A Verdadeira História dos Elementalistas escrita por Samhain


Capítulo 3
Capítulo 3 - Despertar.


Notas iniciais do capítulo

Uma ótima leitura a todos, e espero que gostem. >—



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Virei nos meus próprios pés, para observar meu vô sentado em um galho de árvore. Logo acima da minha cabeça. 

- Eu tinha prometido, não é mesmo? – Indagava, enquanto fazia o famoso gesto de, bem, estou aqui afinal. 

- É isso faz sentido – Me respondia enquanto caia do galho, como uma folha quando se desprende do galho e vai caindo com grande leveza de encontro ao chão. – Pois bem, não iremos perder tempo. Me siga! – Fazia um sinal com o braço para que eu seguisse adiante. 

Continuei andando por um caminho de pedras que agora estavam lisas por causa da chuva que caia sobre nós. Na verdade sobre mim, porque a chuva simplesmente passava pelo corpo dele, como se nada estivesse ali. Chegamos aos túmulos da minha família, eram vários, afinal fazia tempo que estávamos nesta cidade. Então comecei a bater o olhar nos túmulos ali presentes, os dos meus avós eram os mais recentes. Mas vinham logo atrás, dos meus bisavós e tataravós. Coloquei a mão, em cima do grosso cimento do túmulo de meu avô e falei para ele.

- Sinto falta de quando tu ainda eras vivo – Alisei a pedra como se estivesse fazendo um carinho em meu próprio vô. – Bons tempos, alegrias, lágrimas, esporros, e é claro, felicidade em nossos corações. 

Se ele pudesse escorrer lágrimas, eu podia jurar ter visto uma cruzar sua face branca naquele momento. 

- Nós também sentimos sua falta, meu neto – Falava agora minha vó de trás de mim. – Mas hoje nós vamos te mostrar outras coisas, por favor venha até aqui onde está sua avó. 

Virei o mais rápido que pude e fui até sua direção, quando olhei, eu estava no meio dos túmulos da minha família, exatamente no centro tinha um círculo com um Pentagrama no meio, esse círculo media em torno de seus 2m. Quando parei sobre o mesmo, ela completou: 

- Por favor, sente com suas pernas cruzadas. Mas com suas costas virada para a ponta de cima. A ponta superior – Falava ela enquanto me apontava a qual era a ponta que se referia.

Me sentei naquele concreto frio, o que me fez sentir um calafrio percorrer o corpo, que não tinha sentido até o momento, por causa da excitação. 

- Mas me diga meu neto – Voltei a ouvir a boa e voz rouca de meu vô. – Como vai as costas? – Perguntava com interesse na voz.

- Sabe que a dor parou vô, eu realmente não a senti mais durante o dia. 

Senti algo se materializar do nada, me lembrava o barulho que o Noturno dos filmes do X-Men fazia ao se teletransportar, e logo veio seguida pela afirmação do meu vô.

- Tem certeza? – Falou ele enquanto dava uma leve risada.

  E com essa pergunta, eu senti sua pele fria me encostar, onde a dor se encontrava mais cedo, no centro da minha coluna na parte superior, logo onde termina a coluna e começa a linha dos ombros com a do pescoço. Senti uma ardência enorme, fechei os olhos para tentar amenizar a dor, mas de nada adiantava, tentava me debater, mas não conseguia. Quando consegui levemente abrir os olhos, eu podia ver os fantasmas dos meus antepassados ali olhando para mim. Torcendo, vibrando por mim. Proferiam palavras que me dessem força. Força para resistir essa dor. Eu não conseguia nem gritar. Eu percebi que alguns deles vinham em minha direção e sorriam, ou faziam sinais para eu me manter na luta. A última coisa que me lembro antes de apagar, foi uma boa risada do meu vô seguida pela fala: 

- That’s my boy! Hahahahaha – E assim tudo escureceu.

Quando abri meus olhos eu estava em um vale, no topo das montanhas. Podia ver um outro tipo de Cemitério, mas seus túmulos agora eram gigantescos. Variavam do meu tamanho, a tamanho de prédios de dois, três andares. Eu ficava curioso para saber quantos corpos poderiam estar lá dentro. Andei um pouco e achei uma placa que trazia cravadas as inicias de “D.C”.

Mas que raios seria D.C? Perguntava para mim mesmo, enquanto continuava a andar. Quando entrei mais afundo no cemitério, resolvi dar uma olhada para o céu. A única coisa que conseguia ver era o sol, porém, seus raios eram fracos. Muito fracos. Eu andava cada vez com mais cuidado porque a névoa que começava a se instalar no ambiente estava cada vez ficando mais densa.

Que diabos de lugar eu vim parar? Da mesma forma que pensei veio uma resposta:

- Ah. Qual é, você sabe onde está! – Ouvi uma baforada. – Todos da sua família chegam falando isso, que não sabem onde estão. Mas todos vem aqui em busca de uma coisa.

- Que magnífico, e o que seria? – Retruquei curioso. 

Foi eu terminar de falar que uma sombra gigantesca se ergueu no meio daquela névoa, a pouca luz que vinha do sol, foi praticamente encoberta por aquelas.... 

- Pêra aí, isso aí são asas?

- Hahahaha. Grande poder de dedução o seu meu caro.

Eu olhei abismado para aquela forma ali na minha frente que deveria medir seus 10m. E comecei a pensar comigo mesmo. Hmmm, estou em um lugar desconhecido. Com túmulos gigantes que parecem igrejas. Na entrada trazia as iniciais D.C.

- Isso, você esta no caminho certo – Afirmava a voz atrás da névoa. 

- Pêra aí. Você esta me dizendo que Dragões existem? – Perguntei, ainda não acreditando.

- Isso. 

- Dragões não existem! – Respondi firmemente. 

- É. Nem Elementalistas! – Recebi a resposta. 

- Elementalistas, sim! – Retruquei. 

- E Dragões também! – Fui retrucado. 

- Cara, ainda é difícil acreditar nisso – Parei um pouco, tomei ar e continuei.– Ta, se você é um Dragão, porque ainda não me matou? Me cuspiu Fogo, ou me congelou com seu bafo? 

- Hahahahahaha. As coisas não funcionam assim.

Ouvi um leve Zuft, das asas do Dragão e assim a névoa sumiu. Dando lugar a um animal incrível. O Dragão tinha um corpo magro, mas corpulento, suas patas traseiras e dianteiras tinham praticamente o mesmo tamanho, suas asas saiam exatamente da parte de trás da onde ficava os braços dianteiros. Sua face do mesmo modo que apresentava uma expressão brava, mostrava uma feição de respeito. Tinha dois chifres que saiam de sua longa cabeça e se estendia por um bom tamanho. Possuía alguns espinhos nos cotovelos e na parte traseira de seu pescoço. Sua cor, era de um branco magnífico. O branco da Lua, se assim posso dizer. Ele percebeu o quanto eu fitava e disse: 

- Bom, agora acredita? – Perguntava agora com suas asas encolhidas nas costas.

- E tem como não acreditar? – Respondi com um sorriso de canto de boca. – Mas isso é magnífico, vocês são animais maravilhosos – Podia ver um sorriso aparecer em sua face. – Mas, me responda. Eu estava nos túmulos da minha família agora pouco. E do nada estou em um lugar conversando com um Dragão? 

Seu braço dianteiro levantou e apontou para o portão. 

- Consegue ver o D.C, lá? Você mesmo pensou nele agora pouco. 

- Sim. E como raios você sabe o que eu estava pensando? – Perguntei curioso.

- Tudo terá seu tempo jovem. Seja paciente – Abaixou sua mão, a deixando junto ao corpo. – Pois bem D.C quer dizer Dragons Chamber. Quando um Elementalista vai despertar, eles são enviados aqui. E um Dragão é avisado para vir recebê-lo. Entendeu até aqui?

Afirmei com a cabeça e ele prosseguiu.

- Todo Elementalista tem que tirar suas forças de algum lugar. Vocês Elementalistas do Pentagrama do Bem, tiram seus poderes de Dragões. Ou seja. Dentro de vocês, terá um Dragão. Será sua fonte de poder, de força e garra. Estaremos lá para ajudar vocês no que der e vier.

- Pentagrama do Bem? – Dei uma leve pausa. – Quer dizer que existe o “Pentagrama do Mal” ?

- Exato. E eles ao invés de se aliarem com os Dragões, eles o matam, e consomem seu éter. Ou seja, sua força de vida. Assim eles acordam para a nova vida. Achando que estão mais poderosos. 

- Hmmm. E no caso, o Dragão que vai ficar dentro de mim, e se comunicar comigo, será você?

- Exatamente. 

- E COMO RAIOS VOCÊ VAI CABER DENTRO DE MIM? – Perguntava preocupado.

- Hahahahaha. Nossos espíritos vão se unir, iremos ser companheiros de batalhas. Entende? 

- Hmmm. E você poderá agir dentro do meu corpo, como tipo, me comandar?  - Não. Eu apenas lhe darei conselhos, se você quiser segui-los, você segue. Se não quiser, bom. Aí você simplesmente não segue. 

- Caraaaaa. Muita informação para um dia só – Sentei na grama e fiquei respirando um pouco, precisava de ar.

- Então. Para eu acordar como Elementalista, eu tenho que juntar meu espírito ao seu? 

- Sim. 

- E você vai viver dentro de mim? 

- Sim.

- Então tudo o que eu fizer, você verá? 

- Não. Caso você não queira me mostrar algo, você pode me pedir que não olharei. – Respondeu com firmeza. 

- Entendo. E bom, como juntamos nossos espíritos então? – Perguntei curioso. 

- Achei que você nunca iria perguntar – E tinha certeza que acabava de ouvir uma risada leve.

Vi que ele começou a bater asas, e um vento passava pelo chão a cada batida sua. Os Galhos das árvores que estavam ao redor balançavam e assim ele levantou vôo. E sumiu no céu. Quando menos esperei, algo gigante cruzou as nuvens e estava vindo na minha direção e eu não tinha como correr daquilo. Apenas fechei os olhos para agüentar a dor. E a única coisa que me lembro antes de abrir os olhos para minha nova vida, foi dele dizendo.

- Bom, Heal. Pode me chamar de Shadow. Engraçado para um Dragão todo branco, não é mesmo?

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!