Sobreviva Ao Seu Destino escrita por Ytsay


Capítulo 19
Um novo dia para tempestades.


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Tenho que dizer que semana passada eu tinha um capitulo lindo e pronto para postar, mas subitamente refleti durante a noite e o que acontecia não era um caminho bom para o futuro da fic. Arrumei um novo enredo, diferente do que eu tinha pensado (que era uma coisa muito simples), novas coisas e ação para um possível futuro! *--* é um futuro animador para mim... Pena não poder dizer o que terão que esperar. Só não desistam, e comentem (mesmo pulando cap, não tem problema), preciso só saber que alguém esta lendo.
Boa leitura!



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O dia não começou raiando ou com o doce calor do sol, e mesmo assim o moreno de cabelos compridos, cortados desiguais, chacoalhou cada um dos membros de seu grupo pelos ombros de forma nada cuidadosa. Com Tae, Joy foi rápido, pois a reação do outro também foi ágil para despertar, e ele apenas sorriu enquanto seguia para acordar o próximo rapaz e por fim as duas garotas, Suzie e Cheryl.

— Ainda nem é dia direito... — Reclamou Henry, sonolento, ainda sentado no chão e mal conseguindo manter os olhos abertos. De fato havia uma razão para ele achar isso, o lugar ainda estava sombrio e frio sem a luz do sol matinal.

— Na verdade, já é sim. E cada tempo é importante. — Respondeu o Joy se espreguiçando um pouco.

— Importante para que? — Suzie perguntou encarando o rapaz.

Ele deu de ombros, incerto.

—... Importante para sairmos daqui.

— Ou é importante para chegarmos à algum lugar? — dessa vez foi Tae que o encarou, certo que interpretava uma hesitação na resposta de outro.

Joy o respondeu com um sorriso torto, e então se desviou do olhar e do assunto pondo a mochila nas costas, que pela primeira vez era notada pelos outros:

— Vamos logo que eu não sei exatamente quando vamos pegar uma chuva.

Caminhando entre as sombras mais densas da manhã sob as arvores, Joy foi questionado por Henry sobre a mochila e a resposta foi sincera: ele tinha escondido no caminho, o grupo deixou-o lento para chegar ao ponto onde ela estava antes de anoitecer, por isso ele andou até de noite, o que era arriscado. Ele também teve que passar um relatório do que tinha, e pelo jeito só Cheryl já sabia.

[13banidos]

A noite devia ter sido mais calma, mas na clareira onde o grupo passou a noite existia um temor de tantos estarem juntos, o que mantinha a tensão a cada movimento de um ou outro durante a madrugada. Porém o novo dia chegou rápido, o grupo se pôs de pé e se alimentaram juntos durante um café da manha aquecido em uma fogueira. Ross e alguns outros mantinham as suas armas por perto, prontos para usá-las. Pietra, que tinha ganhado o arco verdadeiro de Ross, ainda se mostrava imutável, a mesma expressão séria estava visível. E de um lado oposto a onde a garota de quatorze anos estava sentada, uma ruiva ainda a analisava procurando interpreta-la psicologicamente. Como definir se é uma boa ou má pessoa alguém que não mostra quase nada de quem é, mesmo depois do que aconteceu?

— Eu vou falar com ela. — Disse Piper determinada, olhando a morena de longe.

— Você já não fez isso ontem à noite?

— Fiz?

—Sim, estava conversando com ela antes de todos irem dormir. — Aurora estranhou-a.

— Ah... — Piper se lembrou. — Não. Aquela hora acabamos falando sobre os arcos, algumas coisas de armas e miras. Na verdade ela não falou muito.

Charlotte estava no seu canto, comendo sua parte da refeição, quando Judie sentou-se do lado dela dando um sorriso e depois se distraiu com o café da manhã. Charli observou em volta, atrás do rapaz que aparentemente era o responsável pela menina, encontrou Sean as olhando de longe ao mesmo tempo em que estava ouvindo a opinião de Ross sobre para onde eles deviam ir, juntamente com um Richard opinador e um Louis que julgava as estratégia expostas. E ela logo deixou de olha-lo de volta, sem se importar com Judie, até que ouviu a voz de Alice do seu outro lado, falando com a pequena e cercando-a.

— Di, porque você se apega tanto ao Sean? Não largou dele desde que saímos da colônia, assim dificulta para as outras garotas. — e ela riu, mas nenhuma das menores entendeu, ou deu atenção, e ela perdeu o riso. — Então? O que ele fez para você confiar nele?

— Eu não sei. — a menor disse observando os olhos claros da moça loira, depois observou Charli, que acabou a olhando de volta.

— Você chegou ao cercado fugindo de um oficial, pelo que me lembre — disse Charlotte. — Deve ter um bom motivo para estar aqui com ele. Talvez, tenha ficado com medo demais no banimento e buscado alguém em que pudesse confiar sua integridade, que soubesse que vai cuidar de ti nesse desconhecido.

— Você disse oficial? — Alice se dirigiu á Charli, um pouco mais séria. — Tipo os soldados que já estavam lá?

— Não. Era um homem com colete diferente, com umas insígnias no ombro esquerdo, e só o que sei.

Charlotte voltou ao seu café da manhã, mas Alice tinha os pensamentos vagando pela sua memoria. Insígnias, colete diferente, oficial diferente, era esse tipo de pessoa do governo que chegava ao abrigo e inspecionavam em épocas aleatórias a seção em que ela trabalhou na maior parte da vida, a das crianças, e sem explicações, variadas vezes, simplesmente escolhiam algum dos pequenos e levavam, sem nunca mais se ter uma informação deles. Naquele momento Alice se questionou o que eles queriam com Judie, levando-a pouco tempo antes do banimento, e novamente, como fazia quando estava na colônia, se perturbou sobre o que aqueles homens faziam com as crianças. Olhando uma ultima vez para Judie, ela decidiu não perturbar a pequena com os seus pensamentos.

[//]

Não tão longe, as coisas se agitavam.

— Eu disse para você esperar! — Falou Joy, pondo as mãos na cintura e encarando Henry, que ajudava uma Suzana assustada a se livrar dos insetos, mas no rosto os dois dispunham de um sorriso fino incontido.

Próximo deles, Tae ainda se perturbava com a sensação das gorduchas larvas em meio às dobras de sua roupa ou sobre ele, que na realidade já não estavam lá. Cheryl estava distante suficiente quando tudo aconteceu e não teve que lidar com muito dos bichos: Joy havia pedido um tempo e sumiu dizendo que voltava logo, Henry persistiu em dar uns passos e todos ouviram o som dos galhos e folhas vindo do alto das árvores. Suzie percebeu melhor o pedaço largo de tronco velho, mofado, cheio de musgo e algumas plantas, planando na direção deles, pendurado por uma corda igualmente precária e antiga. Ela empurrou Henry da rota de colisão, e o tronco seguiu seu caminho, voando a pouca distancia do solo e para cima dos outros dois, que também se salvaram. Mas foi na volta que o tronco entortou-se, indo de lado para cima de uma árvore próxima de Tae, Henry e Suzie, na colisão a corda se arrebentou e a madeira podre se desfez, libertando a colônia de insetos rastejantes para todo o espaço em que os três estavam, como uma pequena chuva detestável.

— Essa é uma armadilha difícil. — Comentou Cheryl analisando a corda esverdeada e balançante no alto das arvores. — Uma pessoa só não ia conseguir por um tronco daqueles no alto.

— Sim. — concordou Joy. — Pena que quem fez isso não teve a oportunidade de vê-la funcionar e esse final...

— Como você ainda faz piada disso? Um de nós podia ter morrido.

— Mas ninguém morreu, Tae. — Argumentou Henry. —Não se apegue ao podia. Esse podia não aconteceu, e acho que agora não vai acontecer.

— E também, não é de tudo ruim. — Falou Joy se agachando para ver o que tinha se espalhado pelo solo. — Não são cupins de carne, então temos fonte de proteína!

A maioria se afastou da ideia, e do rapaz que pegava alguns dos bichinhos e os acumulava em uma das partes da mochila fechada a zíper, só Henry que não se importou, se divertindo com a situação.

[13Banidos]

Os trovejos ecoavam abafados e longínquos, as nuvens cinzentas circulavam pelo céu com a ansiedade de despejar-se. E na terra, Rose estava em meio aos seus pensamentos enquanto caminhava, analisava aquele tempo não amigável, gostava da sensação do frio, que, ao contrario do calor, ampliava sua resistência, mas era a chuva que não estava em seu gosto. Se aquela água caísse sobre suas cabeças, certamente as possíveis consequências seria um resfriado ou coisa pior, não seria bom caminhar ensopado, e pelo que a morena tinha observado durante o caminho, não havia um abrigo ou qualquer lugar em que um grupo como aquele pudesse ficar protegido.

Entretanto, e por outro lado, para Ross a chuva não seria um problema, seria um alivio para eles encherem os cantis vazios e também o recipiente maior que veio com a esfera de ajuda. E foi em direção às nuvens mais densas e disformes que o grupo caminhou com um pouco mais de pressa, sendo guiado por ele.

Pouco tempo depois o chiado das gotas d’agua sobre as folhas, galhos e solo começavam, a princípio metros á frente deles, até que o véu úmido os encobriu mais delicadamente do que eles esperavam. Judie, sem muitas opções, se juntou a Sean sob a capa impermeável, o que o perturbou um pouco pela dificuldade de dar os passos. Os outros também se cobriram dos pés a cabeça com a vestimenta, e pararam quando a chuva já tinha lavado a superfície em que caia. Eles recorreram a folhas lisas para afunilar as correntes de agua de outras folhas largas para o bocal dos recipientes, levando minutos para encher os cantis e parte da garrafa maior.

— Essa chuva tá piorando, não acha Fritz? — e Rose se virou para ao menino próximo dela, que ela conhecia da escola da colônia e o ajudará algumas vezes. O garoto olhou o alto das arvores, depois em volta e então concordou com um gesto de cabeça.

Então a menina percebeu o rapaz de cabelos loiros, afastado e na dele, parado sem o capuz da capa, literalmente esfriando a cabeça, enquanto seu rosto se encharcava com a chuva e ele observava o céu sem uma expressão. Yuki não se importava com os conceitos que qualquer um tinha, com o frio, ou com a consequência dele estar experimentando a sensação fria de ser encoberto por tanta agua. Ele passou a mão nos rosto, tirando o excesso de agua e consequentemente empurrando a franja, que sempre encobria seus olhos verdes, do lugar, depois notou a garota que o observava e a encarou de volta. Rose resistiu à afronta daquele rosto pouco observado tão exposto, mas a impassibilidade expressa à fez optar por desviar o olhar.

[//]

A chuva tinha começado e o frio estava junto, Joy continuava andando a cada momento mais ensopado.

— Temos que arrumar um abrigo! — Cheryl disse em um tom irritado.

— O quê? — disse Joy sem entender e continuando a andar. Ele aos poucos perdia sua orientação, as árvores ficavam muito mais semelhantes quando a chuva impedia que o rapaz enxergasse direito ou com a atenção suficiente. Cheryl repetiu, ele respondeu da mesma forma ainda mais confuso, ela repetiu pela terceira vez e teve a mesma resposta, então ela desistiu. Mas no fundo, Joy entendeu Cheryl desde a primeira vez, só não quis parar para dizer algo ou explicar que talvez estivessem próximos de um lugar onde podiam parar, e se fez de desentendido, fazendo-os continuar andando.

Apesar não estar com a certeza de que o caminho estivesse certo, Joy encontrou o abrigo. As três grandes árvores caídas, quase apenas em cascas grossas depois de tanto tempo após caírem. Uma delas se apoiava em uma árvore viva e bem enraizada, e seus velhos galhos restantes seguravam as outras duas que caíram sobre ela, formando abaixo um espaço suficiente coberto e seco para os cinco. Lá, Joy largou a mochila no chão, tremendo um pouco pelo frio como os outros, e sem pensar muito se livrou da jaqueta e da regata úmida procurando uma camisa seca na mochila e logo a vestindo, então parou percebendo e olhando os outros - teria que se contentar só com a camisa seca. Então buscou um kit de pedras na mochila, pediu para Tae arrumar algo que pegasse fogo facilmente e estivesse bem seco. Pouco depois ele conseguiu acender uma fogueira com as faíscas das pedras e os outros, torcendo o que podiam da única roupa que tinham, se aproximavam das chamas para se aquecer.

Assim que o frio passou um pouco o moreno estranho buscou o único alimento que eles tinham, espetou alguns dos insetos em gravetos e preparou-os assando nas chamas.

—Não façam essas caras vocês dois. — Joy disse olhando rapidamente para Suzie e Tae, a expressão da menina era de nojo e do outro era mais hesitação. — É o que temos, e não é ruim, vão ver.

Apesar de ser muito estranho, e totalmente diferente de tudo o que os quatros comeram, eles experimentaram o alimento tentando ignorar o que eram. A fome ainda estava presente e o frio da chuva só ajudava para aguçar o estomago para querer comida.

As horas passavam e a chuva não parecia querer acabar. A noite parecia querer chegar mais rápido, mas na verdade ainda era a tarde que consumia seu tempo deixando o dia ainda presente. Tae encarava pensativo o espaço fora do abrigo regado pela agua, não pensava em muita coisa além de que a situação dele e dos outros só podiam ir para um destino ruim. Estando sem armas, comida, roupas e nem nada que estava naquelas mochilas que perderam, não tinha muita esperança de que fossem durar uma semana. E foi observando sem focar que um vulto rápido passou correndo á metros de distancia, em meio à chuva e a floresta. O rapaz se agitou quando se deu conta do que perdeu ao viajar em pensamentos e ficou mais atento, buscando ver o que quer que fosse novamente.

— O que foi? — Cheryl perguntou ao perceber a reação de Tae.

— Tem alguma coisa... — e ele não disse mais nada. A garota ainda olhava na mesma direção e compreendeu, a criatura tinha retornado, a cabeça baixa e o focinho grudado no chão, dando passos devagar ao pressentir um odor novo. Então o animal levantou a grande cabeça, encarando diretamente a abertura do abrigo deles.

— Pega isso. — Joy se levantou de forma séria, jogando a sua capa de pele para Cheryl, depois buscou a mochila e continuou falando baixo, mais firme. — Vamos sair daqui, agora.

O grupo o seguiu pela suposta saída dos fundos do abrigo sem perder tempo.


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Notas finais do capítulo

Muahaha!
Então é isso. Desculpe a demora para postar, mas sabem são os trabalhos de facul e vai eu bancar a líder, mesmo incapaz de fazer apresentações. *-* digitei um monte de folhas nesses trabalhos(o que não é ruim pois gosto do Word), Hahaha! me deixava feliz saber que vou fazer os professores ler bastante (mesmo que não esteja tão certo). Então tive que deixar para outros momentos a minha historia.

Convido aos interessados a acompanhar também essa minha fic que esta apenas com dois capítulos postados (tem ação!):
http://fanfiction.com.br/historia/608456/Sangue_Monstro_-_Atlas/
Sinopse:
"O sangue corria pelas veias dela, possuía cada quantidade de sua vontade, corrompia seus conceitos de certo e errado, e arrastava sua humanidade para as profundezas do monstro que se tornava na medida em que o poder despertava. Ninguém está seguro quando um ser de sangue monstro, que não quer conter sua fome de sangue e humano, esta presente e livre. Uma vida não significará nada além de um momento de saciedade ou diversão."

[P.S.: Tsc até pareço menino para gostar de escrever ação...acho que minha vida que é muito parada mesmo. KKkk]

Obrigada por ler, comentem. Até o mes que vem! Tá, se insiste, ou antes
Tudo de bom!



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