Sobreviva Ao Seu Destino escrita por Ytsay


Capítulo 30
Os perdidos.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem?
Vamos 1º dizer um Amém pelo retorno do site. Amém!
Anteriormente: quatro Banidos foram perdidos nessa travessia tensa e desconhecida: Alice, Frederico, Tae e Ross. Eles enfrentaram raposinhas no mal e estão em meio a um tipo de pântano com água até o pescoço, fugindo de serpentes gigantes que eles mal podem ver e alguns não sabem nada direito. E agora, mesmo vendo dois integrantes serem comidas de cobra, os outros terão alguma chance de chegar aonde quer que Clarke e Stan estão os levando?
Fique agora com a continuação (não mais assassina, porém angustiante)! E boa leitura!



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Sean permaneceu encarando o local onde Ross tinha mergulhado ainda lutando. Naquele momento ele não sabia o que fazer, até que Judie indicou que Clarke e Stan estavam sumindo à frente. Então ele só pode continuar a fuga, com Piper os seguindo de perto. A garota ruiva equilibrava o que sentia, o medo da situação e uma preocupação com os outros que haviam se tornados amigos naqueles dias.

Mais atrás Pietra os alcançava. A sorte estava ao favor dela naquela situação, ou talvez fosse o fato de que estava nadando sozinha e tinha chegado até os primeiros sem problemas. A moça prestava atenção em tudo que estavam à frente, focada em passar por aquilo inteira. Rose tinha uma das melhores habilidades de natação e estava seguindo Henry de perto, que também era rápido. Cheryl e Joy estavam atrás deles, para não perderem a rota que Clarke e Stan (metros na frente) indicavam. E nenhum deles percebeu que faltava alguém entre eles.

Yuki mantinha os olhos em Joy e Cheryl. O loiro calado não sabia nadar, nunca teve que aprender, mas conseguia caminhar e avançar apesar das dificuldades do solo e correnteza. Era um dos últimos e aquele que viu o que aconteceu com Aurora. Yuki foi rápido e mergulhou, aprendendo a força a dar algumas braçadas e a vencer o medo de ficar sem ar com a água investindo contra seu rosto, e foi em direção aonde a garota havia sumido.

Em um lago mais profundo, para onde a serpente arrastava Aurora, e em meio à agua turva, a garota de alguma forma conseguiu agarra-se a roupa do rapaz. Segurar a respiração era um desafio novo, mas Yuki esforçou-se para levá-la para cima, dando a chance de Aurora tomar um fôlego que durasse mais tempo. Mas logo a cobra, que abocanhava a mochila da garota, puxou-a de volta. Aurora não tinha como se defender, pois tinha perdido sua cimitarra e até machucado as unhas tentando atacar sua predadora. Porém Yuki ainda tinha sua espada, e, usando o tato durante o mergulho, encontrou o corpo da criatura e logo após a cabeça passou todo o fio de sua arma. Então água barrenta e esverdeada ganhou o tom do vermelho diluído, e o aperto envolta do corpo de Aurora foi amenizado subitamente, de forma que ela acompanhou o rapaz para a superfície.

Yuki, conseguindo manter-se em momentos alternados com a cabeça fora da água, olhou ao redor e não conseguiu definir ninguém em nenhuma direção. Aurora percebeu a mesma coisa, mas ainda tremia do pavor da quase morte, da qual foi salva, para pensar claramente o que estava acontecendo.

— Cadê eles?! — Yuki finalmente falou a olhando, antes de afundar rapidamente.

Auri’s fez silêncio, ainda sem poder o responder, e pode ouvir algum som de água em uma direção, que logo indicou ao rapaz e os dois nadaram com a esperança de encontrar os outros em meio ao pântano, serpentes gigantes e neblina.

//

Na dianteira do grupo, Clarke chutou o solo e logo pode começar caminhar em um barranco dentro da água. O mais velho ficou aliviado e pouco a pouco saiu da água mal cheirosa do enorme lago que ninguém pode um dia ver a dimensão por causa da neblina. Stan o seguia de perto. Os dois podiam estar acostumados com as atividades físicas durante todos os anos em que viveram andando por aquele espaço, mas, ainda assim, fugir a nado pela própria vida de serpentes gigantes os tinha desgastado exigido muito mais do que já usaram. Sair da água os fez ficarem com o corpo pesado, mas continuaram avançando no terreno barrento e pedregoso, cujas pedras de cimento surgiam ocasionalmente variando de pequenas a grandes.

Quando achou que estava distante o suficiente do lago, Clarke se apoiou em uma das pedras e se virou para Stan perguntando direto quem tinha restado. O moreno olhou para trás, ainda com a respiração alterada, e definiu entre a neblina alguém cair ajoelhado á alguns metros, derrubando o que carregava nas costas e um terceiro o apoiar para que ficasse de pé e depois eles se aproximaram mais. Era Piper, que deixou Sean se apoiar em outra rocha para descansar, enquanto puxava Judie para perto. Depois a ruiva observou Pietra se unir a eles e encarou o horizonte nublado que deixaram para trás. Logo Henry, Rose, Cheryl e Joy surgiram. E minutos demais se passaram para que mais alguém aparecesse.

— Certo... Vamos logo — Clarke exclamou se pondo de pé. O corpo aquecido já perdia calor para a roupa húmida e a friagem que a neblina carregava.

Os outros começaram a se mover, cansados e recém-aprendidos de que pensar nos mortos por tempo demais naquele lugar podia significar a morte deles.

— Calma — Rose disse um pouco sem fôlego. — A Aurora... ela estava logo atrás de nós. Ela tá vindo...

— Nós estávamos atrás de vocês. — Cheryl comentou confusa ao mesmo tempo delicada. — Vimos Tae ser arrastado e... A Aurora já não estava com vocês quando te alcançamos.

Ao lado da loira Joy assentia com a cabeça e lembrou todos:

— E tem aquele outro de cabelo desbotado, ele também não está aqui.

Rose os encarou um tanto incrédula.

— Mas... — Henry se expressou. — A Auri’s é a garota que sabe dos remédios... vou morrer de dor de cabeça sem ela.

— Não! Vamos todos morrer de frio ou por alguma criatura se ficarmos aqui — Clarke os olhava sério, já alguns passos distantes. — Continuem andando.

— Vamos obedecê-lo, pessoal. — Stan falou tirando a blusa do corpo diante de todos, exibindo uma marca de nascença próximo da clavícula que se quase parecia um par de asas, e a torcendo para tirar o excesso de água. — Não falta muito para chegarmos.

Dito isso Stan deu uma olhada para Joy, com uma pitada imperceptível de orgulho e confirmando se este tinha mesmo conseguido passar por aquilo e sobrevivido, depois seguiu o mais velho ignorando as trocas de olhares dos outros sobre sua última frase.

//

Distante deles Aurora e Yuki tinham encontrado o solo submerso para caminhar e seguiam a direção de Sudoeste, que a garota acreditava que Clarke e Stan estavam seguindo. Auri’s se conflitava por dentro com muitas questões. Um: ela perguntava-se porque Yuki a ajudou, mergulhando e tudo o mais, não acreditava que só pela diversão de esfaquear o bicho ele tenha feito tudo isso; dois: ela começava desconfiar se sabia para onde estava indo, mesmo o sol (uma bola brilhando no nevoeiro descendo para o horizonte) servindo como bússola; três: duelava em pensamentos para manter a esperança de encontrar os outros versus o instinto que lhe dizia para começar a sobreviver sem pensar neles, pois já estava perdida e eles não iam voltar para encontrá-la.

O nível da água começou a baixar, estavam subindo para alguma margem ou ilha, e a esperança queimou um pouco mais forte na moça morena de dezesseis anos. Yuki saiu da água depois dela e escorregou no barro, permanecendo de joelhos para recuperar folego e se acostumar com a falta da água ao se redor. Enquanto isso Aurora buscou observar o solo e ouvir os arredores, procurando pistas dos outros, depois tentou chamar por alguém, mas não teve resposta. Então olhou para aquele que restara do seu lado, o único do bando todo que de fato matou alguém e não se aborreceu com aquilo, o único que podia ser uma ameaça, e, entretanto, tinha a salvado quando podia simplesmente deixa-la ser só mais uma Banida morta. Yuki levantou o rosto, notando que ela parou de chamar os outros, e seus olhos verdes, um tanto pálidos naquele momento, encararam-na de volta como se soubessem o que ela queria perguntar.

— Estamos perdidos, não é? — ele surgiu com outro assunto, usando sua voz sempre equilibrada.

Aurora voltou a olhar o nevoeiro, planejando o que poderiam fazer:

— Nem tanto. Podemos tentar seguir a direção em que eles estavam indo. Só que será um desafio a mais essa neblina escondendo tudo pelo que vamos passar.

Yuki ficou de pé, guardou a espada no suporte do cinto e começou a caminhar novamente, e Auri’s o seguiu logo ao lado.

//

Clarke estava indicando a direção no meio daquela neblina, às vezes pedia ajuda de Stan e os dois simplesmente paravam e observavam ao redor por um tempo antes de discutirem secretamente. Alguns dos banidos aproveitaram as paradas para seguir o exemplo de Stan e torcer a roupa que podia tirar, para se livrarem do excesso de água e conseguir manterem-se mais aquecidos e secos. Outros sortudos tinham roupas secas dentro das mochilas impermeáveis e ficaram em melhores situações.

O solo havia perdido toda a sua água em excesso, se tornando seco e depois ganhando uma grama rala e alguns arbustos. Em meio à neblina da quase final de tarde, vários morros pontudos e disformes apareceram próximos deles, assim como pedaços de rochas que passavam de dois metros. E tudo isso se tornaram suficientemente frequentes na paisagem e sob os pés deles à medida que cobriam mais território.

Os estômagos roncaram de fome quando escalavam um morro íngreme, cheio de rochas de diferentes tamanhos nascendo da encosta junto com pontas de ferros incomuns e retorcido. Quando eles chegaram ao topo o nevoeiro parecia muito mais denso. Deram alguns passos sobre a terra seca e um trecho de grama para então, de repente, tudo isso sumir. Joy foi o primeiro a parar quando suas botas tocaram o chão mais de uma vez e se chocaram contra o solo extra firme. Sua ação de olhar para os calçados trouxe a curiosidade e estranheza de Cheryl, que seguiu seu olhar para o solo. Como os dois estavam à frente, os de trás os notaram e ficaram atentos á algum novo perigo no solo, mas, para o espanto dos banidos da colônia, não era um perigo mortal e sim uma novidade: todo o espaço que nevoeiro os deixava ver era concretado. Clarke pouco ligava para esse fato, mas Stan parou e os esperava observando a reação confusa dos jovens. Ele deu uma leve levantada nas sobrancelhas quando Henry e Rose o encaram buscando respostas, lhes deu as costas e seguiu o caminho atrás do líder, quase desaparecendo na névoa branca. Hesitantes e ainda se perguntando como haveria cimento naquele lugar extremamente distante da colônia os Banidos seguiram os dois desconhecidos.

Metros a frente um sombra de retas escurecia a nevoa, onde o sol não batia mais, e com a vontade do Destino e do Universo uma brisa mais forte dissipou o nevoeiro revelando altos paredões com furos quadrados ao redor deles, assistindo-os passar. A princípio os paredões se acabavam subitamente, revelando pontas e vigas de ferro retorcidas e enferrujadas por anos, então sumiam até que a próxima construção surgia e se mostrava cada vez mais inteira, ganhando altura até sua parte danificada a limitar. Árvores, arbustos, rochas quadradas no caminho, tapetes de gramas de diferentes alturas e poças de água com musgo surgiam, preenchendo o caminho deles, que antes só tinha o branco do nevoeiro. Então as elevações que os rodeavam se torram grandes estruturas sólidas e retangulares que sumiam no céu nublado, com seus topos desaparecidos nas nuvens baixas. Logo as sombras compridas dos edifícios milenares antecipavam a noite com o pôr do sol em algum lugar. Os Banidos não tinham o que falar com a pressão que os prédios gigantes de uma antiguíssima metrópole semidemolida causavam neles. Puderam apenas admirar os detalhes, as projeções e as variedades de elementos que não viram em suas vidas - menos os poucos que pegaram um livro raro que possuísse fotografias das eras passadas.

— Clarke, podemos parar por essa noite? — Stan chegou mais próximo do homem e perguntou. — Eles precisam descansar e comer alguma coisa. Podemos chegar lá amanhã cedo.

— Já estamos atrasados, Stan. — o mais velho o olhou de soslaio, mas não parou de andar.

— Eu sei. Mas não acha que será melhor entrega-los em melhores condições? Não trará nenhum destaque se ao entrega-los para Alison, eles se sentarem pedindo descanso.

Clarke parou, encarando o solo e refletiu, então olhou Stan e concordou sério.

O mais velho mudou levemente a direção e logo o grupo estava diante da faixada de um prédio corroído pelo tempo e fatores da natureza. Uma abertura alta e quadrada estava tomada por trepadeiras e um arbusto ralo, ao lado havia uma curta escadaria de cinco degraus que levava á uma passagem e a parede descamava sua tinta roxa desbotada, mostrando o reboco e em partes até os tijolos. Depois de entrarem estavam em um salão que se assemelhava á uma caverna: heras subiam as paredes emboloradas, que um dia foram brancas, e conquistavam o teto, a parede oposta era um monte de entulho que boleava o caminho para qualquer cômodo seguinte e o piso estava oculto por uma camada de terra, que um dia foram apenas camadas acumuladas de poeira que os ventos levaram. No meio do espaço parte de uma grande mesa de ferro inoxidável, que resistiu até aqueles dias, surgia do chão. E nas paredes afastada da entrada e da janela, ainda persistindo para alegrar o lugar, havia velhos quadros protegidos por vidro com suas pinturas descamando e borradas.

Clarke observou o lugar e, se virando para os banidos, anunciou que passariam a noite ali, e logo cedo partiriam. Stan perguntou se eles ainda tinham comida para mais um jantar, averiguar antes de ter que ir procurar alguma coisa com a noite caindo, e com alguns assentindo Clarke o mandou buscar lenha para uma fogueira e ele obedeceu.


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Notas finais do capítulo

Eu devia estar encerrando essa Fiction... ¬¬ MAS, é assim que vou levar ao encerramento.
O quê?, você pode se perguntar, mas é isso querido telespectador da narrativa. O final não é bem o final. Mas é o final porque será o final básico do que se procura durante toda essa viagem ( a morte! Muahahha! - Sqn). Enfim, prossigamos. Trarei a novidade quando for à hora e me despedirei também.
Quanto á esse capitulo: pensei que além de criaturas - como vimos algumas até agora-, ferimentos, fugas, caçadas e lutas, pessoas que sobrevivem em um lugar como esse também se perdem! E é isso.
Deixem um comentário! (Porque estou deixando de estudar, comer, ajudar minha amada família, procurar emprego, cuidar dos meus cachorros e dormir [porque acordei cedo e corro o risco de ser um zumbi de noite], para escrever, revisar e postar essa historia! ).
Obrigada por ler! Até o próximo!
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