Eu só queria você pra mim escrita por Beatriz Santos Silva


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Gente já tenho um favorite, obrigada, obrigada. Pessoas se revelem, quero saber o que estão achando, a opinião de vocês é crucial. Ta aí mais um pouquinho de confusão pra vocês. Não me batam, e desculpem o exagero ou qualquer erro que houver. Beijos e boa leitura.



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POV ALAN

– Nathália acorda! Acorda! Bia! Bia! – digo tentando reanimá-la, ela está de olhos abertos mas não atende aos estímulos.
– Que foi? De novo? – Bia entra no quarto correndo até Nathália segurando seu pulso.
– Calma ela está voltando! – digo ao ver que ela tenta se comunicar.
– Eu quero minha casa. Me solta Alan! – ela diz tirando força não sei de onde, pegando a bolsa e indo embora desnorteada, quase quebrou minha sala, tropeçando nas coisas.
– O remédio e os curativos Nat! – Bia diz, mas não obtém resposta, Nat já havia ido embora.
–Eu falei pra ela! – digo sentando-me na cama olhando pro nada.
– O que eu tô pensando? – Bia me olha pasma.
– Exatamente. E ela desmaiou.
– A pressão dela caiu, senti na pulsação dela. – eu disse que essa pequena tinha talento pra tudo, sem ela eu estaria perdido nesse mundo com certeza – Vem cá meu lindão. – Bia diz me deitando em seu colo e depositando um beijo na minha testa. – Agora eu vou cuidar é de você. – ela diz me fazendo carinho e eu pego no sono.
...
No dia seguinte acordo, e ela já não está mais lá, foi pro colégio, acordei meio tarde, só acho. Bom não vou ficar aqui pensando no que perdi, é vida que segue. Sigo até a sala, e vejo meu piano, nunca mais olhar pra ele será a mesma coisa, eu e Nathália tocamos muitas músicas nele; ela gosta mais de violão, só que toca piano mil vezes melhor, incrível como os dedos dela deslizam suavemente sobre as teclas com perfeição.
– Filho? – minha mãe me chama me despertando daquele pesadelo que é lembrar da Nat.
– Bom dia minha gata. – digo indo abraça-la dando-lhe um beijo – O que temos de bom por aqui?
– Nada de diferente. Seu bobo. – ela diz rindo.
– Adoro esse prato! – digo fazendo piada. Dona Helena adora me ver sorrir e eu não posso tirar esse prazer dela, mas ela me conhece como ninguém, afinal, é minha mãe.
– Filho, o que você tem? Seu semblante está triste.
– Não é nada mãe. Estou bem.
– Te conheço, e outra, sua irmã só dorme com você quando acontece alguma coisa.
– Ontem foi sem motivo mesmo, ela devia estar com saudade de dormir com o irmão gatão dela. – digo terminando de tomar o suco e levantando-me - Bom, vou dar uma volta. Não me espere pro almoço. – digo indo em direção a porta.
– Mas você nem terminou o ca... Ô menino apressado! - ela diz, mas eu não volto.

POV NATHÁLIA

Depois que sai da casa do Alan, ia cambaleando pra casa quando encontro Mary, minha amiga, talvez a melhor que eu tenha, "talvez" porque tô até com medo desse negócio de “melhor amizade”. Ela me vê meio tonta, e me leva pra casa, quando entramos começam os questionamentos, eu digo que caí na calçada e bati a cabeça, e por causa disso desmaiei duas vezes, não menti, só não contei toda a verdade, Mary me leva pro quarto, coloco um biquíni e ela me ajuda a tomar banho, fazer curativo na cabeça, me dá remédio e comida, e me ajuda a me arrumar pra deitar, porque eu estava sem forças até pra essas tarefas por mais simples que fossem.

– Você vai me contar tudinho amanhã na escola. – Mary disse séria.
– Vou?
– Claro! – Mary disse decidida.
– Okay, pode deixar, obrigada amiga, por tudo, você foi incrível! Pede pra Rê te acompanhar até sua casa. – respondi sem saída e a agradeci pelo apoio.
– Pode deixar. – ela disse se retirando do meu quarto, não queria que ninguém me visse assim.

Depois que ela saiu, começo a me lembrar de tudo o que houve, preciso falar com a Rê, nossa como vou sentir falta dela! E pra completar o Alan vem com essa, eu deveria estar feliz por ser correspondida, mas ainda procuro preservar um amiza... Quer dizer, tentava preservar uma amizade, que agora acabou, mas foi melhor assim. É vida que segue, que história linda a minha, dois ex-melhores amigos completamente loucos um pelo outro, isso é, se ele não estiver tirando uma com a minha cara. Dá pra fazer um livro da minha vida, mas amanhã eu faço, hoje eu só quero dormir, parece que caiu uma pedra na minha cabeça. Fui.
...
Acordo no dia seguinte, e a dor de cabeça não cessou. Mas eu não posso ficar dentro de casa esperando a dor passar. Levanto já com forças, refaço o curativo, arrumo o cabelo em uma trança embutida deixando alguns fios perto da orelha assanhados (meu charme), marco os olhos com um lápis preto que realça meu azul e desço pra cozinha, Rê estava lá com meu pai, momento perfeito para a conversa indesejada.
– Bom dia família. – digo dando um beijo em cada.
– Bom dia! – eles respondem.
– Ta melhor minha linda? – Rê pergunta, carinhosa como sempre.
– Tô, só a cabeça que dói um pouco. – digo tocando o local machucado.
– E você pode explicar como foi essa “queda”? – papai diz fazendo o sinal de entre aspas na palavra queda.
– Já disse. Mas se quiser eu repito, recebi a mensagem da Rê pedindo pra eu voltar logo pra casa, então eu estava voltando, andando distraída na rua me assustei com um carro, e caí na calçada, daí só lembro que... – penso bem no que vou dizer – Acordei com a Mary em cima de mim.
– E quem era a pessoa do carro? Conhece? – papai pergunta curioso.
– Não mais. – eles me olham se entender – Quer dizer, como vou saber? Eu desmaiei.
–Nossa! Então Nat, a gente precisa conversar. – eu estremeço ao ouvi-la dizer isso.
– Antes de você dizer qualquer coisa, quero que saiba que te apoio sim, quero vê-la realizada e feliz, você já tem 19 anos, e ta na hora mesmo de você viver as suas conquistas. Dois anos não são dois dias, inevitável que eu sinta sua falta. Mas onde você estiver meu coração vai estar junto. Certamente eu me tornarei a pessoa mais sozinha da face da terra, mas ao menos tempo estarei feliz porque sei que isso trará bons resultados. – despejo tudo o que sinto nessas palavras, e já sinto algumas lágrimas rolarem, então, parece que minha cabeça vai despencar, sento um pouco me recompondo, e logo recebo o abraço de Rê, e meu pai que acompanha a cena, se faz de durão e se retira da cozinha.
– Suas bobas! – ele diz se retirando com a voz falha.
– Promete que vai me ligar todo dia? – digo tentando não chorar mais, pois minha cabeça ta ardendo. Ô queda miserável!
– Prometo, mas quando eu não puder, a gente se fala pelo computador. – ela diz calma.
–Ok, e quando você vai? – digo, esperando que ela diga que vai daqui a alguns meses.
– Sexta. – ela diz sem rodeios.
– Você só pode estar de brincadeira né? SEXTA RENATA? Ai minha cabeça! Me dá um remédio pelo amor de Deus... – digo nervosa.
– Calma! – ela diz indo pegar – Ta aqui. – ela diz me dando o remédio – Acontece que não tinha vaga pra mim, até que alguém desistiu e só deu pra Central me avisar ontem.
– Ai meu Deus. Então a gente tem que arrumar tudo logo. – digo apressada.
– Calma Nat, senta. Sexta mesmo a gente arruma minha coisas, é só roupa mesmo, e a viagem é só a noite. Agora vamos lá que enquanto eu estiver aqui não tem moleza não, vai por a roupa do treino que essa semana você ainda não foi. Vamo lá. Um-dois-um-dois! – ela diz me agitando, irei sentir falta disso.
Vou pro quarto coloco a roupa e saio em direção à quadra de treino, apesar da dor na minha cabeça, jogo vôlei como nunca.

POV NARRADORA

E os dias se passaram, Nathália ia treinar, voltava pra casa, tocava ultimamente sozinha, ia pra escola, algumas vezes via Alan na rua, e seu peito ardia quando isso acontecia, mas nenhum dos dois dava o braço a torcer. Nathália não falava com ele, porque ele preferiu acabar com a amizade a esquecer dum beijo, mas o que ela não conseguia entender, é que não era fácil esquecer uma coisa dessas, e que ela não poderia cobrar dele algo que nem ela conseguia fazer nem por um segundo; e Alan também não se aproximava por orgulho ‘porque ela me fez escolher? Eu apenas fui sincero, e acabei me ferrando’. Nathália sofria antecipado pela falta que sua irmã faria, mas tentava se equilibrar e cumprir com todos os seus afazeres com excelência, e conseguia, até conseguiu pensar menos em Alan. Mas com tudo que estava acontecendo quase não lembrava que seu aniversário de 18 anos era um dia depois da partida de sua irmã, só pra completar a felicidade. (sqñ).
Chega a tão temida SEXTA-FEIRA...

POV ALAN

Ainda bem que essa semana ta acabando e segunda eu volto pra escola, já não aguentava mais esse tédio, e ainda ter que olhar todo dia pra cara de paisagem da Nathália fingindo que ta tudo bem. E por falar nela, sábado é o seu aniversário, ela é um mês mais velha que eu, mas tão frágil e pequena que parece ter 15. Vou ver com a Rê como posso fazer pra dar um presente a ela sem ela saber que fui eu que dei.
– Alô – digo
– Oi Alan, como vai? – ela diz animada.
– Vou bem, então, eu sei que você viaja hoje mas, será que dá pra eu te buscar aí agora pra gente ir comprar um presente pra Nat? Se rolar, vê se seu pai também pode ir. Falou?
– Onde?
Eu explico tudo pra ela, e ela aceita ir com a condição de que o pai dela vá dirigindo (claro), e que passemos pra pegar o passaporte dela no caminho. Então passo na casa deles e pego os dois.

POV NATHÁLIA

Chego do treino e não tem nenhuma mosca em casa, onde foram? Então vejo um recado da Rê na geladeira: “Fomos buscar meu passaporte e já voltamos. Almoço na geladeira.”
Neste momento a campainha toca, é a linda da Bia, realmente ela era linda, de um ruivo de dar inveja, só pode ter puxado ao pai, não o conheço, mas a mãe dela não é ruiva, então... Estranhei ela por aqui essa hora, mas logo ela me diz que não teve aula. Vamos para o meu quarto e ficamos conversando, ainda bem que ela nem tocou no nome do irmão dela, combinamos dela ver meu treino na próxima semana e ela foi embora. Me arrumei e fui pro colégio.

POV NARRADORA

Alan, Téo e Renata chegam ao bairro de volta, Téo tinha tirado folga naquele dia pra ajudar em tudo o que Renata precisasse pra viagem, eles foram buscar o passaporte, mas também foram em um outro lugarzinho. Renata e Alan sabiam perfeitamente o que tanto Nathália desejava...

– Então Alan, eles vão entregar hoje a noite sem falta né? – Renata pergunta.
– Sim, se eles não entregarem nem sei o que eu faço, pagamos caro por um serviço de qualidade. – Alan responde.
– Isso aí, mas, nem ficou pesado, dividimos em três. – Téo diz.
– Ela vai adorar! – diz Renata animada
– Vai sim. Mas lembre-se que eu não tenho nada a ver com isso beleza?– diz Alan.
– A amizade acabou, mas a consideração e o carinho não né? – Renata diz.
– Exato.
– Ah, Alan vou precisar da Bia, fala pra ela ficar atenta no celular que já já eu ligo pra falar com ela. Tchauzinho.
– Mas o que você quer com ela? - Alan diz e Renata o olha com cara de 'não é da sua conta' e Alan continua - Enfim... Até a próxima, se a gente não se ver mais, te desejo uma boa viagem, você é excelente e merece tudo de bom. – Alan responde animado.
– Obrigada! – Renata agradece.
Alan arranca com o carro em direção à garagem do bairro.
– Hoje tem! – Renata diz pra si.


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Notas finais do capítulo

Se você chegou até aqui em baixo é porque gostou, então dá uma comentada, ACOMPANHEM a história e MARQUEM COMO LIDA, pra eu ter um controle de quantos estão lendo. Obrigada amores!
Eaí o que vocês acham que a Rê vai aprontar? Fala sério, ela é uma fofura né?
Bom beijinho, beijinho tchau tchau. até o próximo, ou seja, até breve.
TÔ DE FÉRIAAAAS!



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