Internato Dumont escrita por Sónoanonimato


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Hey dengos! Por favor, comentem! Gostaria de saber o que estão achando, mesmo que a fic ainda esteja no início, digam se os capítulos devem ser mais longos ou curtos, qual personagem vocês gostariam de conhecer melhor, se eu estou escrevendo algumas palavrinhas erradas...
Enfim, boa leitura!



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Foi o pior treino de educação física da minha vida. Ganhou até do dia em que o gordinho do Chuck Davies caiu em cima de mim com a axila suada e fedida na minha cara. Péssimo quarto ano o que eu tive.

Haviam diversos professores, dependendo da atividade que fôssemos fazer. Hoje pras meninas era condicionamento físico.

Eu corri seis vezes ao redor da quadra de futebol.

Seis.

Depois fiz exercícios na barra.

Então fui fazer as flexões sob a gritaria do professor Donald.

A minha vontade era de flexionar o pescoço dele! Isso sim! Aí ele teria um motivo pra gritar!

E ainda por cima o grupinho das Patrícias – as patricinhas de Bervely Hills – ficaram reclamando o tempo todo.

Todo. E ouvir aquelas vozes de gralhas não é legal. É horrível. Meus tímpanos já estavam levantando bandeira branca!

Depois de ir pro inferno e voltar, eu estava acabada. Rastejando, eu e as minhas amigas fomos para o vestiário tomar um delicioso banho de água fria. Só de pensar já me sentia um pouco renovada.

Tinha me despido e entrado em um dos boxes quando o pior aconteceu.

Sem água.

A senhora Dawson chegou e avisou que estavam consertando o encanamento do vestiário feminino e pediu desculpas.

Xinguei toda a geração do idiota que teve a brilhante ideia de chamar um encanador justo agora e pus minha roupa de volta. Ao menos era hora do almoço agora e eu poderia tomar banho no meu quarto, depois das minhas três colegas de quarto já que enquanto eu me arrumava, as três corriam para o nosso dormitório.

Peguei a minha bolsa e saí de lá. Na saída me deparei com o trio mauricinho. Nicholas e seus dois coleguinhas, um egípcio chamado Mufasa Hasan e um japonês, Suki Aoy.

– Hey, Charlotte!

– É Lafayette pra você – seus dois amigos riram.

– Você quer sair comigo no sábado? – insistiu. Ele queria me usar? Soube por Clara que ele e a nariz empinado da Hayley brigaram, mas eu não ia ser usada pra causar ciúmes pois embora eu não gostar dela, eu também não fui com a cara dele!

– Não saio com tentativas falhas de ser sósia do Justin Bieber , Chevalier – uma sonora vaia foi ouvida, vinda por parte da dupla de traíras que Nicholas chamava de amigos.

– Você realmente acreditou que eu tivesse te chamado pra sair de verdade?

Fiquei confusa. Ele, Mufasa e Hasan começaram a rir como se o mundo deles fosse acabar amanhã. O que poderia ser adiantado pra hoje se eles continuarem rindo da minha cara.

– Segunda dica que eu te dou aqui. Espero que ouça esta, já que a primeira você não ligou, Charlie continua sendo um nome ridículo mas você ainda não caiu na real. Se prepara – ele se aproximou mais de mim, quase encostando seu nariz no meu, eu fiquei um pouco com as pernas bambas enquanto encarava aqueles olhos estupidamente lindos e azuis – Eu nunca – sussurrou – nunca, jamais, chamaria alguém com o nome ridículo de uma aranha pra sair. Não só de aranha, já que em vários lugares, Charlotte é um nome de cachorro.

Não me responsabilizo pelas cenas a seguir. Ele me provocou. ELE.

Dei uma cabeçada nele, seguida de uma rasteira, que o derrubou no chão. Eu sei que o que ele disse é verdade, tem aquela aranha daquele filme infantil com a Dakota Fanning, Babe, o porquinho, e em alguns lugares Charlotte é comum para cachorro, até eu preferia Charlie à Charlotte, mas ninguém, ninguém, fala mal do meu nome na minha cara e sai em pune. Minha mãe amava Charlotte, o sonho dela era ter uma filha chamada Charlotte. E a minha mãe era uma pessoa especial pra mim, ninguém, muito menos esse riquinho filhinho de mamãe, pode criticá-la assim, na cara de pau.

– Olha aqui, Chevalier – me agachei ao seu lado e sussurrei no seu ouvido – Uma dica pra você – tentei imitar seu tom de voz ao dizer isso – Nunca ofenda alguém que saiba alguns golpes, e principalmente, não mexa com uma Lafayette, muito menos uma que também tem o sangue de uma Winners.

– Pera aí. Você é filha de Angelique Winners e neta do banqueiro Lexus Winners? O dono do banco Winners na Bélgica? – concordei. Como o imbecil sabia sobre minha família materna, faço a mínima ideia.

Levantei-me e fui em direção à ala feminina. Precisava de um banho frio urgente.

***

– Alô, pai. Aqui é o Nicholas.

– Você não deveria estar em aula?

– Na verdade estamos no tempo livre agora. Eu queria perguntar algo ao senhor. Aquele velhinho, o banqueiro que o senhor queria assinar um acordo... qual o nome dele?

– Lexus Winners. Ele é um belga, por quê?

– O senhor sabe se ele tem uma neta?

– Se eu não me engano é uma neta sim, a filha única dele, Angelique, estudou comigo aí no Internato. Parece que ela teve uma menina que hoje tem a sua idade.

– E o senhor sabe o nome dessa neta?

– Não. Por que a pergunta, filho? Você acha que a neta dele está estudando com você? Será que ela pode fazer o avô aceitar o contrato que eu ofereci para o banco dele financiar o novo hotel que eu quero construir em Bruxelas? Seria o máximo, filhão! Pera aí, acho que ele comentou que ela estava passando as férias com ele, o nome está na ponta da língua, acho que é Augusta. Isso, deve ser Augusta.

– Ok então. Tenho que desligar. Tchau, pai.

– Tchau.

Augusta? Charlotte é bem diferente de Augusta. Mas pode ser um nome do meio. Corri para a secretaria.

– Senhora Prewet, como vai? Pode me fazer um favorzinho? Eu preciso falar com o meu pai, pode me entregar a minha ficha? Ele mudou de número e eu esqueci de atualizar na agenda do meu IPhone.

– Tudo bem, querido. Vou pegar aqui as fichas dos alunos do primeiro ano.

Ela pegou uma pasta e eu me ofereci em procurar a minha ficha, já que ela estava visivelmente ocupada fazendo a relação dos alunos que vão ter permissão para sair do Internato no fim de semana.

Achei a ficha da Charlotte e abri.

Nome: Charlotte Augustine Lafayette

Idade: 16 (23 de maio de 1998)

Filiação: Klaus Enrico Lafayette – francês; Angelique Florença Winners – belga (antiga aluna do Internato Dumont e filha de Lexus Winners, dono de um dos maiores bancos belgas).

Contatos: xxxx-xxxx – pai, yyyy-yyyy – avô.

Nacionalidade: russa nascida em Moscou.

Línguas que fala: francês, inglês e um pouco de russo.

Observações: Passou grande parte da vida em Quebec, Canadá e vivia humildemente com o pai que é artista plástico. GOSTA DE SER CHAMADA DE CHARLIE. É alérgica a macadâmia. PAI É UM POUCO HIPPIE, EM CASO DE DOENÇA, TRATAR COM REMÉDIOS NATURAIS.

Charlotte era uma garota um tanto quanto diferente. Tinha um jeito moleca e preferia o apelido masculino, Charlie. Mesmo não tendo crescido na Rússia, ela fazia questão de mostrar sua nacionalidade, generalizando, os russos eram um povo estranho. Mas há diversas exceções, é claro. Só generalizando. A garota ainda tinha um pai pintor! Deve ser um morto de fome, são poucos os artistas que ganham bem com suas obras! E tinha mais! Ele era um pouco hippie! Não podemos esquecer que a garota tinha uma herança bem gorda! Nem deve imaginar a vida de princesa que poderia levar se vivesse com o avô!

Se bem que ela poderia acabar virando uma mimadinha como a Hayley. Por falar nisso, tivemos uma discussão mais cedo porque eu a vi dando em cima do Mason Kirke! Não quero ser tachado como corno! Nunca!

Eu estava adorando não ter ela no meu pé o dia todo. Aquela garota é muito chata! Ela só sabe falar de futilidades! Mas como nossos pais tem parceria, o pai dela é dono de uma rede de transportes para alta sociedade – que incluía de carrões de luxo até jatinhos – e a empresa dele era a empresa que oferecia o serviço de transporte dos hóspedes dos hotéis do meu pai, todos diziam que devíamos ficar juntos, até porque somos os mais populares daqui. E como na vida da maioria das pessoas da alta classe, nossa vida era movida à aparências. Ano passado, como todos achavam que aconteceria, eu a pedi em namoro na sua festa de aniversário de 15 anos – uma data importante para os sul-americanos, não que ela seja uma (Hayley é alemã), mas minha sogrinha é do Uruguai e queria que a filha tivesse sua Quincemera, algo assim.

E como as aparências mandam, eu deveria ir o mais rápido possível me desculpar publicamente pela briga sem fundamento – que ninguém sabe o real motivo – ou seja, agora na hora do almoço eu deveria estar ajoelhado no chão do restaurante pedindo perdão àquela taquara rachada em vez de fuçar a ficha da Charlotte.

Como já tinha confirmado que ela era herdeira do velho Winners, fui entregar a ficha à senhora Prewet.

– Obrigado, senhora. Desculpe atrapalhá-la.

– Já salvou o novo número do seu pai, senhor Nichlas?

– O quê? Mas ele não mud... ah sim. Já salvei sim, senhora Prewet. Tenha um bom dia.

E depois fui me reconciliar contra a minha vontade com a idiota da Hayley. Ela deu gritinhos e pulinhos quando eu me desculpei por ter feito falsas alegações. O pior de tudo foi que ela ficou me chamando de Nicholas inho inho na frente de todos com uma voz ridícula e melosa. E a voz dela já era ruim e melosa... digamos que eu estou com dor de cabeça neste exato momento.


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Notas finais do capítulo

Quero reviews, não precisam comentar em toooodooos os capítulos, mas é bom pra autora saber de vez em quando se você, leitor, está dando uma chance e lendo a fic dela!
Beijos!



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