Inquebrável escrita por Lola


Capítulo 9
Começou


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ""



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/569979/chapter/9

Eu tomo banho, lavo meus cabelos e me enfio nas roupas, molhada mesma. Calço botas e coloco várias coisas em uma mochila. Vou até o nosso cofre e tiro de dentro vários maços de dinheiro e dois revólveres, assim como os meus papeis de aceitação no experimento. Agarro algumas peças de roupa de Jared para Ethan, pois não aguento vê-lo mais naquele terno ensanguentado. Sei que preciso ser rápida, mas me sento na cama e fico olhando pela janela nosso jardim por um tempo.

Decido descer para o terreo, e estou nos últimos degraus quando ouço as vozes.

–Quando ela tinha dez anos, fomos fazer um passeio de barco. Sabe, daqueles que você paga e vai várias pessoas... - Jared começa, fazendo um breve pausa. -Lex viu quando uma garota, pouco mais nova que ela, caiu em alto mar. Ela pulou atrás antes que eu pudesse ver. Mas a menina estava afogando, as ondas estavam grandes e a maré ficou forte.

–O que aconteceu, senhor? -escuto Ethan perguntando.

–Me chame de Jared, garoto. - ele diz, rindo de leve. - Bom, Lexie viu que a menina iria morrer, mas ela nadou até ela e a resgatou. Não sei quantos litros de água ela engoliu naquele dia, mas quando subiu no barco novamente, vomitou muito. A menina não teve tanta sorte, ela simplesmente afogou, e deslocou o ombro da Lex enquanto tentava se salvar. Mas Lexie levou o corpo da menina até nós. Ela não desistiu, a maré não a impediu. Mas dois dias depois, ela pediu para nós mudarmos de cidade.

Um suspiro.

–O que quer dizer com isso, Jared?

–Quero dizer que Lexie vai fazer de tudo para nos manter a salvo. Mas quanto mais ela se cura por fora, mais se destrói por dentro.

Não aguentei depois dessa frase. Desci as escadas fazendo barulho. Olho o relógio, são três e cinquenta da madrugada.

Atiro as roupas para Ethan e encaro Jared.

–Nós temos que ir. Carros separados? -pergunto.

–Sim, eu vou colocar gasolina. -Jared diz, nos deixando sozinhos na sala.

Sim, Ethan e eu não estamos tão bem. Sim, nós estamos hostis um com o outro, mas eu não preciso ser amiga dele, preciso mante-lo vivo.

Me sento no banco da cozinha e ele se levanta. Sem cerimonia alguma, ele desabotoa a camisa social que está usando, dizendo em quanto isso:

–Então nós fugimos?

Tento focar minha atenção nas palavras e não em seu abdomen muito, muito definido.

–Então nós fugimos. -confirmo.

Ele veste a camisa de Jared e tira as calças do terno. Sei o que está tentando fazer, ele quer me deixar desconfortável. Mas acredite, Ethan, vai precisar muito mais do que isso, penso.

–Quando posso ligar para minha mãe? -ele pergunta.

–Depois que vermos que o perigo acabou. - respondo.

Jared entra na sala e me entrega as chaves do meu carro, junto a um celular. Seu rosto parece preocupado.

–Eu vou primeiro, no meu carro, e te ligo com instruções de onde ir. Nós devemos ficar em um hotel hoje. -ele diz, indicando o aparelho com o queixo.

Concordo e lhe dou um abraço. Jared aperta a mão de Ethan logo depois e sai pela porta. E simplesmente sei que nunca mais vou ficar menos do que nervosa em minha vida. Ouço seu carro dando partida e me sento nos degraus da escada.

–Droga. - murmuro, enfiando minha cabeça no meio dos meus joelhos.

Não sei quanto tempo fico assim. Talvez dez minutos ou talvez duas horas. Não sei. Sinto Ethan se sentando ao meu lado depois de um tempo, mas não me levanto.

É quando ouço o barulho. Parece motores de carro, e me levanto rápido. Afasto a cortina para ver uns quatro carros pretos e de aparencia ameaçadora estacionar em frente a minha casa. Várias pessoas usando ternos pretos descem deles, caminhando decididos em direção a porta de entrada. Vejo os homens segurando armas.

–Ah, Ethan, eu sinto muito. - digo, choramingando.

Ele se levanta e olha para fora pela vidro das janelas. Acho que ele vai surtar, ou ficar paralisado, mas em vez disso, Ethan me encara por alguns segundos e depois agarra um revólver na mesa de jantar. Confere o tambor, a munição e destrava a tranca de segurança.

Um sorriso surge em meus lábios.

–Começou. - Ethan diz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inquebrável" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.