Sobreviva Ao Seu Destino escrita por Ytsay


Capítulo 13
A chegada da noite.


Notas iniciais do capítulo

Jovens, mais um capítulo!
Treze não é bem meu numero de sorte, mas estou aqui e livre estou. :P

Até agora em SASD:
Era uma colônia bem desequilibrada e injusta, os órfãos trabalhavam nos piores e mais desgastantes serviços e depois eram treinados em um sistemas que era a única forma de eles conseguirem o alimento de cada dia. E o tempo todo eles eram usados para serem jogados para fora das proteções da muralha.
Um novo banimento aconteceu e logo o grupo de meia centena do portão 22 foi fragmentado pelo ataque de criaturas de corpos translucido e parecidos com porcos, que tinham a intenção de uma refeição fresca de vísceras (e eles certamente conseguiram alguma). Quatro grupos conseguiram se formar, com poucos integrantes, e a selva esta a volta de todos, assim como o perigo que espreita atrás apenas da oportunidade certa. O primeiro dia está no fim, e até o momento eles tiveram paz. Entretanto, quanto mais se afunda nas desconhecidas terras selvagens de mata, mais adversidades podem aparecer.
— Boa leitura.



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Havia o som dos grilos, das criaturas noturnas e do vento tocando as folhas e o capim alto que balançavam, e quando se fazia silencio suficiente se ouvia o som de agua corrente abafada por metros e metros de terra abaixo, onde estava enterrada. O céu se tornava violeta e a cada minuto ficava mais escuro, enquanto o azul-claro se desfazia seguindo o sol que se punha em um horizonte distante.

S-K deu um passo para trás com a menina ruiva, e baixa, o encarando tão próximo. Acabou trombando em D-I, que estava atrás dele, e ela reclamou chamando a atenção da mais velha. Piper tinha reconhecido o garoto que deu algumas dicas sobre armadilhas para ela e o irmão enquanto treinavam em um bosque e se surpreendia de tê-lo encontrado depois do banimento.

—Ah, você tem um irmãzinha? Nossa como ela é pequena. E que gorro fofo! Eu queria ter um gorro... —Piper falou e se aproximou da menor. — Quantos anos você tem?

A pequena respondeu rapidamente que tinha oito anos completos, e Piper sorriu simpática, estendendo a mão se apresentando e, endireitando a postura, apontou cada uma das garotas do seu grupo:

—A loira alta é a Alice. Aquelas duas, com os galhos nos braços, são Pietra, a menor, e a Aurora.

—E eu sou Richard! —se apresentou o menino logo a seguir. Depois Rick olhou para os dois garotos de seu grupo que até aquele momento ele não sabia o nome.

Louis cedeu ao o olhar dele e disse seu nome, e assim como os outros órfãos do grupo usou o nome que queria e não o pseudônimo usado no Abrigo. E em seguida Fritz se apresentou como Federico, um pouco gago e hesitante.

D-I tinha no olhar admiração pelos nomes que ouviu. Piper notou-a e lhe perguntou qual era o nome dela, mas a pequena ficou em duvida, engasgada com qualquer resposta, e quando soltou as duas letras, pela qual era chamada desde sempre, a ruiva estranhou-a:

—Como assim, D e I? — perguntou ela, mais para si mesma do que para a criança.

—É nome que temos no Abrigo — explicou S-k em tom informativo, já que Piper mal sabia do mundo que os órfãos viviam, pois vivia com a família. —Dizem que é para não termos ligação com o nome que a família escolhe. E ninguém naquele lugar ia ficar perdendo tempo de renomear cada criança que chegasse.

—Mas, não dá para ficar a chamado de D-I o tempo todo! Você é o irmão dela, devia dizer o nome dela para ela começar a usar, já que saímos daquele lugar...

—Eu não sou irmão dela.

—Como que não? Porque mais ela estaria com você? —e o ruivo deu de ombros em silencio encarando os olhos castanhos e intrigados de Piper. Então ela se virou para D-I: — Que tal escolher um nome?

D-I começou a pensar, mas era complicado. Depois de um tempo ela deu uma resposta incerta:

—Judie...? —e olhou o S-K, que prestava atenção no que ela ia dizer, mas não expressou nada. Apesar disso D-I tomou confiança e repetiu o nome para Piper, com mais firmeza e um sorriso feliz.

—Prazer em conhecê-la Judie! —Piper cumprimentou-a de novo. E olhou o rapaz ruivo, que já lhe negou com a cabeça, sabendo o que ela queria. —Qual é, vai ser o único com um nome de duas letras aqui?

—Nós precisamos comer alguma coisa — foi a resposta dele.

—Temos pacotes de comida lacrada da mochila. — Aurora informou. —Mas acho é importante fazer uma fogueira antes que a noite chegue de vez.

S-K concordou. Ele não sabia o que tinha na mochila, mas confiou na garota. Então começou a caminhar até as duas morenas, se oferecendo para ajuda-las e sendo seguido da renomeada Judie e Piper.

—Espera S-K... —disse Piper o seguindo em direção às rochas do centro da clareira, onde a maioria já se ajeitava para passar a noite. —É só escolher um nome, garoto! Qualquer nome.

—Ou um apelido? — sugeriu Alice quando o garoto ruivo passou na frente dela. —Quem sabe, hm, raposa-fugitiva? Sopa Kente, com K, igual o S-K? Entendeu? —E ela riu da própria fala olhando Louis, mas o garoto apenas franziu o cenho. —É. Também não acho legal chamar um garoto de sopa...

—Eu acho que Sopa ia ser legal! —comentou Rick se juntando a eles e achando a reflexão de um nome para S-K divertida. —Ou Sorvete. Os dois combinam com o S...

—Que tal Richard?

—Já é o nome dele, Judie. —falou Piper para a menor que ficou entre o grupo de Alice e S-K, que ajudava as garotas a arrumar um lugar para colocarem a fogueira e acendê-la com um dos kits da mochila. —Quem sabe Aaron? Simon? Diego? Sean? Fred?...

Piper jorrou muitas opções observando qualquer reação na face indiferente do outro, que não podia deixar de ouvi-la naquele lugar silencioso e estando próximos.

Após a fogueira estar arrumada e uma caldo de legume estar sendo cozinhado, Piper, Judie, Alice e até Richard ainda se divertiam discutindo alguns apelidos, uniões de diferentes nomes ou outros que pareciam apenas sons sem uma forma de escrita racional, para nomear S-K. E ele estava entre o grupo que fazia silencio: Aurora controlava o fogo, pensativa, e por vezes rindo de algum nome ou comentário de Alice; Fritz ficava observando tudo atento, e, principalmente, alerta com qualquer som estranho que ouvia; Louis tinha notado a lança improvisada de Pietra e naquele momento apontava um galho reto para ter uma também. E morena e jovem Pietra, mantinha-se concentrada, projetando um arco artesanal, pois não ia esperar qualquer coisa para então pensar em ter um meio de se defender.

Ficar ouvindo-os era perturbador para S-K, queria que o assunto morresse, estava satisfeito com o nome, e não gostava de ser a razão da conversa deles, mas, de vez em quando, não evitava desviar o olhar do fogo para observar o quarteto. Aurora, ao lado dele, percebeu-o observa-los incomodado por um tempo.

—Porque não escolhe um nome novo de uma vez?—a morena perguntou.

Ele a olhou, e depois voltou sua atenção para as chamas laranja respondendo:

—Porque seria estranho ser chamado por outro nome... Não seria eu... E não quero mudar quem eu sou.

—Mas isso já aconteceu. Apenas não percebeu direito. —S-K encarou aqueles olhos mel com expressão tranquila. —Quem você era na colônia foi criado pela forma que te trataram, pela sua rotina e toda aquela realidade de regras que guiava sua vida. Mas, assim que passamos pelo portão, não há regras e nem limites. Somos obrigados a mudar para podermos nos adequar a esse novo mundo e sobreviver... Não há limites ou em que se basear, então não dá para ser o que era. Entendeu? — Aurora ficou pensativa, relembrando a família e tudo o que aconteceu algumas horas antes, mas continuou: — Aqui terá que ter uma nova identidade e o passado se torna o passado no sentido literal. Agora o que importa é quem você vai ser. — e sorriu o olhando — E um novo nome para uma nova fase, seria um marco.

S-K a observou por um momento, Aurora permanecia com a expressão amigável.

—Quantos anos você tem?

—16. Por quê?

—Nada — e ele se virou para a criança do lado dele. Judie e S-K conversaram com sussurrou e ocultando a boca em algumas falas, o que fez Alice e os outros pararem observando. No fim Judie sorriu e depois se virou para Piper, do lado dela, informando o novo nome de S-K: Sean.

[///]

Em outro lugar, certamente distando do grupo mais encorpado, a penumbra começava a deixar Ross e Yuki cegos. Nenhum ambiente pelo qual passaram, desde que decidiram que era hora de arrumar um lugar para passarem a noite, se mostrou minimamente bom. Subitamente o loiro chutou uma pedra qualquer e ficou irritado, soltando xingamentos que surpreendia vindo de alguém tão silencioso. Charlotte não deixou de sorrir com o azar dele.

—Precisamos descansar. —Rose disse aproveitando a parada. —Não poderemos ver nada dentro de alguns minutos.

—Mesmo?—Ross disse calmo, irônico, levantando uma sobrancelha e olhando as sombras. —Não acha divertido caminhar pelo mato de noite?- eram perguntas retóricas, ele já tinha percebido tudo isso que Rose expos. E a menina ficou em silencio, analisando os traços de personalidade que estava a parecendo.

—Podemos subir em arvores. É mais seguro. —A voz de Charlotte soou de uma sombra mais baixa.

—É uma boa ideia. —falou o moreno com um tom de cansaço na voz. —Mas se você não conseguiu enxergar direito, acho que nenhuma arvore por perto é capaz de sustentar o peso de um de nós três.

Charli encrespou os lábios encarando o maior, mas antes que ela desse uma boa resposta, ouviram o som do baque de mochilas e os três olharam a tênue sombra de Yuki sentando-se no chão e tirando a bota para ver como estava o pé acidentado com a pouca luz que restava.

—Acho que vamos ficar aqui. —Rose disse para Charli, com um sorriso cumplice, e as duas passaram por Ross para ficarem próximo de Yuki.

—Aqui? —Ross interveio olhando o lugar em que estavam. Havia planta demais, folhas caídas demais, galhos sem rumo espetando de todos os lados e estavam cercados por umas quatro arvores. Mas em resposta apenas viu Charli pegar a faca, que carregava no cinto, e abrir um pouco mais o espaço perto de um arbusto e um par de arvores que protegeria sua retaguarda ao se sentar ali, e Rose que jogou a mochila no chão e sentou-se sobre ela, bebendo um gole de água e olhando com um sorriso de divertimento o moreno de pé.

Ross pensou em simplesmente seguir sem eles, mas não fazia sentido andar de noite e só, então suspirou contrariado e se sentou no espaço que achou ser o mais limpo e explorou a mochila, achando o Kit de fogueira: três blocos, que pareciam de cera, facilmente inflamáveis, uma caixa de fósforos e de reserva um par de pedras que geravam faísca. Enquanto ele se preparava para acender uma fogueira simples, Charlotte arrastou sua mochila de perto de Yuki, levando para o lugar que escolheu. O loiro aproveitou a luz do fogo que começava a pegar com a ajuda de alguns galhos que Rose arranjou por perto, para tratar melhor do dedão ferido. Logo cada um deles se encostou em algum lugar, prestando atenção em qualquer som em volta e buscando descansar.

[///]

O grupo de Henry tinha resolvido passar a noite na beira do regato. Jantaram biscoitos e frutas secas, e fizerem silencio diante da escura mata que tinha a volta deles.

O mais velho da dupla que se juntou a eles era Rubens, um homem sem família e de visão não muito boa, cuja historia não era diferente de outro órfão, exceto que ele foi salvo do banimento anterior pelos bons avanços nos treinos, mas os tempos mudaram e ele não escapou deste. O outro, juvenil como o grupo, era Donnatelo, mas preferia que fosse chamassem de Don, pois dizer o nome inteiro levava muito tempo, como ele mesmo tinha explicado á todos no momento em que questionou o nome de todos.

Eles limparam e abriram um pouco mais a praia estreita de pedras que Tae encontrou, e com a ajuda de Suzie e Cheryl fizeram uma frágil cerca de galhos partidos, que se movidos serviria como alerta. Depois eles se reuniram em torno de uma pequena fogueira no meio de um conjunto de pedras, para verificarem juntos os itens das grandes mochilas. Então descobriram a capa que cada um tirou de sua mochila; feita de tecido grosso, parecido com couro mole, de tons escuros, não muito pesado, maleável e impermeável. A de Tae, por destino, tinha um tom de preto puro, a de Cheryl, Henry e Rubens tons de castanhos e a de Suzie e Donn a cor cinza-escura. As capas das meninas chegavam a encostar ao solo quando estavam de pé, principalmente a de Suzie, já a dos homens ficava acima do solo por diferentes distancias - o que fez Henry rir e chamar as garotas de anãs, anãs adoráveis, completou com a cara que Suzie lhe fez. E a utilidade da vestimenta teve sua utilidade comprovada quando deixou todos melhor protegidos do frio da noite.


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Notas finais do capítulo

Não me abandonem. Não me matem também por alguma razão. Aquela tranquilidade que evitei quando eles saíram apareceu aqui, e no cap anterior.
Porém eu disse que ia pensar em algo, e já tenho. Precisei fazer desse capitulo a explicação de uma noite, a primeira deles, pois meu fato virá no próximo. Conversei com um anônimo, e nos concordamos que em um mesmo dia, que mal saíram da segurança das muralhas, sofrer ataque duas vezes ia ser demais, mesmo depois dessas horas todas de caminhada em que eles se afastaram bastante da colônia.

Sobre o capitulo: teve que ter a passagem de S-K e D-I já tava me confuso ficar escrevendo toda essas letras. E desculpe pelos nomes, eu fiquei estressada sem conseguir pensar em melhores. D-I com o nome de Judie e S-K com o nome de Sean, é um nome que já estava na minha cabeça desde que esse ruivo surgiu.

Fiz desenhos das criaturas! Do porco-que-não-é-um-porco ficou estranho, mas só mostro quando tiver coragem e vocês terem esquecido a descrição para não ficarem comparando. Kkkk. Também de outro animal que virá em um futuro, e o desenho deste tá mais legal e certamente mostro quando ele aparecer no capítulo.

Escrevi uma One-shot, fresquinha e curta.Sintam-se convidados a ler, pois no fundo fazem parte daquilo:
—http://fanfiction.com.br/historia/593004/O_Senhor_das_Montanhas/

Obrigada por ler! Até o próximo capitulo com possíveis ferimentos e um novo ser! E pode não demorar tanto.

Não me façam ser assassina. Respeito comentários simples com algumas palavrinhas ou súbitos (mas sou feliz com os dedicados!)

Desejo tudo de bom! E leiam um livro quando o Carnaval estiver por aí (é mais produtivo, eu acho).
Xau.