Under blood red moon escrita por lifeisforthealive


Capítulo 9
Humiliated




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O que ocorreu ontem, não era algum explicável.
Julia se banhava, passando a sua mão sobre o seu corpo embaixo do chuveiro. Ainda conseguia sentir as mãos de Barnabas, agarrando-lhe pela cintura.

O auge da satisfação sexual, era aquilo que Julia sentiu em todo o momento com Barnabas presente. Julia em sua mente, tentava se lembrar de cada beijo, cada abraço, cada tudo.
Assim que ela acordou sobre as areias da praia, ainda não havia amanhecido – mas faltava pouco para amanhecer. Se levantou, procurando Barnabas a sua volta. Ele não estava mais lá, nem a suas vestes, apenas uma garrafa vazia de rum. Julia vestiu as suas roupas e seguiu em direção da casa, sozinha.
Aquilo tudo estava confuso para Julia. Por que Barnabas quis realizar uma relação dessas por alguém pela qual ele aparentava não perdoar? Por que ele a abandonou pela manhã? Por que Julia deixou isso acontecer?

Julia terminou o banho, se enrolando sobre uma longa toalha branca.

Ao sair do banheiro se deslocou para seu quarto, analisava calmamente o céu incuberto por nuvens – sem nenhum perigo de se queimar pelos raios de sol – acomodou-se nua na janela, observando as areias e a maré, exatamente o lugar onde Barnabas e Julia haviam realizado os seus fortes desejos. Até que avistou Barnabas caminhando sobre ela.
Julia deu um pulo para trás, e involuntariamente designou a ação de se trocar rapidamente – colocando qualquer peça de roupa – e desceu rapidamente as escadas, até se encontrar com Barnabas.
Ao pisar firmemente sobre as areias, observava Barnabas de longe, dando passos lentos. Julia apressou o seu passo, mas em questão de minutos, parou.

“O que eu estou fazendo?” Questionou para si mesma. Horas atrás ela havia sido abandonada por ele na praia, e agora ela corria sobre os seus pés?

Julia não queria ser uma desesperada. Tentou silenciosamente se afastar, mas Barnabas sentiu um vulto atrás dele, olhando para trás.
– Doutora Hoffman? – Ele pergunta, ficando corado. – O que faz aqui?

– Ah, sabe como é, é um dia nublado. – Ela responde, gaguejando. – Fiquei com vontade de passear novamente sobre a praia.

– Bom eu... Estava indo encontrar humanos para me satisfazer, já que o sangue daqui acabou. Gostaria de me acompanhar? – Barnabas a convida, envergonhado.
– Pode ser. – Julia responde, erguendo a cabeça. – Eu não estava fazendo mais nada mesmo. – Mente.
Barnabas e Julia caminham em total silêncio. Julia estava com desejo de lhe questionar sobre a noite passada, mas não conseguia obter coragem alguma.

Barnabas prefere não citar nada sobre o acontecido, estava em choque pelo acontecido.

Os dois caminham sobre as floretas, longe da praia e ao lado da estrada, até que se deparam com um grupo de lenhadores sentados em círculo, rindo e bebendo cerveja. Os dois se escondem atrás de alguns arbustos.

– Acha que dará conta? – Barnabas pergunta.
– Por favor. – Julia diz. – Eu já fui capaz de matar algumas vezes, eu consigo. – Julia tenta demonstrar força, mesmo sabendo que aquilo ainda a amedrontava.

– Tem total certeza? Sem ressentimentos? – Ele pousa sua mão sobre o ombro de Julia.

Julia assente com a cabeça, mesmo sem ter total certeza.

– Eu planejei uma ideia. – Ele continua. – Apenas improvise e me siga. Verás que no fundo, é divertido.
Barnabas se levanta rapidamente, bagunçando seu cabelo e vestes. Julia faz o mesmo.
– Por favor senhores. – Ele grita, chamando atenção dos trabalhadores. – Eu e minha esposa sofremos um grave acidente na estrada, precisamos de ajuda.
Os lenhadores os deixam se aproximar, ajudando-os a sentar dentro do círculo.
– O que houve? – Pergunta um homem barbudo, coçando os seus braços.
– Minha esposa está embriagada, enquanto estava presente no volante do carro. Quando tentou se desviar de uma simples criatura, batemos o carro sobre algumas árvores.
Julia revira os olhos, observando a grande atuação de Barnabas. Era claro que ele iria usar ela como uma pobre mulher alcoólatra, mas não esperava que ele iria lhe usar como esposa em seu plano. Isso a deixou corada.
– Fiquem calmos. – Diz um dos homens. – Vamos colocar a mulher deitada sobre o chão. – Julia fecha os olhos, fingindo estar um pouco inconsciente.
– Creio que ela perdeu muito sangue, poderá ter uma hemorragia. Talvez ela precise de uma certa quantia de sangue. – Barnabas finge estar desesperado.
– Onde vamos encontrar sangue?! – Pergunta outro lenhador.
– Quem sabe... o de vocês? – Barnabas responde, dando-lhes um sorriso malicioso.

Os lenhadores engoliram seco, enquanto Barnabas pula rapidamente no pescoço de alguns, enquanto se debatiam no chão de tanta dor. Julia abre os olhos e observa toda a cena, deixando-a horrorizada.
– O que está esperando? – Ele grita para Julia, que ainda estava deitada sobre o chão. – Ataque!
Julia não conseguia mover um dedo sequer, apenas observava todo aquele tumulto.
Um dos lenhadores agarrou seu machado de cunha de ferro afiada e fixa a um cabo de madeira com suas duas mãos, seguindo-se em direção de Barnabas.
Julia sem pensar em outra maneira para tentar salvar Barnabas, pula em sua frente, deixando com que o machado raspe perto de seus ombros, deixando um corte profundo. Julia gemia de dor enquanto se ajoelhava no chão.
– Julia! – Gritou Barnabas. Seus olhos ardiam como fogo, a raiva o consumiu por inteiro. Ele se aproximou do lenhador que permanecia confuso, colocando-o a mão em seu pescoço grosso e tirando seus pés do chão.
– Não... Não foi minha intenção acertá-la. – O homem ofegava.
– Acredito que não, senhor. – Barnabas responde, friamente. – Mas o que irei lhe fazer, é do meu propósito. – Barnabas crava com força seus caninos sobre o pescoço dele, que cai morto no chão.
– Doutora Hoffman! – Barnabas se aproxima de Julia, que ainda permanecia de joelhos no chão, cobrindo com sua mão direita o lado do ombro esquerdo, que sangrava fortemente. – Que ato imbecil foi este?
– Como é?! – Julia fica boquiaberta. – Eu tentei lhe salvar.
– Eu dei-lhe a ordem de atacar eles, não de ficar parada enquanto eu fazia todo o trabalho. Se eu soubesse isso, não teria lhe trazido comigo, por sua tolice eu acabei me distraindo, deixando algum dos lenhadores escapar!
– Não foi minha culpa! Você que quis se distrair. – Julia rebate. – Eu apenas não quero passar por assassina novamente. – Julia se relembra dos garçons, do pervertido do carro e do seu sonho.
– Coloque em sua mente que isso é natural de nós! – Barnabas aumenta o tom de voz. – Não podemos evitar isso! É o que nós fazemos para sobreviver. Eu acreditava que a senhorita havia tamanho vigor, mas vejo que na realidade não obtém.

– Se tem alguém aqui que falta vigor, essa pessoa é você.

– Eu? Do que está discorrendo?! – Barnabas questiona, aumentando igualmente seu tom de voz.
– Que tipo de pessoa com tamanha força e vigor abandona alguém depois de uma noite juntos? Que tipo de pessoa tem coragem de tentar matar aquela que desde o começo fez tudo para o seu bem? Que tipo de pessoa grita com alguém que tenta salvar tua vida? – Os olhos de Julia involuntariamente se enchem de lágrimas, que começam a cair sobre o seu rosto.
A face de Barnabas se modifica. Ele nunca havia visto Julia demonstrar certos sentimentos frágeis, a única vez que lhe viu com medo, foi logo depois que ele atacou-a. Não sabia o que dizer, apenas a observava, em silêncio.
– Por que foi embora da praia? Por que não tocou mais nesse assunto comigo? – Julia ousou em perguntar.
– Eu... – Barnabas tentava formar as palavras em sua cabeça. – Eu... lhe descumpri uma promessa.
– Promessa? – Julia limpava as lágrimas se seus olhos.
– Lhe prometi que no dia em que estivéssemos sóbrios, poderíamos conversar sobre... obter uma certa intimidade. Lembra-se? – Julia assente com a cabeça. – Achei que você não havia achado de uma maneira agradável, eu não costumo manter essa postura. Não tive uma certa coragem de dar de cara com você logo depois, precisei pensar no que havia ocorrido. Eu posso ser um monstro, um assassino, mas não deixo as pessoas desamparadas.
Barnabas sentou-se ao lado de Julia, retirando uma de suas luvas para cobrir em torno do ferimento do ombro de Hoffman.

Julia olha em seus olhos escuros e cinzentos, enquanto ele observava os olhos castanhos claros dela. Ela toma uma iniciativa, erguendo o seu pescoço até encostar seus lábios nos dele – mas ele se afasta, recusando o beijo.
– Doutora Hoffman... – Ele diz. – Como lhe disse antes, ontem eu estava fora de mim mesmo. Antes mesmo de ir até você na praia, eu já estava um tanto embriagado. – Barnabas permanece uns minutos em silêncio. Toda vez em que ele volta da caminhada da praia após visitar o túmulo de Vick, tornou-se um hábito encher a cara. – Não acho que deveríamos continuar com essa relação, não gostaria deter algo mais sério.
Julia se encolhe, tornando-se totalmente sem graça. Barnabas se levanta, oferecendo-lhe sua mão para ela se levantar.
– Vamos voltar. – Ele responde. – Quem sabe encontramos mais humanos no caminho para você se alimentar?
– Não estou com fome. – Rebate Julia, recusando a ajuda de Barnabas para se levantar.
Julia ao mesmo momento que sentia uma grande raiva pela humilhação que Barnabas a fez passar, passou a sentir uma grande dor no peito. Não uma dor fictícia, mas sim uma dor incomodante, toda vez que tentava respirar.
Tentou apressar o passo para ficar mais longe de Barnabas , mas essa dor não deixava – Doía tanto quanto a dor de seu ombro.
Barnabas observava a Julia á sua frente enquanto caminhavam de volta, ele conseguia sentir a energia negativa que permanecia entre os dois, mas ele não via outra maneira de lhe explicar sua situação. Ele acabara de perder a mulher que ele pensou que poderia amar por toda a eternidade, não sentia mais vontade de ter relação alguma com outra pessoa. Do que adiantaria fazer sexo com outra, pensando nas mulheres mortas que ele tanto amou? Era de uma maneira, algo doentio.
Ela humilhada, ele fraco. Nenhum saiu ganhando.















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