Under blood red moon escrita por lifeisforthealive


Capítulo 6
Petals shed from flowers in bloom




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/569519/chapter/6

Julia vestiu uma das vestes de Elizabeth, já que todas as suas foram consumidas pelo incêndio que ocorreu na mansão. Usava um de seus vestidos de seda preto, tentando imaginar em como estaria nele – já que não tem mais um reflexo.
Quando saiu do toalete, deparou-se com todas as janelas da casa vestidas com cortinas. Já deveria ter amanhecido totalmente e Elizabeth deve ter feito questão de mandar Willie cobrir todas por proteção: a casa estava escura.
Julia andou de porta em porta para tentar saber onde estaria Elizabeth, abrindo por fim a última porta do corredor.
– Pode entrar. – Elizabeth respondeu. Julia fechou a porta atrás de si, observando o novo escritório temporário de Elizabeth. – O que achou?
– Aconchegante. – Julia diz, sentando-se em uma das cadeiras na frente de sua mesa.
– Não é tão grande quanto a que eu tinha. – Diz Elizabeth, abrindo uma garrafa de uísque. – Mas podemos se acostumar.
– O incêndio foi muito grande?

– Como sabe...
– Ouvi por aí. – Julia responde.
– Bom, destruiu a casa inteira. Barnabas deu um jeito de contratar pessoas para remontarem ela, mas a construção demorará questão de meses; ou anos. – Elizabeth dá um dos copos cheios de uísque para Julia, que a agarra na hora.
– Como ocorreu o incêndio?
– Culpa de Angelique, que na realidade era uma bruxa. – Elizabeth diz, dando um pequeno gole em seu copo, enquanto Julia se esbaldava em seus inúmeros goles sobre o copo, até ficar vazio – o uísque ainda continha a mesma sensação de alívio. – Foi ela quem enfeitiçou Barnabas para se tornar um... vampiro. – Elizabeth olha Julia dos pés a cabeça, agora ela também era uma. – E também foi quem enfeitiçou Carolyn.
– Carolyn? O que ela tem?
– É um lobisomem, creio eu. – Elizabeth dá um longo suspiro. – Até parece que estamos em algum tipo de filme de terror com personagens fictícios.
– Isso tudo é surreal... – Julia agarra a garrafa de uísque, virando-a em seu copo, que logo estava cheio novamente. Levanta-se da cadeira que estava sentada, andando pela sala.
– Mas ainda não acabou. – Elizabeth continua. – Angelique acabou sendo morta por Barnabas, mas antes de morrer, não deixou de realizar um último feitiço: Em Victoria.
– A babá?
– Sim. – Elizabeth assenta com a cabeça. – O feitiço que Angelique jogou em Barnabas além de ser transformado em um monstro, sem querer ofender... – Julia dá de ombros. – Foi que todas que se apaixonassem por Barnabas, iriam morrer. Foi assim então, que Victoria pulou de um penhasco.
– Ai meu deus. – Julia diz, apoiando uma de suas mãos na cadeira. – E então? O que houve?
– Barnabas tentou salvar ela, mordendo o seu pescoço para que se tornasse imortal, mas não foi o suficiente. O feitiço de Angelique era forte demais. Deu tempo dos dois conseguirem trocar seu último beijo, mas logo então, faleceu em seus braços.
– Não creio... – Julia senta-se novamente. Lembra-se do que falou pra Barnabas a pouco sobre a morte de Josette, e de que tudo era culpa dele. Bateu-se um arrependimento.
– Isso me faz pensar... Como você ainda está viva?- Elizabeth questiona, dando mais um gole em seu copo.
– O que? – Julia engasga-se com a bebida presa em sua garganta.
– Você ama Barnabas, não ama? Ou pelo menos amou.

– Eu nunca o amei. – Julia responde, limpando seus beiços com a manga do vestido. – Nunca amaria uma coisa... daquelas.
– Tudo bem. Não está mais aqui quem falou. – Elizabeth diz.
Julia bebeu o resto do uísque da própria garrafa.
Julia bate com a garrafa na mesa.
– Vejo que alguém voltou a tona. – Elizabeth diz, tirando a garrafa da mesa.
– Nunca sai da tona. – Respondeu Julia, dando levemente um sorriso, mostrando os caninos de seus dentes.


Após questão de horas, Julia se retirou do pequeno escritório de Elizabeth, se dirigindo a um quarto pelo qual Willie a mostrou que estava sobrando na casa. Precisava tirar algumas horas de sono, era mais do que necessário.
Enquanto tentava caminhar sobre o corredor – por mais bêbada que estava- pensava seriamente nas palavras que Elizabeth citou.
Julia ama Barnabas.
Julia amou Barnabas.
O que seria amor, afinal?
Julia sabia que nunca sentiu nada por Barnabas, a não ser um enorme prazer sexual. Mas ao lembrar dessas sensações de prazer, uma vontade maior de tê-lo em seus braços corria sobre suas veias.
Julia balançou o rosto, dando-lhe um tapinha. Não poderia pensar em Barnabas naquela circunstância.
Após entrar dentro do seu quarto, ousou-se abrir a cortina que estava em uma de suas janelas, e para a sua ventura já havia acontecido o pôr-do-sol. O céu ainda estava claro, podendo ver claramente toda a praia deserta. Mas ao se aproximar da janela, Julia pode ver alguém caminhando sobre as areias da praia, totalmente solitário.

Era Barnabas. Que caminhava em direção oposta da casa, carregando em uma de suas mãos ossudas e pálidas algumas flores.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Under blood red moon" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.