Eu só queria você pra mim escrita por Beatriz Santos Silva


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

NOVIDADE! Estou postando essa fic também no Spirit (http://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-originais-eu-so-queria-voce-pra-mim-2874708), quem tiver conta lá, acompanha por lá também, conto a divulgação para estimular novas ideias em mim.
Gente, prometo que essa tristeza vai acabar logo. As crises só fortalecem o amor deles, acreditem! *-*
Obrigada pelos views *-*



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"Meus pesadelos normalmente tem a ver com perder você." (Peeta)


POV ALAN

Ninguém consegue me magoar tanto quanto a Nathália, e dessa vez ela me quebrou por dentro, espero não ver nunca mais essa Camila na minha vida, ela destruiu meu dia em poucos segundos. Talvez se fossemos simples amigos a Nathália não teria ligado pra aquele beijo... Mas ela é bem rapidinha, já está até saindo com outro.
Chego em casa e encontro minha mãe saindo pro trabalho, ela trabalha dia de sábado as vezes, nos despedimos e ela saiu. Logo meu telefone toca...

– E aí cara? – diz João.
– Fala João! Como você está? – pergunto.
– Bem, mas vai ficar melhor hoje a noite, ta afim de uma festa hoje? – ele pergunta animado.
– Cheia de gatinha? – digo tentando demonstrar algum interesse.
– Lotada! – ele responde.
– É nóis Brow. Passa aqui pra gente ir junto.
– Beleza, passo às 22h por aí.

Não vou ficar curtindo a fossa em casa, se a Nathália pode correr atrás do que ela acha que é felicidade pra ela, eu também posso!

– Biaaaaaa! – eu grito.
– Ai Alan, o que é? – ela responde assustada.
– Preciso de uma roupa pra sair hoje a noite. – eu digo.
– E eu com isso? Vai sair com a Nat? – ela pergunta com cara de sapeca.
– Quero que você escolha uma roupa pra mim. E não, não vou sair com a Nat, nem sei quem é essa pessoa. – respondo seco.
– Iiih, o que aconteceu dessa vez? Vai dizer que atropelou ela de novo? – Bia pergunta me ironizando.
– Nossa que piada mais engraçada! Não, simplesmente eu não faço bem pra ela, e ela pediu pra que eu saísse da vida dela, até saiu agora pouco com outro cara. – respondo de cara fechada.
– Ela gosta é de você e você sabe disso. Não vai deixar ela escapar né? – ela pergunta.
– Eu tentei, mas ela deixou claro e com todas as letras que não não precisava de mim... Hey espera aí, pra onde você pensa que vai com essa roupinha? – respondo e reparo na roupa que... quer dizer no pedaço de pano que Bia está vestindo, um top coladíssimo e um short de malha.
– Vou correr ué. – ela responde.
– Desse jeito? – respondo espantado.
– Queria que eu corresse de que? De calça jeans? Me poupe né Alan, você não é meu pai. – Bia diz e ambos ficamos em silêncio depois da última frase.
– É, eu não sou... Vai logo então! – digo.

Ela sai em silêncio e eu sento no sofá pensativo, apenas pronunciar a palavra “pai” é sempre uma dor imensa pra nós dois! Ele morreu num acidente de trabalho há uns 3 anos atrás, tive que ser forte e ser a base da minha família a partir de então. Mas, temos que superar, e eu mais do que superar a morte do meu pai tenho que superar esse toco que eu levei, borá lá escolher uma roupa decente. Hoje a noite eu te esqueço Nathália Andrade! Eu acho...

POV NATHÁLIA

Depois que vi Alan sair tão derrotado em direção a sua casa, me arrependi de cada palavra que eu disse, eu vi que aquela maluca beijou sozinha, mas a raiva me possuiu, e eu acabei despejando tudo em cima dele. Não sei por que sou assim, não sei mesmo... Quero fazer todos felizes, mas alimento uma tristeza profunda dentro de mim, e as vezes transmito isso nas pessoas.
– Alan... – eu digo num sussurro e minhas pernas bambeiam.
– Nathália! – Diego diz me segurando – Não acha melhor ficar em casa? – ele pergunta.
– Não... Não Diego, não quero ficar na minha casa, já ta passando, foi só uma tontura. – digo tentando acalmá-lo.
– O que aconteceu aqui pra você ficar assim? – ele pergunta me colocando dentro do carro.
– Nada, é que... está calor, deve ser isso. O calor. – digo tentando mudar o rumo que a conversa quer tomar.
– Okay, almoçou? – ele pergunta.
– É, almocei... – na verdade não tinha almoçado, mas também não estava com fome.

POV NARRADORA

Diego estava preocupado com Nathália, gostava dela mas, sabia que ela tinha alguma ligação com o “Ninguém”, e sabia também que o que ela sentiu não foi pelo calor. Queria estar perto dela, apenas, mesmo que fosse como amigo... Mas Alan não sabia disso, e achava que era um peguete de Nathália. Nathália sabia que tinha pegado pesado com Alan, mas achava melhor deixar as coisas assim, subentendidas...
Diego e Nathália seguiram para shopping próximo e foram ao cinema ver um filme de ação que acabara de lançar, depois seguiram para um restaurante não muito distante dalí, e fizeram o pedido, Nathália não quis comer, apenas bebeu vinho e champagne. Já podem prever o que estaria por vir...
Conversaram bastante, Diego não criou nenhum tipo de climinha, foi um programa bem tranquilo.
Quando já era tarde, Diego deixou Nathália em casa, ela subiu para seu quarto, sentia fortes dores no estômago, mas dava para aguentar uma música:

“I've been looking in a mirror for so long
That I've come to believe my soul's on the other side
All the little pieces falling, shattered
Shards of me too sharp to put back together
Too small to matter
But big enough to cut me into so many
Little pieces if I try to touch her

And I bleed. I bleed
And I breathe. I breathe, no more”


POV ALAN

Já estava pronto quando meus amigos me chamaram, fomos andando até a avenida, de repente passamos em frente a casa de Nathália e não pude deixar de ouvi-la cantar lindamente como sempre, então paramos, e eu canto baixinho acompanhando-a:


“I take a breath and I try to draw from my spirits well
Yet again you refuse to drink
Like a stubborn child
Lie to me convince me that I've been sick forever
And all of this will make sense when I get better
But I know the difference between myself and my reflection
I just can't help but to wonder which of us do you love

So I bleed. I bleed
And I breathe
I breathe no
Bleed. I bleed
And I breathe. I breathe. I breathe. I breathe, no more…”


Nathália só canta essa música quando está triste...

– Hey, Alan! Cara acorda, vamos maluco! – João me desperta do êxtase.
– É, vamos! – nós vamos e eu continuo olhando a janela da casa de Nathália até perdê-la de vista.

Durante toda a noite lembrei poucas vezes de como minha vida amorosa estava um lixo, fiquei com umas duas meninas, mas nada muito sério... Na verdade eu não queria estar ali, ou pelo menos não com aquelas pessoas. Pra completar a noite, Camila estava lá, não fiquei com ela pra não criar esperanças de nós voltarmos a ficar, então inventei uma dor de cabeça e pedi pra ir embora, Camila se ofereceu o máximo pra ir comigo, mas eu dei um perdido nela e fui embora. Cheguei no bairro sozinho já era de madrugada, não tinha ninguém na praça, entrei em casa, peguei meu violão e voltei pra rua, fiquei tocando e cantando algumas músicas por ali, já que dormir está sendo uma missão pra mim...

POV NATHÁLIA

Depois que toquei, resolvi ir tomar um banho pra dormir, mas durante o banho senti algumas tonturas, não me importei muito, pois como eu estava com dor de estômago, esse poderia ser o motivo. Depois coloquei uma roupa de dormir, e me deitei com dificuldade pois a dor não cessava, depois de alguns minutos peguei no sono.

“Durante a noite me levanto, escuto algumas batidas na porta então sigo até lá, quando abro, não havia ninguém apenas uma voz que me chamava, uma voz distante, está tudo nublado. Então sigo em frente, de repente encontro Renata, ela está com um semblante triste, ela me encaminha até a entrada de um cemitério e diz que eu posso entrar pois alguém está me esperando, eu começo a suar frio, fecho os olhos o que não impede que algumas lágrimas caiam. Quando abro os olhos estou em frente a uma lápide “Aqui jaz Anna de Alencar Andrade”, uma dor invade meu peito e eu começo a chorar copiosamente. Então sinto mãos me segurando por trás, então começo a gritar: Mãe! Mãe! Mãe! Mãe, não me deixa! Mãe, me ajuda!
Neste momento em minha frente aparecem Renata e Alan, estendendo a mão para me ajudar, mas eu não consigo alcançá-los pois as mãos me puxam com tanta fúria que chega a doer.
– Me ajuda! Alan! Renata! Me solta! Me solta!”

– Nathália! Nathália! Acorda! – uma voz me tira daquele lugar horrível.
– Me solta! Me solta! – acordo empurrando a pessoa que me acorda, estava atordoada, mas alguns segundos depois consegui ver que era meu pai quem me acordava, mas ele me acordou tarde demais – Me ajuda! – perco o ar totalmente.
– Nathália, você já acordou, eu estou aqui! – meu pai percebe que perdi o ar, eu não consigo pronunciar uma palavra sequer – Meu Deus você está suando! Vamos, vou te levar pro médico.

POV TÉO

A última vez que Nathália ficou assim foi quando a mãe dela morreu, não sei o que pode ter acontecido agora, ela está tremendo muito, suando, com febre, o ar está voltando aos poucos, porém ela está muito nervosa, não fala coisa com coisa. Então tenho a ideia de ligar pra Renata, quem sabe a voz dela a acalma.

– Renata, filha, preciso da sua ajuda. Sua irmã acordou falando coisas sem sentido, você poderia tentar acalmá-la? – digo eufórico.
– Pai, ela provavelmente teve o mesmo pesadelo de sempre, mas é só isso? – Renata pergunta.
– Ela está com febre, suando muito, tremendo, muito agitada, e reclamando de dor! – eu respondo.
– Nossa! O que aconteceu com ela hoje? – Renata pergunta espantada.
– Não sei, ela saiu a tarde, não a vi voltando, não sei o que pode ter acontecido. Desculpa te incomodar minha filha, mas não sei o que fazer... – digo com a mão na cabeça.
– Calma, pai, escolhe uma roupa pra ela e prepara o carro, enquanto eu falo com ela. – eu passo o telefone pra Nathália e vou fazer o que Renata pediu.

POV NARRADORA

– Nathália? – chama Renata.
–Eu não queria ir pra lá! – Nathália me atende chorando de soluçar.
– Calma meu amor. Onde? – Renata tenta falar o mais calma possível.
– Você sabe pra onde, eu não queria, eles estão me pegando. – Nathália diz gritando.
– Não estão não, você já está acordada! – Renata tenta situar Nathália.
– O que ele estava fazendo lá? Hoje eu-eu mandei ele ir embora, eu mandei ele ir embora e-e ele estava lá, mas não me ajudou.
– Quem estava lá? – Renata pergunta. Nathália tem esse sonho desde o falecimento de sua mãe, mas havia tempos que isso não acontecia, Renata estranhou pois nunca houve ninguém além dela e de Nathália no sonho.
– O Alan. – ela responde – E eu não quero falar com você, você-você me abandonou, me deixou, como todo mundo faz e sempre fez, você devia ter me deixado lá e ido embora, você e ele.
Neste momento Téo entra no quarto e encontra Nathália mais alterada, então pega o telefone.
– O que você falou pra ela? Ela tá pior...
– Pai leva ela no médico logo, agora! - Renata fala séria.
– Estou indo, tchau. – desligo, pego Nathália no colo com dificuldade por ela está mole e tremendo muito.

POV ALAN

Estou tocando ainda na praça, quando escuto alguns gritos um tanto familiares “Ta doendo muito!”. Corro em direção aos gritos e encontro o Sr. Téo com Nathália irreconhecível no colo.

– O que ta acontecendo aqui?! – pergunto espantado.
– Você me deixou seu babaca! Me deixou! Ele me pegaram, eu não consegui ver ela de novo! – Nathália diz chorando muito, e eu fico sem entender então olho para o Sr. Téo procurando respostas pra aquilo.
– Ela teve um pesadelo de infância, e provavelmente você estava nele, e ela acha que ainda está no sonho. – Sr. Téo responde.
– Dói muito! – Nathália diz pondo a mão no estômago, então perde as forças e desmaia na calçada.
– Alan, fica com ela por favor, que eu esqueci os documentos lá dentro. – Sr. Téo entra correndo em casa.

Eu me sento na rua ao lado dela colocando sua cabeça em meu colo, e sinto que ela está fervendo de febre, e está com espasmos por todo corpo. Seu Téo volta e vamos com ela até o hospital, ela dá entrada ainda desmaiada. Passa a noite toda em observação.

Na manhã seguinte...

– Família da Senhorita Nathália de Alencar Andrade! – o doutor chama.
– Sou eu, o pai dela! – Seu Téo responde de imediato.
–Então, a situação da sua filha já está estabilizada. Não corre nenhum risco! – o doutor responde com um sorriso no rosto.
– Que bom, doutor, o que houve com ela? Ela sempre teve esse pesadelo, mas nunca tomou essa proporção. – Seu Téo pergunta preocupado.
– Sua filha teve uma Crise Nervosa, que é um ataque de pânico, devido ao emocional abalado por conta do sonho ou por alguma situação que a tenha deixado em estado de choque durante o dia, por isso o sufocamento ao acordar. Ela não falava apenas do sonho depois que acordou do desmaio, porém é antiético que eu diga, mas não foi só o sonho que a deixou assim. – o doutor continua - Nathália estava a mais de 24h em jejum, isso explicava as tonturas, o desmaio e as dores de estômago. E também a febre que é o alerta de que algo não está bem. A frequência cardíaca dela estava fora do comum, se não tivéssemos estabilizado a pressão dele a tempo ela poderia ter tido uma parada cardíaca. Então devido a essa crise nervosa, provavelmente os espamos só cessarão no fim do dia. – o doutor explica.
– Podemos vê-la? – Seu Téo pede.
– Sim, mas eu recomendo que o Alan não entre. – o doutor diz e meu coração aperta de uma forma que nem eu sei explicar.
– Tudo bem, eu vou indo Sr. Téo, me ligue se houver alguma novidade. Bom dia. – digo e com certeza até as formigas daquele lugar sentiram minha tristeza nas palavras.

Pego o ônibus, e vou pra casa pensando, pensando...
Preciso conversar com Nathália assim que ela chegar em casa...


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Notas finais do capítulo

Então, será que agora rola alguma coisa?
Até o próximo capítulo mores *-*



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