You Don't Know Anything About Me escrita por Patience Angel


Capítulo 3
3


Notas iniciais do capítulo

Oee... Tiaaw ~imaginem eles no quarto do internato~ (e imaginem a Lucy no lugar da Elenita (S2) e deixem o Damon (Ian S2 S2) no lugar do Thomas msm huehuehue)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/569576/chapter/3

Já se passaram dois dias desde que eu cheguei. Posso dizer que conviver com três pessoas sob o mesmo teto já se tornou um pouco suportável. Mas não se iluda. Eu ainda os detesto. Pelo menos tenho a Kimberly por perto para me impedir de enforcar os irmãos Campbell. Sim, Jessica e Thomas realmente são irmãos.

Como hoje é sábado, uma certa ruiva acabou me convencendo a ir junto com ela e os irmãos dar um mergulho na piscina do internato. Pobre criança iludida. Ficarei ouvindo música bem longe daquele monte de água. Não é que eu tenha algum trauma de infância com piscinas, eu apenas não gosto de ter que me expor com pouca roupa e ficar nadando no meio daquelas pessoas.

– Anda logo, Jess! Preciso retocar meu batom! –Kimberly grita, na porta do banheiro do andar de baixo.

– Mas se você vai nadar e se molhar toda, pra quê o batom? –Digo, impaciente.

– Nossa, Lucy, falando assim parece que você não tem vaidade. –Responde, balançando a cabeça como se estivesse diante de uma equação extremamente complexa.

– Estamos falando da Lucy. –Thomas diz como se fosse óbvio, descendo as escadas.

Eu estava pronta para lhe dar uma resposta bem sarcástica, mas Jess me interrompe abrindo a porta do banheiro. A ruiva ao meu lado suspira aliviada e corre para dentro do mesmo. Jessica sorri com os dentes brancos e ajeita os óculos de sol no topo da cabeça.

Olho para seu biquíni verde escuro e preto, coberto apenas pela canga verde clara, e balanço a cabeça em reprovação. Nem se eu tivesse o corpo mais gostoso e sexy do mundo, eu iria usar algo do tipo.

– Você não vai assim, vai? –Arregala os olhos na minha direção ao ver minha blusa justa cinza e minha calça folgada preta. Dou de ombros. – Ah, não, não, não! Eu vou te emprestar um biquíni meu agora mesmo!

Reviro os olhos e lhe dou as costas, saindo pela porta. Ou meu senso de direção e minha memória trabalham muito bem juntos ou sou extremamente sortuda, porque consegui chegar à área da piscina, que parece bem maior do que o folheto no corredor dizia ser.

Me deito numa das espreguiçadeiras que há ali, ignorando o olhar de nojo das patricinhas que desfilam em fio-dentais em forma de biquíni. Sinto meu celular vibrar, com o nome “Lola” brilhando na tela. Desligo. É a terceira vez que minha mãe me liga desde que vim pra cá. Fecho os olhos, sentindo o frescor do sol queimando minha pele.

Um jato de água pula em minha direção, me forçando a abrir os olhos e sinto vontade de arrancar a garganta das duas garotas rindo histericamente na piscina. Thomas não está com elas, então imagino que ele tenha saído para comer alguma garota, se bem que esse termo “comer” é meio machista e idiota.

Mando um dedo do meio para elas e volto a me deitar fechando os olhos. Cochilo por uma meia-hora e, quando acordo, não só meu rosto está molhado, mas minhas roupas também. Como eu vim parar na piscina? Encaro com um olhar de ódio um Thomas sorrindo de orelha-a-orelha na borda da piscina só de bermuda xadrez vermelha.

– Idiota. –Jogo água nele. – Me ajude a sair daqui! –Estendo a mão para ele, que caí feito um patinho, e a segura. Dou um sorriso de vitória ao puxá-lo para baixo, fazendo-o cair na água e ficar encharcado.

Com muita dificuldade, pois o peso das minhas roupas é enorme, consigo sair da água e o encaro com raiva.

– Como eu disse: muito idiota. –Balanço a cabeça, irritada. Pego a toalha de uma vadia qualquer, que protesta, mas não ligo, e me seco ao máximo, jogando a toalha molhada na garota.

– Hey, Lucy! –Me viro e vejo Thomas de pé, na minha frente, só de sunga vermelha, com um sorriso torto no rosto. O que esse idiota fez com a bermuda dele? – Foi mal. É que você parecia tão tensa, tão séria, que eu pensei que uma brincadeirinha não iria te chatear tanto assim.

– Sério mesmo? –Digo entre dentes. Coloco as mãos na cintura para controlar a vontade de estrangulá-lo e o encaro incrédula.

– Se bem que você parece sempre tensa. –Seus olhos azuis temem me encarar por mais de 5 segundos. – Qual é? Relaxa, você precisa curtir enquanto ainda está jovem e gata.

O empurro com as duas mãos, fazendo com que ele quase caia na piscina de novo, e o infeliz me olha com uma cara confusa.

– Qual é o seu problema? –Enruga a testa, sussurrando.

– Você quer mesmo que eu liste todos eles? –O desafio.

– Thommy, venha aqui, baby! –A voz estridente de Kimberly grita. Nós dois nos viramos para vê-la, num biquíni minúsculo azul, rindo ao lado da Jessica.

– Por favor, me diga que vocês não tomaram a bebida contrabandeada do Joe. –O imbecil coloca a mão na testa e as encara com uma expressão irritada. Antes de ir, ele olha novamente para mim e hesita antes de dizer: - Acho melhor eu ir lá cuidar delas. A gente se vê mais tarde, Lucy.

Dou de ombros pouco me fudendo para o que ele vai fazer. Nada em relação a ninguém me interessa. Olho para minhas roupas ainda molhadas e reviro os olhos. Acho que consigo alguma roupa emprestada de algum otário.

– E aí? A gatinha está sozinha? –Dou de cara com o garoto de cabeça raspada que tinha arrumado confusão com o idiota do Thomas outro dia.

Reviro os olhos e, ignorando-o, continuo andando. Ele me barra novamente, com um sorriso cafajeste no rosto. Os olhos cinzas faíscam ao me analisar dos pés a cabeça.

– Vai continuar me ignorando? –Pergunta, aproximando seu rosto do meu, me permitindo sentir o fedor da maconha que ele deve ter fumado.

– Deixe ela em paz, Mike. –Um loiro de olhos azuis escuros está parado ao nosso lado, revirando os olhos.

– Calma, Connor, eu só estava brincando com a tampinha. –Okay, humilhou agora. Eu nem sou tão baixa assim. Tenho 1,75 de altura, poxa. E, aliás, a culpa não é minha se esse cara tem quase 5 metros.

Dou-lhe uma joelhada nas partes baixas e ele recua um pouco. Um sorriso forma-se em sua face.

– E a ferinha desperta. –Ri. – De quem você é irmã, garotinha?

– Pare de me tratar como criança, idiota. –Digo, ríspida. Connor começa a rir.

– Eu disse para deixa-la em paz. –Dá de ombros, ainda rindo. Enquanto Mike o fuzila com o olhar.

Reviro os olhos e saio andando dali, sem me importar com os dois idiotas.

– Hey! –Connor grita e me viro. – Esqueceu de dizer seu nome!

– Esqueci? –O encaro com o mesmo olhar desafiador que usei no Thomas e o ignoro a partir daí.

Ao chegar no quarto, vejo Kimberly e Thomas no maior climão se abraçando. Ops! Acho que interrompi algo. Eles me olham com os olhos arregalados.

– Não é o que está pensando! –Kimberly diz, se afastando ao máximo do moreno.

– Só se comam num local privado, por favor. –Digo, estremecendo de nojo. Subo as escadas, mas paro ao ouvir Kim resmungando algo para mim que não consigo decifrar. – Relaxa, ruiva, eu sei que tu é caidinha pelo Johnny. Não se preocupe, nada irá chegar aos ouvidos dele.

Ela fica mais vermelha do que um pimentão e esconde o rosto com as mãos. Reviro os olhos à tamanha idiotice. Qual o problema dela estar com Thomas gostando do ruivo? Eles que se fodam juntos. Se bem que eles devem fazer isso, literalmente, toda noite às escondidas. Argh! Que nojo! Espero que tenham trocado os lençóis, pelo menos.

Já de noite, depois de um banho quente e do jantar, sou pega desprevenida ao sair do meu segundo banho do dia e dar de cara com Thomas na porta do banheiro.

– O que você quer? –Bufo, irritada, me dirigindo ao meu armário. O blusão de hoje é de todas Power Rangers amarelas, aliás. E sim, ao invés de pijamas curtíssimos, eu tenho uma coleção enorme de blusões para dormir.

Ele me analisa dos pés a cabeça, da mesma forma que Mike fez mais cedo, só que se demora mais nas minhas pernas nuas. Balança a cabeça, como que para descartar um pensamento indesejado e encara meus olhos como se pudesse enxergar minha alma. Okay, para! Isso está me irritando, profundamente! Estou me sentindo muito exposta.

– Aquilo que você viu... Não é o que está pensando. –Se enrola para dizer. – Kim e eu não... –O corto.

– Cara, está tudo bem. –Balanço a cabeça de forma exagerada. – Eu já entendi, okay? Vocês são uma espécie de amigos coloridíssimos.

– O que?

– Estou brincando. –Rio da cara de idiota que ele faz. – Eu já entendi que não há nada demais entre vocês, okay? Prometo não sair espalhando nada.

Quando volto a encará-lo, ele ter um sorriso torto pendurado no rosto e olhos faiscando de divertimento.

– Que foi? –Pergunto confusa.

– Deveria sorrir mais vezes. Seu sorriso é muito bonito, sabia? –Fico séria ao ouvir isso e o empurro. Ele cai sentado na minha cama.

– E você deveria ser menos idiota. –Digo ríspida. Ele franze as sobrancelhas e resolve ficar em silêncio.

Amarro meu comprido cabelo castanho-escuro num coque, o que não ajuda muito já que vários fios teimosos insistem em escapar. Sinto que estou sendo observada e, ao erguer o rosto, me deparo com um par de olhos azuis claros observando cada movimento meu.

O encaro irritada fazendo com que ele desvie o olhar. Dá um suspiro e levanta da minha cama, indo se deitar na sua. Me jogo na minha cama e fico parada encarando o teto.

– Por que você é tão fria? –Ele sussurra. Me viro e encontro aquele par de olhos azuis me fitando de uma forma magoada e um tanto curiosa também.

– Eu não sei. –Suspiro. Logo uma fúria me atinge e o respondo ríspida: - Agora dorme!

Penso que aqueles olhos pidões vão me olhar magoados de novo, mas ele ri. O. Safado. Riu. De. Mim. Me viro de costas para ele e tento dormir. Ouço um suspiro pesado vindo dele. Nessa noite sonho que eu o estava estrangulando. Pude sentir, mesmo dormindo, um grande sorriso esticado no meu rosto enquanto, no sonho, ele se ajoelhava e implorava de joelhos para eu parar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "You Don't Know Anything About Me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.