Sobreviva Ao Seu Destino escrita por Ytsay


Capítulo 20
Sem saída.


Notas iniciais do capítulo

Toca aqui minhas companhias adoráveis! Rs.
Como sabemos o ultimo capitulo acaba com a fuga de Joy e companhia de um abrigo improvisado em meio a uma chuva que todo mundo dos banidos deve estar pegando. E do que eles estão fugindo? Como acaba isso, se eles não têm armas direito?
Isso e outras coisas nesse capitulo. Mas antes, eu preciso liberar essas borboletas que surgiram aqui dentro de mim quando esta linda historia recebeu a primeira recomendação! CupCake, você me fez um bem, agitou qualquer coisa que esta aqui dentro de mim e suas palavras sobre tudo isso me motiva a evitar momentos de preguiça para escrever a continuação. Muito obrigada.
Agora: Boa leitura!
(Desculpe qualquer erro)



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Louis puxou o machado de haste longa, enroscado em sua mochila, ao ouvir o uivo que conseguia ecoar durante a chuva que caia. Em seguida o grupo todo parou de ouvidos atentos, mas os únicos sons foram o da água e das armas de metal sendo puxadas para estarem prontas para defender seus usuários. Minutos depois ouviram um rosnado soar abafado e vindo do alto de uma elevação á uns cinquenta metros a frente de onde estavam parados. Aos poucos, enquanto encaravam aquela direção com uma expectativa tensa, um novo som se sobressaiu ao da chuva: diversos splash’s contínuos em um solo excessivamente úmido, como se algo ou alguém corresse na direção deles.

No lado oposto á onde todos olhavam, Federico era um dos últimos e sentiu um arrepio frio subir por suas costas, fazendo-o virar-se com um medo crescente para ver o que tinha atrás. Foi como se o instinto o avisasse, pois um canídeo surgia com sua forma borrada em meio aos respingos e pingos da chuva, se aproximando com passos lentos, silenciosos e imperceptíveis, para não assustar suas presas que encarava fixamente. O grande lobo escuro se definia a cada metro percorrido, encarando Fritz com seus olhos amarelos, mantendo as orelhas pontudas bem erguidas e os dentes afiados amostra com um rosnado que o menino ainda não podia escutar. Apesar disso, não foi o jovem Frederico que avisou os outros com um “Ali” urgente e a indicação do animal, Piper apontará e talvez tenha dito alto demais, pois no mesmo segundo o lobo correu em direção ao grupo com mais determinação.

Pietra, não muito longe de Frederico, ergueu o arco no mesmo momento, já com uma munição, mirou e atirou. A flecha prateada percorreu um tenso percurso, evitando atingir os troncos ou galhos que estavam no caminho, até chegar ao lobo. Por milímetros o projetil não acertou a cabeça e foi se alojar no musculo do ombro do animal, fazendo-o parar rapidamente sua corrida e estranhar o objeto fincado em si com um ganido. Quando o lobo ia retomar os galopes, uma nova flecha o atingiu bem no olho e se afundou; o animal finalmente recuou incomodado e depois desabou no chão.

— Vamos fugir! — Disse Richard, bem protegido no meio dos treze e começando a correr para qualquer lugar.

— Não! Vamos ficar juntos! Aqui! — Aurora falou em tom firme, e segurando o pequeno arruivado no meio de todos. — Se nos separarmos será mais fácil morrer.

— É, temos uma posição boa, aqui é mais aberto do que os lugares pelo qual passamos. — Louis complementou os argumentos da outra. — Temos que prestar atenção em volta, avisar outro aparecer. E Pietra, — ele olhou a garota sério — tente não desperdiçar as flechas.

A morena assentiu rapidamente.

— Mas estamos expostos demais! — Fritz tornava sua voz um pouco mais alta pela primeira vez, incentivado pela tensão. Até Rose estranhou ouvi-lo o olhando com surpresa enquanto mantinha a faca em mãos.

— Esses bichos tem o tamanho do Ross, — Alice falou, olhando em volta — juntos somos uma massa mais assustadora do que um esquelético correndo por ai desesperado, Fred!

Nisso os treze se agruparam, ficando mais próximos. Nas bordas se posicionaram os que tinham algum armamento, principalmente os de longa distancia, e todos atentos a novas movimentações.

[//]

Não adiantou muito a fuga secreta e pelos fundos de Joy, Cheryl, Suzie e Henry. Mesmo o lobo cinzento dando vantagem a eles, ao avançar calmo, desatento e farejado tudo mais um pouco até chegar ao abrigo onde eles estavam. Isso até o animal ouvir um escorregão de Joy á alguns metros de distancia e então nota-los. O rapaz acabou pisando em falso sobre um galho escorregadio, mas se levantou rápido, se xingando com murmúrios particulares, e avançou iniciando a corrida de fuga deles.

O animal se atrapalhou para ultrapassar o abrigo, mas quando chegou aos outro lado, com o pequeno grupo em sua vista a vários metros de distancia e correndo, tratou de avisar seus companheiros de caçada com um longo, profundo e ecoante uivo. Os cinco adiantaram o ritmo como podiam, e começavam a sentir mais do que o simples frio da chuva que caia sobre eles, o medo só destacava que eles não tinham muitas chances.

Joy corria a frente, analisando o que tinha no caminho e tentando determinar uma rota menos propensas à quedas que também ajudasse a despistar o predador. E nesse curto percurso não foi uma única vez que pensou que seria melhor estar sozinho nessa situação, como já acontecera outras vezes, ele poderia se esconder facilmente e manter silêncio até o perigo passar. Mas a mãe natureza lhe deu uma oportunidade de salvar todos quando ele avistou uma área da floresta onde as árvores eram mais novas, de troncos mais finos, mas gradativamente o espaço entre elas diminuíam, com vãos cada vez mais estreitos entre si, e foi para lá que ele guiou os quatro que vinham logo atrás dele. O lobo estava bem próximo quando eles começaram a avançar para o interior dessa área, e a armadilha funcionou, pois à cada metro que percorriam o lobo tinha mais dificuldade para passar pelos espaços com seu grande corpo de pelo úmido, porém não deixava de avançar com sua determinação voraz, e os cinco só sabiam disso pelo som dos galhos cedendo espaço ao se partirem e até algumas das arvores novas que se soltaram do solo e caiam sobre as vizinhas para dar espaço. Teve um momento o caminho se tornou estreito até para os rapazes, que começaram a se esfregar nos troncos para passar pelas rotas diversas que escolhiam. Então, subitamente, a vantagem natural acabou. Cada um deles saiu para o novo ambiente que era mais normal, com árvores mais velhas distantes uma das outras e plantas rasteiras que cobriam todo o solo com verde de pequenas folhas. Mas essa nova área claramente facilitaria para o lobo de alcança-los, pois era mais aberta. E para piorar, nos primeiros passos que eles deram perceberam que o solo havia se tornado mais encharcado, com seus calçados afundando até o calcanhar em agua da chuva empoçada e barro, tudo escondido pelas plantas rasteiras que boiavam. Esse terreno os fez ficarem lentos e cada movimento deles era denunciado por vários splash’s.

Mesmo com dificuldade todos estavam determinados a não permitir que o predador os alcançasse, e persistiram em andar no terreno, enquanto ouviam os ganidos e rosnados do lobo ainda preso entre as arvores juntas. Praticamente todos eles mergulharam naquela agua quando as plantas se enroscaram demais em seus pés, apenas Tae não caiu completamente de corpo inteiro e era ágil para se desenroscar e continuar.

De repente Suzie soltou um grito rápido e desesperado. Joy parou e se virou, viu a menina praticamente sentada no chão tentando puxar a perna esquerda afundada até o joelho no solo instável. Nisso Tae e Cheryl o ultrapassou, e Henry chegou primeiro até Suzana para ajuda-la. Logo a perna dela estava livre, mas coberta por uma lama escura. Ao mesmo tempo em que os dois seguiam na direção dele, o moreno percebeu a cena ao fundo, onde o lobo cinza estava quase se desvencilhando da armadilha, forçando cada parte do seu corpo a passar pelos apertos dos troncos jovens, mantendo os seus sentidos fixos nos cinco.

— Andem! — Tae instigou os outros a ir mais rápido com um grito sem paciência. Acordando Joy e o fazendo continuar a fuga. Tae, acompanhado de Cheryl, guiava o grupo direção ao um declive á frente, sem saber o que iam encontrar.

Eles avançaram poucos metros, com o coração desesperado e o pensamento de que não tinham nenhuma chance de que aquilo resultasse em todos os cinco inteiros e vivos. E essa ideia, de que o fim estava próximo, se acentuou quando Tae percebeu o segundo lobo branco surgir correndo á sua esquerda e se aproximando, sentiu que aqueles olhos azuis se focaram e fixaram nele enquanto corriam. Quando o canino estava perto e finalmente deu um bote saltavam para cima dele, Tae foi rápido para se esquivar, abaixando-se subitamente e escorregando pela agua por alguns metros. O lobo, sem a presa para se apoiar depois do salto, se jogou contra um tronco e ficou desorientado por minutos suficiententes para Tae se levantar e continuar a correr atrás de Cheryl, que vazia uma curva na rota para se afastar do novo lobo. Nenhum deles tinha armas que prestassem contra as criaturas, apenas umas três lâminas que podiam nem perfurar o couro deles, então tudo que podiam fazer era procurar despistar os animais para depois se esconderem ou planejarem uma armadilha que fosse muito eficaz e mortal para os lobos.

Faltavam vinte metros para chegarem ao todo do declive, que fazia o cenário desaparecer abaixo, e Henry teve que parar novamente ao ouvir um grito fino, rápido e desesperador logo atrás. Quando ele se virou não havia muito o que pensar ou fazer. O lobo branco e sujo de lama havia conseguido derrubar Suzanna, que a pouco Henry achou que estava próximo dele, e o animal se ocupava com os últimos momentos dela. O rapaz tinha a mais nova com uma amiga, pediu para ela confiar nele, e por isso teve um momento de choque e distração. Joy, o único ainda ali, viu a mesma cena e teve que puxar Henry para o declive, o forçando a continuar andando, pois o lobo cinza estava livre e não deu muita atenção ao que o lobo branco fazia,vindo na direção deles.

Ao mesmo tempo, aonde aquele declive ia dar, o grande grupo mirava as armas para os primeiros dois que apareceram escorregando e correndo pela decida. Cheryl e Tae se espantaram rapidamente de encontra-los, mas estavam mais preocupados com o que vinha atrás deles e foram se unir a eles, notando que de alguma forma desconhecida para eles, o grupo tinha conseguido armas que podiam os defender.

Joy e Henry desceram a colina pouco depois, trazendo mais um lobo para a vista de todos. Pietra tentou mirar sua flecha, mas o animal corria rápido, escorregava pelo barranco e mudava a rota agilmente, querendo um dos dois rapazes antes que chegassem ao bando de humanos. Nós cinquenta metros planos até todos, Henry mostrou sua habilidade de correr bem rápido, deixando Joy mais atrás. O lobo também acelerou nessa área, com o olhar fixo naquele que estava logo à frente, pois bastava mais um pouco e ele podia mordisca-lo, pegar para si e se afastar da clara ameaça que era aquelas criaturas todos juntas e que não demostravam medo suficiente para sair correndo.

O grupo todo ficou mais tenso nos poucos segundos que o lobo ainda permanecia vivo e se aproximava como se eles não estivessem ali. Muitos se entreolharam e duvidavam se ficarem juntos naquela situação era certo, talvez bastasse um que desse no pé e a solida união ia se desfazer com cada um por si. Mas era Joy que pressentia o seu fim na nuca, com os grunhidos e rosnado do animal extremamente próximos. Ele não conhecia nenhum deles, mas confiou em Cheryl e Tae, e notou que eles tinham armas, era sua chance se eles pudessem ajuda-lo. O impacto veio sobre suas costas, o fazendo cair sob o peso do lobo e ver as folhas em decomposição e úmidas de perto. Naquele mesmo segundo sentiu um dos caninos afiados ferir seu braço direito e o calor da respiração do animal que abocanhava sua mochila, então o lobo chacoalhou cabeça, em um ato comum para que a presa não lutasse e fosse dado um golpe final, e depois o soltou rapidamente naqueles segundos que pareciam se tornar minutos, ia mordê-lo novamente e dessa vez não ia pegar apenas a mochila. Entretanto, enquanto Joy pensava isso e sentia o ferimento queimar de dor, ele ouviu um ganido, junto com um baque e um breve derramamento de sangue quente sobre sua cabeça e ombro. O lobo cambaleou para o lado e caiu morto. O moreno olhou o animal e viu o corte profundo no pescoço do lobo que o sujava com o vermelho, e depois posto de pé subitamente. De um lado Joy viu um rapaz loiro e do outro um arruivado o encarando, localizou uma espada suja de sangue e observou quem a empunhava, apenas sorriu em agradecimento para Ross, que estranhou o gesto enrugando o cenho.

— Você esta bem? Foi por muito pouco. Tá inteiro? — Uma garota ruiva surgiu na frente dele, e com essa fala o ferimento no braço de Joy resolveu dar um sinal, com uma pontada de dor aguda, o gesto de por a mão sobre o ferimento foi um sinal para Piper do machucado, e ela deu uma olhada, tirando a mão dele do lugar. — Nossa. Só isso? Ok, não é tão grave, é um corte, acho que vai sobreviver se cuidar disso.

— Um corte que tinha tudo para ser um pedaço. — Ross disse com sarcasmo e interrompendo a menina, que o encarou.

Eles não tiveram mais tempo de conversas, no alto da colina o lobo branco os observava lambendo o focinho, então ergueu a face e uivou, um uivo mais grosso que o ultimo que ouviram.

— Quantos lobos você encontraram? — Tae perguntou a qualquer um enquanto tirava os cabelos úmidos de cima dos olhos.

— Aquele é o terceiro. —Sean respondeu.

— Onde esta o primeiro? — Joy indagou, sem evitar deixar a mão sobre o ferimento que insistia em derramar seu sangue.

— Foi morto pelas flechas de Pietra. Bem, ali. — Rose, que estava mais ao meio do grupo, apontou para o local.

—... Acho temos mais um além do branco. Só sei de alcateias com quatro adultos no máximo, se tiver mais, são filhotes e ficarão longe. E este acabou de chamar ajuda... Droga. — E Joy largou o machucado subitamente olhando a mão.

— O que foi? — Richard perguntou tenso, como todos estavam.

— É o meu sangue... Muito dele... — e o rapaz ficou mais pálido olhando o garoto, e desmaiou logo a seguir, mas foi pego por Ross, um pouco sem jeito, e o maior logo o deixou no chão com a fala:

— Sério? Numa hora dessas, depois de lutar com um lobo e sobreviver, vai dar de marica por causa de um ferimento?

— Todo mundo tem alguma coisa que não suporta ver ou sentir, Ross — Piper argumentou. — Eles podem estar andando há muito tempo, perda de sangue numa situação dessa leva a isso.

— Não sabemos dele, mas nós estávamos bem até uns dias atrás. — Cheryl disse.

— Vocês também são dá colônia? — o tom da ruiva, mas baixa que a loira, se tornou curioso.

Mas, enquanto Cheryl assentia para Piper, Tae se meteu sério:

— Que tal pensarmos sobre os próximos lobos?

E foi como se ele os chamasse. Um lobo malhado, branco e castanho, surgiu devagar, como um cão pacífico querendo se aproximar dos humanos e apenas conhece-los, e se deitou no solo os observando sem nenhuma indicação de tensão, medo ou desejo por eles.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!
Então andei pensando, e resolvo apenas instigar que vai chegar um momento da fic que vamos ter algo mais estável, com melhores inimigos e dificuldades. Eu podia criar outra fic com o que penso, mas não, vou usar a Sobreviva a seu destino para isso, só peço que estejam comigo e dizendo o que acham.

No próximo: Ah, a agitação ainda não terminou! Agora que Joy desmaiou o que pode acontecer? Será que eles vão protegê-lo, vão ser todos comidos ou algo inusitado acontece e o problema é solucionado? Talvez eu não pense em tudo isso, mas o final disso ocorre no próximo. E pensar que desde o banimento só passou alguns dias...
Bem é isso, até um próximo!



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