Internato Dumont escrita por Sónoanonimato


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Salut dengos!
Boa leitura!



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– Hey! Essa é a garota que eu te falei! – falou a mais alta se levantando da cama que estava sentada com a outra ruiva. Ela tinha um sotaque pomposo, acho que é britânica – Prazer em te conhecer, nunca ninguém tinha falado do jeito que você falou com a Hayley Gutemberg! Ah, eu sou sua fã, Zoey Beatrice Platt e aquela ali é a Alysson Rose Silvestrim.

– Olá meninas. Fico lisonjeada Zoey. Eu sou Charlotte Augustine Lafayette. De onde vocês são? – perguntei curiosa.

– Eu sou de Portugal – falou Alysson se levantando e apertando minha mão com um sorriso no rosto. Ela parecia a inocência em pessoa, tinha uma cara de anjinho!

– Nasci em Londres. E você? – quis saber Zoey.

– Eu nasci em Moscou, Rússia – elas ficaram surpresas e logo completei – Mas eu fui criada em Quebec, Canadá, embora meu pai seja francês e minha mãe, belga.

– E você fala russo? – questionou Alysson.

– Sim, não fluentemente, mas sei falar algumas coisas. E falo francês e inglês – nãaaaooo me diga Charlie! Você está falando com elas em inglês, garota!

– Eu falo português, inglês e alemão. A Zoey fala esse inglês pomposo dela, além de norueguês e alemão também.

– Vamos mudar de assunto meninas! Aquela cama em que eu estava sentada vai ser a minha, tudo bem?

– Por mim tudo ótimo. Eu fico com a cama em frente à sua, Zoey – falei enquanto pegava as malas deixadas no canto do quarto e as levava para perto da minha cama.

– Vou ficar na cama em cima a sua Charlotte – finalizou Alysson.

Começamos a tirar algumas roupas e a pô-las nas gavetas. A porta do quarto ficava no meio e do lado tinha dois guarda roupas, cada um com dois compartimentos, de forma que desse para as quatro alunas, pus minhas roupas em um deles, apenas as roupas de baixo e camisolas ficaram nas gavetas.

– Onde está a outra aluna que ficará conosco? Vocês sabem?

– Não, mas ao que parece será uma aluna nova como você. Eu e Aly estudamos aqui desde o sexto ano e dividíamos o quarto com duas irmãs, só que ano retrasado os pais faliram, ano passado ficamos no mesmo dormitório que Krystal, a loira que acompanha a idiota da Hayley e uma outra garota do staff, uma menina morena, não a que estava com elas hoje de manhã, aquela era a Veronika, estou falando da Sasha, ela chega amanhã pelo que eu ouvi as outras comentarem. Acontece que eu e a Aly pregamos algumas peças e decidiram nos colocar com outras garotas como colegas de quarto. Mas gostamos de você, Charlotte. Não precisa se preocupar – riram as duas.

– Posso te chamar de Aly também? – Aly ficava muito mais fofo que Alysson e eu gostava de apelidos. Alysson, Aly agora, concordou com a cabeça.

– E você tem algum apelido? Zoey é apelido de Zoeysha pra falar a verdade.

– Eu prefiro ser chamada de Charlie. Charlotte me deixa com ar de patricinha, não concordam? – rimos juntas – Eu sei que é masculino, tem até um personagem de um livro que eu gosto que se chama Charlie, mas eu gosto. Me dá um ar de moleca, como diz meu pai.

Tínhamos terminado de arrumar nossas coisas, quando entrou uma garota com cabelos castanhos e óculos fundo de garrafa, ela usava uma roupa meio nerd e carregava além das malas, duas cruzetas com a roupa do colégio.

– Oi meninas. Eu vou colocar as minhas malas aqui no cantinho e já volto, uma garota chamada Hayley pediu pra buscar o uniforme novo dela e preciso entregar rápido no quarto A01. Depois vou buscar o meu na secretaria e quando chegar arrumo tudo – falou apressada, largando as malas perto da escrivaninha.

– Nossa. Hayley já deve estar começando a usar seu veneno. Ela vai fazer essa garota de escrava, Hayley adora se aproveitar dos outros, ano passado era o coitado do Brian! A sorte que a Aly deu um toque nele e ele parou de ser usado – bufou Zoey.

– Pelo menos essa menina está com a gente – argumentei – Ela pode ficar nossa amiga, não me parece ser uma patricinha mimada.

– É – concordou Aly.

Troquei de roupa para uma de caminhada, hoje fazia um pouco de frio e marquei com as meninas de ir caminhar ao redor do internato, era um lugar bem grande e uma volta ao redor queimaria várias calorias, além do mais, eu meio que acabei com a Nutella do tio Jim.

– Antes de ir caminhar com vocês eu preciso pegar logo as minhas coisas na secretaria, lá vão me dar meu material e uniforme. Mas eu não sei onde é, um garoto ia me levar pra conhecer o colégio mas ele não apareceu e eu não sei onde ficam os lugares.

Zoey me explicou onde era a secretaria e fui andando até lá. Não era difícil de lembrar o caminho, ela foi bem direta e explicou muito bem. Uma velhinha chamada senhora Prewet me entregou cinco uniformes com o meu número, todos dentro de uma caixa e um par de sapatos pretos, ela me deu também uma mochila, que era do mesmo modelo para todos os alunos e dentro estavam todos os livros que eu precisaria e um fichário.

– Senhora Prewet, esse sapato não coube em mim, vou pegar um número menor ali na estante – me virei e vi a garota que também iria dividir o quarto comigo – Ah, lembrei que a chave do dormitório estava na minha mala! Espero que as garotas não me tranquem pra fora.

– Por que a gente faria isso? – ela virou-se para mim assustada e eu sorri – Eu sou Charlie Lafayette e divido o quarto com você, Aly e Zoey. Elas estão lá e não mexemos nas suas coisas, fique despreocupada.

– Obrigada. Desculpe não te reconhecer, você trocou de roupa e está com um boné cobrindo o cabelo, achei que fosse um menino – corou – A propósito sou Clara Baptiste.

As minhas roupas de caminhada realmente não eram femininas!

– Sem problemas. Com licença, já vou, até Clara!

Voltei para o quarto e lembrei de pedir para deixá-lo aberto para Clara. Eu e as meninas fomos caminhar na propriedade e próximo aos jardins tinha uma barraca de sucos e chás.

– Alcanço vocês depois.

Pedi um suco verde, meu pai adorava coisas assim, ele não deixava eu beber refrigerante nem energéticos. Voltei a andar e vi uns três rapazes conversando, ia passando por eles quando ouvi o mais bonitinho exclamar.

– Acabei de lembrar, eu tenho que apresentar o colégio para um novato, a senhora Dawson me disse que era um tal idiota chamado Charlie Lafayette. Que nome mais ridículo. Vou indo!

Na hora que ele ia passando esbarrou em mim, repito, ELE esbarrou e meu suco verde caiu na roupa cara dele. Eu me sentiria culpada mas ele acabou de me chamar de idiota e disse que meu nome era ridículo!

– Olha por onde anda, pivete! Essa roupa deve custar o seu rim!

Mauricinho mimado.

– Quem está chamando de pivete?

– Ah, você é uma menina? Desculpe...

Joguei o resto do suco no cabelo de chapinha dele.

– Ei!

– Idiota.

– Sua doida! Eu estou atrasado para um compromisso! Agora vou ter que me trocar e procurar por um aluno por aí... – reclamou ele.

– Não se preocupe queridinho, pega a minha toalha que eu levo pra caminhar e se enxuga. Vamos logo, eu sou o seu compromisso. Prazer, sou a idiota com nome ridículo, Charlie Lafayette e você está bem atrasado, cheguei faz horas e quase me perco porquê alguém se atrasou. Agora vamos.

Xingando, ele aceitou minha toalha e se limpou. Bufando a cada cinco minutos, ele me levou para dentro do colégio e me mostrou onde fica cada lugar, as salas, laboratórios e etc. Ah, e o nome dele é Nicholas Thomas Chevalier, nome de mauricinho, mimado e o principezinho de uma família rica e poderosa.

– Então é isso. Foi um desprazer conhecê-la, Charlie. E um conselho não de amigo, é claro, mas é um conselho bom, não prefira Charlie, é ridículo, Charlotte é menos – e saiu andando, andando não, rebolando.

– Ah, vá enfiar esse conselho no seu... – ele virou, esperando continuação. Ops, pensei alto demais, não era pra isso ter saído da minha boca – no seu quarto querido. Enfia debaixo do colchão da sua cama, tá bom?

Dei as costas ao mauricinho e fui em direção à ala feminina, com certeza as meninas já estariam lá. No caminho, passei por um grupo de garotos que falavam sobre roupa pra jogar polo. Meus deuses, onde eu fui parar? No meio de um bando de mauricinhos! Mas o título de mauricinho máster vai para Nicholas Chevalier, o estúpido Nicholas Chevalier, pra ser sincera.

E eu ainda o achei bonitinho!

Entrei no meu dormitório e encontrei as meninas tomadas banho. Peguei meu sabonete de dentro de uma das minhas nécessaires e um roupão. Entrei no banheiro do lado oposto à escrivaninha e liguei o chuveiro.

– Hey Charlie, onde esteve? – ouvi as meninas perguntando de fora do quarto.

– Fiz um tour pelo colégio com o atrasado, metido, mauricinho máster e estúpido Nicholas Chevalier – ouvi risinhos atrás da porta.

– Ele é lindo, não é?

– Pode até ser um tiquinho – menti – mas é um tapado Zoey. Derramei suco verde na roupa dele. Sabe o que ele disse? Que aquela roupa valia o meu rim!

As duas ficaram rindo e me deram ficha completa dele, não que eu quisesse saber mas Aly e Zoey eram tagareeeeelas!

– Ah, a menina nova entrou aqui e arrumou as coisas dela, ela se chama Maria Clara Baptiste, pelo que eu li na identificação do uniforme, mas ela só trocou algumas palavras e disse que ia almoçar – comentou Aly.

Sai do banheiro, deixei o cabelo solto e pus um vestidinho verde e calcei umas sandálias, eu e as meninas nos dirigimos ao refeitório, que mais parecia um restaurante. Claro! Aqui é um colégio de ricos, não sua antiga escola pública com aquela cantina que servia comida marciana!

Sentei com as meninas e logo apareceram umas outras garotas que eu havia seguido mais cedo até a ala feminina, segundo Aly e Zoey, elas são legais. São Sandra e Kate, gêmeas dinamarquesas e Rosário, uma argentina.

O almoço era salmão ao molho de maracujá. Estava excelente. Não fiquei parecendo uma morta de fome porque meu avô mandou que eu tivesse aulas de etiqueta quando estive na casa dele em Bruxelas e a voz esganiçada da professora de etiqueta, dona Houff, ficava na minha cabeça.

– Assim você fica parecendo uma garota. Uma garota bonita, por sinal – disse uma voz no meu pescoço, os pelos da minha nuca se eriçaram e senti minhas bochechas ferverem, estava corando. Ao virar-me me deparei com Nicholas.

–E sem aquele suco verde no cabelo estragando sua chapinha, você fica mais mauricinho e superficial.

As meninas que estavam na mesa riram e ele deu uma piscadela pra mim e saiu.

Com o canto do olho o vi indo para a mesa em que estava Hayley Gutemberg e beijá-la. O que eu esperava? Que ele se apaixonasse por mim e ficasse tentando me conquistar com charme barato? Não. É lógico que ele namorava com a Hayley. Dois babacas. Casal perfeito.

Por sinal, Clara estava lá. Quando todas as garotas na mesa dela terminaram, Hayley disse algo e Clara começou a pegar os pratos deixados pelas barangas amigas da Hayley e levá-los até um balcão.

– Vamos ajudá-la. Ela está passando uma humilhação, garotas.

Eu, Aly e Zoey nos levantamos e levamos nossos pratos até o balcão, depois fomos ajudar Clara. A coitada estava sendo usada mas de tão ingênua nem percebia!


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Notas finais do capítulo

Tumblr da fic: http://sonoanonimato.tumblr.com/
Lá irei postar algumas informações dos personagens, bem como prévias dos capítulos!
Até!



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