O Herdeiro do Titã escrita por Rodrigo Kira


Capítulo 29
Tenho muito que explicar...


Notas iniciais do capítulo

É gente... Estamos chegando ao final da história. Sim, eu sei que vocês esperavam mais coisas, mas ainda assim, me dediquei bastante pra terminar essa fanfic. Então, espero que vocês gostem! Nos vemos lá embaixo!

Agora, voltamos à narração do David!



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Voltar para o Acampamento não foi uma tarefa lá muito fácil. Não deu pra me recuperar completamente, então meu braço esquerdo estava praticamente um pedaço de carne morta e eu era só o pó.

Mesmo assim, não pude deixar de sorrir quando vi a Colina Meio-Sangue, quase brilhando com a luz do Sol, com o enorme pinheiro solitário no topo. Era quase como se me dissesse “seja bem-vindo, David”.

Minhas pernas já estavam exaustas, e por um segundo pensei se não seria melhor eu me sentar na grama verde perto da estrada e relaxar um pouco antes de fazer uma entrada triunfal para o pessoal do Acampamento. Mas se eu fizesse isso, acho que ficaria totalmente sem forças para me levantar e subir a Colina para entrar no Acampamento, então me obriguei a aguentar a pressão mais um pouco antes de descansar.

Cada passo era quase um martírio, pois minhas pernas pareciam chumbo quente e derretido. O esforço doía terrivelmente e por duas vezes quase caí de cara na grama ainda meio úmida pelo orvalho. Até que finalmente cheguei ao topo, ficando próximo ao Pinheiro de Thalia, com o Velocino de Ouro reluzindo em um dos galhos mais baixos. O drákon apenas me fuzilou com os olhos. “Se bobear, posso terminar de te matar”, foi o que me pareceu. Apenas sorri cansado para ele e comecei a descer a Colina Meio-Sangue pelo outro lado.

Olhei para o Acampamento com olhar saudoso. Não fiquei tanto tempo assim longe daqui, só duas semanas. Mas parecia que eu estava fora por quase uma vida inteira. Se isso fosse um filme, essa seria a cena em que o bravo soldado finalmente volta para sua casa, com o dever cumprido depois da guerra.

Mas a cena que eu presenciei não tinha nada a ver com esse glamour hollywoodiano. Não, estava mais para um filme de comédia ou um pré-massacre. Lucy tinha acabado de dar um soco digno de UFC no nariz de Clarisse. Acho que nunca vi Lucy tão furiosa a ponto de tentar esmurrar a cara de alguém, então me perguntei o que Clarisse teria feito para merecer essa. Naturalmente, a filha de Ares ia devolver a porrada com 300% de juros, mas consegui ser mais rápido.

— Ei! Que diabos está acontecendo aqui? – perguntei em voz alta.

Não estava usando meu poder, mas pareceu realmente que o tempo tinha parado por um instante. Aos poucos, Lucy, Clarisse e todos os campistas que iam testemunhar a luta se viraram para me encarar. Parecia que estavam vendo um fantasma e, dadas às circunstâncias, acho que não estávamos muito longe disso. Terminei de descer a Colina tentando não escorregar e dar de cara no chão e sorri de canto para todos os presentes.

— Oi, pessoal. Sentiram saudades? – perguntei com o que deve ter sido a cara ferida, cansada e mais inocente do mundo.

Um silêncio completo e nada comum pareceu ter caído sobre os campistas. A primeira pessoa a se manifestar foi Clarisse, que se afastou uns dois passos. Pra uma filha de Ares, ela parecia meio assustada.

— Você... Como você... Está vivo?!

— E aí, Clarisse? Você parece abalada. – comentei de brincadeira. – Por acaso viu algum fantasma por aí?

Em seguida, foi a vez de Lucy falar.

— David...

— Oi, Lucy. – sorri para ela, erguendo a mão em um aceno. – Estou de volta.

Ela se aproximou de mim, como se eu fosse uma ilusão causada pela Névoa e que poderia desaparecer a qualquer instante. Depois Lucy me encarou com uma expressão que passou da frustração para raiva, levantando a mão pra provavelmente me dar um tapa tão forte que me lançaria de volta à Washington D.C.

“E-ei! Eu estou com o braço ferido aqui!”, pensei, fechando os olhos com força, esperando o golpe... Que não veio.

Apenas senti o calor de braços passando pelo meu pescoço e minhas costas. E algo úmido na minha camisa. Lucy me abraçou e começou a chorar.

— Seu... Seu idiota... – ela soluçou. – Seja... Bem-vindo...

Tudo o que consegui fazer foi sorrir, enquanto Lucy chorava e nossos amigos corriam ao nosso encontro. Apesar de suas palavras, todos estavam sorrindo pra mim.

— Eu vou te matar! – falou Jason, dando um soquinho no topo da minha cabeça.

— Não antes que eu o afogue! – retrucou Percy, com um tapa leve nas minhas costas.

— Afogue as cinzas dele depois que eu incinera-lo! – falou Leo, bagunçando o meu cabelo imundo.

Só percebi depois, mas as palavras deles foram praticamente as mesmas de quando Leo voltou dos mortos. Pode parecer errado, mas isso me animou bastante. Afinal, mostrava que eu era mesmo parte do grupo.

— Não acredito que esteja aqui! – exclamou Piper, chorando quase tanto quanto Lucy. – Achamos que tinha acabado no Tártaro!

— E não foi por falta de esforço! – falou Annabeth, que parecia não saber se brigava comigo ou se beijava o meu rosto.

Queria continuar ali, rindo no meio de meus amigos, mas o cansaço físico começou a pegar mais pesado. Agora que eu estava em um lugar seguro, a adrenalina se esvaia do meu sistema e minhas forças seguiram a queda de hormônios.

— Opa! Calma aí, durão! – exclamou Percy, que junto com Jason me ajudou a ficar de pé. – Vamos leva-lo pra enfermaria e lá você conta como sobreviveu.

— Daí terminamos de mata-lo? – perguntou Leo de brincadeira

— Daí terminamos de mata-lo. – concordou Percy.

*****

A parte “difícil” foi manter os curiosos afastados. E, por “curiosos”, entenda como sendo cada uma das pessoas que queriam realmente completar o serviço de me mandar para o Mundo Inferior.

Mas uma coisa eu garanto. Se tivesse uma equipe de escolta como essa, o presidente Kennedy provavelmente teria vivido feliz, e talvez a Primeira Guerra Mundial nunca tivesse acontecido (e por consequência a Segunda Guerra também não, mas isso não vem ao caso).

Percy e Jason me ajudavam a andar. Os irmãos Stoll, junto com Ress e Nico formavam as pontas de um quadrilátero, ainda que não estivesse regular. Annabeth e Piper seguiam do lado de seus namorados. Já Leo meio que comandava a formação (o que ele pareceu ter gostado muito) enquanto Lucy ficava atrás de mim, para garantir que eu não ia desabar sobre meu próprio peso.

Quando chegamos à enfermaria, Connor e Travis foram chamar Quíron. Ress e Calipso (que Leo convencera a ajudar, embora até hoje eu não saiba como) cuidavam dos meus ferimentos, o que implicava em quase o meu corpo inteiro. Nossos amigos ficavam ao redor da cama em que eu estava deitado, o que tornava o espaço um pouco ruim para se andar.

Logo que o centauro chegou, Ress tinha acabado de imobilizar meu braço esquerdo e Calipso enfaixara minha testa. Eu estava coberto de curativos e esparadrapos. Lucy tentou me dar um pouco de ambrosia e néctar dos deuses, mas eu sabia que, ainda que meu corpo melhorasse, a ânsia de vômito que vinha em seguida simplesmente não iriam compensar.

— Não seja fresco, David! – ela ralhou comigo. – Isso vai te ajudar a se curar!

— Vou me curar de qualquer jeito, Lucy! Não preciso dessas coisas, pelos deuses!

A voz de Quíron interrompeu a pequena discussão birrenta.

— David. Por favor, nos conte o que aconteceu. Depois poderá descansar.

Seu tom de voz foi tão firme, que qualquer outro assunto seria deixado para depois. Eu teria muito que explicar.

— Bem, melhor começar por quando eu quase morri...

*****

— FLASHBACK -

Claro, eu não morri. Mas aposto como cheguei bem perto disso.

Depois que Lucy disparou contra mim usando a Flecha de Apolo, ela se virou e saiu correndo do salão. O que aconteceu em seguida foi quase tão espontâneo quanto foi idiota. Primeiro, eu usei o poder do relógio no meu olho para parar o tempo. Foi difícil me concentrar enquanto era desconstruído em vários pedacinhos e meu braço parecia prestes a explodir, mas eu consegui.

Apesar de o tempo ter parado, a dor continuava. Não me importei com o fato e ergui o braço, posicionado o punho um pouco abaixo da trajetória da flecha dourada. Ergui a palma da mão para cima e abri os dedos, revelando o cristal que era o Núcleo de Cronos.

A pedra brilhante flutuava e se ligava ao meu corpo por um repuxo da pele da minha mão, como se fossem veias inchadas e grotescas que se ligavam ao cristal, alimentando-o e fazendo-o pulsar. Quase como um coração.

Depois de garantir que a flecha acertaria direitinho o cristal, deixei que o tempo voltasse a correr. As últimas coisas que ouvi foram o zunido da Flecha de Apolo cortando o ar até chegar ao Núcleo de Cronos, e depois um som como o de uma explosão, mesclados ao urro de pura dor excruciante que corria pela minha garganta.

Não sei dizer o que aconteceu depois. Acordei olhando para um céu coberto de nuvens escuras, deitado em meio a destroços do que um dia fora uma casa cheia de crianças com superpoderes, prontas para destruir o mundo para os Titãs. Ao meu lado, o relógio que Leo me dera estava quase que totalmente destruído. Mesmo que não servisse de mais nada, eu o guardei no bolso da calça.

Quanto tempo havia se passado? Não sei.

Lucy e os outros teriam conseguido escapar dessa destruição? Esperava que sim.

E os demais Herdeiros? Não tinha a menor ideia, até me levantar devagar.

Meu braço esquerdo estava todo arrebentado e sangrava por vários cortes. Ao meu redor, um pouco afastados da maioria dos destroços, estavam os outros Herdeiros de Titãs. Estavam todos vivos, com alguns ferimentos, mas nada que fosse fatal.

Com passos hesitantes pelo cansaço e dor forte nos músculos, segui por entre os tijolos e objetos destruídos até as duas barras de metal que ligavam a entrada da Casa dos Imortais ao mundo exterior.

— Aonde você vai?! – perguntou uma voz feminina à minha frente, que eu queria muito poder dizer que não sabia quem era.

— Eu vou embora, Alice. – falei para a Herdeira de Réia. – Vou pra casa.

— Não pode ir! – ela tentou argumentar. – Você... Você é um de nós! Ainda podemos dar um jeito nisso e derrubar o Olimpo!

— Me esquece! – retruquei, a dor me ajudando a ficar lúcido. – Eu não pertenço a esse lugar! Nenhum de vocês pertence mais à Casa dos Imortais. Vocês perderam.

Lentamente, manquei, passando por Alice sem erguer o olhar para ela. Eu tinha que voltar pra casa. Para o Acampamento Meio-Sangue.

— E... E o que nos fazemos? – ela perguntou em voz baixa, me obrigando a parar. – Perdemos tudo...

— E como eu vou saber? Vocês viveram aqui por anos, sozinhos... – falei, querendo ir logo embora. – Então devem saber se virar, se saírem daqui. Afinal, vocês estão vivos, não estão?

Então segui em direção às barras. Lembrava pelas memórias que recuperei de quando era pequeno que minha mãe tinha usado o portal para chegar à Nova Iorque. Mas eu não tinha como ter certeza de que poderia ir para perto do Acampamento Meio-Sangue, então pensei em um destino mais fácil.

— Casa... Casa do David... Washington D.C. – falei, e o portal se abriu, me levando para dentro da casa dos meus pais.

Me deixei largar contra uma parede, respirando com dificuldade enquanto a passagem se fechava, e a visão dos restos da Casa dos Imortais sumia na porta da casa. Talvez o portal nunca mais se abrisse. Esperava que os Herdeiros conseguissem sair de lá antes que isso acontecesse. Ninguém merecia ficar preso pra sempre naquele lugar, ainda mais agora que não tinham para onde voltar. Precisavam pelo menos de uma saída para terem aonde ir.

Mas eu também não podia ficar me preocupando com os outros, estando tão ruim como estava. Não sabia que dia era, nem se conseguiria sobreviver. Tinha que fazer um curativo enorme no braço pra que não sangrasse até a morte e teria que usar o que estivesse à mão naquela casa abandonada.

Então, logo que dei o primeiro passo para pegar água e limpar os ferimentos... Desmaiei.

*****

Não sei por quanto tempo eu dormi, mas ao acordar me sentia um pouco melhor. Meu braço já não sangrava tanto e estava coberto por ferimentos em cicatrização, junto a algumas casquinhas e marcas de pele nova.

Queria entender o que tinha acontecido, mas não tinha tempo a perder. Agora que o maior ferimento estava um pouco melhor, precisava dar um jeito de voltar à Nova Iorque logo.

Não tinha comida em casa (óbvio), então tive que sair para as ruas de Washington D.C., pra surrupiar comida de padarias e mercadinhos. Sim, eu roubei. E não me orgulho disso.  Mas em todo caso não tive nenhum problema, afinal é meio difícil perceberem um garoto pegando um pacote de biscoitos e uma caixa de suco quando o tempo está parado e nenhum alarme toca (talvez eu deva a Cronos por essa. Só talvez).

Acho que não percebi o quanto estava faminto até que comecei a comer. Sei lá quanto tempo estive inconsciente, mas devia ser pelo menos uns dois dias, se considerar a fome que sentia.

Depois de encher o estômago, andei da forma mais sorrateira possível até a estação de trens. Não estava em condições de lutar contra monstros, e não queria chamar a atenção dos mortais, andando por aí com um braço quase mutilado em processo de recuperação. Me toquei também que, assim como não tinha dinheiro para pagar a comida, também não tinha para pagar a passagem para Nova Iorque.

Então, deu-lhe “olho-que-para-o-tempo” outra vez. Fiquei escondido até que anunciassem o próximo trem para Nova Iorque, parei o tempo (estava ficando bom nisso), pulei as catracas e subi num dos vagões de carga mais ao fundo, onde poderia me esconder e, provavelmente, ninguém iria pensar em olhar. Só então fiz o tempo voltar a correr (estava ficando bom nisso também).

Durante a viagem de trem, a fome apertou vez ou outra e, por mais que isso me doesse, parei o tempo para afanar uns chocolates e garrafas de água do vagão de refeições, voltando ao vagão de carga para comer depois de fazer o tempo voltar.

Quando finalmente o trem parou na Penn Station, parei o tempo uma última vez para pular fora do vagão e voltar às ruas de Nova Iorque. Estava exausto e meus ferimentos ainda não estavam completamente curados. Estava sujo e talvez precisasse ficar de molho um mês. Mas foi tão bom voltar para a minha cidade que nem me importei em quanto minha aparência poderia estar desagradável.

Caminhei pelas ruas, sempre evitando as partes mais movimentadas. Como eu disse, seria problema se alguma pessoa caridosa me visse arrebentado como estava e insistisse me levar a um hospital ou a uma delegacia de polícia. Vi um senhor jogar um jornal no lixo e fui apanhá-lo imediatamente. Não estava nem aí para quem tinha vencido o último jogo de baseball, nem quais os times melhor escalados para a NFL. Queria saber a data.

Duas semanas. Duas semanas haviam se passado, desde que deixamos o Acampamento Meio-Sangue. Graças aos deuses, eu não tinha ficado mais tanto tempo desaparecido (ou “morto”, pelo que meus amigos deveriam estar pensando).

Essa boa notícia (muito mais emocionante para mim do que o número de touchdowns feitos pelo Baltimore Ravens nessa temporada) renovou meus ânimos e me fez ter forças para me arrastar até a Colina Meio-Sangue.

*****

— E o resto... É conversa. – concluí para meus amigos e Quíron.

Eles pareciam tão chocados quanto animados com a minha história.

— Você parou o tempo um monte de vezes?! – exclamou Piper.

— E veio por conta própria para Nova Iorque?! – continuou Calipso.

— E roubou comida! – acrescentou Percy.

— E nem trouxe um chocolate pra mim! – concluiu Leo. – E ainda acabou com o meu super-relógio-foice!

Annabeth e Calipso lhe deram um pescotapa e um puxão de orelha. Foi engraçado. Muito.

— Desculpe pelo relógio, cara... Dá pra consertar? – perguntei, lhe entregando os pedaços do invento. – Aquela foice e eu realmente nos dávamos muito bem, sabe?

— Ei, com quem pensa que está falando? – Leo respondeu, com um sorriso de canto. – Ajeito isso rapidinho. Uma noite de trabalho no Bunker 9 e estará novo em folha!

E sem dizer mais nada, Leo deixou a enfermaria para trabalhar. Esse era o jeito dele de manter a cabeça livre de preocupações, como a volta do amigo que foi dado como morto.

— Mas como você se curou tão rápido, ainda que não totalmente? – questionou Annabeth, retomando a conversa.

— Não sei dizer... Apenas acordei e estava parcialmente remendado... – tentei explicar, o cansaço tomando cada vez mais conta de mim.

Quíron resolveu dar o assunto por encerrado. Ele bateu palmas suavemente como faria um professor, chamando a atenção de todos ali.

— Teremos tempo para discutir isso outra hora. Agora é melhor que deixemos David descansar e se recuperar devidamente. Lucy, poderia ficar aqui para ajudar a cuidar dele, minha querida?

— Ah?! C-claro... Tudo bem... – ela respondeu e eu quase tive certeza de que ela estava ficando ruborizada.

Recostei a cabeça no travesseiro macio e, pela primeira vez em dias, realmente queria dormir. E o sono veio. Sem sonhos nem pesadelos dessa vez. Apenas o conforto e descanso que eu tanto queria depois de uma longa experiência de quase morte. Quem nunca, não é?


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Notas finais do capítulo

Gente, estamos cada vez mais perto do final. O próximo capítulo será o último... Presente de Natal (atrasadíssimo) pra todos que leram até agora. Então... Até a próxima.



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