Sobreviva Ao Seu Destino escrita por Ytsay


Capítulo 23
Uma lição de sobrevivência.


Notas iniciais do capítulo

Olá, estou de volta!
As provas acabaram e já me envolvi com as férias, por isso estou aqui tão cedo, e provavelmente estarei postando mais frequentemente esses meses. Mas preciso de um Olá! de leitores. Antes não resista a cosquinha de pensar em outro projeto para o site.
Sem mais enrolação. Boa leitura!



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O sol clareava aos poucos o ambiente quando Joy despertou, e dessa vez sem atraso e sem sono. Quando se sentou, esfregando o rosto, viu que os outros estavam quietos, aproveitando do final da noite para os últimos momentos de descanso. Depois verificou o estado do ferimento protegido sob uma atadura que carregava um pouco de seu sangue seco. Os pássaros começaram uma breve cantoria para saudar o novo dia, então, como um estalo ao observar os altos das arvores, ele percebeu que não fazia a menor ideia de onde estavam.

Pôs-se de pé e seguiu andando atrás daqueles que ele devia esta guiando. Caminhou entre os acampamentos até encontrar Tae, Cheryl e Henry juntos, e em companhia da morena que ele mal conhecia chama Rose. Ao chegar chamou os três em tom baixo, apenas a garota loira e Tae despertaram e lhe deram atenção.

— Nós estamos perdidos — ele sussurrou com preocupação. — Se continuarmos os seguindo ficaremos perdido para sempre... E morremos.

— Perdidos? — Cheryl perguntou, com leve desdenho e sonolenta. — Estamos perdidos desde que entramos nesse lugar.

— Mas o caminho que eles estão indo não é o certo, Cheryl. Percebeu como muitas plantas rasteiras sumiram, não há umidade na terra suficiente e as arvores maiores as sufocaram. Por isso sei que esse lado não terá agua tão cedo. E também, se eu não conheço onde estou não vou poder cuidar de vocês. Os perigos desconhecidos são bem mais difíceis de vencer.

— Cuidar de nós?! — Tae falou um pouco alto demais, mas Henry e Rose não demonstraram nenhuma reação. — Quando os lobos nos alcançaram, foi você que teve que ser protegido. Não fez muita coisa.

— Você não está confiando em mim, Tae?

— Não. — o rapaz o respondeu e desviou o olhar para os outros que começavam a acordar. — Mas se você tem uma direção para seguir, vamos mover alguns deles para se juntarem a nós, assim aquele tal de Ross não poderá se opor se quiser ficar com o grupo.

Joy pensava que eram muitos juntos, e claramente sem experiência alguma, de forma que qualquer situação ia se tornar uma confusão aterrorizante.

— Porque não diz logo aonde pode nós levar? — Cheryl o encarou séria, e Joy sustentou o olhar azul-escuro dela, refletindo se ia responder a pergunta.

— Pra minha casa. Mas não é para todo mundo. Apenas os que eu escolher.

— E você nos escolheu? — Tae perguntou desconfiado.

— Não muito você, mas Cheryl, sim.

Nisso ouviram passos se aproximando e logo Richard estava ao lado deles com a expressão curiosa e um sorriso carismático em plena manhã:

— Sobre o que estão conversando?

— Coisas. — Joy o respondeu sem a seriedade que o encobria a pouco tempo.

— Ah... — Rick se contentou, mas desconfiou dos rostos sérios de Cheryl e Tae. — Esse curativo precisa ser trocado. Eu li em um livro de médico que é melhor manter o ferimento limpo e também como fazer um. Eu tenho ataduras limpas na mochila, vou trocar pra você! Vem!

O menino, ansioso para ser prestativo, saiu correndo e Joy achou-o engraçado e o seguiu.

Os dois despertos do pequeno acampamento se dedicaram a reacender a fogueira, logo Tae se afastou para buscar mais lenha para aumentar o calor e pouco depois Rose acordou, ficando apenas as duas e o Henry dormindo.

Minutos silenciosos se passaram no acampamento delas, enquanto os outros acordavam e falavam sobre algo ou aqueciam algum café da manhã.

— Acha que o seu amigo tem mesmo uma casa para nós levar? — Rose não guardou mais os pensamentos e perguntou para Cheryl. Ela tinha acordado com o primeiro som de passos, aprendeu a ficar atenta a sons matutinos quando morava com os pais.

Cheryl a olhou, não tão espantada de ela ter ouvido a conversa.

— Acho que não. São poucas coisas que provam que ele saiba o que esta fazendo. Eu ainda não confio nele.

— Talvez seja uma caverna que sirva bem de abrigo, com agua e comida por perto — a jovem tentou manter a esperança de que tivesse um lugar bom para eles na floresta e não apenas o destino de vagarem até morrer.

— Isso não importa agora. Mesmo que ele tenha um lugar assim, ele mesmo disse que está perdido.

...

Após todos acordarem, comerem e beberem algo, seguiram em direção ao sonhado ambiente que atenderia as necessidades básicas deles de agua, comida, abrigo e proteção. Tae mal teve tempo de chegar a alguém e disseminar a ideia de que Joy tinha uma direção, Piper e Alice simplesmente avisaram a todos que prosseguiriam em direção ao sul.

Em algumas horas de caminhada Joy não divulgava abertamente seu plano, mas poucos dos que ouviam a conversa de Tae o olhavam desconfiado, como Yuki, que não falou mais ouviu o que o descendente de asiático chegou lhe falando. O atual plano de Joy era continuar em grupo, pois não sabia por onde retornar seu caminho ou aonde ir, e eles tinham comida estocada e a agua. Além de que, estrategicamente, um grupo eram mais opções para um predador do que ele sozinho andando pelo espaço desconhecido.

Eles estavam em um ambiente onde a visão para todas as direções eram ocupada pelas folhas altas e longas de capim, praticamente da altura deles. Os galhos das arvores roçavam no alto da cabeça dos mais altos, e não um deles não prestasse atenção podiam ser atingidos na testa por um galho mais baixo. E foi de repente que Charlotte caiu de cara no chão sem explicação, pois seguia logo atrás de Richard, Rose e Piper em fila indiana. Joy foi o único que estranhou, e quando passou pelo local observou o galho liso, centímetros acima do solo, que atravessava a trilha clara e antiga demais para o grupo ter aberto naquele momento.

— Aquilo era uma armadilha... — Joy comentou pensativo chamando a atenção de Cheryl e Henry (que ainda escondia o riso do tombo da menor) próximos dele. — Ela não funcionou, mas é um alerta de que o território pode ter mais.

Então todos pararam subitamente. Não pela conversa, mas por súbitos sons de galhos se partindo e grunhidos ao redor deles.

— O que foi isso? — Piper observava em volta como os outros, mas tudo que viam eram as estreitas folhas de capim de diferentes tons de verde.

O silencio fez com que nenhum deles se movesse, a não ser para tocarem suas armas para confirmar que estavam prontas para serem usadas.

— Não podemos ficar aqui parados, esperando algo acontecer — Aurora falou suficientemente alto para os outros a ouvir.

Logo depois o som estava perto, em meio às folhas de capim, bem ao lado de Sean, que mantinha a menor logo atrás e a mão no sobre o machado preso no cinto. O ruivo estranhou o som continuo do capim sendo movido e trocou um olhar com Joy, logo a frente, o moreno abriu um sorriso fino mudando a expressão tensa para uma calma ao olhar na direção do capim. Ele foi o único que voltou a se mover, dando um passo mais próximo de Sean e da fonte do som. Joy abriu uma parte da cortina de mato, dando de cara com a grande testa de um animal robusto. A cabeça larga, bovina, rajada de bege com castanho, levantou um olhar brilhante e passivo para o rapaz, lhe apontando um par de chifres longos e afiados, e continuou a mastigar sua refeição vegetal completamente babada. Depois o animal recuou e seguiu seu caminho pelo espaço, se unindo a alguns outros da mesma espécie que pastavam pelo espaço ocultamente.

Rose de assustou, chegando a trombar em Ross logo atrás dela, quando outro animal da espécie de pouco mais de 1,50 de altura, se infiltrou pelo capim alto e parou ao lado dela para rasgar as folhas verdes próximas, sem medo de nenhum deles.

— Eles não têm medo de nós... Não estão atacando...? — ela comentou levemente pasma com as criaturas, e olhou Piper e o resto do grupo do outro lado do corpo do animal.

Joy negou em concordância e foi até Piper tranquilamente.

— Apensar de nunca virem tantos de nós juntos, não estão julgando que somos uma ameaça. Algumas criaturas são pacificas aqui. — Ele tocou o couro de pelos grossos e curtos do lombo do animal, que deu um simples passo adiante.

Piper admirou a ação de Joy e fez a mesma coisa, mas quando tomou coragem para deslizar a mão no pelo, a criatura prosseguiu sua rota desaparecendo para o meio do mato.

— Nós podemos caça-lo. — Ross disse puxando a espada afiada do suporte.

— Mesmo que pudéssemos, não vamos fazer isso agora! — Aurora se pronunciou indignada. — São inocentes quanto ao que os humanos são capazes de fazer. E temos comida por enquanto.

Um par dos animais surgiu entre o grupo, um filhote crescido e sua mãe, fazendo os jovens se agruparem mais.

Por enquanto, foi você quem disse. Então é melhor já garantirmos alguma coisa. — Ross girou a espada no ar, e Yuki também preparou sua arma.

— Não. A Aurora está certa. — Rose se virou para Ross. — Não somos uma ameaça e não vamos ser. Não sem um motivo necessário. Além disso, um animal desse tamanho seria muita carne, mesmo para todos nós, e daria muito trabalho.

O rapaz mais alto apenas a encarou suspirando uma vez impaciente, então disse para continuarem andando, para que saíssem daquele lugar.

— Esperem — Joy disse durante os primeiros passos lembrando-se de avisa-los. — Tomem cuidado onde pisam e com o que tem á frente. Se temos esse tipo de animais aqui, pode ter caçadores e armadilhas. É bom ficarem atentos.

Eles não se distanciaram muito, observando a movimentação do bando de animais herbívoros à volta deles, quando ouviram um som súbito e alto de galhos se partindo junto com um grosso mugido e resmungos moribundos de lamentação.

— Isso foi uma armadilha? — Piper perguntou para Joy preocupada, e o rapaz assentiu, olhando na direção em que os grunhidos ainda ecoavam angustiantes. — Podemos fazer alguma coisa?

— Talvez. — disse Joy e pegou a ruiva pelo pulso, indo para o meio das folhas de capim. Alice, Richard e alguns outros os seguiram em direção ao suposto animal capturado.

— Aonde eles pensam que vão? Querem morrer! — Ross gritou, fazendo a intensão dos outros sumir.

Ninguém retornou nos poucos minutos silencioso que se passaram, até que ouviram a voz de Joy e Piper os chamando e dizendo para virem com cuidado. O grupo caminhou em meio ao capim alto e atravessaram com a ajuda das espadas de Yuki e Ross, uma rede de galhos mortos e sobrepostos resistentes que surgiu como uma cerca, separando o grupo e os exploradores de coração mole. Depois de passarem pelo obstáculo, chegaram á um corredor com o chão coberto por folhas mortas e galhos minúsculos que era limitado dos dois lados pela armação entrelaça de galhos secos. À direita encontraram Piper, Joy, Alice, Tae, Henry e Richard diante de um buraco aberto no chão do corredor.

— Foi isso que fez o barulho. — Tae indicou o animal que jazia sem vida no fundo do poço armadilha, empalado por diversas lanças pontudas de madeira imundas pelo sangue vermelho e fresco.

— É uma armadilha bem elaborada. — Aurora analisou ao chegar perto da cena. — Um corredor, o único caminho para um animal deste, e um falso chão, que não permite escapatória.

— Isso confirma — Joy falou. —Estamos em uma zona de armadilhas. E algumas são verdadeiramente mortais.

— Então é melhor sairmos desse corredor. — Sean orientou e os outros concordaram, sabendo da lição que sangue atrai predadores.

Eles se infiltraram de volta ao matagal sob as árvores baixas. Richard, Cheryl, Pietra e Joy, apontaram as armadilhas que estavam no caminho, algumas velhas e desgastadas que se podia duvidar que funcionassem, mas mesmo assim desviaram delas.

De repente um som desafinado de trombeta ecoou distante, fazendo os corações de muitos dispararem por simplesmente não esperarem por um som como aquele. Tae olhou para Cheryl, como se dissessem um para o outro que conheciam aquele som. Assim como Joy, que instigou todos a voltarem a seguir o caminho rapidamente para se afastarem da fonte do som.

— O que isso significa? — Ross o questionou, se recusando a se mover.

— Algum banido pode estar apenas dando um sinal para encontrar outros. Temos que ir verificar. — Alice disse, com esperança de poder ajudar mais pessoas.

— Acredite. Desse som não vem coisa boa. — Joy disse empurrando a loira em direção à Piper que o ajudou puxando a amiga para andar.

Os grunhidos e mugidos altos vieram logo em seguida ao som da trombeta, um alerta para todo o bando de quadrúpede que a ameaça era iminente. Sean logo entendeu que o estouro os alcançaria, e se apressou a arrastar Judie para a dianteira do grupo. Com o som e tremores que os animais correndo começaram a causar no solo da floresta, o grupo percebeu que estavam no caminho dos cascos desgovernados para sobreviverem.


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Notas finais do capítulo

E fim!
O que acham desse fim de historia? Terão sobreviventes com esse estouro, armadilhas e algo os perseguindo?
É a vida antiga deles deve estar dando saudades nesses momentos. Mas um elo de agitação á frente!
Sou uma pessoa organizada, quando vejo bagunça, ou coisa que eu me esqueci porque coloquei em tal lugar, começo por limpar o ambiente de trabalho, tirando o que não preciso e dando atenção ao que vou usar.
A lição deste capítulo é que talvez nem tudo seja uma ameaça - só que não. Na verdade é que é necessário estar ciente das armadilhas a sua volta, produzidas ou naturais, e deve-se prestar atenção nelas quando estiver vagando por um lugar assim.
Obrigada por ler. Até mais ver.



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