo.

─ Quero que fique com isso - retirou de seu pescoço o colar que usava desde que nasceu.

─ Mas este é o colar do seu avó Jiraya, eu não...

─ Então você sabe o quanto significa para mim - passou o cordão sobre a cabeça da Hyuuga não lhe dando tempo para recusar - Você me ama? - a olhou nos olhos.

Hinata direcionou seus olhos ao pingente, mordeu os lábios nervosa por não saber ao certo o que dizer.

─ Eu aprendi a gostar dessa pessoa exagerada, eufórica, hiperativa, gentil, simpática, forte, amável e incrível - as lagrimas já desciam por seu rosto sem poder conte-las - Mas amar? - suspirou ergueu seus olhos a procura dos azuis - Descobri neste exato momento que o amo mais do que poderia imaginar - sorriu - Eu sou completamente apaixonada por você Naruto.

Seus lábios se encontraram em um beijo sôfrego, exasperado. As mãos de Naruto dedilhavam sobre as curvas do corpo esguio, procurou por traze-la para mais perto sem deixar de devorar a boca pequena e rosada. Hinata envolveu seus braços sobre o pescoço dele, se deixando levar por aquela explosão de sensações. Naquele instante o tempo simplesmente parou para deslumbrar a magia do sentimento único que os unia.

─ Mas não posso ficar - todo encanto se foi assim que se afastou.

─ Hinata...

─ Por favor Naruto - sua suplica o calou.

Naruto permaneceu imóvel sentindo-se impotente, perdido e sem forças para implorar a ela que não se fosse. Contudo, ela já havia determinado seu destino da qual nem mesmo ele poderia mudar.