Under blood red moon escrita por lifeisforthealive


Capítulo 7
The day has come where I have died only to find I've come alive




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Uma garota corria dentro de um beco imundo de escuridão. Havia desespero e medo em seus olhos, ofegando com sua boca. Ela corria mais do que podia, fugindo daquilo que mais parecia temer.
Algo pula em cima da garota, jogando-a contra o chão.
– Por favor não me mate. – A garota exclama, com lágrimas nos olhos. – Você é uma boa moça, por favor, por favor...
A mulher que estava sobre a garota deu risada enquanto tirava os fios ruivos do rosto.
– Eu não sou uma boa pessoa. E eu não perdoou. – Julia responde. Ela encrava seus caninos sobre a garganta da garota, que continuava gritando e gritando. Julia destruiu por completo a garganta da garota, enquanto sorria com seus dentes imundos de sangue.

Julia dá um pulo sobre a cama, um alívio passou sobre a sua cabeça ao pensar que aquilo só era um sonho ruim, opressivo.
O susto passou como o seu sono também, passando a ficar questões de minutos olhando para o teto feito de madeira – e sentindo com suas mãos o seu estômago roncar.

Concluiu que a sua fome não iria desaparecer, não havendo outra escolha, de procurar por alimento. Sendo a sua fome de sangue.
Após sair de seu quarto, tentava fazer o mínimo de silêncio para não acordar ninguém da casa: já que esboçava ser de madrugada.
Ao descer as escadas, se locomoveu para a cozinha, correndo em direção de todas as prateleiras existentes.
“Deve ter algum tipo de sangue.” Pensou Julia, crendo que podia haver algo que Barnabas tomasse frequentemente.
“Bingo.” Pensou, enquanto encontrou grandes garrafas de vidro tendo em sua parte interna um sangue totalmente vermelho. Agarrou alguns deles e o virou como se fosse a garrafa de uísque que tomou de tarde – sendo muito mais saborosa, dando-lhe prazer sobre a garganta.
– Que faminta. – Uma voz entra nos ouvidos de Julia, tomando-lhe um susto. Era Carolyn, mas com uma aparência modificada. Seus pés e mãos haviam grandes garras, e em volta de todo o seu corpo haviam enormes e em grande quantidade de fios. Seu rosto estava semelhante a um lobo. – É lua cheia. – Carolyn diz, apontando para a imensa lua pálida no céu pela janela. – Tenho certeza que minha mãe já deve ter lhe contando essa novidade.
– Não deixou de me contar. – Julia diz, apoiando a garrafa sobre as bancadas da cozinha. Limpando seus beiços com a manga do vestido. – É estranho? Ser um... lobisomem?

– Normal. E ser uma vampira? – Goza Carolyn.
– Não sei, complicado.
Carolyn abre a geladeira, agarrando com unhas em um dos bifes congelados.

– Uma hora você se acostuma. – Ela diz, cravando os dentes no tecido animal, sangrento e congelado. – Quer um pouco? – Ofereceu.
– Estou bem com isso... – Ela aponta para a garrafa. Carolyn dá de ombros e se senta sobre a bancada.
– Como foi que sobreviveu? Digo, todos de casa acreditávamos que estava morta. Antigamente a gente acreditava que você tinha abandonado a gente, deixando minha mãe muito triste, por sinal. Mas assim que a casa pegou fogo, Barnabas fez questão de nos explicar tudo, até o que havia ocorrido com você. – Carolyn limpou seus beiços com o braço peludo. – Minha mãe ficou bem puta com ele, mas depois viu que não tinha o que fazer, e se acalmou.
– Bom... – Julia deu um gole de suas garrafa. – Não sei como sobrevivi, apenas... Estou aqui.

– Na realidade, você está meio morta, certo? – Perguntou-se Carolyn, empolgando-se. – Vampiros não tem pulsação.
Julia usou seu dedão para conferir seu pulso: Carolyn estava certa.

– Deve ser por isso que não morreu afogada. – Completou.

Julia não respondeu pois analisava ela mesma. Não havia mais batimentos cardíacos nem nada do tipo: ela realmente estava morta.
Mas porque se sentia tão normal quando estava viva?
– A morte poderia até estar melhor. Não perdeu nada, aqui na praia deserta é um saco. Não dá para fazer nada. – Carolyn diz para quebrar o silêncio entre as duas.
– Logo voltaremos para a cidade, quando a casa for reconstruída. Assim terá sua vida normal. – Afirma Julia.
– Eu não quero voltar para lá. – Carolyn acidentalmente solta um rosnado. – Não quero mais viver aqui, quero viajar, conhecer o mundo em minha volta.
– Já pensou em falar disse com sua mãe? – Questionou Julia.
– Ela não vai autorizar. Ela está sempre no meu pé. – Carolyn joga o que sobrou da carne no lixo. - Acho que irei aproveitar a lua. – Ela abre a porta dos fundos – onde havia uma na cozinha – e se retira, correndo com suas quatro patas rapidamente, uivando.
Julia já com o sono perdido, faz questão de caminhar sobre a praia, observando como Carolyn, o luar.
Sentando-se sobre a areia, observa a luz pálida que iluminava as marés.

Ficou tanto tempo sob a escuridão, que havia esquecido o quão bonito era.

Estica o seu pescoço, sentindo o vento batendo em seus fios de cabelos ruivos. A morte conseguia a fazer se sentir cada vez mais viva. Ouve passos atrás dela, virando a cabeça com agilidade.
Era Barnabas.


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