A Verdadeira História dos Elementalistas escrita por Samhain


Capítulo 4
Capítulo 4 - O Mundo Com Novos Olhos.


Notas iniciais do capítulo

Uma boa leitura a todos.



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Quando abri meus olhos, podia sentir que minha roupa estava encharcada pela chuva que caia sobre mim, ainda sentia minha cabeça dando voltas, e uma nova sensação brotava dentro de mim. Seria você Shadow? E consegui ouvir um "Sim" como resposta. Tomei coragem para me sentar, apoiei meu peso sobre os cotovelos que estavam dobrado no cimento e me impulsionei, ficando assim sentado, ao olhar para frente podia ver meus antepassados agora com cores, e não em um preto e branco como os via antes, seus rostos traziam mais alegria, e todos esboçavam um maravilhoso sorriso ao me verem ali, acordado para a nova vida. 

- Eu sabia que você conseguiria, não é a toa que tu és meu neto! - entoava meu vô com um enorme prazer em sua voz.

- Mas, eu consigo ver vocês com cores agora, e todos estão com rostos mais vivos - falava enquanto ainda tentava voltar ao normal.

- É por causa do seu poder de Elementalista dos Espíritos, você consegue ver além do mundo normal, e consegue descobrir verdades, que muitos gostariam de conseguir.

- Então, por eu estar vendo vocês mais nítidos, é que eu realmente despertei ?

Sim. Uma voz soou na minha cabeça, era Shadow novamente, vou ter que me acostumar com essas abordagens.

- Sim, mas agora você também verá Espíritos ruins, deformados, e assim por diante.

Gulp. Dessa vez foi o som de eu engolindo uma saliva, ver Espíritos deformados, provavelmente não seria nada agradável. 

- Mas não se preocupe, eles não farão mal algum a você - dessa vez era a voz de minha vó. 

- Ahhh, mesmo assim não é algo agradável para se ver na frente - rebati firmemente, e todos meus antepassados ali começaram a rir.

- Mas relaxa meu neto, com o tempo, você acaba acostumado, foi assim para todos nós também.

Bom, não sei se as palavras deveriam me passar conforto ou algo do gênero, mas não estavam passando, ainda imaginava uma Samara do Chamado ou uma Kanako do Grito, aparecerendo no meu quarto e eu surtando de algum modo e acabando fazendo alguma merda. 

- Bom, é 23:59, logo o seu ciclo de Elementalista vai ser formado - falava um dos meus antepassados que estava fora do meu campo de visão, após algum tempo um dedo se levantou no meio da multidão e ouvi. - Bom, esta começando.

E assim uma luz no meio de toda aquela chuva se abriu e desceu até o chão onde eu estava, me sentia confortável como nunca ali dentro. Quando essa luz saiu de mim e foi em direção ao meio do cemitério, eu dei alguns passos entre os meus antepassados e pude ver agora, de um ponto alto do cemitério que as almas ali atormentadas estavam indo em direção aquela luz e vagavam como se fosse a última esperança que eles tinham para poderem ser feliz. Alguns arrastavam-se até chegar a luz, outros tropeçavam mas logo retomavam o passo para conseguir alcançar a sua felicidade novamente, e quando conseguiam seus corpos, que agora poderiam ser considerado matéria elevavam-se do chão e iam flutuando, subindo em direção ao desconhecido daquela luz branca, provavelmente deveria ser o que as pessoas chamam de "Paraíso". 

- Correto novamente, meu astuto Heal - falava Shadow de dentro de mim.

- Cara, e como eu sábia que eles agora são matérias e que a luz é o paraíso? - perguntei curioso.

- Alguns conhecimentos são passados de Dragões para Elementalistas, mas geralmente demora para se aceitar as opiniões, e você está aceitando muito bem, o que me deixa feliz por estar sendo assim - soltei um sorriso bobo para mim mesmo, com o elogio de Shadow, quem diria que um Dragão um dia iria me elogiar.

Os espíritos foram entrando na luz um por um, e sumindo planando no ar aos poucos, quando o último cruzou ouvimos um leve zaft e o clarão na mesma velocidade que apareceu sumiu, selando-se no céu como se nada tivesse acontecido naquele cemitério, algum tempo se passou, mas aos poucos eu ia me acostumado com o silêncio novamente que ali pairava. Me virei e olhei para meus antepassados, meu avô e vó, e com um leve aceno de cabeça e um obrigado, sai dali sumindo perante os túmulos que seguiam até a entrada do cemitério. 

Ao entrar no carro ainda não conseguia acreditar como tinha sido minha passagem para Elementalista dos Espíritos, e como ela se firmou por último.

- Abrir passagem para vários espíritos perdidos seria, o desastre para me doar os poderes de Elementalista, Shadow? - perguntei em voz alta, provavelmente se alguém passasse iria ver um louco conversando com o nada dentro do carro.

- Sim, sim. Mas na verdade você os salvou as almas deles de desastres, a maioria dos Espíritos que você criou passagem, eram pessoas que haviam morrido de uma morte muito triste e nada agradável, você só deu uma oportunidade para eles acharem o caminho - recebi outro telegrama do meu "eu" interno. 

Bom, mas vamos voltar para casa que amanhã é segunda e tenho aula, se bem que provavelmente quando chegar em casa minha família vai querer saber como foi a passagem, afinal, todos eles são curiosos, mesmo meu pai já ter passado por isso antes. Cheguei no condomínio com as mansões e dirigi reto para minha garagem, estacionei o carro, liguei o alarme, e foi aí com a luz da garagem que eu percebi que tinha algo manchado com sangue em minhas costas, bem no centro, tirei a camisa e olhei para minhas costas através da película do vidro do carro, e lá estava estampado no centro das minhas costas, um Dragão branco com outro em um branco quase transparente, ambos formando o sinal de um pentagrama se bem olhado. 

Coloquei a camisa no sexto da lavanderia antes de seguir para meu quarto, e assim que passei pela sala uma luz se ascendeu, e lá estava meu pai olhando feliz para mim e para o símbolo instalado agora em minhas costas. 

- Então você conseguiu, finalmente é um Elementalista - dizia ele enquanto via em direção a mim. - Você não faz idéia de quanto isso deixa feliz seu velho pai.

Dei um leve sorriso de volta.

- Pai, você passou por isso não é mesmo? - perguntei curioso.

- Sim. Porque meu filho? - foi sua resposta.

- Então você poderia me explicar sobre as pessoas do "Pentagrama do mal", correto? 

- No momento certo meu filho, no momento certo - e assim foi saindo da sala e se dirigindo ao seu quarto. - Boa noite filho, boa noite - e assim desapareceu entre as portas da sala.

Passei rápido pelos cômodos da casa e entrei no meu quarto, tomei uma leve ducha para relaxar e soltar o peso das coisas que tinham acontecido hoje, tudo estava acontecendo de uma maneira tão rápida que eu não conseguia captar as coisas direito, revivia cenas que aconteceram nessa noite, o meu primeiro encontro com Shadow. Ao me despertar de meus pensamentos me dirigi para a cama, liguei o climatizador na temperatura 18 graus e fui-me deitar, fiquei rolando por minutos, talvez horas, conversando com Shadow em pensamento, pedi como era viver dentro do meu corpo, e ele dizia ver como se tudo fosse um maravilhoso campo vasto, com um lago perfeito para se refrescar, e que estava em tudo e perfeita armonia dentro de mim. Dei um sorriso bobo para mim mesmo e assim me deixei cair em um sono profundo.

Sonhei com cinco silhuetas, as cinco eram mulhere, ambas conversavam alegremente até eu chegar perto, quando eu cheguei perto eles explodiram em raiva e assim acordei, com meu despertador berrando alguma música no rádio, eram 06:00 horas da manhã de segunda, e lá se vai metade do meu dia em esforço escolar. 

- Bom dia Heal. - veio uma voz alegre de dentro de mim.

- Bom dia para você também Shadow, como você dormiu? - que irônico, estava falando comigo mesmo, e ainda recebia uma resposta de volta.

- Como um bebe! - respondeu Shadow.

- Shadow, você é um dragão, não dorme igual a um bebe - o retruquei.

- Ok, ok. Igual a um bebe dragão então.

Bom, assim estava melhor. Me levantei e fui tomar uma ducha para o novo dia de tortura, terminei a ducha em questão de cinco minutos, me arrumei rapidinho e quando menos percebi já estava pegando meu notebook e indo em direção da sala para tomar café, sim, na minha escola os alunos levavam notebooks para a sala para poder escrever as coisas mais rápidas, só trabalhos e deverem deveriam ser entregues a mão, entrei na grande sala, já falando:

- Bom dia família - vendo o sorrisos das pessoas ali sentadas.

- Vai maninho, me conta o que aconteceu ontem, eu quero saber!!! - dizia minha irmã cheia de curiosidade.

- Não, você não pode. Ninguém de fora pode saber que você tem um Dragão dentro de você ou como foi seu despertar. Quando estiver preparado para saber o porque eu lhe contarei - falava minha voz interna novamente.

- Me desculpe Kif, infelizmente não posso. Daqui dois anos você irá descobrir - disse com um sorriso amarelo.

- E depois você ficava bravo com a Gabrielle e os outros por não te contarem, isso é injusto - fazia cara de emburrada.

- Um dia você entenderá - e voltei minha atenção para a comida, mas logo meu silêncio foi quebrado por meu pai.

- E como vai as costas? - sorrindo.

- Vão bem, já estão melhores, obrigado - o respondi sorrindo, minha irmã e mãe nos olhavam com cara de interrogação.

Terminei de comer rapidamente e fui em direção a garagem, e adivinha quem estava parado ao lado do meu Eclipse, nada menos, nada mais do que Rick. Me desculpem por não ter deixado claro como Rick era, ele tinha seus 1,80 de altura, olhos verdes e cabelos loiros bagunçados, porte atlético e com uma enorme alegria que era difícil não sorrir estando ao seu lado. 

- Está feliz com a descoberta? - com seu famoso sorriso matinal.

- Deixe-me pensar, na verdade não tem o que pensar, alguma vez você desconfiou de Dragão? - perguntei curioso.

- Hahahahaha. Não, nem um pouco - ele me olhou com uma certa cara.

- Deixe-me adivinhar desta vez, você precisa de carona? 

- BULLSEYE - dizia com seus braços levantados como se tivesse ganhado um Bingo.

Entramos no carro, e ele me perguntou:

- E aí, qual a aparência dele?

- Branco, e o seu poder por ser da água, não vou precisar nem pensar, azul, certo?

- BULLSEYE novamente primo, hoje você ta esperto em - falava dando suas gargalhadas. - E relaxa, as meninas irão no carro da Gabrielle.

E assim, saímos para o colégio, passávamos por ruas ainda meio desertas pelo horário, essa hora da manhã era mais fácil você ver pessoas da minha idade indo para o colégio, minha irmã pegava o ônibus ainda para ir, já que seu colégio era ao lado do meu, porém, ela tinha que entrar de ônibus, fazendo com que assim, nós só nos encontrassemos no final da tarde em casa. Entrei no colégio cumprimentando todos e recebendo alegre os pedidos de parabéns, espera aí, tem alguma coisa faltando. 

- É claro, o E-mail de uma menina Nagisa que recebi e não li. Espero que não seja nada demais - pensei comigo mesmo, e ouvi em resposta.

- Esse nome não me é estranho Heal, já o ouvi em algum lugar. - disse Shadow com certeza em sua voz.

- Gostaria de dar uma olhada mais afundo? - perguntei em pensamento novamente.

- Você que manda. Hoje de noite entramos em contatos com algumas pessoas. 

Respondi com um leve "Okay", e me dirigi a minha sala, com Rick me sacaneando o caminho todo, várias meninas olhavam para nós e sorriam, era ruim ser de uma família com dinheiro, mas muita gente ali gostava de nossa aparência também, éramos conhecidos por nossa beleza. No outro lado vi que estavam vindo Sophie e seu irmão Forest, que até então não tinha aparecido, nem mesmo em meu aniversário, Forest tinha por volta do meu tamanho, 1,77, ombros largos, cabelos castanhos e usava óculos. Mais passava o tempo com a cara cravada em livros do que qualquer outra pessoa, mas era uma pessoa que se você precisasse ele estaria lá, olhei um pouco mais para o lado e vi Gabrielle. Ah, minha inspiração. Me peguei pensando, e assim que os três chegaram a nós, Sophie e Rick já se deram um beijo apaixonado na frente de todos, fazendo os homens e meninas sentirem inveja, quando vi Forest já tinha se dirigido para a sala, olhei para Gabrielle e falei:

- Me acompanha para a sala? - sorrindo.

- Com certeza, vamos - ela segurou minha mão e foi me puxando.

Meu rosto brilhava de várias formas diferentes, e várias pessoas percebiam isso, o que era mais constrangedor, quando ela viu que estava segurando minha mão largou um. 

- Des... Desculpe-me.

E quando ela foi tentar voltar andar novamente, eu a segurei pelo braço.


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Notas finais do capítulo

Boooom, espero que tenham gostado.



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