Invasão Alienígena 2 escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 1
Natal e Ano Novo


Notas iniciais do capítulo

Essa capítulo contará um pouco sobre como foi a vida amorosa de Thomas e Bruna durante os dois meses antes da invasão na primeira história e um pouco do que aconteceu depois que ele salvou a todos.



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Eram seis horas da tarde quando pegamos a estrada em rumo à nossas férias de fim de ano, ir de carro para uma cidade a quase 80 quilômetros da outra é muito cansativo. Estava no carro de Mariano com Bruna à minha esquerda e Emily à minha direita, depois que os humanos venceram a batalha contra os Prayers, minha irmã ficou muito fechada, por não gostar e não confiar nos humanos, mesmo que às vezes nós três saíssemos juntos, ela quase não abria a boca, o pior de tudo é que havia sido por minha causa que ela ficou assim, sorte que nessa última semana ela melhorou, está mais falante, mas continua séria e durona.

Durante toda a viagem, Mariano e Valentina foram me contando como era o lugar onde estávamos indo, nós pretendíamos passar o Natal e o Ano Novo lá, uma casa que eles chamam de "rancho", achei engraçado o nome, então, eles começaram a me contar como era o lugar, só não disseram como era a casa pra não estragar a surpresa.

Com algumas longas horas de viagem, o carro ficou em silêncio por um instante e o céu começou a escurecer, estava ficando de noite, apesar de estar sentado no meio do banco de trás, pude ver o céu estrelado pela janela e fiquei me perguntando porquê nem sempre o céu é assim, tem noites que ele só fica escuro, sem nenhuma estrela pra iluminar, quando senti um peso no meu ombro, era Bruna, que havia dormido no meu ombro, olhei o relógio no painel do carro deles e vi que eram onze e meia da noite, humanos costumam dormir essa hora, sorte que nós Prayers não sentimos sono, Emily estava quieta ao meu lado olhando a paisagem passar depressa, com a janela de Valentina aberta, seus cabelos castanhos do seu disfarce de humana balançavam suavemente para trás, então ela os prendeu em um rabo de cavalo e se recostou no banco, sem tirar os olhos da janela, resolvo fazer o mesmo e, pra passar o tempo, fecho meus olhos e tento relaxar, acabo me lembrando de vários momentos felizes que tive aqui na Terra.

3 meses antes...

-Thomas, você sabe dançar?- perguntou-me Bruna.

-Não sei nem o que é isso.- eu disse, meio constrangido.

-Então vem cá que eu vou te ensinar.- ela me puxou pela mão.

Então ela apertou um botão de algum aparelho de som e uma música bem suave, começou a tocar, ela me ensinou uns passos bem engraçados, ela segurava minha mão e depois girava algumas vezes ficando bem na minha frente, depois ela se jogava pra trás, era uma coisa bem divertida, não sei como nunca me interessei em aprender, só fui descobrir o nome da música quando ela acabou.

-Se chama "Ainda Bem" da Marisa Monte.- disse Bruna e eu assenti.

Depois, ela colocou outra música e essa era um pouco mais agitada, mas era suave, ela pediu pra que eu fosse para um lado e ela para o outro, depois com passos pequenos, íamos nos aproximando, então ela agarrou meu pescoço com os braços e eu segurei sua cintura, então ficamos indo de um lado pro outro suavemente, até que ela repousou a cabeça em meu peito e ficou assim até o final, acho que essa foi a melhor que dançamos.

-Essa se chama "Um anjo veio me falar" do grupo Rouge.- ela disse.

Esse dia foi muito bom pra mim, tanto que quando abri os olhos novamente, senti que estava sorrindo, teria continuado a lembrar se não fosse Valentina se virando pra mim:

-Thomas, chegamos.- ela disse, colocando sua mão na minha.

-Mas já?- perguntei assustado e ela assentiu. Então lembrei da lembrança que tive.

Então, tentei acordar Bruna com uma leve cutucada em seu braço, mas ela não se mexeu, dorme pesado as mulheres hein? Então depositei um beijo em sua cabeça e aí sim, ela acordou, meio sonolenta, ela saiu do carro e foi até o porta-malas pegar as coisas dela, eu não tinha muita coisa, somente algumas roupas de marca que roubei durante os meses antes da invasão, Emily também não tinha muita coisa, além de roupas só umas coisas que ela havia encontrado lá no galpão que dormíamos antes. Chegando na casa, a escuridão do lugar não permitia que víssemos a cor, somente o vulto dela, parecia ser bem pequena, mas era por fora que parecia, por dentro era grande, não gigante como mansão, mas grande de forma razoável.

Deixamos algumas coisas na sala, os itens mais importantes é que levamos com a gente, como já havíamos jantado em um restaurante que ficava no caminho pra lá, não estávamos com fome, a comida daquele restaurante não era tão boa quanto a de Valentina, mas era gostosa também, Emily também pareceu gostar, pois quando saímos, perguntei à ela o que ela achou e ela me deu um sorriso tímido, então voltamos ao carro. Depois de pegarmos tudo que precisaríamos, Bruna foi escovar os dentes, pois os dentes dela não foram escovados depois daquele jantar, enquanto ela fazia isso, Mariano e Valentina arrumavam a cama deles lá no quarto onde dormiriam, depois foi a minha vez de escovar os dentes e por último, foi minha irmã. Troquei minhas roupas por uma mais suave quando estava no banheiro escovando os dentes e troquei a calça por uma bermuda, a camisa preta por uma regata branca e o tênis por um chinelo, os mesmos eu ganhei de presente de Valentina.

Meus pensamentos são interrompidos quando ouço Valentina dizer:

-Thomas, como nós dissemos no carro, esperávamos que você e sua irmão fossem dormir no quarto de hóspedes, mas ele está cheio de tralhas e como chamamos vocês dois na última hora, não tivemos tempo de arrumá-lo, então, vocês terão que dormir no quarto de Bruna.

-Bom, por mim tudo bem, mas tem certeza que ela não liga?

-Claro, eu já falei sobre isso com ela e ela disse que não tem problema.

-Então tá.

Então eu fui em direção ao quarto de Bruna, a porta estava aberta e ela estava sentada na cama bebendo água, foi quando vi um colchão ao lado da cama, então passei a mão pra ver se ele macio e era mesmo, dava vontade de deitar e não sair de lá nunca mais, então, já fui me deitar, quando Bruna segurou minha mão e me disse:

-É a Emily que vai dormir aí.- ela me lançou um olhar que não consegui decifrar qual era.

-Mas e eu? - perguntei confuso.

-Aqui. Comigo.- senti um sarcasmo em sua voz.

-Como assim?- me assustei.

-Qual é o problema? Não somos um casal?

-Sim, claro, mas... Eu acho estranho, nunca dormi assim com alguém antes... Não que eu seja safado mas...

– Fique tranquilo, eu não ligo. E se somos um casal, temos de fazer isso, e além do mais, quando mais gente na visão de outras pessoas, mais segurança. E se você teme meus pais, eles aprovariam essa atitude.

Pensei em perguntar se ela tinha certeza, mas desisti, então levantei e subi na cama dela, era bem mais macio do que o colchão, quando sentei lá, vi Mariano e Valentina passarem pelo corredor já com suas roupas de dormir e acenarem um sinal de positivo com a cabeça e então, fiquei mais tranquilo. Minutos depois, Emily chegou lá e deitou, mas aposto que não dormiu, ela não costuma se sentir bem na casa de estranhos, sempre que ela visitava a casa de Bruna, ela ficava meio desconfortável, embora fizesse o máximo de esforço possível para não demonstrar, os pais de Bruna não eram burros e sabiam que ela não estava bem.

O Natal chegou bem depressa, eles deixaram uma árvore muito bonita e colorida montada bem no meio da sala, uma árvore de dois metros de altura, um pouquinho mais alto que Mariano, que tem um e noventa, tinha vários presentes no pé delas, tudo presente que eles haviam comprado né? Porque eu não tinha comprado nada, nem Emily.

Mas antes, tinha a ceia de Natal, era um banquete, Valentina cozinhava muito bem, não sei como ela não abrira um restaurante pra poder mostrar para muitos o sabor da sua comida. Aqui tinha um pouco de tudo: arroz, feijão, ervilhas, macarrão, além de um belo peru de Natal, Mariano diz que sem peru, não existe Natal. Coloquei um pouco de tudo no meu prato. Enquanto comíamos, Mariano e Valentina perguntaram para mim e Emily o que nós estávamos achando de lá, eu tive a chance de ir à varanda da casa e olhar as cores da mesma, era toda verde com as janelas marrons. Bom, eu respondi que era tudo lindo, maravilhoso, tão bonito que chegava a ser surreal, palavra essa que tirei do dicionário de Bruna.

-E você Emily?- perguntou Valentina.

-Tudo perfeito, a casa, o ambiente, tudo.- ela disse, tentando sorrir, como ela nunca havia sorrido desde que chegou aqui na Terra, ela ainda tinha que aprender a dar um sorriso, um dia vou tirar um tempo para ensiná-la. O resto da ceia foi animado, mas não barulhento, afinal, éramos poucos, somente cinco, os pais de Bruna não tinham mais alguém pra chamar porque os parentes deles quiseram passar o fim de ano em outro lugar.

A semana passou voando também, quando chegou o último dia do ano, Mariano levou a gente de carro até uma praia que ficava dez minutos de nossa casa.

-Quando der meia noite, fogos vão aparecer ali no céu, você vai ver como é lindo.- disse Bruna.

Ela estava esplendorosa, vestia um vestido vermelho apertado ao corpo que ia até a coxa, um decote razoável. Sapatos vermelhos com detalhes que eu não fiz questão de reparar, pois eu não conseguia tirar a atenção dos olhos dela. Sua maquiagem era leve, mas que marcava seus olhos verdes. O cabelo estava liso com cachos nas pontas, soltos e brilhantes à penumbra da lua. Então meus olhos foram direto para sua boca e me lembrei do nosso primeiro beijo.

2 meses atrás...

Bruna e eu estávamos observando uma fonte, que ela chamava de chafariz, eu a abraçava de lado pela cintura e ela fazia o mesmo comigo, lá, trocamos juras de amor e nos beijamos pela primeira vez, mas não foi lá um beijo tão maravilhoso assim, eu não sabia beijar e fiquei o tempo todo com a boca fechada.

-O que foi?- perguntou Bruna.

-É que... eu não sei beijar.- corei ao dizer isso, mesmo que tivesse sido baixinho.

-Jura? - ela perguntou e eu assenti - Eu te ensino.- ela completou em um tom assanhado. Logo, o beijo estava normal e eu adorei, era um beijo doce, calmo e molhado, bem diferente de como eu pensava que era.

Meus pensamentos são novamente interrompidos quando ela me cutuca.

-Olha lá amor, vai começar a contagem regressiva!- ela disse cheia de animação.

– Dez! - Todos gritamos juntos. Parecia até um coral.

– Nove!

– Oito!

– Sete! - Olhei a minha volta.

– Seis! - Bruna me olhou e sorriu, seus olhos brilhavam de alegria.

– Cinco! - Dei um beijo em sua testa.

– Quatro!

– Três!

– Dois!

– Um! - E começaram os papocados de fogos. Eu agarrei Bruna e dei um beijo naquela linda boca e ela correspondeu.

Era um novo ano, nova vida, novas coisas.

– Feliz ano novo, meu amor. - Sussurrei no ouvido dela.

– Feliz ano novo, amor. - Ela respondeu baixinho.


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Notas finais do capítulo

Que final lindo né? Sem muita melação, mas eu achei. Comentem o que vocês acharam, espero que tenham gostado e até o próximo.



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